domingo, 2 de julho de 2023

Bilionário colombiano oferece R$ 4 bilhões ao Grupo Pão de Açucar pela rede de supermercados Éxito

GPA traça plano para a venda de Grupo Éxito

A Companhia Brasileira de Distribuição (GPA), dona do Pão de Açúcar, informou nesta quarta-feira, 28, que recebeu de Jaime Gilinski, um banqueiro colombiano bilionário, uma oferta “não solicitada” e “não negociada previamente”, para aquisição da totalidade da participação da companhia na rede de supermercados da Colômbia Almacenes Éxito. O valor da oferta é de US$ 836 milhões (cerca de R$ 4 bilhões), a ser pago em dinheiro pela totalidade da participação de 96,52% que o GPA possui no Éxito.

A oferta é válida até 7 de julho de 2023. A aquisição se daria no contexto de uma oferta pública de ações (OPA) a ser lançada pelo comprador. Além da aprovação da OPA, a conclusão da transação requer a aprovação de outras agências regulatórias (incluindo antitruste) na Colômbia e em outras jurisdições.

Mais cedo, o Casino já havia fixado até a próxima segunda-feira, 3 de julho, o prazo final para receber novas ofertas de injeção de capital, em meio ao processo de reestruturação da dívida da empresa.


Dasa incorpora Laboratório Santa Luzia

Dasa incorpora Laboratório

A Dasa informa em fato relevante que vai propor aos acionistas, em assembleia geral extraordinária (AGE) de 1º de agosto, a incorporação pela companhia do Laboratório Médico Santa Luzia.

A empresa adquiriu em 2017 ações representativas de 50,01% do capital social do Santa Luzia e, em 2020, mediante o exercício de uma opção de compra sobre a integralidade das ações remanescentes, a Companhia tornou-se a única acionista do Santa Luzia.

A Incorporação está alinhada com a estratégia de otimização das estruturas societárias e de negócios da Dasa. Com isso, pretende-se reduzir custos em áreas administrativas e com o cumprimento de obrigações acessórias, além de tornar a administração conjunta mais eficiente ao gerar aproveitamento de sinergias, o que resultará em benefícios de natureza patrimonial e financeira para a Dasa e para o Santa Luzia.

Como consequência da Incorporação, a Dasa poderá amortizar fiscalmente o ágio no valor total de R$ 20,9  milhões, registrado quando da aquisição pela Dasa de sua participação no Santa Luzia. Os benefícios advindos da amortização fiscal do ágio serão aproveitados por todos os acionistas da Dasa.

DIAGNÓSTICOS DA AMÉRICA S.A FATO RELEVANTE 

Incorporação de Sociedade Subsidiária Integral

A DIAGNÓSTICOS DA AMÉRICA S.A. (B3: DASA3), sociedade por ações com sede na Cidade de Barueri, Estado de São Paulo, na Avenida Juruá, no 434, Alphaville, CEP 06455-010 (“Dasa” ou “Companhia”), informa seus acionistas e o mercado em geral, em cumprimento ao disposto no artigo 157, parágrafo 4o, da Lei no 6.404, de 15 de dezembro de 1976, conforme alterada (“Lei das S.A.”), no artigo 3o da Resolução CVM no 78, de 29 de março de 2022 (“Res. CVM 78”) e no artigo 2o, parágrafo único, inciso VII, da Resolução CVM no 44, de 23 de agosto de 2021, conforme alterada (“Res. CVM 44”), que será submetida aos acionistas da Dasa, em assembleia geral extraordinária a ser realizada em 1o de agosto de 2023, a proposta de incorporação, pela Dasa, do LABORATÓRIO MÉDICO SANTA LUZIA S.A., sociedade anônima e subsidiária integral da Companhia, com sede na Cidade de Florianópolis, Estado do Santa Catarina, na Rua Dom Joaquim, no 660, Centro, CEP no 88.015-310, inscrita no CNPJ/MF sob o no 83.933.275/0001-05 (“Santa Luzia”), aprovada pelo Conselho de Administração da Dasa, em reunião realizada no dia 30 de junho de 2023 (“Incorporação” ou “Operação”).

