segunda-feira, 31 de março de 2025

Haddad: melhor resposta à crise do multilateralismo é ousar ainda mais no multilateralismo

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira, 31, que a melhor resposta à atual crise do multilateralismo é ousar ainda mais no multilateralismo, ao mencionar duas contribuições que estão sendo desenvolvidas no Ministério para a agenda internacional do clima: o Tropical Forest Forever Facility (TFFF) e um marco regulatório robusto para o financiamento sustentável.

“Ambos projetos estão unidos pelo mesmo princípio: a melhor resposta à crise do multilateralismo é ousarmos ainda mais no multilateralismo”, disse ele, durante a conferência organizada pela universidade Science Po sobre “governar na era climática”, em Paris.

Haddad afirmou que, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério da Fazenda está empenhado em responder a apelos por uma COP30 bem-sucedida, que resgate a centralidade do multilateralismo.

“Na esteira do Plano de Transformação Ecológica e da presidência brasileira do G20, vamos trabalhar para posicionar o Brasil como líder pelo exemplo e pela cooperação em prol de um multilateralismo reforçado. Com essa ambição, pretendemos contribuir para o Roadmap Baku-Belém em torno do objetivo de canalizar pelo menos US$ 1,3 trilhão para o financiamento climático dos países em desenvolvimento até 2035”, reiterou.

Haddad reforçou que, desde o início do governo, o objetivo da pasta tem sido enraizar a agenda do clima na administração do Estado. Segundo ele, até pouco tempo atrás, os ministérios da área econômica estavam alheios a esse debate.

Ele destacou que, já no primeiro ano, o Ministério da Fazenda lançou o Plano de Transformação Ecológica (PTE), projeto que, segundo ele, fortaleceu as credenciais brasileiras para participar de “maneira audaz” nos debates globais e defender uma nova Governança na Era do Clima chamada de “re-globalização sustentável” no G20.

O ministro citou ainda que, apesar do cenário adverso no Congresso, com uma minoria governista, a pasta conseguiu implementar políticas e ferramentas estruturantes, como a lei do Mercado de Carbono e da Taxonomia Sustentável. Foram introduzidos ainda novos mecanismos financeiros, além de ter sido lançada uma plataforma de investimentos para mobilizar recursos estrangeiros, disse.

 

O acordo selado entre Mercosul e União Europeia oferece pouca vantagem ao bloco sul-americano e seu valor é mais político, disse nesta segunda-feira o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Em evento do Instituto de Estudos Políticos de Paris, Haddad afirmou que o acordo selado entre os dois blocos — mas que ainda depende de ratificação dos países membros — pode ser uma alternativa a um mundo polarizado.

Ele ainda argumentou que os europeus deveriam considerar o acordo politicamente, não apenas economicamente.

Galípolo recebe presidente do BRB após anúncio de compra do Master

 


O BRB comunicou aprovação da aquisição de 49% das ações ordinárias, 100% das ações preferenciais e 58% do capital do Banco Master

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo - Metrópoles


 
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, receberá o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, no fim da tarde desta segunda-feira (31/3). A reunião ocorre após o anúncio de que o Conselho de Administração do BRB aprovou a compra do Banco Master, por R$ 2 bilhões.

Na última sexta-feira (28/3), o BRB comunicou ao mercado a aprovação da aquisição de 49% das ações ordinárias (com direito a voto nas assembleias), 100% das ações preferenciais e 58% do capital total do Master.

A operação mexeu com o mercado financeiro, mas ainda depende do aval do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para ser concretizada.

BRAZIL JOURNAL: Goldman vê EUA mais perto da recessão e rebaixa estimativa para S&P 500

 

A Goldman Sachs refez as contas dos efeitos do ‘Trumponomics’ e agora vê chances mais concretas de os EUA entrarem em recessão.

A atualização do cenário ocorreu às vésperas do que o Presidente Donald Trump está chamando de ‘Dia da Libertação,’ em 2 de abril, quando a Casa Branca deve anunciar a imposição de tarifas recíprocas sobre as importações de todos os parceiros comerciais dos americanos.

O time macro do banco revisou de 20% para 35% o risco de o país ter uma recessão nos próximos 12 meses.

“Pela segunda vez em menos de um mês, estamos elevando nossas estimativas em relação às tarifas, e continuamos a acreditar que o risco das tarifas de 2 de abril são maiores do que o estimado por muitos participantes do mercado,” diz a Goldman no relatório.

Leia a matéria completa no Brazil Journal.

Presidente do BRB diz que precatórios estão fora do escopo de compra do Master

 

O anúncio pelo Banco de Brasília (BRB) na sexta-feira, 28, de aquisição de 49% das ações ordinárias (com direito a voto) e 100% das ações preferenciais (sem direito a voto) do Banco Master, em uma transação avaliada em aproximadamente R$ 2 bilhões, causou furor no mercado financeiro ao longo do fim de semana. Executivos de bancos privados passaram a trocar mensagens entre si, analisando a compra do banco público, que ainda precisa ser aprovada pelo Banco Central (BC) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Em entrevista à coluna Guilherme Amado, o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, respondeu aos principais pontos que, nessas mensagens, eram levantados para jogar dúvida sobre a transação. Há sinergia entre as operações do Master e do BRB? E os ativos complexos do Master, como os precatórios? Foram observados todas as exigências do BC?

