segunda-feira, 15 de julho de 2024

Lula pede solução de contradições de europeus para acordo com Mercosul

 Lula divulga nova foto oficial como presidente | Política | G1

 

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta, segunda-feira (15), que os países europeus precisam resolver as próprias contradições para que o acordo entre o Mercado Comum do Sul (Mercosul) e a União Europeia (UE) avance. Lula recebeu, no Palácio do Planalto, o presidente da Itália, Sergio Mattarella, que está em visita de Estado ao Brasil.

“Reiterei ao presidente italiano o interesse do Brasil em concluir, o quanto antes, um acordo com a União Europeia que seja equilibrado e que contribua para o desenvolvimento das duas regiões. Explicitei que o avanço das negociações depende de os europeus resolverem suas próprias contradições internas”, disse Lula, durante declaração à imprensa

Aprovado em 2019, após mais de 20 anos de negociação, o acordo enfrenta resistência de alguns países, como a França, para que seja colocado em vigor. O acordo cobre temas tanto tarifários quanto de natureza regulatória, como serviços, compras públicas, facilitação de comércio, barreiras técnicas, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual.

Em diversas ocasiões, Lula criticou o protecionismo dos europeus, mas já disse que não desistirá do acordo Mercosul-UE. Hoje o presidente brasileiro reafirmou que decisões unilaterais podem prejudicar o avanço das negociações.

“Medidas como a taxa de carbono imposta de forma unilateral pela União Europeia podem afetar cinco dos dez produtos brasileiros mais exportados para o mercado italiano. A redução das emissões de CO2 é um imperativo, mas não deve ser feita com base em medidas unilaterais que vão impactar as vidas dos produtores brasileiros e dos consumidores italianos”, disse Lula.

Mattarella chegou ontem (14) ao Brasil e sua agenda inclui passagens pelas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador, bem como do estado do Rio Grande do Sul, um dos principais redutos de imigrantes italianos no Brasil. É a primeira visita de Estado de um presidente italiano ao Brasil em 24 anos.

Lula agradeceu as 25 toneladas de donativos enviados pela Itália ao Rio Grande do Sul, estado que sofreu com enchentes nos meses de maio e junho, na pior tragédia climática da sua história. “Foi de muita valia e de muita importância, e tenho certeza [de] que o povo gaúcho e brasileiro será eternamente grato ao povo italiano pela sua generosidade”, disse.

Extremismo

Na Itália, o chefe de Estado acumula funções basicamente cerimoniais e diplomáticas. A chefe de governo, de fato, é a primeira-ministra Giorgia Meloni, que comanda o Poder Executivo e molda as políticas do país. No Brasil, o presidente da República exerce as duas funções, de chefe de Estado e de governo.

Em 2022, Meloni foi eleita por uma coalizão de direita e de extrema-direita e, apesar da aproximação histórica com o Brasil, a Itália diverge em diversos temas, como a taxação dos super-ricos, proposta pelo Brasil no âmbito do G20 (grupo de 20 das maiores economias do planeta).

Durante o encontro com Mattarella, Lula manifestou “satisfação com a vitória das forças progressistas” nas recentes eleições no Reino Unido e na França. “Ambas são fundamentais para a defesa da democracia e da justiça social contra as ameaças do extremismo”, afirmou.

A visita do presidente italiano ocorre no contexto das comemorações do 150º aniversário da imigração italiana no Brasil. Hoje, há mais de 35 milhões de descendentes de italianos no Brasil e mais de 100 mil brasileiros na Itália.

A pauta da reunião de trabalho entre Lula e Mattarella incluiu temas do relacionamento bilateral e o diálogo entre dois grandes fóruns multilaterais, já que o Brasil preside o G20 e a Itália, o G7 (grupo dos sete países democráticos mais ricos). O combate à fome e à desigualdade é uma pauta compartilhada entre os dois países e uma das prioridades brasileiras no G20.

“País sede da FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura] e do Programa Mundial de Alimentos, a Itália convidou o Brasil a participar do grupo de trabalho sobre a segurança alimentar do G7. Retribuí a confiança convidando a Itália a se somar à Aliança Global de Combate à Fome e à Pobreza, que lançaremos no Brasil por ocasião do [encontro do] G20. O pioneirismo italiano em mecanismos de troca de dívida por alimentos será muito valioso para nossa iniciativa”, acrescentou Lula, lembrando que o tema da transição energética justa também é comum aos dois países.