BREVE RESUMO DA OPERAÇÃO

Em 13 de junho de 2017, a Dasa adquiriu ações representativas de 50,01% do capital social do Santa Luzia. Por sua vez, em 15 de outubro de 2020, mediante o exercício de uma opção de compra sobre a integralidade das ações remanescentes, a Companhia tornou-se a única acionista do Santa Luzia.
O Santa Luzia oferece mais de 2.000 tipos diferentes de exames para auxiliar no diagnóstico e prevenção de doenças, além do serviço de vacinas. Atualmente, a marca possui 34 unidades no Estado de Santa Catarina, na região Sul do Brasil.
Em consonância com a Res. CVM 78 e, visando otimizar a estrutura societária da Companhia com consequente redução de custos, a Dasa agora pretende realizar a Incorporação do Santa Luzia.
Ressaltamos a inaplicabilidade dos artigos 137, 256, parágrafo 2o e 264, parágrafo 3o da Lei das S.A., visto que (i) o Santa Luzia é subsidiária integral da Companhia; (ii) no contexto da Incorporação, o preço médio de cada ação não ultrapassa uma vez e meia o maior dos indicadores de que trata o inciso II do artigo 256 da Lei das S.A.; e (iii) não haverá substituição de participação societária entre os acionistas da Companhia e do Santa Luzia.

1 IDENTIFICAÇÃO E ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PELAS SOCIEDADES ENVOLVIDAS NA INCORPORAÇÃO
1.1 Dasa. A Dasa tem por objeto:
(i) a prestação de serviços auxiliares de apoio diagnóstico (SAD) a pacientes particulares ou através de empresas conveniadas, companhias seguradoras, entidades de assistência médico-hospitalar, outras modalidades de custeio da saúde, incluindo análises clínicas e vacinação, diretamente, ou em caráter suplementar, por intermédio de laboratórios contratados; bem como outros serviços auxiliares de apoio diagnóstico (SAD), exclusivamente através de empresas médicas especializadas, como exemplo nas áreas de: a) citologia e anatomia patológica; b) diagnóstico por imagem e métodos gráficos; e c) medicina nuclear;

3 PRINCIPAIS BENEFÍCIOS, CUSTOS E RISCOS DA OPERAÇÃO

3.1 Benefícios. A Incorporação está alinhada com a estratégia de otimização das estruturas societárias e de negócios da Dasa. Com isso, pretende-se reduzir custos em áreas administrativas e com o cumprimento de obrigações acessórias, além de tornar a administração conjunta mais eficiente ao gerar aproveitamento de sinergias, o que resultará em benefícios de natureza patrimonial e financeira para a Dasa e para o Santa Luzia.
3.2 Ágio. Como consequência da Incorporação, a Dasa poderá amortizar fiscalmente o ágio no valor total de R$ 20.927.725,59 (vinte milhões, novecentos e vinte e sete mil, setecentos e vinte e cinco reais e cinquenta e nove centavos) registrado quando da aquisição pela Dasa de sua participação no Santa Luzia. Os benefícios advindos da amortização fiscal do ágio serão aproveitados por todos os acionistas da Dasa.
3.3 Riscos. A administração da Dasa não vislumbra riscos relevantes na implementação da Incorporação.
3.4 Custos. A Dasa estima que os custos e despesas totais, incluindo honorários de assessores jurídicos, avaliadores e auditores, relativos à Incorporação, somam, aproximadamente, R$ 322.000,00 (trezentos e vinte e dois mil reais).

4 RELAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO E NÚMERO DE AÇÕES EMITIDAS E CRITÉRIO DE FIXAÇÃO DA RELAÇÃO DE SUBSTITUIÇÃO
A Incorporação não resultará em aumento de capital da Dasa, e, portanto, não há necessidade de se estabelecer qualquer relação de substituição entre as ações da Dasa e as ações do Santa Luzia. Ademais, não haverá qualquer alteração na composição do capital social da Dasa, bem como não haverá qualquer alteração do seu Estatuto Social em decorrência da Incorporação.

