sexta-feira, 4 de agosto de 2023

O papel da tecnologia no empoderamento feminino e na nova economia


A busca pela igualdade de gênero tem sido um tema recorrente nas discussões sociais e econômicas. Um dos setores em que essa luta se faz necessária é o da tecnologia – a presença feminina nesse campo ainda é baixa mas fundamental para impulsionar o progresso e a inovação

A tecnologia desempenha um papel fundamental no empoderamento feminino e na nova economia. É uma grande força motriz para ajudar as mulheres a ganharem autonomia e realizarem seus objetivos. Fornece ferramentas para que elas possam acessar informações, criar conexões e expandir seus negócios, permitindo que mulheres enfrentem o desafio de equilibrar os seus múltiplos papéis e responsabilidades, o que  exige uma habilidade de gerenciamento do tempo e do estresse com mais rapidez e eficiência.

Por meio da tecnologia, as mulheres criam seus próprios negócios, trabalham de forma flexível, compartilham experiências, promovem mudanças e adquirem habilidades e conhecimentos. No entanto, temos que reconhecer que a tecnologia também pode trazer desafios, como a reprodução de estereótipos de gênero ou a exclusão digital de mulheres em situações de vulnerabilidade. É necessário, portanto, promover a inclusão digital e garantir que todas as mulheres tenham acesso às oportunidades e benefícios oferecidos pela tecnologia.

O empoderamento feminino é o processo de fortalecimento das mulheres, tanto individual quanto coletivamente, para que possam adquirir autonomia, igualdade de direitos e participação plena na sociedade. Envolve o combate à desigualdade de gênero, a valorização das capacidades e potencialidades, e o incentivo ao seu empoderamento econômico, político, social e cultural, além da criação de um ambiente onde as mulheres possam tomar decisões, exercer sua voz e ter controle sobre suas vidas. Devemos apoiar o  empoderamento feminino porque ele contribui para eliminar as desigualdades históricas e estruturais entre homens e mulheres, promovendo uma sociedade mais justa, inclusiva e equitativa.

A ONU define o empoderamento feminino como um processo pelo qual as mulheres ganham controle sobre sua vida e seu bem-estar, bem como a capacidade de influenciar as mudanças sociais e econômicas que afetam suas vidas. Ele envolve a eliminação de todas as formas de discriminação e violência contra as mulheres e meninas, além de promover a igualdade de gênero em todas as esferas da vida.

Recentemente eu tive o prazer de conhecer Jennifer Nyambogo, que juntamente com Pauline Kariuki, fundou a Mawu Africa, uma startup que se tornou a fornecedora líder de soluções digitais para o setor de economia criativa na África. A plataforma Mawu tem um propósito maior: empoderar e beneficiar as talentosas artistas mulheres africanas. Jennifer, nascida no Quênia, criou esse negócio com a visão de que os produtos dessas artesãs seriam vendidos em todo o planeta.

 

A mulher na nova economia

 

A nova economia é um conjunto de ideias, práticas e modelos de negócios emergentes que estão transformando a forma como a economia é estruturada e como as pessoas interagem com ela. Ela é baseada em princípios como inovação, colaboração, sustentabilidade e uso eficiente dos recursos, impulsionados pela rápida evolução da tecnologia, incluindo a internet, as plataformas digitais, a inteligência artificial e o blockchain, entre outros. A nova economia valoriza o empreendedorismo, a economia criativa, o compartilhamento de recursos, a sustentabilidade e a flexibilidade no trabalho, entre outras características.

As mulheres estão se destacando em diversos setores da nova economia. Tecnologia, empreendedorismo, sustentabilidade, energias renováveis, setor de saúde e bem-estar e economia criativa são apenas algumas áreas nas quais as mulheres estão liderando o caminho. Elas estão trazendo inovação e perspectivas únicas para esses setores, e oportunidades estão aumentando à medida que a igualdade de oportunidades é promovida. 

É tão gratificante ver, à medida que as indústrias se transformam e novas tecnologias emergem, mulheres se destacando em suas  áreas de atuação. E por falar em representação feminina em cargos de liderança, eu tive o privilégio de conhecer duas mulheres incríveis: Catia Stoyan e Nina Silva.