Economia

Elevada à condição de parceria estratégica em 2007, a corrente de comércio entre os dois países é de aproximadamente US$ 10 bilhões, mas tem potencial de aumento. De janeiro a junho deste ano, o Brasil importou US$ 870,4 milhões a mais do que exportou para a Itália. O país europeu foi apenas o 14º maior destino das mercadorias brasileiras e ficou em 6º lugar no ranking das importações.

Lula manifestou interesse em diversificar a pauta e incrementar as exportações brasileiras. “A retomada, em breve, do Conselho Brasil-Itália de Cooperação e Desenvolvimento Econômico, Industrial e Financeiro poderá contribuir muito nesse sentido”, disse Lula, ressaltando a importância do Acordo Mercosul-UE para o incremento do fluxo comercial.

As vendas para a Itália são dominadas pelas commodities (bens primários com cotação internacional), com as compras lideradas por produtos manufaturados. Nas exportações, os principais produtos vendidos para a Itália no primeiro semestre foram celulose, café não torrado e soja. Nas importações, os principais destaques foram medicamentos, partes e acessórios de veículos, produtos industrializados e máquinas para a indústria.

A Itália tem cerca de 1 mil empresas que geram 150 mil empregos diretos no Brasil, mas as relações também podem se expandir. O presidente Lula afirmou que trabalha para atrair mais investimentos italianos e destacou interesses no setor automotivo e de energia, bem como em setores tradicionais de cooperação, como da indústria aeronáutica.

Em 2023, a Itália ficou em 18º lugar entre os principais investidores estrangeiros no Brasil, segundo o Banco Central (BC) brasileiro. No ano passado, as empresas italianas investiram US$ 319 milhões no país, contra US$ 2,492 bilhões das empresas da Espanha, o quarto maior investidor no Brasil no mesmo período.

Durante o encontro, foi assinado o acordo sobre o reconhecimento recíproco de carteira de habilitação para fins de conversão nos dois países. “Espero que esse instrumento incentive o turismo e os negócios e facilite a rotina dos brasileiros que vivem na Itália e dos italianos que moram no Brasil”, disse Lula.

Também houve a assinatura de memorandos de entendimento entre a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e a Universidade de Turim e entre a Universidade de São Paulo e a Universidade de Turim.

Lula celebra exportação aos EUA: ‘economia tem palavras-chave, estabilidade e previsibilidade’

 



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou os índices de exportação aos Estados Unidos em uma postagem na rede social X, nesta segunda-feira, 15. O presidente havia compartilhado uma notícia sobre o levantamento da Amcham, a Câmara Americana de Comércio para o Brasil, que apontou recorde das vendas brasileiras para os Estados Unidos no 1º semestre deste ano.

“Aumento de 12% em valores e 23% em volume. Trabalho, muito trabalho. Economia não tem mágica, mas tem palavras-chave: estabilidade e previsibilidade”, escreveu o presidente.

De acordo com a Amcham, o Brasil exportou para os Estados Unidos o valor recorde de US$ 19,2 bilhões para um primeiro semestre. A marca representa um aumento de 12%, ou seja, mais US$ 2,1 bilhões. Segundo a instituição, o crescimento ocorreu em todos os setores: indústria de transformação, extrativo e agropecuária.

O levantamento também indicou aumento de 23,5% em volume. Segundo a Amcham, os dez principais produtos vendidos pelo Brasil aos Estados Unidos são: óleos brutos de petróleo, produtos semiacabados de ferro ou aço, aeronaves e suas partes, óleos combustíveis de petróleo, ferro-gusa e similares, celulose, café não torrado, equipamentos de engenharia civil, sucos de frutas ou de vegetais e madeira parcialmente trabalhada.

Mercado Pago: 50,5% veem fim do papel moeda em 10 anos; 46% não sabem se vão migrar para o Drex

 

Valorização do real: moeda brasileira sobe de 116º para 12º ...

Uma pesquisa do Mercado Pago mostrou que 50,5% dos brasileiros acreditam que o papel moeda vai acabar em 10 anos, mas há ainda incerteza sobre os meios de pagamento pela frente: 46% dizem não saber se vão migrar rapidamente para o Drex, o sistema em criação pelo Banco Central que traz o real digital. Outros 39% não conseguem prever se as criptomoedas vão substituir o papel moeda como unidade de troca.