Apesar da parceria, as duas instituições continuarão operando de forma independente, mas sob uma única marca: BRB. Daniel Vorcaro, controlador do Master, permanecerá na posição, que passará a se chamar BRB Banco de Investimentos, mantendo 51% das ações com direito a voto. O BRB, por sua vez, terá direito de veto em decisões específicas.

O Banco Master passará ainda por uma reestruturação societária, na qual algumas participações atualmente sob sua titularidade serão separadas da operação. A transação inclui apenas o banco múltiplo, a fintech Will Bank e a securitizadora Maximainvest.

Abaixo, os principais trechos da conversa com o presidente do BRB.

Algumas análises de mercado sugeriram que bancos privados teriam optado por não avançar na operação com o Master por conta de ativos considerados mais complexos, como a carteira de precatórios. Como o BRB avalia esse cenário?
No ano passado a gente começou a comprar umas carteiras de cartão de crédito consignado do Master. E a gente foi se aproximando do banco, entendendo a forma de operar e vendo que eles operavam em segmentos que são importantes para a gente e que a gente nunca tinha conseguido ter uma posição competitiva sólida, como mercado de capitais, como câmbio, como atacado, como cartão de crédito consignado. Em outubro do ano passado, a gente começou a ter uma conversa sobre a possibilidade de fazer uma sociedade. Em janeiro deste ano, o Banco Master mandou um ofício formalizando essa proposta para que a gente avaliasse a possibilidade ou de uma parceria estratégica ou de uma parceria societária. Contratamos alguns assessores, PWC e Lefosse, para nos auxiliarem nessa análise. A gente se debruçou sobre todos os ativos e passivos do Master e fizemos um planejamento estratégico e um plano de negócios para o que seria esse conglomerado que depende de aprovação regulatória. Nesse sentido, a gente encontrou uma série de ativos que não fazem parte desse novo escopo de atuação.

Quais ativos?
Notadamente os precatórios, os direitos creditórios relativos a processos judiciais e os fundos de investimento em ações de empresas que não fazem parte do conglomerado. Essa foi a razão de a gente ter definido o perímetro da transação excluindo esses ativos que representam aproximadamente R$ 23 bilhões. As pessoas estão questionando esses ativos que você chamou de complexos e que nem fazem parte do escopo da transação.

Houve comentários de executivos de instituições privadas sobre o fato de a operação ter sido liderada por um banco público. Qual a sua visão sobre esse tipo de crítica?
Nesses últimos anos, o BRB mudou o posicionamento do mercado. A gente passou a crescer, a entrar em novos segmentos. A gente se tornou líder aqui no DF em crédito imobiliário, em crédito rural. O nosso cartão de crédito, o Dux, passou a ser reconhecido como um dos melhores do mercado. O BRB adotou uma posição mais competitiva. E nesse sentido a gente começou a fazer transações de M&A, inclusive olhar ativos para compra. O Master é o terceiro banco que a gente analisa desde 2021 nesse sentido. Isso mostra que não deveria haver distinção entre a capacidade de competir de um banco público e de um banco privado. Por ser público, a gente tem algumas restrições, precisa observar alguns procedimentos adicionais e todos eles foram observados nessa transação. Muitas vezes a preocupação que surge é se uma entidade pública está trazendo algum ativo indesejado para o negócio. E não é o caso. Fizemos uma revisão dos ativos e passivos, uma due-diligence e selecionamos os ativos que fazem parte desse novo posicionamento estratégico, desse novo conglomerado que estamos procurando construir.

Alguns especialistas apontam dúvidas sobre a existência de sinergias entre o Master e o BRB. Há, de fato, complementariedade nas operações? Em quais frentes isso se manifesta?
É super interessante isso, porque o BRB ao longo desses últimos anos se tornou um banco de varejo completo. A gente atua na pessoa física, a gente atua na pessoa jurídica, a gente atua em cartões, atua em seguridade, em investimentos, atua em governos. Mas a gente não conseguiu entrar em alguns mercados ou segmentos específicos como atacado, médias e grandes empresas, mercado de capitais, câmbio, o próprio cartão de crédito consignado que a gente vem tentando entrar no mercado há algum tempo. O Master possui esses produtos, atua nesses segmentos. Então existe uma complementariedade de negócios. O BRB se posiciona no mercado como um banco completo. Um banco que quer ser o primeiro banco de relacionamento dos seus clientes. E sem esse tipo de segmento é um tanto difícil da gente alcançar essa posição estratégica no mercado. Além disso, o Master tem na sua estrutura um banco digital. É uma fintech que nasceu com a cabeça de banco digital, que entende a atuação nesse mercado e que nos interessa bastante porque a gente tem praticamente quatro milhões de clientes que vieram desse mundo de banco digital. O Master tem determinadas tecnologias, sistemas e conhecimentos especializados e acesso a conhecimentos especializados que, por exemplo, como um banco público, a gente também enfrenta limitações.