Catia Stoyan fundou a Stoyan Energia em 2010 mas já atua no setor há cerca de 25 anos. A empresa desenvolve soluções e projetos de energia solar para o B2B e B2C. As dificuldades em empreender em um setor dominado por homens foram transformadas em energia para atingir suas metas e objetivos.  Em 2022  ela ganhou o prêmio Rise to the Challenge, organizado pela  WeConnect International, em duas categorias em que concorria, inclusive a mais importante delas, a de mulher empreendedora, em que disputava com outras oito mulheres do mundo todo. 

Nina Silva foi considerada a Mulher Mais Disruptiva do Mundo pela Women ln Tech Global Awards 2021, uma das 100 afrodescendentes mais influentes do mundo abaixo de 40 anos pela MIPAD (Most lnfluential People of African Descent). Ela também é sócia fundadora do Movimento Black Money, focado na articulação e emancipação  social, financeira e profissional da população negra brasileira, que, mais tarde, se desdobrou no D’Black Bank.    

Por isso a inclusão de mulheres no mercado de tecnologia não é apenas uma questão de justiça social, mas também de crescimento econômico e avanço tecnológico. 

Existem diversas pesquisas sobre mulheres na área de tecnologia, tanto no Brasil quanto no mundo.

 

Conheça mais pesquisas sobre mulheres na área de tecnologia

 

Women in Tech 2021 (Relatório Global) – Pesquisa realizada pela TrustRadius sobre a representatividade feminina  em cargos de liderança em empresas de tecnologia em todo o mundo. O relatório indica que apenas 23% dos cargos de liderança em tecnologia são ocupados por mulheres. Nos Estados Unidos, apenas 27% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres. Além disso, a pesquisa revelou que as mulheres ocupam apenas 19% dos cargos de C-level. 

Women in Tech 2021 (Pesquisa Brasil) – Realizada pela empresa de recrutamento Hays, a pesquisa mostrou que, apesar de ainda haver desigualdade de gênero na área de tecnologia no Brasil, a maioria das empresas está trabalhando para mudar essa realidade. De acordo com a pesquisa, 75% das empresas entrevistadas têm estratégias para aumentar a representatividade feminina em suas equipes.

Mulheres na Tecnologia (Pesquisa Brasil) – Realizada pela empresa de recrutamento Talenses em parceria com a Insper, a pesquisa revelou que apenas 17% dos profissionais de tecnologia no Brasil são mulheres. Além disso, a pesquisa apontou que a falta de oportunidades de crescimento é a principal barreira para a inclusão das mulheres na área. 

Women in Tech Index (Relatório Global) – Realizado pela empresa de recrutamento e treinamento de tecnologia HackerRank, o relatório avaliou a representatividade feminina em cargos de tecnologia em diversos países do mundo. O Brasil ficou em 16º lugar no ranking, com uma pontuação de 34,2 em 100.

A jornada para se tornar uma mulher de TI começa muito cedo, ainda na educação infantil. A grande maioria das meninas é desencorajada a estudar matérias exatas, como física e matemática. As que desafiam as convenções sociais e se dedicam a essa área do conhecimento enfrentam grandes provações. Cerca de 43% afirmam sofrer preconceito na universidade, já que os cursos são majoritariamente masculinos. Mas, os maiores problemas estão mesmo no ambiente de trabalho.

 

Iniciativas para promover a equidade de gênero

 

O ecossistema de mulheres tech é uma rede de indivíduos, organizações, comunidades e recursos que apoiam e promovem a participação, o avanço e o empoderamento das mulheres no setor de tecnologia. Essa rede abrange uma ampla gama de iniciativas, como grupos de apoio, comunidades online e offline, programas de mentoria, eventos, conferências, programas de capacitação, startups lideradas por mulheres, organizações sem fins lucrativos e muito mais. 

