O ex-presidente Jair Bolsonaro no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, em Brasília, em 30 de junho de 2023. - AFP/Arquivos (Crédito: AFP)
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que o PL precisa resolver alguns “problemas” para as eleições de 2024, inclusive em São Paulo. A declaração foi dada após atritos com o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB), com quem tem se reaproximado.
“Se Deus quiser, vamos resolver a questão do Ceará. Temos alguns outros problemas por aí, vão pintar alguns problemas em São Paulo, a gente vai resolver isso tudo”, disse Bolsonaro durante participação na CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora, na sigla em inglês) por videoconferência neste sábado, 23.
Em São Paulo, o PL rifou o deputado Ricardo Salles (PL) da disputa para a Prefeitura no ano que vem e negocia uma aliança com Ricardo Nunes. Atraindo certa desconfiança da base bolsonarista, Nunes vive um “vaivém” com o ex-presidente.
No último dia 5, o prefeito disse em uma palestra que não tinha proximidade nem Bolsonaro nem com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No dia 15, o prefeito visitou o ex-presidente no Hospital Vila Nova Star, onde Bolsonaro passou por duas cirurgias. Nunes já disse diversas vezes que espera ter o apoio dele para o projeto de reeleição.
No Ceará, também citado por Bolsonaro no evento, aliados esperam do ex-presidente uma definição sobre o candidato a prefeito de Fortaleza. O grupo político do PL discute o lançamento das pré-candidaturas do deputado André Fernandes (PL), do deputado estadual Carmelo Neto (PL) ou de algum outro nome. O ex-deputado federal Capitão Wagner (União), antigo aliado de Bolsonaro, corre paralelamente. Bolsonaro é apontado como aquele que vai bater o martelo sobre o candidato do PL na corrida.
União da direita
No evento em Belo Horizonte, Bolsonaro ainda citou que “a direita sempre esteve unida”. “O que nos falta é cada vez mais acertarmos o nosso norte”, disse o ex-presidente à plateia da CPAC.
Neste sábado, também na CPAC, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), defendeu a união da direita. “No ano que vem, eleição municipal, temos de eleger bons vereadores e bons prefeitos aqui em Minas e em todo Brasil e a direita precisa trabalhar unida, nós temos de estar juntos”, disse o governador.
Sem citar Zema, Fábio Wajngarten, assessor de Bolsonaro, criticou “esse papo de unir a direita”. “Quando se olha a realidade, quem o propaga não mexe uma palha pela tal ‘direita'”, afirmou, no X (antigo Twitter), no sábado.
O governador de Minas é um dos pré-candidatos apontados para a disputa à Presidência em 2026, assim como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). Eles são cotados para disputar o espólio de Bolsonaro, que se tornou inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).