segunda-feira, 11 de setembro de 2023

Projeção do IPCA no Focus volta a subir para 2023, de 4,92% para 4,93%


Projeção do IPCA no Focus volta a subir para 2023, de 4,92% para 4,93%

Para 2024, foco principal da política monetária, a projeção também teve alta de 3,88% para 3,89%. Há um mês, era de 3,86%. (Crédito: Marcello Casal Jr./ Agência Brasil)

 

As expectativas inflacionárias voltaram a subir marginalmente no Boletim Focus divulgado na manhã desta segunda-feira, 11, pelo Banco Central. A projeção para a inflação oficial em 2023 medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou de 4,92% para 4,93%. Um mês antes, a mediana era de 4,84%. Para 2024, foco principal da política monetária, a projeção também teve alta de 3,88% para 3,89%. Há um mês, era de 3,86%.

Considerando somente as 67 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 variou de 4,92% para 4,93%. Para 2024, por sua vez, a projeção de alta avançou de 3,80% para 3,82%, considerando 66 atualizações no período.

Para 2025, que agora tem peso minoritário nas decisões do Copom, a projeção continuou em 3,50%, repetindo a mediana de quatro semanas antes. No horizonte mais longo, de 2026, também houve manutenção da estimativa em 3,50%. Há um mês, a projeção já era de 3,50%.

As estimativas do Boletim Focus continuam acima da meta. Para 2023, a mediana supera o teto da meta (4,75%) e indica estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo, mas superam o alvo central de 3,0%.

No Comitê de Política Monetária (Copom) de agosto, o BC divulgou projeção de 3,4% para o IPCA de 2024, a mesma da reunião anterior. Para 2025, a projeção ficou em 3,0% no modelo, que considerava um primeiro corte de 0,25pp e não o que ocorreu, de 0,50pp -, de 3,1% em junho. Para 2023, a projeção é de 4,9%.

 

RS monitora risco de novo ciclone perto da costa brasileira e terá mais chuva forte


Vista aérea dos danos provocados por um ciclone em Roca Sales, Rio Grande do Sul, em 7 de setembro de 2023 - AFP 

 


quinta-feira, 7 de setembro de 2023

Nestlé negocia compra da Kopenhagen por R$ 4,5 bilhões


A Nestlé negocia a compra do controle da brasileira Kopenhagen por valor próximo de R$ 4,5 bilhões. A venda – que, segundo pessoas que acompanham as conversas, estaria próxima de ser fechada – faria parte de um processo de desinvestimento do fundo americano Advent, controlador da varejista, que busca liberar recursos para novas oportunidades no varejo.

No mês passado, o fundo de investimentos já havia vendido 85% de sua participação no Carrefour. Segundo apurou o Estadão/Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, os recursos devem ser direcionados para investimentos em redes regionais varejistas ou de atacarejos.

O Advent comprou a Kopenhagen em 2020. Neste ano, contratou o Goldman Sachs para estudar “alternativas estratégicas” para a empresa de chocolates. Na mesa, havia a opção também por uma abertura de capital (IPO). Já a Nestlé foi assessorada pelo UBS BB.

Além da Nestlé, a Kopenhagen foi oferecida ainda a outros compradores, como a Cacau Show. O nome da Nestlé vinha circulando nos últimos dias entre banqueiros da Faria Lima como um dos favoritos para a compra da Kopenhagen.

Uma das dúvidas era se a empresa suíça estaria disposta a enfrentar novamente reguladores brasileiros, após um trâmite de mais de 20 anos no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) da compra da Garoto, anunciada em 2002 e aprovada só em 2023.

A Kopenhagen é uma marca quase centenária. Foi fundada em São Paulo pelo casal de imigrantes David e Anna Goldfinger Kopenhagen e se tornou um símbolo de chocolates voltados à classe A. A primeira loja foi aberta no centro da cidade em 1929, um ano após o casal começar a produzir marzipan na cozinha de casa.

 

Adriana Kugler será primeira mulher de origem latina na diretoria do Fed


Adriana Kugler é a primeira mulher de origem latina a fazer parte da direção do Fed, o Banco Central americano - GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP 

 

O Senado dos Estados Unidos confirmou, nesta quinta-feira (7), a nomeação de Adriana Kugler para um cargo de liderança no Federal Reserve (Fed, banco central americano), tornando-a a primeira americana de origem latina a fazer parte do órgão de sete membros da instituição em seus 110 anos de história.