É fundamental continuar investindo na inclusão e no empoderamento das mulheres na tecnologia, garantindo que elas tenham as mesmas oportunidades de crescimento e desenvolvimento que os homens. A diversidade de gênero é um ativo valioso para a inovação e o progresso tecnológico, e devemos trabalhar juntos para criar um or ambiente mais inclusivo e igualitário. Por isso é primordial que empresas e governos incentivem a formação e capacitação das mulheres para desenvolver suas habilidades técnicas e soft skills. Que invistam no treinamento e no empoderamento das mulheres para desenvolver suas habilidades técnicas e interpessoais. 

Além disso, é necessário criar programas de apoio que ofereçam oportunidades de trabalho, programas de bolsas de estudo, que podem ser criados para mulheres que querem entrar no campo, bem como incentivos fiscais para empresas que contratam profissionais qualificados do sexo feminino. Ao fazer isso, podemos garantir que as mulheres tenham as mesmas oportunidades que os homens.

Algumas iniciativas buscam incentivar mais mulheres a ingressarem em carreiras relacionadas à tecnologia, fornecendo suporte, inspiração e recursos necessários para o crescimento profissional, além de facilitar a criação de redes e colaborações entre mulheres que trabalham no setor de tecnologia. Conheça alguns delas:

 

A PrograMaria busca empoderar meninas e mulheres por meio da tecnologia e programação.

WoMakersCode impulsiona o protagonismo feminino na tecnologia, por meio de capacitação, mentoria e empregabilidade.

Elas Programam é uma consultoria especializada em desenvolver soluções para engajamento, capacitação e contratação de talentos femininos de tecnologia.

{reprograma} é uma iniciativa de impacto social que tem como missão diminuir a lacuna de gênero no setor de tecnologia, por meio da capacitação profissional em programação de mulheres em situações de vulnerabilidade, priorizando negras, trans e travestis em seus processos seletivos.

Minas Programam é uma iniciativa criada em 2015 para desafiar os estereótipos de gênero e de raça que influenciam as áreas de ciências, tecnologia e computação. Promove oportunidades de aprendizado em programação para meninas e mulheres.

Mulheres de Produto estimula o desenvolvimento e capacitação profissional para pessoas que se identificam como mulheres brasileiras que desejam ingressar ou se especializar em áreas de tecnologia, engenharia, design e ciências aplicadas.

Mulheres em Dados promove trocas, mentorias, conversas, ajudas, workshops, suporte e amparo, com o objetivo de reverter a desigualdade de gênero exacerbada em dados e tecnologia.

 

Negócios na nova economia com foco em tecnologias

Esses exemplos mostram como as mulheres podem aproveitar suas habilidades e conhecimentos específicos para criar negócios de sucesso na nova economia baseada em tecnologias: 

  1. Desenvolvimento de aplicativos, jogos interativos ou ferramentas de aprendizagem para crianças, aproveitando a demanda por conteúdo digital seguro e educativo para os pequenos.
  2. Consultoria em segurança cibernética para ajudar as organizações a fortalecer sua proteção digital.
  3. Loja online para vender produtos exclusivos, como joias feitas à mão, itens de decoração, roupas personalizadas ou produtos de cuidados pessoais naturais.
  4. Treinamentos e workshops para ajudar outras mulheres a aprimorar suas habilidades digitais e empreender online.
  5. Desenvolvimento de aplicativos, plataformas ou dispositivos que facilitem o acesso a cuidados de saúde, monitoramento de condições médicas ou promoção do bem-estar.
  6. Serviços de consultoria em transformação digital para orientar e implementar estratégias que melhorem sua eficiência, produtividade e inovação.

 

Quebrando paradigmas

 

Temos que quebrar o paradigma de associação de gênero com determinadas funções. A ideia de que as mulheres são mais emocionais e voltadas ao cuidado, enquanto os homens são mais racionais e objetivos, é um estereótipo prejudicial e limitante. Esse estereótipo pode desencorajar as mulheres a buscar carreiras em tecnologia e outras áreas STEM, o que perpetua a desigualdade de gênero no mercado de trabalho e limita as oportunidades de carreira das mulheres. Quando as mulheres são sub-representadas em áreas como a tecnologia, elas também são sub-representadas em empregos bem remunerados e em alta demanda no mercado. A falta de diversidade limita a capacidade de uma empresa ou setor de inovar e criar soluções que atendam às necessidades de todos os membros da sociedade. Portanto, ao incentivar e acolher as mulheres desde a infância e adolescência para que identifiquem e sigam carreiras em tecnologia e outras áreas STEM (acrônimo para Science, Technology, Engineering and Mathematics),  abrindo oportunidades valiosas para elas e ajudando a criar um mercado de trabalho mais diverso e inclusivo. Isso contribui para maior inovação, criatividade e sucesso econômico da sociedade como um todo.