 

Tarcísio pede ação de deputados paulistas contra texto da reforma

Governo Tarcísio chega a 100 dias dividido entre técnicos e políticos

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), vai iniciar uma mobilização com deputados estaduais e federais do Estado para tentar adiar a votação da reforma tributária na Câmara dos Deputados – que pode acontecer já na próxima semana.

Tarcísio se reuniu na tarde de ontem, no Palácio dos Bandeirantes (sede do governo paulista), com o coordenador da bancada paulista na Câmara, deputado federal Antônio Carlos Rodrigues (PL), com o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL), e com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), para discutir o tema.

Também participaram do encontro, como antecipou o Estadão, empresários e entidades que representam o setor de serviços, crítico ao texto da reforma. O segmento defende que a votação seja adiada.

A ideia do governador, como mostrou o Estadão, é formar um bloco de pressão contra o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o relator da reforma na Casa, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), para postergar a apreciação do texto e dar mais tempo para que a proposta seja discutida. O governo de São Paulo é contra o Conselho Federativo, colegiado que vai gerir o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), imposto a ser criado pela reforma para substituir o ICMS (tributo estadual) e o ISS (tributo municipal). O governo estadual teme perder autonomia na gestão dos recursos com o IBS. Outros Estados também já se colocaram contra o colegiado, como o Rio de Janeiro.

Ricardo Nunes também é contra o texto e diz que a reforma pode levar o município a perder R$ 15 bilhões anuais em arrecadação.

“O governador alertou (na reunião) para que todos os deputados estaduais se mobilizem com seus deputados federais para adiar a votação. Do jeito que está a discussão, vai passar por cima e votar na semana que vem. Ele quer mais tempo para debater o projeto”, disse o presidente da Alesp, em entrevista ao Estadão/Broadcast.

‘PREOCUPANTE’

Segundo André do Prado, Tarcísio desenhou um cenário “preocupante” para o Estado, caso a reforma seja aprovada como está. “O Estado vai perder arrecadação, a cidade de São Paulo vai perder arrecadação. (Com o Conselho Federativo) Os recursos dos impostos vão sair da mão dos Estados e dos municípios”, afirmou.

O governador convocou para domingo uma reunião com a bancada de deputados federais de São Paulo para discutir a reforma. No jantar, que ocorrerá também no Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio deve repetir os apelos para adiar a votação.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, Lira fará também no domingo uma reunião com líderes da Câmara para definir a agenda de votações da pauta econômica. O presidente da Casa quer levar a reforma tributária a plenário já na próxima semana.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

 

Um novo ecossistema de negócios, porque juntas podemos nos ajudar mais

A evolução do conceito de ecossistema de negócios liderados por mulheres é um reflexo da crescente conscientização sobre a importância da diversidade e da inclusão feminina no mundo empresarial. 

 

Um novo ecossistema de negócios, porque juntas podemos nos ajudar mais

Mulheres trazem uma perspectiva única e valiosa para o mercado e podem ser muito bem-sucedidas em seus negócios. A maioria de empreendimentos criados e comandados por mulheres já nascem com algumas características distintas – afinal elas têm perspectivas diferentes sobre os problemas de mercado, são criativas o bastante para pensar em soluções inovadoras e muito boas em conciliar a vida pessoal com a profissional, gerenciando várias tarefas ao mesmo tempo.

Cada vez mais os empreendimentos liderados por mulheres estão sendo reconhecidos como uma força importante no mercado. Com isso, surgiu a necessidade de criar um ecossistema de negócios que apoie e promova tais empreendimentos.  

E assim as mulheres têm se unido em parcerias e colaborações para compartilhar recursos, conhecimento e experiência. Isso tem ajudado a impulsionar a inovação e a criar novas oportunidades, formando ecossistemas poderosos.

