quinta-feira, 25 de julho de 2024

Custo regulatório consome R$ 243,7 bilhões da indústria por ano

 

Cálculo foi feito pela CNI com base em pesquisa com empresários 
 
 
Processos administrativos e adequações da produção custaram 4,1% da receita líquida das empresas no ano passado

 

 

O custo regulatório para a indústria foi estimado, em média, em 4,1% da receita líquida total do setor industrial, ou R$ 243,7 bilhões, em 2023, de acordo com Sondagem Especial 93 da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O valor se refere aos gastos das empresas com adequação às normas às quais estão submetidas como atos processuais administrativos, como obtenção de licenças, autorizações e certificações obrigatórias; contratação de serviços terceirizados para o cumprimento de obrigações regulatórias; e adequação do sistema produtivo para atender às exigências regulatórias. Além disso também mede perdas por paralisações na produção devido a atrasos na concessão de licenças e alvarás.

"As regulações trabalhistas e a rotina fiscal para pagamento de tributos foram os temas mais apontados pelas empresas entre os principais geradores de custos no ano passado. A sondagem deixa claro como o custo regulatório compromete parte significativa da receita líquida das empresas. Adicionalmente, identificamos que o impacto é ainda mais pesado para pequenas empresas, pois o custo para atender à regulação representa uma parcela maior de sua receita líquida do que para as grandes empresas", explica Maria Carolina Marques, gerente de competitividade e estratégia da CNI.

Além do gasto para se adequar às normas, a CNI calcula que, em 2023, a indústria pagou R$ 150,1 bilhões, equivalentes a 2,6% da receita líquida em multas, penalidades, perda de mercadorias ou retrabalho decorrentes da não-conformidade com a regulação. Maria Carolina explica que as empresas que relataram maiores custos com não conformidades regulatórias são as que apontam maior dificuldade em localizar as regulações que precisam seguir e em entendê-las. Quando as empresas não cumprem as normas regulatórias, elas são penalizadas com multas e podem sofrer outros prejuízos financeiros, tais como perdas de mercadoria, retrabalho, bloqueio de máquinas, paralisação da produção e outros custos associados a não conformidades com regulamentações.

Pelo menos oito dos 30 setores da indústria pesquisados gastam mais de 5% de suas receitas líquidas, um ponto percentual acima da média do setor industrial. Os mais penalizados são: farmacêuticos (6,8%); biocombustíveis (6,8%); extração de minerais não-metálicos (6,3%); borracha (6%); construção de edifícios (5,6%); madeira (5,4%); minerais não-metálicos (5,4%); e papel e celulose (5,4%). Para 63% das empresas um dos maiores desafios para se atualizar sobre questões relativas à regulação é a grande quantidade de regulações existentes. O segundo problema mais assinalado, por 39% dos industriais, são os conflitos entre regulações de diferentes órgãos e entidades, seguido por alterações sem previsão das regulações, assinalado por 36% dos entrevistados.

 

 

quarta-feira, 24 de julho de 2024

Alckmin: Esperamos em 1 ou 2 semanas decreto do IPI Verde estar concluído

 Lula Meets Politicians, Artists and Personalities One Week From Elections



O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), Geraldo Alckmin, disse nesta quarta-feira, 24, esperar que em “uma ou duas semanas” o decreto que vai definir as alíquotas do IPI Verde para carros esteja concluído. O Broadcast mostrou em junho, que a expectativa no governo era de publicação do ato presidencial a partir de agosto.

O IPI Verde faz parte do Programa de Mobilidade Verde (Mover), sancionado recentemente. Elaborado para substituir o Rota2030, o Mover prevê que o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos veículos será diferenciado a partir de critérios como: fonte de energia usada na propulsão, consumo energético, potência do motor, reciclabilidade e tecnologia propulsora. Na prática, isso fará com que carros mais poluentes tenham alíquotas de imposto maiores.

O mesmo padrão vai se repetir no novo sistema tributário, já que a sistemática do IPI Verde será replicada no imposto seletivo, levando em conta que o tributo em vigor será extinto com a implementação do IVA Dual, a partir de 2027. O imposto seletivo, portanto, vai recair sobre os veículos automotores. Ao falar do tema, Alckmin rejeitou a avaliação de que o IPI Verde ou o imposto seletivo, no futuro, irão aumentar a tributação dos veículos elétricos.

“Tenho ouvido dizer que vai aumentar IPI para veículo elétrico. Não vai. Na reforma tributária, apenas diz que pode prever uma variação para que aquele que polui mais, tem alíquota maior, o que polui menos, tem alíquota menor”, disse a jornalistas. Alckmin ainda afirmou hoje ser preciso estar “atento” à regulamentação da reforma tributária para que os objetivos da proposta não sejam desvirtuados. A primeira parte da regulamentação foi aprovada pela Câmara e agora será avaliada pelo Senado.