 

“The Dream Gap Project”

As garotas acreditam que podem ser qualquer coisa, mas o mundo quer?

 

O “The Dream Gap Project” foi lançado pela empresa de brinquedos Mattel em outubro de 2018, com o objetivo de combater o “gap” ou lacuna dos sonhos que afeta meninas em idade escolar, limitando suas aspirações e crenças em seu próprio potencial. O projeto fornece recursos, ferramentas e apoio para capacitar meninas a desenvolverem confiança, habilidades e conhecimentos em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM -Science, Technology, Engineering and Mathematics), além de outras áreas profissionais em que as mulheres estão sub-representadas. O objetivo é ajudar a fechar essa lacuna, capacitando meninas a alcançarem seus sonhos e se tornarem líderes e profissionais bem-sucedidas em qualquer campo que escolham.

O “The Dream Gap” inclui uma série de iniciativas, como a criação de bonecas da Barbie que representam mulheres bem-sucedidas em campos como a ciência e a tecnologia, e a parceria com organizações sem fins lucrativos para fornecer recursos e mentoria para meninas em todo o mundo. A empresa também criou uma série de vídeos que destacam as histórias inspiradoras de mulheres que superaram obstáculos para alcançar o sucesso em suas carreiras. “Dream Gap” é um exemplo de como as empresas podem usar sua influência e recursos para promover a igualdade de gênero e inspirar meninas a perseguir seus sonhos.

 

E-mail para uma Mulher

Querida amiga,

Eu queria que você soubesse que estou aqui para apoiá-la em tudo o que você fizer, especialmente em relação aos seus sonhos e objetivos profissionais. Eu sei que você está passando por um momento difícil, mas eu quero que você saiba que pode escolher qualquer carreira profissional, independentemente de ser mulher. Você é capaz e tem todo o potencial para alcançar o que deseja. Aliás, você pode ser o que quiser na vida.

Se você sonha em ser uma cientista, engenheira, médica, astronauta, professora, CEO, conselheira, ou até mesmo presidente do Brasil, você pode fazer isso acontecer. Lembre-se de que você é capaz de ser quem você quiser, e não há nada que possa impedi-la de conquistar seus sonhos.

Acredite em si mesma, siga seus sonhos e trabalhe duro para alcançá-los. O mundo precisa de mulheres como você para liderar e fazer a diferença. Não deixe que ninguém diga que você não pode fazer algo por causa do seu gênero. Eu acredito em você e no que você é capaz de fazer. Então, siga em frente, persevere e nunca deixe ninguém dizer que você não pode alcançar seus sonhos! Conte sempre comigo para apoiá-la em todas as suas conquistas.

 

Com muito carinho,

 

Núbia Lentz

 

 https://istoe.com.br/mulher/noticia/o-papel-da-tecnologia-no-empoderamento-feminino-e-na-nova-economia/

 

 


 

quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Engineering ajuda a criar plataforma de negociação de energia

Engineering do Brasil S/A - Moore

SÃO PAULO, 3 AGO (ANSA) – A Engineering Brasil, filial do grupo italiano de tecnologia da informação e transformação digital Engineering, participou da criação de uma plataforma automatizada de negociação de contratos de energia elétrica.   

O sistema foi desenvolvido pelo Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia (BBCE), empresa que faz intermediação de compra e venda de eletricidade e que queria montar uma plataforma para automatizar esses processos, chamada EHUB.   