A evolução do conceito de ecossistema de negócios femininos é um reflexo da crescente conscientização sobre a importância da diversidade e da inclusão no mundo empresarial. No passado, as mulheres enfrentavam barreiras significativas para entrar neste universo e, quando o faziam, muitas vezes enfrentavam discriminação e falta de apoio.  

Esse ecossistema tem como objetivo fornecer as empreendedoras uma rede de suporte que inclui mentoria, acesso a recursos financeiros, bancos de dados e informações sobre oportunidades do mercado. Além disso, esse ecossistema também ajuda a criar conexões entre mulheres empresárias, permitindo que elas compartilhem conhecimentos e experiências. É uma forma de remediar essa desigualdade e garantir que mais mulheres tenham acesso aos recursos e ao apoio necessários para iniciar e expandir suas atividades. 

 

Mas, e o que é um ecossistema de negócios?

Ecossistema de negócios é um conjunto de empresas, organizações e indivíduos interdependentes que compartilham recursos, conhecimentos, informações e estratégias com a finalidade de gerar valor em um determinado mercado. Essas empresas podem operar em diferentes áreas, mas estão conectadas em função de seus objetivos comuns.

Atualmente o conceito é muito utilizado em inovação, empreendedorismo e gestão estratégica. O objetivo é criar um ambiente colaborativo, onde as empresas possam trabalhar juntas e se beneficiar da sinergia gerada da cooperação entre elas. É uma forma de aumentar a competitividade de um mercado e, consequentemente, gerar benefícios para todas as partes envolvidas.

 

Um ecossistema de negócios é composto por uma variedade de organizações, recursos e redes, tais como:

  • Organizações de apoio às mulheres empreendedoras: suporte específico incluindo acesso a capital, mentoria, treinamento e networking.
  • Aceleradoras e incubadoras de negócios: recursos e suporte para empresas em estágio inicial, incluindo treinamento, orientação, networking e acesso a capital.
  • Grupos de networking e comunidades de mulheres empreendedoras: conexão, compartilhamento de experiências, recursos e parcerias.
  • Eventos e conferências voltados para mulheres empreendedoras: oportunidade para se conectarem, aprenderem com especialistas e líderes de negócios.
  • Recursos de financiamento específicos para mulheres empreendedoras: acesso a capital, incluindo fundos de capital de risco, empréstimos e outros tipos de financiamento.
  • Programas de mentoria para mulheres empreendedoras: fornecem orientação e suporte de líderes experientes e bem-sucedidos em seus setores.
  • Recursos de treinamento e capacitação: cursos on-line, workshops e programas de treinamento em tópicos como finanças, marketing, liderança e desenvolvimento de negócios.

 

Conheça alguns dos ecossistemas que ajudam mulheres a desenvolver negócios 

O primeiro clube de mulheres empresárias do World Trade Center (WTC), player de negócios conhecido internacionalmente, foi lançado no Brasil no início deste ano, em Florianópolis (SC). À frente dessa iniciativa estão as empresárias Daniella Abreu, presidente do WTC em unidades do Sul, Brasília e Sinop, Virgínia Peluffo, presidente do WTC Woman, e Marina Ramos, vice-presidente do novo clube de mulheres. Para participar do WTC Woman é preciso ser empresária ou CEO de uma empresa internacional ou que tenha interesse em se globalizar. O grupo promove encontros presencias com palestrantes relevantes do mundo empresarial e de desenvolvimento pessoal, pelo menos uma vez ao mês. 

O Movimento Mulher 360 é uma associação independente sem fins lucrativos que foi criada em 2011 a partir de uma iniciativa do Walmart. Em 2015, ele se tornou uma associação independente, formada por meio da união entre organizações protagonistas do cenário empresarial brasileiro, comprometidas em promover a equidade de gênero e o aumento da participação das mulheres no ambiente corporativo, nas comunidades e nas cadeias de valor. De acordo com Margareth Goldenberg, gestora executiva, o MM360 atua para engajar e mobilizar empresas, organizações, governos e sociedade civil em torno da promoção da equidade de gênero e da igualdade de oportunidades entre homens e mulheres. Para isso, o Movimento desenvolve programas, projetos e iniciativas que visam a conscientização, a capacitação e a promoção de boas práticas relacionadas à equidade de gênero, além de realizar pesquisas e estudos sobre o tema. 

