quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Exportadores de carne dizem que veto do Carrefour é ‘contraditório’ e ‘protecionista

 


China libera retomada de importações de carne bovina do Brasil

Frigorífico em Promissão, São Paulo (Crédito: Paulo Whitaker/Reuters)

 

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) lamentou, em nota, a declaração da quarta-feira, 20, do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, na rede social X. Bompard divulgou comunicado no qual afirma que a varejista se compromete a não vender carnes do Mercosul, bloco formado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer.

Segundo a Abiec, “tal posicionamento vai contra os princípios do livre mercado e é contraditório, vindo de uma empresa que opera cerca de 1.200 lojas no Brasil, abastecidas majoritariamente com carnes brasileiras, reconhecidas mundialmente por qualidade e segurança”.

“Ao adotar um discurso protecionista em defesa dos produtores franceses, o Carrefour fragiliza seu próprio negócio e expõe o mercado europeu a riscos de abastecimento, já que a produção local não supre a demanda interna”, continuou a Abiec.

Conforme a associação, “o Brasil é líder global em exportação de carne bovina, com o maior rebanho comercial do mundo, produção sustentável e rigorosos controles sanitários que garantem qualidade para mais de 160 países. Nos últimos 30 anos, a pecuária brasileira aumentou sua produtividade em 172%, reduzindo a área de pastagem em 16%, demonstrando compromisso com eficiência e sustentabilidade”.

A Abiec destacou que “a visão protecionista do Sr. Bompard coloca em risco a estabilidade de um mercado global interdependente. Em 2023, o Brasil respondeu por 27% das importações de carne bovina da União Europeia fora do bloco, enquanto o Mercosul, somado, alcançou mais de 55%. Essa parceria, que há décadas atende aos padrões europeus, reafirma o potencial de cooperação entre as nações”.

“Decisões como essa não prejudicam apenas o Brasil, mas também a França, que depende de diversas commodities brasileiras. Em um mundo de desafios crescentes para a segurança alimentar global, o diálogo e a cooperação são mais urgentes do que nunca”, conclui a Abiec na nota.

Procurado na quarta-feira, o Grupo Carrefour Brasil afirmou que “nada muda nas operações no País.”

Reação do governo brasileiro

Na quarta-feira, o governo brasileiro também reagiu à decisão do Carrefour. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que a atitude do grupo “parece uma ação orquestrada” de companhias francesas contra o Brasil. O ministro disse ficar “indignado” com o posicionamento.

Ele citou a declaração dada pelo diretor financeiro da Danone, Jurgen Esser, veiculada pela agência de noticias Reuters, de que a empresa parou de comprar soja do Brasil e agora adquire o produto de países da Ásia como antecipação à lei antidesmatamento da União Europeia.

Diante desse episódio recente, o ministro afirmou que “não faz sentido achar que é coincidência”.

Na avaliação de Fávaro, a declaração do CEO do Carrefour aponta “de forma inverídica” as condições de produção brasileira. “De forma a ferir a soberania brasileira, desrespeitando nossa produção, que é sustentável.”

“Me parece que é querendo arrumar o pretexto para que a França não assine e continue com a posição contra a finalização do acordo Mercosul União Europeia”, avaliou o ministro.

Em sua visão, era mais “bonito e legítimo” só manter a posição contra o acordo.

terça-feira, 19 de novembro de 2024

Nespresso investe R$ 5 milhões para promover práticas agrícolas regenerativas no Brasil

 Máquina de café Nespresso - Foto de stock de Nespresso royalty-free


A Nespresso anunciou o lançamento do Pacote Agronômico, um projeto voltado à implementação de práticas regenerativas em fazendas parceiras no Brasil. Com um investimento de R$ 5 milhões para a safra 2024/2025, a iniciativa apoiará diretamente 133 produtores do Programa Nespresso AAA de Qualidade Sustentável, explicou a empresa em nota.