O mecanismo foi lançado no segundo semestre de 2022 e já atende cerca de 300 mil comercializadores e 3 mil traders no ambiente de contratação livre (ACL), no qual grandes consumidores adquirem altos volumes de energia elétrica de players do setor.   

Um de seus pilares é a solução DHuO API, que, segundo Willy Sousa, diretor de produtos da Engineering Brasil, faz “toda a governança e a segurança das camadas de APIs [interface de programa de aplicação]” da EHUB.   

“Toda essa camada de governança das APIs para eles controlarem os parceiros e clientes que precisavam se integrar [à EHUB] é feita através da nossa plataforma”, diz Sousa.   

De acordo com ele, o DHuO “ajuda a construir APIs e na governabilidade das interfaces que já foram construídas”, possibilitando um “controle melhor de quem pode acessar essa API”. A solução também já é aplicada nos setores de saneamento, telecomunicações e na indústria.   

Já Marcelo Bianchini, gerente de produtos, comunicação e marketing do BBCE, afirma que o DHuO permitiu tratar as APIs da empresa como um produto e segmentá-las para diversos serviços e mercados, como negociação de contratos de energia no ambiente livre, derivativos, leilões, entre outros.   

Como próximo passo, o BBCE pretende ampliar seu portfólio de serviços oferecidos por meio de APIs. “Os players do mercado de energia poderão se beneficiar da novidade”, completa Bianchini.   

(ANSA).  

 

MP abre inquérito para investigar decisão do governo de SP de recusar livros didático

Governador Tarcísio de Freitas | Governo do Estado de São Paulo

O Ministério Público Estadual (MP) abriu inquérito para investigar a decisão do governo de São Paulo de dispensar livros didáticos nas escolas estaduais para usar apenas material digital. A promotoria dá dez dias para a Secretaria da Educação mostrar as “justificativas pedagógicas e financeiras” para recusar as obras do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), em que o Ministério da Educação (MEC) compra exemplares para todas as escolas do País.

O secretário da Educação paulista, Renato Feder, resolveu abrir mão de 10 milhões de exemplares para os alunos do ensino fundamental 2 (6º ao 9º ano) em 2024. E anunciou que não vai mais comprar livros para o ensino médio também.

A estratégia do governo de São Paulo atualmente é a de aulas organizadas em Power Point, com cerca de 20 slides, que são passados pelo professor em sala de aula. “A aula é uma grande TV, que passa os slides em Power Point, alunos com papel e caneta, anotando e fazendo exercícios. O livro tradicional, ele sai”, disse Feder ao Estadão. “Não é um livro didático digital. É um material mais assertivo, com figuras, jogos, imagens 3D, exercícios. Ele pode clicar em links, abrir vídeos, navegar por um museu”, completou. Feder também justificou a decisão por considerar os livros do PNLD “superficiais”.

Segundo o MP, há necessidade “de apurar se os novos materiais didáticos a serem adotados equivalem aos do PNLD em termos de qualidade, processos de análise qualitativa de produção, escolha, avaliação e preço unitário”. A promotoria pede que o governo informe também quem são os profissionais responsáveis por elaborar e avaliar o material digital.

A promotora Fernanda Peixoto Cassiano também diz que a “adoção de material didático exclusivamente digital dificulta o acesso de alunos sem suporte de equipamentos tecnológicos” nas escolas e em casa, o que coloca em risco a obrigação constitucional e legal do Estado de fornecer material didático. E que a decisão pode “configurar tratamento desigual entre os estudantes”.

O MP ainda pede que o Estado informe se houve consulta aos “órgãos de gestão democrática do sistema”, como o Conselho Estadual de Educação (CEE), conselhos de escola, grêmios estudantis e aos profissionais da educação antes se tomar a decisão.