A criação do real digital é vista por 36,5% das pessoas como benéfica para o Brasil, mostra a pesquisa. “Ainda há dúvidas, as pessoas estão começando a formar uma opinião sobre o que vai acontecer no futuro”, disse o vice-presidente de Banco Digital do Mercado Pago no Brasil, Ignacio Estivariz, em entrevista à imprensa para apresentar a pesquisa.

A pesquisa também quis saber das pessoas como veem os bancos digitais. “Os bancos digitais fizeram transformação gigante no sistema financeiro nos últimos anos”, disse o diretor executivo do Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), Max Stabile Mendes.

A principal razão das pessoas (para 34%) para abrir uma conta em uma fintech ou banco digital é conseguir fazer tudo de forma online, sem precisar ir a uma agência. Outra razão é que é menos burocrático ser cliente em um banco digital e fazer serviços como um Pix; 28% argumentam que não ter que pagar taxas é a principal motivação.

Ainda entre as razões citadas para ser cliente de um banco digital está a possibilidade de conseguir um cartão de crédito mais rápido, e sem anuidade, comentou Stabile na entrevista. Sobre investimentos, a percepção das pessoas – 58% dos entrevistados – é que aplicações nos bancos digitais rendem mais do que nos bancos tradicionais.

A pesquisa apresentada hoje, chamada “Da Cédula ao Drex: a evolução do real em 30 anos”, foi realizada pelo Mercado Pago em parceria com o Instituto Brasileiro de Pesquisa e Análise de Dados (IBPAD), em comemoração aos 30 anos do Real. O levantamento foi feito com 2004 pessoas entrevistadas em todo o País.

Agroindústria contraiu 1,7% em maio ante abril, puxada pelo RS, aponta FGVAgro

 Agronegócio: o que é, características, setores - Brasil Escola


A produção agroindustrial no Brasil retraiu em maio de 2024, segundo pesquisa do Centro de Estudos do Agronegócio (FGVAgro). A queda foi de 1,7% em comparação com abril, com ajuste sazonal, e de 0,4% em relação a maio de 2023. Apesar do resultado negativo de maio, a agroindústria acumula crescimento de 3,1% no ano. Porém, até abril de 2024, a expansão foi de 4,1%.

As enchentes no Rio Grande do Sul foram fundamentais para a desaceleração, destacou o FGVAgro em nota. Setores nos quais o Estado tem grande relevância, foram os mais afetados, como o de fumo e o de insumos agropecuários, que retraiu 8,3% na comparação mensal. Já o setor de fumo recuou 23,1%, a maior queda desde fevereiro de 2015.

A queda também foi derivada tanto do segmento de produtos alimentícios e bebidas, com contração mensal de 1,1%, quanto de produtos não-alimentícios, com recuo de 2,4%. De acordo com o FGVAgro, outro fator para a diminuição da produção é a menor quantidade de dias úteis em maio de 2024 – 21 – em comparação com abril de 2024 e maio de 2023, ambos com 22.

Mercado reduz expectativa para inflação em 2024 após 9 semanas de altas

 


Analistas consultados pelo Banco Central reduziram a expectativa para a inflação ao fim deste ano, após nove semanas seguidas de aumentos, mas voltaram a subir as projeções para os preços ao fim de 2025 e para a taxa de câmbio no término de 2024, de acordo com a mais recente pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira, 15.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA neste ano caiu para 4,00%, de 4,02% na semana anterior. Em 2025, por outro lado, a nova projeção é de alta de 3,90%, ante 3,88% há uma semana.

O centro da meta oficial para a inflação é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A redução da expectativa para a alta do IPCA este ano segue a divulgação de resultados melhores do que o esperado para o índice em junho na semana passada. O IBGE relatou que o IPCA subiu 0,21% em junho, depois de um avanço de 0,46% em maio, em resultado que ficou aquém da expectativa em pesquisa da Reuters de alta de 0,32%.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que a expectativa para a taxa de câmbio neste ano voltou a subir, agora vista em 5,22 reais, de 5,20 reais na semana anterior. No próximo ano, a moeda norte-americana ainda é projetada em 5,20 reais.

As expectativas para a taxa de câmbio têm subido à medida que aumentaram as preocupações do mercado com o ajuste das contas públicas brasileiras e a política monetária local, o que levou a divisa norte-americana a tocar 5,70 reais há duas semanas.

PIB, Selic e câmbio

Para o PIB, os analistas elevaram ligeiramente a projeção de crescimento para este ano, agora em 2,11%, de 2,10% na última semana. Em 2025, a expectativa foi mantida em 1,97%.