“Inicialmente, apoiaremos o produtor com o teste de novas práticas regenerativas em um talhão da fazenda. Para compreender a evolução e comprovar os benefícios em custo e produtividade, a Nespresso fará análises de solo ao longo de 3 anos, comparando a performance do talhão regenerativo ao restante da fazenda”, disse o gerente regional de café verde no Brasil, Daniel Motyl, na nota.

Entre as práticas promovidas estão o uso de fertilizantes orgânicos, biológicos, plantas de cobertura e biochar, um material que captura CO2 da atmosfera, melhora a retenção de água no solo e aumenta a matéria orgânica. Apenas na etapa inicial, 14 fazendas aplicarão 100 toneladas de biochar, contribuindo para a captura de 150 toneladas de CO2.

Os desafios e oportunidades no caminho da transição energética

 


Copel, Grupo Gerdau, Itaipu Binacional e Sanepar apresentam seus cases sobre o tema no fórum promovido pelo Instituto AMANHÃ em Curitiba 
 
O Fórum Transição Energética – Desafio e Oportunidade para o Brasil e suas Empresas integra a 11ª edição do AMANHÃ Sustentável

 

O Grupo AMANHÃ, através do Instituto AMANHÃ, realizou na quarta-feira (13) o Fórum "Transição Energética – Desafio e Oportunidade para o Brasil e suas Empresas", em Curitiba. O debate, que integra a 11ª edição do AMANHÃ Sustentável, também foi transmitido ao vivo pelo canal AMANHATV no YouTube (clique aqui para acessar). Copel, Grupo Gerdau, Itaipu Binacional e Sanepar apresentaram seus cases sobre o tema. "A iniciativa privada tem um papel muito importante, tanto quanto os governos, na contribuição para fazer com que a transição energética ocorra no Brasil. Além de produzirem energia limpa, as empresas também podem fazer parte de cadeias produtivas globais para atender a demanda com fornecimento de equipamentos, razão pela qual a transição energética também abre oportunidades para negócios", afirmou Jorge Polydoro, presidente do Instituto AMANHÃ, ao saudar o público presente no centro de eventos Encontro da Amazônia, na capital paranaense.

Orlando Pessutti, secretário representante do Paraná no Conselho de Desenvolvimento e Integração Sul (Codesul), lembrou como o estado foi protagonista na criação de biodigestores para obter energia elétrica a partir dos dejetos de suínos, iniciativa levada à frente por muitos agricultores, como também cooperativas. "Temos de fazer a transição energética para obtermos energias muito mais limpas, pois também teremos uma vida muito mais segura", declarou. Carolina Teodoro, coordenadora de economia e mercado do Sistema Ocepar, também destacou o importante papel do cooperativismo no cumprimento da agenda ESG. "Mais de 48% do faturamento das cooperativas paranaenses é fruto de alguma industrialização e atualmente contamos com 9% de produção própria de energia, algo que tem se tornado vital para o cooperativismo cada vez mais comprometido com o desenvolvimento sustentável", frisou. Para Nilo Cini Junior, coordenador do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), manter e ampliar as fontes renováveis em um cenário de eventos climáticos extremos fortalece a competitividade industrial. "Energia limpa é uma ativo indispensável para as empresas e a Fiep reconhece essa realidade ao liderar ações que capacitam pessoas nesse sentido", ressaltou.

A 11ª edição do AMANHÃ Sustentável conta com apoio técnico da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace), entidade que representa os grandes consumidores de energia e uma das mais antigas do setor elétrico. A cobertura completa do fórum circulará no guia AMANHÃ Sustentável que será disponibilizado no Portal AMANHÃ e nas plataformas do Grupo AMANHÃ nas próximas semanas. Acompanhe, a seguir, um resumo das principais iniciativas de transição energética apresentadas pela Copel, pelo Grupo Gerdau, pela Itaipu Binacional e pela Sanepar. 