Women Leaders in Fintech, criado por Kaliane Abreu, Adriana Camargo, Dayana Uhdre e Mareska Tiveron,  em 2022, com o objetivo de aumentar a representatividade feminina nas startups financeiras do país. Para isso o WLF vai realizar encontros de networking, debates técnicos e mentorias, visando criar um ecossistema inclusivo e diversificado, onde as mulheres possam desenvolver habilidades e construir redes de contatos para que possam avançar em suas carreiras e ocupar cargos de liderança nas fintechs.

Erica Fridman, Flavia Mello,  Jaana Goeggel  e Mariana Figueira criaram uma plataforma de investidoras que só seleciona startups do universo feminino. A Sororitê é uma comunidade de investidoras-anjo, que conta com mais de 70 investidoras com experiências em diferentes áreas, avaliando as startups em estágio inicial (pre-seed) de maneira abrangente.

Camila Farani criou o ElaVence, que nasceu para ajudar empreendedoras, intraempreendedoras ou mulheres interessadas em ter o seu próprio negócio.

Jéssica Silva Rios e Luana Ozemela fundaram a BlackWin, primeira plataforma no Brasil que apoia mulheres negras a se tornarem investidoras-anjo, conectando-as ao ecossistema de inovação e à oportunidades de investimento em negócios liderados por pessoas negras.

O MIA – Mulheres Investidoras Anjo, fundado por  Maria Rita Spina Bueno, apoia startups que criam soluções inovadoras para problemas reais. Ela criou um movimento de fomento ao investimento anjo feminino para estimular a entrada de mais mulheres como investidoras e empreendedoras de startups.

 

A união faz a força e contribui para a inovação e o sucesso nos negócios

Compartilho da visão de que fazer parte de ecossistemas pode trazer benefícios significativos para todos os envolvidos. Enquanto negócios geralmente são vistos como competidores, trabalhar em conjunto para identificar e desenvolver soluções inovadoras pode criar um ambiente mais saudável, justo e eficiente para todos, incluindo comunidades, consumidores e, claro, as próprias empresas.

Malala Yousafzai, ativista pelos direitos das mulheres e da educação, disse: “Acredito no poder das mulheres. Acredito que todas nós podemos criar o futuro que queremos se tivermos coragem e visão”. Eu também acredito! 

 

 https://istoe.com.br/mulher/noticia/um-novo-ecossistema-de-negocios-porque-juntas-podemos-nos-ajudar-mais/

Scholz defende que partidos isolem ultradireita


Chanceler diz que receita para barrar avanço da ultradireita é oferecer “uma perspectiva de futuro” e defendeu que legendas tradicionais não cooperem com a AfD, que tem avançado nas pesquisas.O chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz, afirmou neste domingo (02/07) que a receita para contrapor o avanço da ultradireita é oferecer “uma perspectiva de futuro” e defendeu que os partidos tradicionais mantenham um cordão sanitário e evitem cooperar com a sigla Alternativa para a Alemanha (AfD), cujo crescimento nas pesquisas tem sido encarado com apreensão no país europeu.

“Sempre houve partidos populistas de direita de mau humor em muitos países europeus e também na Alemanha”, disse Scholz, em entrevista à rede de TV alemã ARD. “É preciso responder com uma perspectiva de futuro para o nosso país e com a questão do respeito” aos cidadãos, disse o chanceler, filiado ao Partido Social-Democrata (SPD), acrescentando que os cidadãos devem ter “a segurança de que há um bom futuro” para eles e para os netos.