O presidente Joe Biden escolheu Kugler, ex-diretora executiva do Banco Mundial, para ocupar a vaga na Junta de Governadores do Fed após a saída da ex-vice-presidente Lael Brainard em fevereiro, quando assumiu o Conselho Econômico Nacional.

A nomeação de Kugler completa o conselho do Fed após as confirmações na quarta-feira de Philip Jefferson para o cargo de número dois no Banco Central dos Estados Unidos e de Lisa Cook para cumprir um mandato completo de 14 anos como governadora.

“Eu aplaudo o Senado por confirmar de forma bipartidária meus candidatos extremamente qualificados para a Junta de Governadores do Federal Reserve”, disse Biden em um comunicado.“Com a confirmação desses destacados economistas no Fed, o povo americano pode ter certeza de que a importante missão do Federal Reserve continua em boas mãos e a instituição continuará trabalhando para eles, não para qualquer agenda partidária”, acrescentou.

Como membro da junta do Fed, Kugler terá voto permanente nas reuniões do Comitê de Política Monetária do órgão (FOMC), que define as taxas de juros, entre outras atividades de gestão no Banco Central americano.

“A confirmação de Kugler finalmente dará aos mais de 62 milhões de latinos que chamam este país de lar um lugar à mesa onde as decisões mais importantes sobre política monetária são tomadas”, disse o senador democrata Bob Menéndez em comunicado antes da votação.

 

Lula encerra desfile de 7 de setembro que teve clima amigável e ausência de protestos


Lula encerra desfile de 7 de setembro

Lula encerra desfile de 7 de setembro (Crédito: Ricardo Stuckert / PR)

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, encerrou às 11h05 dessa quinta-feira o desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios. Foram cerca de 2 horas de cerimônia, concluídas com apresentação da Esquadrilha da Fumaça – uma atração tradicional da solenidade. Não foram registrados incidentes e o evento transcorreu em clima de tranquilidade.

Lula participou com a primeira-dama, Janja Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e diversos ministros.

Não compareceram os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Flávio Dino (Justiça), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), Carlos Lupi (Previdência) e Mauro Vieira (Relações Internacionais). Ana Moser, de saída do Esporte, também não compareceu.

O ministro Márcio França, que está sendo realocado de Portos e Aeroportos para Micro e Pequenas Empresas contra sua vontade, estava na tribuna mas manteve distância de Lula.

Também compareceram os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em Alagoas, não compareceu.

A cerimônia foi pensada para transmitir uma mensagem de união. No último governo, Jair Bolsonaro costumava usar o Dia da Independência para tensionar o ambiente político.

Clima amigável e sem protestos

O desfile de 7 de Setembro ocorreu sem maiores incidentes, sob aplausos do público e com clima amigável, sem protestos ou vaias da oposição ao governo. Ao contrário dos anos do ex-presidente Jair Bolsonaro, em que houve cartazes pedindo intervenção militar e ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), o público das arquibancadas ostentava apenas bandeiras do Brasil.

As camisetas de cores verde e amarela não foram predominantes, mas apareceram em maior número do que as vermelhas.

A entrada às arquibancadas foram restritas a 30 mil pessoas.

Quem chegou após a capacidade ser atingida precisou ficar do lado de fora, acompanhando o desfile por telões.

Nas entradas, houve registro de frustração de quem não conseguiu acesso.

Viagem para a Índia

Lula vai às 14 horas (de Brasília) para a Índia, onde participará de reunião do G20. Ele deve embarcar de volta para o Brasil na segunda-feira, dia 11.

 

Macron abre possibilidade para um referendo sobre imigração na França


(Arquivo) O presidente da França, Emmanuel Macron - AFP

O presidente francês, Emmanuel Macron, proporá aos partidos políticos uma simplificação do uso de referendos, permitindo uma possível consulta sobre o sensível tema da imigração, que é demandada pela direita e pela extrema-direita.

O anúncio está inserido em uma carta que ele enviou nesta quinta-feira (7) aos líderes dos principais partidos políticos, com os quais se reuniu em 30 de agosto para tentar aproximar posições, uma vez que o governo não possui maioria absoluta no Parlamento.