 

Copel, uma protagonista da transição energética

 
Luisa Nastari, superintendente da área de governança e sustentabilidade da Copel, contextualizou o atual cenário do setor elétrico frente aos desafios que a transição energética impõe. A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que, se nada for feito em favor da descarbonização, chegaremos a 2100 com uma temperatura média 3 ºC acima do período pré-revolução industrial, por exemplo. As energias renováveis devem substituir os combustíveis fósseis nos próximos anos, segundo a Agência Internacional de Energias Renováveis (Irena). O Brasil possui uma matriz elétrica com cerca de 84,2% da geração de origem de fontes renováveis – um diferencial que pode tornar o país protagonista. Trilhando esse caminho, a Copel realiza o inventário de gases de efeito estufa (GEE) desde 2008. A companhia também tem um plano de neutralidade relacionando metas para redução de GEE. A empresa definiu o desinvestimento em seus ativos de fonte fóssil, em linha com seu objetivo de se tornar uma companhia com 100% de energia renováveis. Por essa razão a Copel realizou a venda da Usina Elétrica a Gás de Araucária (UEGA) e se desfez da participação que detinha na Companhia Paranaense de Gás (Compagás). Em outubro do ano passado, a Copel também solicitou a devolução da concessão da Usina Termelétrica Figueira para a União. "Recentemente alcançamos a meta de 100% de energia renovável baseada em fontes limpas. Esta meta foi batida um ano antes do prazo previsto, que era 2025, e coincidiu com os 70 anos da Copel comemorados em 26 de outubro", contou Luisa. Ela também destacou o fato de a companhia ter criado um fundo para financiar a transição energética. "O Copel Ventures I vai disponibilizar R$ 150 milhões para investir em startups que contribuam para a transição energética. Desejamos ser protagonistas nesse campo e, para isso, sempre tentamos antecipar todas as tendências possíveis", reconheceu.

 

A siderurgia não tem uma bala de prata

 
A Gerdau assumiu uma meta de redução das emissões de gases de efeito estufa até 2031, saindo de 0,93 t CO2e para 0,83 t CO2e, um patamar deixará a companhia com um volume de emissões menor que a metade da média mundial do setor do aço. A Gerdau também possui 250 mil hectares de base florestal, sendo 90 mil para conservação da biodiversidade. Outra providência é a substituição parcial do carvão mineral na usina de Ouro Branco (MG) evitando 90 mil tCO2e anualmente. "A siderurgia não tem uma bala de prata para neutralizar o carbono com muita velocidade, pois cada lugar terá uma tecnologia viável e outras não, por isso a importância de ter políticas públicas que auxiliem diversos setores", opinou Naiade Araki Gonçalves, especialista de meio ambiente do Grupo Gerdau. Ela deu como exemplo o investimento de US$ 10 milhões, o maior valor já destinado pelo governo norte-americano como incentivo a estudos de descarbonização e que visa trazer mais conhecimento sobre o uso do hidrogênio em escalas piloto e industrial. A pesquisa está sendo conduzida pela Purdue University, com o apoio de empresas produtoras de aço – inclusive, os testes serão realizados na unidade de Monroe, em Michigan, que pertence ao Grupo Gerdau. Em setembro, a Petrobras e a Gerdau firmaram memorando de entendimento com o objetivo de explorar oportunidades comerciais e potenciais parcerias alinhadas às estratégias de diversificação e descarbonização de ambas as empresas.

 

Itaipu, uma usina de ideias


Marcio Massakiti Kubo, gestor de convênios de pesquisas e projetos de desenvolvimento e inovação e assessor da área de energias renováveis da Itaipu Binacional, mostrou como a usina sediada em Foz do Iguaçu tem dado sua contribuição para a pesquisa envolvendo o tema de transição energética. Desde 2006, a Itaipu apoia a transição energética com o início dos programas Energias Renováveis (ER) e Mobilidade Elétrica Sustentável. Os projetos de ER começaram dada a preocupação com a grande concentração de produção de proteína animal nos municípios próximos ao reservatório da usina, que acaba gerando resíduos que, se não destinados de maneira adequada, chegam até as águas de Itaipu através dos rios da região. A primeira microgeração distribuída do Brasil foi implementada no Oeste do Paraná em um projeto apoiado por Itaipu, em 2008. Hoje, a partir daquela primeira ação, o Brasil possui mais de duas Itaipus em potência instalada com a mini e microgeração distribuída. "Isso foi muito significativo para a Itaipu, pois esse projeto foi base para as primeiras normativas técnicas da Aneel para regulamentar o tema no Brasil", recordou Kubo. Itaipu também ajudou a desenvolver o primeiro ônibus 100% elétrico do país e o primeiro ônibus híbrido, movido a eletricidade e a etanol, em parceria com a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