Scholz ainda defendeu a manutenção de um “cordão sanitário” em relação à AfD. “Porque a AfD é um partido no qual estão representadas muitas posições extremistas de direita e com o qual não deve e não pode haver qualquer cooperação”, disse o chanceler. Scholz ainda disse que foi correto todos os partidos tradicionais, incluindo legendas de centro-esquerda e esquerda, terem apoiado recentemente um candidato conservador na recente eleição distrital de Sonneberg para tentar barrar um candidato da ultradireitista AfD – ainda assim, tal estratégia não funcionou, e o candidato da AfD venceu o pleito.

De acordo com uma pesquisa divulgada na sexta-feira pelo canal público ZDF, se as eleições fossem hoje a União Democrata-Cristã (CDU), o partido da ex-chanceler Angela Merkel e atualmente na oposição, seria vencedora, com 28% dos votos. Em segundo lugar ficaria a AfD, com 19%. Já o SPD de Scholz, que vendeu a última eleição, teria 18%.

Preocupação com tensão na França

Na mesma entrevista, Scholz manifestou preocupação com os tumultos na França, que levaram ao cancelamento da visita de Estado do presidente francês, Emmanuel Macron, à Alemanha, que deveria ter início neste domingo.

“Temos laços de amizade com França e somos uma dupla para garantir que a União Europeia, tão importante para o nosso futuro, funcione bem, e é por isso que observamos com preocupação”, disse Scholz.

jps (dpa, Lusa, ots)

 

Feninfra se reúne com Tarcísio por adiamento da votação da reforma tributária

Representantes da Federação Nacional de Call Center, Instalação e Manutenção de Infraestrutura de Redes de Telecomunicações e de Informática (Feninfra) se reuniram ontem, 30, com o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos), para contestar a proposta de reforma tributária discutida no Congresso Nacional e pleitear apoio ao adiamento da votação na Câmara.

A Feninfra questiona o aumento de carga tributária ao setor de serviços, enquanto Tarcísio organiza uma resistência contra a centralização da arrecadação dos entes subnacionais por um Conselho Federativo.

Segundo a Feninfra, a reunião com Tarcísio aconteceu para “estabelecer parceria” pelo adiamento da votação da reforma tributária. O governador escutou o pleito.

A votação está prevista para este mês, antes do recesso parlamentar, como tentam o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), e o governo federal. Tarcísio tenta articular com a bancada de São Paulo, além de outros governadores e deputados, oposição à matéria. Nesse sentido, terça-feira, haverá reunião do Consórcio de Integração Sul e Sudeste, considerada decisiva para a empreitada contra a proposta.

A Feninfra aponta risco iminente de demissões caso a proposta de reforma tributária sobre o consumo seja aprovada sem estudos mais aprofundados. Por isso pede o adiamento da votação do substitutivo da PEC 45/2019, que propõe a criação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

A presidente da entidade, Vivien Suruagy, reitera que a alíquota ventilada para o IVA, de 25%, significa aumento expressivo da carga tributária para o setor. Ela observa que a concessão de benesses fiscais para diversas atividades, constante do substitutivo, não atenua os ônus da taxação majorada. “Não há sentido, por exemplo, que o setor de serviços de telecomunicações seja prejudicado fortemente com a reforma, colocando-se em risco o emprego dos seus trabalhadores”, diz. Segundo ela, os setores representados pela Feninfra reúnem 2,5 milhões de pessoas com empregos formais.

Em nota, a presidente da Feninfra reconhece que o Brasil precisa de uma reforma tributária que “atenue a carga, simplifique e desburocratize o processo de arrecadação e estabeleça isonomia de alíquotas entre todos os setores”. “Entretanto, onerar uma atividade que é a maior empregadora do País, como a de serviços, é um risco para milhares de empresas, milhões de postos formais de trabalho e a própria economia nacional”, diz.