‘Não é possível estar no século XXI, discutir IA e debater fome’, diz Lula

 Lula divulga nova foto oficial como presidente | Política | G1


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a defender a melhor distribuição de renda no mundo e a mostrar indignação com a disparidade dos avanços tecnológicos ao mesmo tempo em que o globo ainda enfrenta a fome. O presidente participa do pré-lançamento da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, plataforma que vai ligar regiões necessitadas a países e entidades que se propõem a financiar projetos locais. O evento ocorre às margens das reuniões do grupo das 20 maiores economias do mundo (G20), que ocorrem no Rio de Janeiro.

De forma improvisada e emocionada, após ler um longo discurso no evento, Lula pediu mais comprometimento dos governantes. “Essa gente precisa ser olhada e não é possível que, na metade do século XXI, quando a gente está discutindo até inteligência artificial sem conseguir consumir a inteligência natural que temos, ainda seja obrigado a fazer uma discussão dizendo para líderes políticos do mundo inteiro: por favor, olhem para os pobres, porque eles são seres humanos, eles são gente e querem ter oportunidade”, afirmou.

O chefe do Executivo também voltou a dizer que é preciso distribuir mais o capital pela sociedade. “Economistas, governantes, pessoas que têm poder de decisão, pessoas que dirigem bancos de investimento, bancos que fazem crédito, precisam compreender uma coisa: que muito dinheiro na mão de poucos simboliza miséria, simboliza prostituição, analfabetismo, simboliza empobrecimento e simboliza fome”, defendeu. “Agora, o contrário, pouco dinheiro na mão de muitos significa exatamente o contrário: a sociedade prospera, com emprego, sociedade consumindo e vivendo com decência”, disse.

Essa ética, de acordo com o mandatário, é imprescindível para a sobrevivência humana. “A fome não é uma coisa natural, é uma coisa que exige decisão política. Nós não podemos olhar só para quem está próximo de nós”, recomendou. “É preciso fazer radiografia para olhar aqueles que estão distantes, que não conseguem chegar perto de palácios, ministros, escolas, os que são vítimas de preconceito todos os dias.”

Voa Brasil: Governo lança hoje 1ª fase de programa com passagens aéreas de até R$ 200

 


Voa Brasil passagens

Voa Brasil: programa promete oferecer passagens a R$ 200 (Crédito: Rovena Rosa / Agência Brasil)

O governo Lula lança nesta quarta-feira, 24, a primeira fase do Voa Brasil, programa que prevê passagens aéreas por até R$ 200 o trecho. Após sucessivos adiamentos, o governo optou por iniciar o programa com uma versão desidratada, contemplando inicialmente apenas aposentados.

“A fase inicial do Voa Brasil é destinada a todos os aposentados do INSS que não tenham viajado de avião nos últimos 12 meses, independente da faixa de renda. Cada beneficiário terá direito a dois bilhetes aéreos por ano”, anunciou o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor).

A estimativa é que cerca de 23 milhões de pessoas terão direito a utilizar o programa.

Segundo o ministério, o objetivo é permitir que mais brasileiros, especialmente novos usuários, tenham acesso ao mercado aéreo do Brasil.

A cerimônia de lançamento está marcada para as 15h.

A inclusão de estudantes do Programa Universidade para Todos (Prouni), previstos como alvo desde o anúncio da ideia do programa, em março de 2023, ficará para uma segunda fase, que não tem previsão de lançamento.

As passagens a serem oferecidas pelas companhias são aquelas classificadas como ociosas – poltronas não vendidas por falta de demanda. Ainda não há detalhamento sobre questões como a antecedência em que os beneficiários poderão solicitar a passagem, nem se haverá garantia de bilhete de retorno, já que a disponibilidade, em tese, depende da dinâmica de venda de passagens, que são ofertadas para o publico geral até poucas horas antes das decolagens.

 

 https://istoedinheiro.com.br/voa-brasil-governo-lanca-hoje-1a-fase-de-programa-com-passagens-aereas-de-ate-r-200/

terça-feira, 23 de julho de 2024

Jaqueta de R$ 599 da Riachuelo: uniforme do Brasil na Olimpíada é criticado nas redes

 


A poucos dias do início dos Jogos Olímpicos, este ano sediados em Paris, o uniforme dos atletas brasileiros que vão participar da competição estão entre os assuntos mais comentados nas redes. E os comentários não são muito positivos.