 

Sanepar: não há saneamento sem energia

 
A Sanepar é a maior consumidora de energia elétrica do Paraná, pois todo os processos de saneamento e esgotamento precisam dessa fonte. Por essa razão, a companhia paranaense realiza ações visando ter eficiência energética, assim como a busca por energias renováveis. A empresa desenvolveu a capacidade para gerenciar mensalmente as faturas de energia das diferentes unidades consumidoras que possui. Em 362 delas, de um total de 780, esse monitoramento é feito em tempo real. "Estamos, aos poucos, migrando nossas unidades para o mercado livre de energia, o que poderá nos garantir futuramente uma economia de R$ 1 bilhão", projetou Charles Carneiro, engenheiro de desenvolvimento operacional da Sanepar. A Sanepar possui o maior parque de reatores anaeróbios do mundo tratando esgoto doméstico e tem sido destaque em iniciativas de recuperação energética de biogás. Estima-se que mais de 60 milhões de metros cúbicos de biogás podem ser produzidos anualmente somente a partir do esgoto no Paraná. A empresa também foi pioneira na implantação do sistema de microgeração distribuída de energia elétrica da Estação de Tratamento de Esgoto Ouro Verde, em Foz do Iguaçu, a primeira desta natureza a ser operacionalizada no setor de saneamento do Brasil. Também projeto da Sanepar, a US Bioenergia é capaz de produzir até 2,8 MWh de energia elétrica renovável a partir da codigestão de lodo de esgoto e materiais orgânicos de grandes geradores. A Estação de Tratamento de Esgoto Atuba Sul, em Curitiba, também é destaque por seu sistema inovador de secagem térmica de lodo que utiliza como combustível o biogás e biomassa (lodo seco) produzido na própria localidade. O sistema é capaz de processar 5 toneladas de lodo por hora, transformando-o em cinzas e evitando o envio de grandes volumes de material para aterros sanitários. "Temos trabalhado muito fortemente a transição energética podendo ter à disposição opções disruptivas como essas, pois temos processos básicos de água e esgoto muito bem consolidados", definiu Carneiro
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BNDES financia R$ 600 mi para exportação de Super Tucanos da Embraer para o Paraguai

 

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O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinou na segunda-feira, 18, durante a Cúpula de Líderes do G20, com o governo do Paraguai, contrato de financiamento da ordem de R$ 600 milhões para exportação de seis Super Tucanos e de pacote logístico da Embraer para Força Aérea paraguaia. A informação foi divulgada nesta terça-feira, 19, pelo BNDES.

A assinatura contou com as presenças do ministro da Economia do Paraguai, Carlos Fernández Valdovinos, e do presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

“Essa foi a primeira operação de financiamento a exportações de produtos de Defesa aprovada em mais de 13 anos pelo BNDES, marcando a retomada do Banco no apoio à Base Industrial de Defesa brasileira. É um setor estratégico da Nova Indústria Brasil por ser intensivo em tecnologia e gerador de inovações, com fabricação de produtos de alto valor agregado e geração de empregos de alta qualificação”, disse Mercadante em nota.

Segundo o banco brasileiro, a aeronave A-29 Super Tucano é líder mundial em sua categoria, com mais de 260 aeronaves entregues, mais de 500 mil horas de voo e utilizada por 16 Forças Aéreas. O Super Tucano é utilizado para ações de treinamento, reconhecimento e combate.