A longa batalha de Appy pela reforma dos impostos

Consumo não terá carga tributária maior, diz Appy | Brasil | Valor Econômico

O texto da reforma tributária – previsto para ser votado no plenário da Câmara dos Deputados nesta semana, após 35 anos de tentativas frustradas – tem a cara de Bernard Appy, um economista que está debruçado sobre o atual projeto há oito anos ininterruptos.

Escolhido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para comandar uma secretaria extraordinária criada especialmente para trabalhar pela aprovação da reforma em duas etapas ao longo de 2023, Appy prefere ficar distante desse rótulo e deixar o protagonismo para o Congresso. Mas também está por trás das negociações, seguindo a máxima que é sempre repetida em Brasília: sem a participação do governo, a reforma não avança.

Em Brasília, o apelido “Apinaldo” se tornou a síntese do texto da reforma. Enquanto Appy é o formulador técnico da proposta, o relator, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), faz costuras políticas para criar as condições para aprovação.

O embate com os setores de serviços e do agronegócio e com tributaristas, os mais resistentes desde o início das discussões da reforma, custou a Appy a fama de “intransigente” e de estar sendo “financiado pela indústria”.

Críticas que continuam sendo usadas pelos que querem barrar a reforma, mas que vêm perdendo força à medida que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pavimenta o caminho para a votação. Os que contavam que a reforma seria barrada agora correm para negociar.

Não é a primeira vez que Bernard Appy comanda as discussões no Poder Executivo para implementação da reforma. Ele começou a se aprofundar no assunto quando estava à frente da Secretaria de Política Econômica, entre 2008 e 2009, no segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Antes de assumir a Secretaria de Política Econômica de Lula, Appy havia passado pelo cargo de secretário executivo da Fazenda, no qual, segundo já afirmou, passava 80% de seu tempo tentando segurar os gastos públicos. Ele chegou ao governo petista graças a uma experiência que havia tido no início da carreira, como assessor econômico da liderança do PT na Câmara dos Deputados, entre 1989 e 1991.

Appy havia sido, nos anos 80, colega na Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária da Universidade de São Paulo (FEA-USP) de Fernando Sampaio, filho de Plínio de Arruda Sampaio. O então deputado petista convidou Appy para trabalhar como assessor na casa. Lá, ele teve contato com os processos de criação de um projeto de lei, o que lhe ajudaria na elaboração do texto da reforma.

CRISE

Appy deixou Brasília em 2009, após ver que a reforma tributária não avançaria e depois de passar 2008, assim como todo o Ministério da Fazenda, focado na crise financeira que abalava o mundo. Ao regressar a São Paulo e após uma breve passagem pela BM&FBovespa, voltou a trabalhar na consultoria LCA, empresa da qual havia sido sócio entre 1995 e 2002.

Até os adversários da reforma destacam o trabalho de persistência de Appy em manter vivo por anos o tema da reforma tributária, enquanto poucos estavam fazendo isso. Para aliados, ele é visto como técnico preparado, que inequivocamente conhece o tema do IVA e encontrou no ministro Haddad o capital político para levar a proposta à frente.

Entre empresários, governadores e prefeitos, a desconfiança que recai sobre ele, Haddad e o presidente Lula segue sendo a do risco de elevação da carga tributária – tema que exigirá mais negociações.

Procurado pelo Estadão para comentar o relatório de Ribeiro, Appy seguiu o script de falar pouco para não se comprometer: “O parecer confirma a manutenção das principais diretrizes de uma reforma da tributação do consumo baseada nas melhores práticas internacionais, respeitando as especificidades do federalismo brasileiro, e que contribuirá para gerar crescimento econômico, emprego e renda”.

Antes mesmo da votação, Appy já está debruçado na regulamentação da PEC e na elaboração da segunda fase da reforma, que vai tratar da tributação do Imposto de Renda. Por uma conjunção de fatores políticos, ele chegou ao centro da reforma quando, em 2019, o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, precisou de uma proposta para modernizar o sistema tributário. Quem tinha uma pronta era ele. Agora, está mais próximo do que nunca nesses últimos 35 anos de vê-la aprovada.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.