 

Sucesso na marra

 

O que explica o fenômeno "Barbie" 
 
 
A onda cor-de-rosa, quem diria, começou a ser explicada há mais de uma década

 

Não se deve colocar todos os ovos na mesma cesta, reza o ditado popular endossado por empresários e investidores. Mas essa lógica não funciona para a indústria do entretenimento – e para a do cinema, em especial. "Barbie", que tem levado multidões às salas, é um exemplo. Segundo a imprensa, o filme consumiu em investimentos de marketing quase o mesmo montante despendido em sua produção. Uma decisão que, embora arriscada, faz parte do DNA de Hollywood – e quem explica o porquê é uma professora e pesquisadora de Harvard. Ao investigar a "cauda longa", em fins da primeira década dos anos 2000, Anita Elberse percebeu que a expectativa de maior fragmentação das vendas dos produtos culturais não se confirmara. Relembremos: segundo a tese de Chris Andersen, no universo virtual os custos de armazenagem e distribuição cairiam significativamente. Com isso, varejistas não precisariam mais concentrar-se apenas em best-sellers. Seria possível lucrar vendendo poucas cópias de uma infinidade de mercadorias culturais de nicho. O mundo do entretenimento se tornaria mais diversificado graças à viabilidade econômica desses títulos menos votados, responsáveis pela "cauda longa" do gráfico de vendas (que você pode ver aqui).

De posse dos números da indústria, Elberse deu-se conta de que, sim, aumentara a oferta de produtos culturais, mas as vendas continuaram concentradas em alguns poucos títulos. Ou seja, aumentou a facilidade de produção, distribuição e armazenagem, mas a lógica comercial se manteve: uma pequena parte dos lançamentos garantia a lucratividade de produtores e varejistas. Os prováveis motivos? Bem, em primeiro lugar, quase todo consumidor de nicho também adquire hits, mas o contrário não é verdadeiro: o consumidor de hits não é um consumidor de nicho. O consumidor de nicho é, também, heavy user da categoria como um todo – consome mais produtos culturais que os demais, o que inclui desde os mais populares até os mais obscuros. Não é, portanto, um admirador específico de produções hipersegmentadas (salvo quando adepto de um gênero, seja musical, cinematográfico ou literário). E como os produtos de nicho são pior avaliados que hits, interpõe-se uma barreira adicional à sua difusão, visto que o boca-a-boca é um recurso espontâneo de divulgação de mercadorias culturais.

As implicações para a indústria cultural, então, não poderiam ser diferentes: seguir fazendo elevados investimentos em poucas produções. Devido aos custos de reprodução insignificantes, produtos que viram hits tornam-se extremamente lucrativos. Minimiza-se o risco buscando atalhos: apostar em continuações e adaptações de filmes, livros, estilos musicais e programas de TV, por exemplo, ou simplesmente copiar o concorrente. E mantendo táticas intensivas de distribuição e promoção, para que o sucesso aconteça quase na marra. Parece familiar com o que andamos vendo, lendo e ouvindo sobre "Barbie", recentemente? Pois está aí a razão. A onda cor-de-rosa, quem diria, começou a ser explicada (ou "prevista") há mais de uma década, como se pode ler aqui (em inglês).

 

Primeiro Resort Eno Experiences do Brasil ficará no Sul


Com trilha ecológica e vinícola para fazer o próprio vinho, Bacco Wine Heaven ainda pode significar uma possibilidade de investimento 
 
O empreendimento no Vale dos Vinhedos receberá um investimento total de R$ 100 milhões

 

O Vale dos Vinhedos se prepara para receber o primeiro Resort Eno Experiences do Brasil. O Bacco Wine Heaven incluirá, em suas dependências, uma vinícola — uma proposta onde os hóspedes poderão produzir e assinar o próprio vinho ou espumante. Ele funcionará em sistema condo-hotel, o que permite ao investidor usufruir da infraestrutura quando desejar e, também, deixar o apartamento à disposição no pool de locação (administrado por uma central do próprio negócio) para gerar renda. De acordo com o diretor-executivo Diogo Giacomello, do Grupo Belmais, à frente do empreendimento, a rentabilidade é estimada conforme estudo de viabilidade constante no prospecto registrado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e proporcional à ocupação.