Brasil exporta 54% da produção de petróleo nos primeiros nove meses do ano, mostra Ineep

 

Ineep – Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás ...


O Brasil exportou mais da metade do petróleo que produziu nos primeiros nove meses do ano, registrando crescimento de 260% em relação há dez anos, informa levantamento feito pelo Instituto Estratégico de Petróleo e Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep). De janeiro a setembro de 2024, o País exportou uma média de 1,8 milhão de barris de petróleo por dia (bpd), ou 54% do petróleo produzido, contra 47% exportado no mesmo período do ano passado, somando as exportações da Petrobras e de petroleiras privadas.

“O crescimento das exportações na última década deve-se principalmente à ampliação da produção advinda do pré-sal, em contraste com a modesta expansão da capacidade de refino nacional. Enquanto a produção nacional de petróleo registrou uma alta de cerca de 48%, passando de 2,3 para 3,4 milhões de barris por dia, a capacidade de refino avançou apenas 7,5%, subindo de 2,13 para 2,29 milhões de barris por dia”, destaca o instituto, utilizando dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).

A China foi o principal destino das exportações em 2024, que absorveu cerca de 46,2% do total exportado. Os Estados Unidos e a Espanha se destacaram como outros destinos significativos, recebendo, respectivamente, 13,1% e 10,2% do total. A Petrobras continua como a principal exportadora, apesar da contribuição crescente das empresas privadas, atualmente em cerca de 450 mil bpd.

Na última década, impulsionada pela produção do pré-sal e redução do parque de refino – com o programa de desinvestimentos no setor durante os governos de Michel Temer e de Jair Bolsonaro -, a Petrobras experimentou um crescimento significativo na produção. Em 2013, a companhia exportou cerca de 0,21 milhões de barris de petróleo por dia, o equivalente a 11% de sua produção total. Em 2023, o volume exportado atingiu 0,59 milhões de barris diários, representando 27% da produção total na mesma comparação.

No terceiro trimestre do ano, a Petrobras como concessionária deteve 63% da produção total de petróleo e gás, alcançando a marca de 2,71 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boe/d). As demais petroleiras responderam por 1,62 milhão boe/d, o que corresponde a aproximadamente 37% da produção nacional no período.

Derivados

Apesar da elevada produção e exportação de petróleo, o Brasil continua importando derivados, tendência que, segundo o Plano Decenal de Energia (PDE 2034) da EPE, deve persistir na próxima década, ressalta o Ineep.

“Embora as exportações gerem ganhos financeiros no curto prazo, especialmente em momentos de alta do preço da commodity, a falta de uma política industrial articulada e que busque desenvolver a cadeia de valor interna limita o desenvolvimento econômico e produtivo do País no longo prazo, mantendo-o dependente de importações (de derivados)”, avalia o estudo.

Ainda de acordo com o Ineep, a dependência de derivados importados torna os preços dos combustíveis mais suscetíveis às oscilações provocadas pelas dinâmicas geopolíticas e econômicas globais.

“Um planejamento ampliado e integrado para a indústria de óleo e gás, com investimentos em exploração, produção e refino, é crucial para garantir o abastecimento interno e a segurança energética do país, além de posicionar o Brasil de forma estratégica no mercado internacional de petróleo”, conclui o estudo.

Inflação do Natal: Azeite, lombo, pernil e filé mignon lideram ranking de alta de preços

 


Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) mostram que a inflação da cesta de Natal foi de 9,16%

Dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE) mostram que a inflação da cesta de Natal foi de 9,16% (Crédito: Freepik)

 

A cesta de Natal ficou 9,16% mais cara em 2024, conforme o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE).

O preço médio da cesta da Natal em novembro deste ano é de R$ 439,30, ao passo que em dezembro de 2023 o preço era de R$ 402,45.

Os dados divulgados pela FIPE nesta terça-feira, 19, mostram que a inflação na cesta de natal teve principalmente a contribuição de itens como o azeite de oliva extravirgem.

Esse item em específico teve uma alta de 21,3% no seu preço.