Pela quarta semana consecutiva, os economistas também mantiveram a expectativa para o patamar da taxa Selic neste ano e no próximo, a 10,50% e 9,50%, respectivamente.

A mediana do relatório Focus para a cotação do dólar no fim de 2024 passou de R$ 5,20 para R$ 5,22, contra R$ 5,13 um mês atrás. A estimativa intermediária para a moeda americana no fim de 2025 continuou em R$ 5,20, de R$ 5,10 há quatro semanas.

domingo, 14 de julho de 2024

Santander realiza nesta semana leilões com mais de 200 imóveis em 18 estados

 


Leilão

Oportunidades estão disponíveis em 18 estados (Crédito: Freepik)

 

O Banco Santander está realizando dois leilões com 273 imóveis ao todo em diversos estados do Brasil. Os certames estão sendo realizados pela Di Biasi e pela Superbid Exchange, e vão acontecer nesta terça-feira, 16, de forma online.

As oportunidades são para casas, apartamentos, terrenos e salas comerciais e podem chegar a até 55% de desconto. Os lotes estão localizados nos seguintes estados: Amazonas, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pará, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo.

No leilão da Di Biasi, o destaque é uma residência de alto padrão, no bairro Adalgisa, em Osasco (SP), com área total de 549,9 m², e lance inicial de R$1.450.000,00. Outro destaque é um apartamento localizado no bairro Turiaçu, zona norte do Rio de Janeiro/RJ, com área total construída de 49 m² e lance mínimo de R$ 46.872,00.

No certame organizado pela Superbid há muitas oportunidades para quem deseja a casa na praia no litoral de SP. Os valores variam entre R$ 130 mil, em uma casa de 142 m², em Mongaguá (41% abaixo da avaliação) e R$ 790 mil, em uma casa de 648 m², em Caraguatatuba (40% abaixo da avaliação).

Os imóveis que tiverem débitos de IPTU e condomínio terão as dívidas quitadas até a data do leilão. O Banco oferece facilidades de pagamento, como o uso do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) como parte do pagamento: para os residenciais, há financiamento de até 80% do valor do bem, até 420 meses.

Mercado deve reagir a atentado contra Trump com aversão a risco, avaliam economistas

 


Bolsa de Valores de Wall Street, em Nova York, EUA

 

Estadão Conteúdoi

A aversão ao risco deve dar a tônica para o mercado americano nesta segunda-feira (15), refletindo atentado contra o ex-presidente dos EUA Donald Trump. Mas ainda é difícil de prever a intensidade, duração e os impactos dessa reação, diante da falta de precedentes. A avaliação é do economista-chefe da G5 Partners, Luis Otávio de Souza Leal.

“Em condições normais, uma situação dessas deveria enfraquecer o dólar, porque foi um tiro no coração da sociedade americana. Mas a aversão ao risco pode fazer com que haja uma corrida para os ativos americanos, que são mais seguros”, ele diz. “Mas a aversão ao risco nos Estados Unidos nunca é boa para países emergentes.”

Para Leal, a primeira consequência óbvia do atentado é um grande aumento na chance de Trump se reeleger. O economista traça um paralelo entre o atentado contra o ex-presidente americano e o ataque contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que foi alvo de uma facada durante a campanha presidencial de 2018.

Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, aponta que há um natural receio com a política fiscal em um eventual governo Trump, por receios de que o republicano tente reeditar cortes vigorosos de impostos em um país cuja situação fiscal já é ruim. Além disso, há temores com sua postura mais hostil em temas comerciais e geopolíticos. “Eventualmente tais preocupações ficam exacerbadas nessa situação”, afirma.

“Mas não sei dizer exatamente se haverá alguma consequência prática desse ato na postura dele daqui para frente. Ao menos, é mais um evento que eleva a instabilidade e a incerteza de um processo eleitoral já complicado”, acrescenta o sócio da Tendências Consultoria.

Escalada

A segunda consequência, segundo Luis Otávio de Souza Leal, é que deve crescer o medo de novos episódios de violência durante as eleições americanas deste ano, diante da polarização nos Estados Unidos. Isso deve sinalizar ao mercado o risco de que o atentado seja apenas a “ponta do iceberg”, alerta Leal.

“Isso veio de onde não se esperava: você esperava que uma atitude violenta pudesse partir dos apoiadores de Trump, como ocorreu na invasão do Capitólio. Mas o atentado mostra que o outro lado – não os democratas, mas os anti-Trump – também estão dispostos a atitudes desesperadas”, afirma.