“Passando pra avisar que eu estou deserdando meu título de cidadã brasileira apenas no dia da apresentação da seleção olímpica, eu me recuso a aceitar esse uniforme do Brasil, os estilistas dos outros países vão surrar a gente”, publicou um perfil na rede social X sobre os looks dos atletas.

 

Além do traje usado durante a competição ou os jogos, os atletas têm um uniforme para o desfile na cerimônia de abertura, para usar no pódio e para o dia a dia na vila olímpica. Veja aqui os uniformes.

Os modelos apresentados pelo COB (Comitê Olímpico Brasileiro) para uso na cerimônia foram os que provocaram a maior parte dos comentários nas redes. Muitos não aprovaram a criação, feita em parceria com marcas como Riachuelo, Havaianas e Puma.

Alexandre Loureiro/COB

A Riachuelo, por exemplo, vende a jaqueta jeans por R$ 599. Segundo a descrição do produto, ela é composta 100% de algodão, mas o forro tem 50% de algodão e 50% poliéster. Na parte de trás, tem uma aplicação com uma imagem de uma arara e plantas tropicais.

Ainda que tenha a aplicação, o valor é bem acima da média para uma jaqueta jeans em rede fast fashion. A mesma Riachuelo oferece outro modelo semelhante ao olímpico, também de algodão, por R$ 159 (em promoção, sai por R$ 79,90).

Na versão original, o desenho das costas é um bordado feito por bordadeiras do Rio Grande do Norte. O visual é composto ainda por uma blusa listrada nas cores branca e amarela, uma saia midi branca para mulheres e calça branca para homens e, nos pés, chinelo Havaianas.

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A consultora de estilo Alexandra Bastos destaca a escolha do poliéster na composição das peças, um material sintético.

Já o influencer Caio Braz, jornalista e professor, que está em Paris para acompanhar os jogos, avalia que a competição, para além do esporte, também é uma plataforma de projeção do país. “É uma plataforma de influência, conteúdo, projeção e de relevância”. Segundo ele, o país que melhor fez uso desses conceitos foi a Mongólia. “Eles entenderam o que muitos países não entenderam, o que significa para o mundo inteiro [a Olimpíada]. Moda é comunicação e imagem é influência”, diz em uma postagem.

Sobre o Brasil especificamente, para ele, as peças passam uma mensagem aquém do que é o Brasil e ainda com um “ar desatualizado”.

“Embora haja um elemento de relevância, que é o bordado, valorizando esse trabalho rico do Nordeste brasileiro, faltou conexão com o contemporâneo. Faltou sal, tempero, borogodó. É uma roupa que aparenta estar atualizada e projeta imagem de um país desatualizado”, comenta.

Segundo ele, a jaqueta parece apertada e curta, enquanto a saia, seu comprimento, “parece difícil de entender”.

“Somos um país grandioso, nas artes, na arquitetura, na música, na natureza, na moda. Não falta inspiração e referências, faltou foi visão de mostrar o Brasil no tamanho que nos cabe.”

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Um usuário do X, que se diz ‘inconformado’ com a escolha, pediu para o ChatGPT fazer uma criação que representasse o Brasil.

Nota oficial

Com a repercussão nas redes, o Ministério do Esporte chegou a divulgar uma nota oficial esclarecendo que não é responsável pelos uniformes.

“É falsa a informação que o Ministério do Esporte (Mesp) seja responsável por confeccionar e fornecer kits de uniforme e equipamentos para a delegação brasileira que irá competir nos Jogos Olímpicos de Paris. (…) O apoio do Mesp se dá por meio do Bolsa Atleta”, diz a nota.

O site IstoÉ Dinheiro procurou Riachuelo e COB para um posicionamento. O texto será atualizado assim que houver retorno.

Embraer prevê 10,5 mil pedidos de aeronaves de menor porte até 2043, somando US$ 640 bilhões

 

 Vagas de emprego: saiba como trabalhar na Embraer - FicaOn

 

A Embraer estima que dever receber 10,5 mil pedidos de jatos e turboélices no segmento de até 150 assentos nos próximos 20 anos. O valor das encomendas somaria US$ 640 bilhões, com a América do Norte e Ásia-Pacífico liderando as entregas. As perspectivas de mercado (Market Outlook) foram apresentadas pela fabricante nesta terça-feira, 23, durante a Farnborough Airshow, no Reino Unido.

A empresa avalia que a importância da categoria de fuselagem estreita pequena (small narrowbody) tem crescido, porque aviões maiores nem sempre são economicamente ou operacionalmente ideais para mercados de média e baixa densidade. Com isso, frotas com aeronaves maiores são beneficiadas quando complementadas por small narrowbodies no segmento abaixo de 150 assentos, segundo a Embraer.

