segunda-feira, 9 de setembro de 2024

Dólar sobe e vai a R$ 5,63 com expectativa de corte de juros nos EUA e alta no Brasil

 


Notas de reais e de dólares em casa de câmbio no Rio de Janeiro

 

Esta segunda-feira, 9, começa com viés positivo nas bolsas de valores, mas apesar da melhora no apetite por risco, o dólar opera em alta, mostrando que a cautela segue entre os investidores, que aguardam eventos políticos e econômicos nesta semana.

Às 9h59 desta segunda-feira, o dólar à vista era cotado a R$ 5,634, em alta de 0,64%. Veja cotações.

No exterior, o dólar acelerou alta ante rivais na última hora, à medida que o mercado consolida a aposta de que o Federal Reserve abrirá o ciclo de relaxamento monetário com um corte de 25 pontos-base nos juros na semana que vem. O BBH vê espaço para ainda mais fortalecimento da divisa americana à frente, uma vez que a precificação para o ciclo de alívio do Fed parece exagerada, na visão do banco de investimentos.

No entanto, a instituição avalia que os próximos dados precisam vir firmes para sacramentar a força da moeda dos EUA. “Os dados de inflação desta semana ganham grande importância”, explica a instituição, em referência ao índice de preços ao consumidor (CPI), que será divulgado na quarta-feira.

No Brasil, o dólar ensaiou uma queda nos primeiros instantes de negociação, mas logo consolidou a tendência de alta ante o real, em linha com a tendência externa.

Neste início de dia, o destaque interno fica por conta do relatório Focus, que trouxe uma correção na expectativa do mercado para a taxa Selic ao final deste ano, passando de 10,50% na semana passada para 11,25% na edição desta segunda – em sintonia com o projetado na curva de juros futuros. Para 2025, a projeção para a Selic subiu de 10% para 10,25%.

Para o dólar, o Focus mostrou pequena elevação na cotação para o final de 2024, de R$ 5,33 para R$ 5,35. Para 2025, o mercado manteve a projeção em R$ 5,30.

Congresso dos EUA analisa medidas para combater influência da China em setores da economia

 Câmara de Representantes dos EUA segue sem presidente após ...


Os legisladores da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos devem tomar uma série de medidas nesta semana para conter e combater a influência e poder da China no país. Dentre os projetos de lei, estão a redução da dependência americana em empresas de biotecnologia chinesas e a proibição de veículos elétricos e drones chineses. Se aprovadas, as medidas precisam também serem aprovadas pelo Senado.

Muitos dos projetos de lei programados para votação nesta semana parecem ter o apoio bipartidário de republicanos e democratas, refletindo o forte consenso de que as ações do Congresso são necessárias para combater a China.

Os Estados Unidos veem a China como um grande rival geopolítico, e o objetivo dessas medidas é garantir que o país prevaleça na competição, já que tomará “medidas significativas para combater a ameaça militar, econômica e ideológica comunista”, segundo o deputado republicano John Moolenaar. Moolenar é o chefe do comitê da Câmara dos Representantes sobre o Partido Comunista da China.

Em nota, a Embaixada Chinesa em Washington criticou a iniciativa do Congresso e afirmou que, se aprovados, os projetos de lei “causarão séria interferência nas relações China-EUA, prejudicando inevitavelmente os próprios interesses, imagem e credibilidade americanos”.

Uma das legislações proibiria um grupo de cinco empresas de biotecnologia chinesas de cooperar com empresas americanas que recebem recursos federais, incluindo instituições que pesquisam causas genéticas para câncer e inovações para medicamentos. Outra cortaria a comercialização de drones produzidos pela chinesa DJI nas linhas de comunicação dos EUA e ampliaria investigações sobre “esforços de espionagem da China para roubar propriedade intelectual”.

O Congresso dos EUA também discutirá ampliação de restrições para vendas de terras agrícolas para a China, sob temores de que a detenção dessas terras por empresários chineses possa ameaçar a “segurança alimentar nacional” americana. Fonte: Associated Press

Ministério do Comércio chinês critica controles de exportação de chips impostos pela Holanda

 

Países de bandeira da Holanda e China | Foto Premium

O Ministério do Comércio da China criticou a ampliação dos controles de exportação pelo governo da Holanda sobre a fabricante de chips ASML. Em coletiva de imprensa, um porta-voz chinês classificou a decisão como “abuso dos controles de exportação” e “ameaça à estabilidade das cadeias de oferta globais de semicondutores”, segundo nota divulgada no domingo, 8.

“A China se opõe firmemente a esta decisão”, afirmou o porta-voz do Ministério do Comércio, acrescentando que é necessário “proteger os interesses comuns de empresas chinesas e holandesas”. “A Holanda deve respeitar os princípios de mercado e evitar medidas que impeçam a colaboração e o desenvolvimento normal de ambos os países, com base nas regras internacionais de comércio.”