O empreendimento receberá um investimento total de R$ 100 milhões. A construção foi iniciada na terça-feira (1) e a conclusão está prevista para 2026. Com quase 18 mil metros quadrados de área construída, abrigará 372 unidades a serem distribuídas em sete torres. Os apartamentos, todos com sacada, variam de tipologia entre lofts, studios e duplex, com um e dois dormitórios. Os futuros donos dos imóveis poderão desembolsar desde aproximadamente R$ 479 mil para o loft de 27 metros quadrados até cerca de R$ 889 mil para uma suíte com 53 metros quadrados.

O Bacco abrangerá uma área de preservação de 10 mil metros quadrados e trilha ecológica. O empreendimento se vale de diversas iniciativas sustentáveis como iluminação de led, geração fotovoltaica em 100% da extensão condominial, reaproveitamento da água da chuva, telhado verde e tomada para carregamento de veículos elétricos. O empreendimento ainda contará com uma programação completa de cursos a serem realizados no local em parceria com a Vinícola Mondadori que, assim como o residencial, tem à frente o Grupo Belmais. O restaurante, o wine garden e o music lounge já estão em funcionamento. O empreendimento Bacco Wine Heaven terá, além do que já funciona hoje, wine bar, serviço de spa, academia, centros de eventos, coworking, e também a possibilidade de o hóspede ou morador fazer seu próprio vinho e armazenar em uma barrica com seu nome. Também terá uma programação completa de cursos e workshops (ministrados conforme a demanda) a serem realizados na vinícola exclusiva do Bacco.

 

 https://amanha.com.br/categoria/empreendedorismo/primeiro-resort-eno-experiences-do-brasil-ficara-no-sul?utm_campaign=NEWS+DI%C3%81RIA+PORTAL+AMANH%C3%83&utm_content=Primeiro+Resort+Eno+Experiences+do+Brasil+ficar%C3%A1+no+Sul+-+Grupo+Amanh%C3%A3+%285%29&utm_medium=email&utm_source=EmailMarketing&utm_term=News+Amanh%C3%A3+03_08_2023

 

Brasil tem menor nível de incerteza econômica desde 2017


Queda da inflação influencia cenário 
 
Queda tem relação com a melhoria das perspectivas para o cenário macroeconômico do país

 

O nível de incerteza da economia do país é o menor desde novembro de 2017. É o que aponta o Indicador de Incerteza da Economia (IIE-Br), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). O IIE-Br caiu 4,12 pontos em julho, atingindo 103,5 pontos. Em novembro de 2017, o índice estava em 103,21. Nos últimos quatro meses, o indicador acumula recuo de 13,2 pontos. Esse indicador é uma média ponderada de dois componentes: o IIE-Br Mídia, baseado na frequência de notícias com menção à incerteza nos principais jornais do país; e o IIE-Br Expectativa, obtido a partir de previsões do mercado financeiro para a taxa de câmbio, juros e inflação. O termômetro usado pelo IIE-Br para medir a expectativa do mercado é o Boletim Focus, divulgado semanalmente pelo Banco Central.

"Enquanto nos três meses anteriores a queda do IIE-Br havia sido determinada exclusivamente pelo componente de mídia, em julho o resultado é influenciado também pelo componente de expectativas. Com a desaceleração da inflação ficando mais clara, observa-se redução da heterogeneidade nas previsões de 12 meses tanto para o IPCA [considerado a inflação oficial do país] quanto para a [taxa] Selic", explica Anna Carolina Gouveia, economista do FGV IBRE.Em julho, o componente de mídia caiu 2,6 pontos, menor nível desde fevereiro de 2015. Já o índice de expectativas recuou 8,2 pontos. Para a pesquisadora, a queda do IIE-Br nos últimos meses tem relação com a melhoria das perspectivas para o cenário macroeconômico do país, com redução também das incertezas fiscais e políticas. "A continuidade desse quadro dependerá tanto da recuperação da atividade econômica quanto da manutenção de uma relação colaborativa e sinérgica entre as esferas do governo", conclui.

Com Agência Brasil

 

Conviver com a inteligência artificial: uma fonte de ansiedade para os trabalhadores

 7 sites que criam imagens com Inteligencia Artificial


A inteligência artificial (IA) promete revolucionar uma ampla gama de profissões, uma perspectiva que gera angústia em muitos trabalhadores que temem mudanças em seus cargos ou, até mesmo, o desaparecimento de seus empregos.