Em sua carta, o presidente centrista anuncia uma proposta “nas próximas semanas” para ampliar o campo de aplicação dos referendos, que, após uma reforma constitucional, também poderiam abordar a imigração.

A imigração tem ocupado um lugar de destaque na agenda política nos últimos meses.

O governo de Macron apresentou uma proposta para endurecer as condições para os imigrantes irregulares, mas que permite a regularização temporária daqueles que já trabalham em setores com escassez de mão de obra.

A oposição de direita, com a qual o governo costuma alcançar maioria no Parlamento, é contra essa última medida. Em sua carta de seis páginas, o presidente indicou que a lei será debatida a partir deste outono (primavera no Brasil) e reconheceu que há “desacordos conhecidos” sobre a imigração, mas que o assunto “não pode ser evitado”.

 

Índia recebe um G20 dividido, com Biden e Lula mas sem Xi e Putin


O artista indiano Jagjot Singh Rubal dá os retoques finais em uma pintura a óleo de Joe Biden, em 5 de setembro de 2023, em seu estúdio em Amristar, na Índia - AFP

A Índia receberá no fim de semana uma cúpula do grupo das 20 principais economias (G20), na qual o presidente dos EUA, Joe Biden, tentará aproveitar a ausência dos governantes da China e da Rússia para promover alianças em um bloco fortemente dividido.

A América Latina será representada pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, cujo país assumirá a presidência do bloco em dezembro, e pelo argentino Alberto Fernández.

O presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, não comparecerá e a imprensa espanhola indicou que seu chefe do governo, Pedro Sánchez, participaria como convidado do grupo.

Fortes divergências sobre a guerra da Rússia na Ucrânia, a eliminação progressiva dos combustíveis fósseis e a reestruturação da dívida dominarão as negociações e poderão complicar os acordos na reunião de dois dias em Nova Délhi.

Biden discutirá “uma série de esforços conjuntos para abordar questões globais”, como a mudança climática, e “mitigar os impactos econômicos e sociais da guerra russa na Ucrânia”, disse o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.

O presidente chinês, Xi Jinping, será uma das principais ausências do evento, em um momento de crescentes tensões comerciais e geopolíticas com Estados Unidos e a Índia, com a qual a China compartilha uma fronteira longa e conflituosa.

 Pequim também se ressente da participação da Índia no chamado Quad, uma aliança de segurança com a Austrália, o Japão e os Estados Unidos que a China vê como um contrapeso à sua influência na Ásia.

A China não deu explicações para a ausência de Xi na cúpula de 9 e 10 de setembro, limitando-se a dizer que o primeiro-ministro Li Qiang o representaria na reunião das grandes economias, que representam 85% do PIB mundial.

– “Preocupante” –

A ausência de Xi terá impacto nos esforços de Washington para manter o G20 como o principal fórum para a cooperação econômica global.

“Sem a China a bordo… algumas questões podem não ver a luz ou chegar a qualquer conclusão lógica”, disse Happymon Jacob, professor de política na Universidade Jawaharlal Nehru, na Índia.

A guerra na Ucrânia também pesará na reunião, apesar da ausência do presidente russo, Vladimir Putin, que será representado pelo seu ministro das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.

“Enquanto a Rússia não acabar com esta guerra, as coisas não poderão continuar como de costume”, disse o porta-voz do governo alemão, Wolfgang Buechner.

As crises globais que o bloco enfrenta são “muito mais difíceis, mais complicadas e mais preocupantes do que têm sido há muito tempo”, disse o ministro das Relações Exteriores indiano, S Jaishankar, à televisão NDTV.

A Índia, que acaba de consolidar a sua posição como potência espacial ao colocar uma nave espacial na Lua em agosto, disse que receber o G20 faz dela um importante ator global.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, retratou o seu país como um líder do “Sul Global”, uma ponte entre os países industrializados e em desenvolvimento, e procurou expandir o grupo para um “G21” com a inclusão da União Africana.

Modi pretende usar o G20 para construir consenso entre os países para reformar instituições multilaterais, como a ONU, e para ampliar a voz dos grandes países em desenvolvimento, como Índia, Brasil e África do Sul.