O Ministério do Comércio chinês também associou a decisão holandesa ao que chamou de “generalização do conceito de segurança nacional” promovida pelos EUA para “manter sua hegemonia global”, ao mesmo tempo em que coage países individuais a ampliarem medidas de controle de exportação.

“Isso prejudica seriamente os direitos e interesses legítimos de países e empresas”, acusou a China, reiterando alertas sobre possíveis danos a cadeias de suprimentos globais.

Mercado passa a prever sequência de altas na Selic em 2024, aponta Focus

 


Selic

Os economistas do mercado financeiro passaram a projetar uma elevação na taxa básica de juros (Selic) na reunião da próxima semana do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

Segundo relatório “Focus” divulgado nesta segunda-feira, 9, pelo Banco Central, a previsão do mercado é de que a taxa Selic suba dos atuais 10,50% para 10,75% ao ano na semana que vem. Até então, o relatório feito semanalmente com mais de 100 instituições financeiras apontava manutenção do nível dos juros.

O mercado também passou a prever novas altas na Selic até o final do ano. A projeção para a taxa de juros ao término de 202 foi elevada de 10,5% para 11,25%. Para o final de 2025, passou de 10% para 10,25%.

O aperto total esperado até o final de 2024 agora é de 0,75 ponto, em uma forte mudança após 11 semanas consecutivas de expectativa de que a taxa básica de juros não seria alterada este ano.

A mudança na mediana do Focus para a taxa de juros vem na esteira de crescentes alterações nas previsões de instituições financeiras sobre a trajetória da Selic neste ano e no próximo, à medida que os membros do BC têm mostrado desconforto com o fato de a inflação ter se distanciado do centro da meta em leituras recentes.

O centro da meta oficial para a inflação do Brasil em 2024 é de 3%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Autoridades do BC, em falas recentes, têm enfatizado que a possibilidade de elevar os juros está sobre a mesa da reunião do Copom deste mês, acrescentando que não hesitarão em subir a taxa para levar a inflação para o centro da meta.

A piora nas projeções vem também após uma piora nas contas do governo, que seguem com rombo acumulado no ano ainda distante da meta de déficit zero.

PIB, inflação e dólar

A pesquisa semanal mostrou ainda que os analistas elevaram sua expectativa para a alta do PIB brasileiro ao fim deste ano, agora em 2,68%, ante avanço de 2,46% há uma semana. No próximo ano, a projeção é de crescimento de 1,90%, de 1,85% anteriormente.

Essa alteração ocorre após o IBGE ter divulgado na semana passada números acima do esperado para o PIB no segundo trimestre do ano. Segundo o órgão, o país cresceu 1,4% entre abril e junho em relação ao trimestre anterior. A expectativa de analistas consultados pela Reuters era de avanço de 0,9% no período.

Houve ainda aumento ligeiro na projeção da alta do IPCA neste ano, de 4,26% há uma semana, para 4,30%. Em 2025, o índice é estimado em alta de 3,92%, mesmo nível da semana anterior.

No câmbio, o dólar deve fechar este ano em 5,35 reais, acima dos 5,33 reais previstos na semana anterior. Para 2025, houve manutenção da expectativa de 5,30 reais ao fim do ano.


sexta-feira, 6 de setembro de 2024

Justiça impõe multa diária de R$ 100 mil a Marçal por não cumprir direito de resposta a Boulos

 O candidato Guilherme Boulos (PSOL) durante sabatina da GloboNews


A Justiça Eleitoral de São Paulo determinou que o candidato à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) publique, em até 24 horas, o vídeo de direito de resposta de seu adversário Guilherme Boulos (PSOL) em seus perfis nas redes sociais.

A decisão surge após a campanha do psolista alegar que o ex-coach teria alterado a foto de capa do conteúdo de Boulos na exibição do material no feed de seu Instagram. A multa imposta pelo juiz, caso o empresário não cumpra a determinação, é de R$ 100 mil por dia de descumprimento.

Segundo a campanha de Boulos, Marçal teria descumprido uma decisão judicial anterior, que concedeu o direito de resposta ao deputado federal, ao modificar o início do vídeo do psolista, inserindo uma tela escura que transformou a visualização do conteúdo em um quadrado preto em seu perfil na rede social. O Estadão procurou a assessoria do empresário, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

O juiz Rodrigo Marzola Colombini, da 2ª Zona Eleitoral de São Paulo, determinou ainda que o vídeo fique disponível no perfil de Marçal no Instagram por, no mínimo, dez dias. No TikTok, o conteúdo deve ficar no ar por dois dias.

No documento, o magistrado afirma que Marçal não se manifestou nos autos dos processos em nenhuma ocasião. “O direito de resposta judicialmente reconhecido em favor do autor, em primeira e segunda instâncias, possui garantia constitucional e faz parte do jogo eleitoral democrático. Idem em relação ao cumprimento das decisões judiciais, ínsitas ao próprio Estado Democrático de Direito. Em verdade, a democracia sofre quando os partícipes do processo eleitoral perdem o rumo da História e da ética; sem eleições limpas, a democracia padece”, diz Colombini.