Proteínas também tiveram uma alta expressiva nos preços, com uma alta de mais de 17% nos preços do quilo do pernil com osso. O quilo do filé mignon, por sua vez, teve um salto de 16%, enquanto o quilo da picanha subiu praticamente 15%.

O quilo do chester está, em novembro deste ano, 11% mais caro do que em dezembro de 2023.

Esses itens em questão não fazem parte da cesta, porém são mais consumidos nessa época de ano por conta da sazonalidade, conforme explica Guilherme Moreira, coordenador do IPC-FIPE.

“Na cesta estão produtos típicos das cestas prontas, enquanto nos itens de Natal consideramos aqueles que, apesar de não serem típicos, têm consumo ampliado nesta época. Um exemplo é a picanha, que, mesmo fora da cesta tradicional, está presente em churrascos e comemorações”.

Inflação da cesta de Natal e dos itens que são mais consumidos no Natal em 2024
Inflação da cesta de Natal e dos itens que são mais consumidos no Natal em 2024 (Crédito:Foto: Divulgação/FIPE)

Bebidas também tiveram valorização, mas em menor magnitude.

Como exemplo, o litro do suco néctar de laranja teve um aumento de preço na casa dos 16%. Já o vinho tinto tinto 750ml saltou 8% no comparativo entre novembro de 2024 e dezembro de 2023.

Itens da cesta de Natal que tiveram queda de preço

Por outro lado, alguns produtos apresentaram queda nos preços no comparativo entre novembro de 2024 e dezembro de 2023.

No caso dos itens da cesta de Natal, os únicos itens que tiveram retração foram o panetone de frutas cristalizadas 400g, com queda de 1,6% no preço, e o macarrão espaguete 500g, com queda de 2,1%. Nos itens que são sazonalmente mais consumidos no fim de ano, a única retração de preço ficou com o quilo da farofa, com uma magnitude de 7,2%.

 

 https://istoedinheiro.com.br/inflacao-cesta-natal-azeite-alta-precos/

segunda-feira, 18 de novembro de 2024

Petrobras propõe US$ 111 bilhões para Plano de Investimentos, alta de 9%

 


CEO da Petrobras, Magda Chambriard

CEO da Petrobras, Magda Chambriard

 

A Petrobras comunicou nesta segunda-feira, 18, que a diretoria executiva propôs investimentos da companhia entre 2025 e 2029 de US$ 111 bilhões.

Esse montante no plano de investimentos da Petrobras representaria uma alta de cerca de 9% na comparação com o programa anterior, de acordo com fato relevante.

A afirmação foi feita em esclarecimentos de notícias ao mercado.

A companhia ressaltou que os investimentos deliberados pela diretoria ainda precisam ser aprovados pelo conselho de administração da petroleira.

A reunião do colegiado para aprovação do plano de investimentos está prevista para a próxima quinta-feira, 21.

A companhia destacou que a área de Exploração & Produção poderia receber a maior parte dos investimentos, estimados em cerca de US$ 77 bilhões, segundo o que foi proposto pela diretoria.

A área de exploração ficaria com US$ 7,9 bilhões.

A estatal afirmou que projeta produção total de 3,2 milhões de barris equivalentes de óleo e gás por dia (boed).

Os investimentos em Refino, Transporte, Comercialização, Petroquímica e Fertilizantes (RTC) foram estimados em cerca de US$ 20 bilhões.

Sobre a projeção de dividendos ordinários, a estatal disse que ficarão em faixa que começa em US$ 45 bilhões.

Porém, a empresa destacou que há flexibilidade para pagamentos extraordinários de até US$ 10 bilhões no período do plano.

Desempenho das ações da Petrobras

As ações da Petrobras subiram 1,07% até às 14h40, momento em que a negociação dos papéis foi interrompida por conta da divulgação de fato relevante, conforme previsto nas regras de mercado. Os papéis somam queda de 0,3% no acumulado de 2024, estando cotados atualmente a R$ 37,67.