Há um antes e um depois de novembro de 2022 e do lançamento do ChatGPT, a interface de IA generativa capaz de responder de forma documentada a qualquer tipo de consulta formulada em linguagem corrente.

“As pessoas começaram a se dar conta de que certas competências que haviam desenvolvido e nas quais haviam se especializado poderiam, sendo realistas, ser substituídas pela IA”, explica uma designer gráfica especializada em animação, que pediu para se manter no anonimato.

Em seu caso, o choque veio de imagens geradas por programas de computador como o Midjourney ou o Stable Diffusion, que surgiram no ano passado.

Acostumada ao setor dos meios de comunicação, já golpeado por um grande número de demissões, esta nova-iorquina já não está “segura de como serão (nossos empregos) daqui a cinco anos, ou até antes”.

“Tudo o que é novo e desconhecido produz ansiedade”, destaca Claire Gustavsson, psicanalista americana com vários pacientes que lhe falam sobre a IA.

“A tecnologia avança tão rapidamente que é difícil encontrar referências”, argumenta.

Meris Powell, psicoterapeuta de Nova York, relatou que um profissional da indústria do entretenimento lhe manifestou sua preocupação pelo uso da inteligência artificial no cinema e na televisão, um dos importantes pontos que desencadearam a greve de atores e roteiristas de Hollywood.

“São as profissões da área de criação as que mais se preocupam”, segundo Gustavsson.

Mas programadores, consultores telefônicos, trabalhadores da área jurídica e financeira, contadores e jornalistas já convivem com a IA generativa, que pode produzir um artigo, uma recomendação de investimento ou centenas de linhas de códigos de programação instantaneamente.

Analistas do banco Goldman Sachs avaliam que a IA generativa irá suprimir ou reduzir a atividade de aproximadamente 300 milhões de empregos, de acordo com um estudo publicado em março.

“Espero que minha função se torne obsoleta em dez anos, à medida que as capacidades da IA a permitam realizar a maioria das tarefas que os bancários efetuam”, reflete Eric, de 29 anos, que trabalha em uma agência bancária e prevê “mudar de carreira”.

– “Aceitar o desconhecido” –

“Quando o ChatGPT penetrou o inconsciente coletivo, os terapeutas também se alarmaram”, alguns pensando que poderiam ser substituídos pela IA, recorda Gustavsson.

“Apenas a mudança climática e o coronavírus produzem esse nível de ansiedade” entre os fenômenos sociais, avalia esta profissional especializada em acompanhar transições de carreira.

Ela trabalha com seus pacientes para ajudá-los a “aceitar o desconhecido” e “encontrar meios para utilizar as novas tecnologias a seu favor”.

A designer gráfica desenvolveu recentemente suas habilidades em codificação e queria se aperfeiçoar em edição, mas tem a sensação de que essas aptidões terão menos peso, se é que continuarão tendo, no mundo pós-IA.

“Eu me imagino trabalhando mais em gerenciamento, na direção artística”, mas “é difícil porque há menos postos desse tipo”, reflete.

“Diria que 0,5% ou 1% da população mundial vai se beneficiar com a inteligência artificial. Para os demais, é uma zona cinzenta, e têm razão em ficarem preocupados”, afirma Peter Vukovic, que foi responsável técnico de várias start-ups.

“Hoje, a IA está centrada na eficiência” para “fazer mais dinheiro”, explica esse ex-diretor criativo. “Mas poderá servir para outros fins”.

“Deveríamos comparar humanos com máquinas” para julgar o valor do que é produzido?, pergunta-se esse desenvolver multifacetado que vive na Bósnia.

“Na medida em que a IA seja capaz de fazer uma parte importante das tarefas, vou perder habilidades”, antecipa Shaun Jonas, artista gráfica em 2D e 3D, ainda que isso não lhe gere preocupação, assegura. “Vejo isso como uma ferramenta adicional que se acrescentará às demais”, afirma.

Para Jonas, os artistas poderão, no futuro, se diferenciar da IA “mediante um estilo único”.