Na ação anterior, que solicitou a republicação do direito de resposta do psolista nos perfis do influenciador, a campanha de Boulos escreve que “o requerido atrasou cerca de 11 horas para publicar o vídeo em suas redes, o que ocorreu por volta das 00h30, aguardando deliberadamente o momento em que as publicações teriam menos alcance para cumprir a decisão”.

O direito de resposta foi concedido ao deputado após o ex-coach insinuar, sem apresentar evidências, que o psolista seria usuário de drogas.

Boulos, no vídeo, considera “absurda” a ligação que o influenciador faz dele ao uso de substâncias ilícitas. O deputado alega que a acusação do candidato do PRTB atingiu inclusive suas filhas, como também disse em entrevista ao Roda Viva no fim do mês passado. Em um comentário na postagem do vídeo, Marçal provocou: “e o toxicológico?”, insinuando novamente, sem provas, que o adversário faria uso de cocaína.

“Não seria muito melhor tentar atrair a atenção das pessoas com propostas em vez de mentira e ataque? Desde o início da minha vida profissional, como professor, ensinei aos alunos o que é liberdade de expressão. Mas a gente não pode confundir liberdade de expressão com liberdade para cometer crime e mentir sobre os outros de maneira baixa”, declara Boulos no vídeo. “As acusações feitas pelo Marçal são de alguém que age de má-fé. Tolerância zero com as fake news.”

Rodovias da CCR em SP terão pedágios de autoatendimento com pagamento por aproximação

 


Praça de pedágio tradicional da CCR (Crédito: CCR/SPvias)

 

Estadão Conteúdoi

Parte das rodovias estaduais de São Paulo administradas pelo Grupo CCR terá, a partir da próxima semana, praças de pedágio com cabines de autoatendimento. A alternativa, segundo a CCR, faz parte da estratégia que busca eliminar o uso do dinheiro nas praças de pedágio até 2026.

O autoatendimento permite ao motorista efetuar o pagamento por meio de celulares, relógios ou cartões com tecnologia NFC (por aproximação).

Ao chegar à cabine, o valor é exibido na tela, permitindo que o motorista finalize o pagamento com a aproximação. Na avaliação da CCR, o modelo torna a cobrança mais rápida, colaborando para o fluxo das vias.

A meta é instalar o sistema, ao longo dos próximos meses, em 54 cabines, sendo 32 na CCR AutoBAn e 22 na CCR SPVias.

A primeira praça de pedágio da CCR AutoBAn a receber a nova tecnologia será a de Campo Limpo, na Rodovia dos Bandeirantes (SP-348).

Já a implantação inicial na CCR SPVias ocorrerá na praça de Quadra, na Rodovia Castello Branco (SP-280). No primeiro momento, as cabines atenderão somente veículos leves.

“A nossa meta de eliminar o uso do dinheiro nas praças de pedágio faz parte de uma agenda mais ampla do Grupo CCR de melhorar a experiência para o nosso cliente. Os números mostram que há uma mudança no seu comportamento, e estamos incentivando esse movimento com inovação e tecnologia”, afirma o presidente da CCR Rodovias, Eduardo Camargo.

Dados da CCR apontam que, em julho deste ano, o uso de cartão nos pedágios de vias administradas pelo grupo superou o dinheiro pela primeira vez. No mês em questão, os pagamentos em espécie corresponderam a 13,17% do total, contra 13,45% com cartão. Outros meios eletrônicos de pagamento, como as tags e o sistema free flow (RIO-SP), de leitura de placa dos veículos, responderam pelo restante.

A CCR Rodovias já instalou 61 cabines de autoatendimento em suas rodovias federais, sendo 24 na CCR ViaSul (RS); 17 na CCR RioSP; 16 na CCR ViaCosteira (SC), e quatro na CCR ViaLagos (RJ), que foi a primeira concessão do Grupo a receber a tecnologia, em 2021.

Governo avalia elevar tributos que não dependem de aval do Congresso para fechar contas

 


O Ministério da Fazenda avalia elevar tributos que não exigem aval do Congresso Nacional para que sejam ajustados e permitam entrada em vigor de maneira imediata se constatar necessidade de ampliar a arrecadação para fechar as contas deste ano, disseram à Reuters duas fontes da pasta.

A medida adicional, segundo as fontes, pode ser apresentada junto com o relatório bimestral de receitas e despesas, que apontará no fim deste mês se o governo precisa ampliar a arrecadação para cumprir a meta de déficit primário zero em 2024, que tem banda de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB.

“Tem que pensar em alguma coisa que tenha impacto direto, que não tenha anualidade, noventena ou (precise de) aprovação do Congresso, alguma coisa extrafiscal”, disse uma das autoridades sob condição de anonimato porque as discussões não são públicas.

São tributos que se enquadram nessa categoria o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), Imposto de Importação e Imposto de Exportação.