“As companhias estão adicionando capacidade em grandes mercados, mas as cidades menores ainda precisam permanecer bem conectadas às malhas aéreas com voos frequentes. Acreditamos que aeronaves no segmento abaixo de 150 assentos sejam as mais eficientes e econômicas para atender a essa necessidade”, afirma o presidente e CEO da Embraer Aviação Comercial, Arjan Meijer.

Tráfego de passageiros

O market outlook destaca ainda que o tráfego mundial de passageiros, medido em receita por passageiros por quilômetros (RPK), retomou aos níveis de 2019, exceto na região Ásia-Pacífico/China. A previsão é de que os RPKs cresçam 4% anualmente até 2043, com destaque para os mercados emergentes.

A América Latina deve registrar a segunda maior taxa: 4,9%, atrás apenas da Ásia-Pacífico, com 5%. A África e Oriente Médio também devem puxar os números, somando um patamar de crescimento de 4,4% ao ano cada. Com o mercado de aviação mais desenvolvido, Europa e América do Norte apresentam projeções mais tímidas: 3,3% e 2,4%, respectivamente.

Distribuição da demanda

Das 10,5 mil unidades previstas até 2043, 8.470 serão jatos e 2.030 turboélices. A América do Norte deve absorver cerca de 31% do total de jatos. Na sequência, aparecem China/Ásia Pacífico, com 26,7%, Europa (24,9%), América Latina (9,1%), África (4,5%) e Oriente Médio (4%).

Já as entregas de turboélices devem ser lideradas pela China/Ásia Pacífico somando 48,3% do total. A participação da América do Norte é prevista em 17,2% e da Europa, em 14,3%. As últimas colocadas são África (10,8%), América Latina (7,9%) e Oriente Médio (1,5%).

Juro alto não é por culpa do Banco Central, diz economista-chefe do Banco Master


Voz dissonante num auditório cheio de representantes da indústria veementemente críticos da elevada taxa de juros, o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala, fez uma defesa da política monetária do Banco Central (BC). O economista, que participa do Fórum Estadão Think – A Indústria no Brasil Hoje e Amanhã, disse que sempre colocam a culpa pela taxa de juro alta no banqueiro central, mas que é preciso olhar para trás e ver que nos últimos 30 anos a taxa de juro sempre foi alta mesmo com a instituição tendo sido comandada por presidentes de direita, de esquerda, mais ou menos hawks (falcões, com viés mais conservador).

“A gente sempre põe a culpa no banqueiro central nos momentos em que a taxa de juro está mais alta. Mas passados os últimos 30 anos com banqueiros centrais mais à esquerda, mais à direita, mais dovish (menos conservador), mais hawkish e tudo que vocês queiram imaginar, nós completamos 30 anos de juros altos. Então eu diria que a culpa do banqueiro central meio que cai por terra”, disse Gala após o presidente da Fiesp, Josué Gomes, ter feito duras críticas à taxa de juro.

De acordo com ele, já se fez várias tentativas o que mostra que há algo de estrutural, mais complexo e de múltiplas causas que mostram que a taxa de juro alta no Brasil não é por culpa do banqueiro central.

“O Banco Central, na maioria das vezes está se defendendo ali no meio da bagunça tentando, ao menos combater a inflação. Eu não posso agora criticar o banqueiro central. É engenheiro de obra feita. Ah, o juro saiu de 2% no meio da pandemia e foi para 14%. A inflação está controlada no Brasil. Poderíamos fazer esta discussão também no Plano Real, como vocês queiram”, defendeu Gala.

Ele acrescentou ainda que o Brasil é o terceiro maior centro em negociação de derivativos do mundo sendo que São Paulo é onde se movimenta o maior volume de derivativos de câmbio depois de Londres e Nova York, que é algo totalmente desproporcional ao tamanho do PIB brasileiro.

“A conta capital brasileira é algo de nitroglicerina. Para o câmbio pular para R$ 6, R$ 7 não custa nada. O Banco Central está ali o tempo todo carregando este barril de pólvora. Isto posto, são vários fatores e o BC elencou todos eles. Eu acho que o BC está correto. Teve a postergação do dos cortes de juros nos EUA e houve uma saída de dólares para lá, as expectativas de inflação no Brasil estão longe e se distanciando da meta”, disse Gala.

Ele pondera que a inflação no Brasil não está fora de controle, mas a inflação corrente acumulada em 12 meses está acima da meta, a inflação esperada para este e o próximo ano é acima da meta, o mercado de trabalho está chegando em uma situação mais delicada.

“Não podemos dar de barato que a inflação está controlada. O BC está correto e estou de acordo o que foi elencado”, disse o economista do Banco Master.