O BRB está confiante na aprovação da operação pelos órgãos reguladores? A operação está alinhada com os critérios e exigências do Banco Central para esse tipo de transação?
Existe um procedimento estabelecido nas normas em relação a isso. E nós instruímos, elaboramos as documentações de maneira que a gente acredita que atende e evidencia a nossa visão do negócio. Então a gente acredita que o Banco Central e o Cade se debruçarão atentamente, farão uma análise criteriosa do negócio e que a gente entende que sim, tem viabilidade econômica e capacidade de contribuir para os clientes, para a sociedade e para o sistema financeiro nacional.

Quais os principais benefícios esperados para o BRB com essa movimentação?
Os principais benefícios são acesso a mercados e segmentos que a gente hoje não tem uma atuação forte, como é o caso de câmbio, de serviços de mercado de capitais, de atuação em médias e grandes empresas e, no caso, cartão de crédito consignado e bancos digitais. Além disso, o Master aporta acesso à tecnologia, aporta o banco digital e a capacidade de contratar recursos técnicos especializados que, muitas vezes, nós enfrentamos restrições como empresa pública.

Na política local de Brasília, a transação passou a ser objeto do jogo político. Como é que você vê esse movimento?
A nossa decisão é guiada pela lógica negocial, por aquilo que a gente entende que fortalece a posição competitiva do BRB e que o ajuda a cumprir seus objetivos como banco e como banco público. Então, a gente entende que isso não deveria ser politizado.

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Veja ranking das empresas da bolsa de valores brasileira com os maiores lucros e prejuízos em 2024

 

Com a temporada de balanços do quarto trimestre de 2024 (4T24) chegando ao fim, já é possível detalhar quais foram as empresas mais lucrativas da bolsa de valores e quais tiveram os maiores prejuízos no ano.

Conforme dados levantados pela consultoria Elos Ayta, o Itaú Unibanco foi a empresa mais lucrativa da bolsa de valores no ano de 2024. No ano em questão, o maior banco privado do país somou um lucro de R$ 40,23 bilhões.

Vale destacar que além de ser a empresa mais lucrativa da bolsa de valores em 2024, o Itaú, com esse número, também registrou o maior lucro já alcançado na história por uma instituição financeira listada na B3.

O ano foi positivo para o banco em termos operacionais, com uma expansão de 15,5% na carteira de crédito, que fechou 2024 totalizando R$ 1,359 trilhão. Além disso, destacam-se os aumentos de 21% nos empréstimos para grandes empresas e de 17,7% para micro, pequenas e médias empresas.

As receitas provenientes de serviços e seguros do banco registraram alta de 7,2%, atingindo R$ 54,8 bilhões – em um incremento impulsionado pelo maior faturamento na emissão de cartões, ganhos em operações de banco de investimento e aumento nas receitas com administração de recursos.

Logo em seguida no ranking de empresas com os maiores lucros da bolsa de valores aparecem Petrobras (R$ 36,6 bilhões) e Banco do Brasil (R$ 35,4 bilhões).

No ano de 2023, a Petrobras havia sido a empresa com o maior lucro da bolsa, registrando R$ 124,6 bilhões no acumulado do ano em questão.

Empresas com os maiores prejuízos da bolsa de valores

Na ponta contrária, a Braskem foi a empresa que deu o maior prejuízo da bolsa de valores em 2024, de R$ 11,3 bilhões.

O ano foi de desafios para empresa, que enfrentou uma redução nos spreads petroquímicos e uma menor demanda por resinas no mercado brasileiro – afetando então seus números operacionais e pressionando as margens da companhia.

Variação cambial também afetou a Braskem, segundo a gestão. No último trimestre do ano – que teve prejuízo líquido de R$ 5,9 bilhões – foi anotado um impacto de R$ 4,7 bilhões de variação cambial negativa no resultado financeiro consolidado.

Em 2024, com seus R$ 11,3 bilhões de prejuízo líquido, foi registrada uma influência pela variação cambial negativa de R$ 11,5 bilhões.

Por fim, os balanços contábeis da empresa também foram afetados pelas provisões relacionadas a eventos geológicos em Alagoas, já que a empresa realizou novas provisões de R$ 1,3 bilhão referentes ao afundamento de solo em bairros de Maceió, Alagoas, relacionado às atividades de mineração de sal-gema da empresa.

Logo em seguida no ranking de maiores prejuízos da bolsa de valores em 2024 aparecem Cosan (R$ 9,4 bilhões) e Azul (R$ 9,1 bilhões).

BRB enxerga oportunidade e projeta salto nacional com aquisição do Banco Master

 

A aquisição de 58% do capital total do Banco Master é uma das mais significativas operações financeiras recentes no Brasil. Avaliado em R$ 2 bilhões, o negócio inclui 49% das ações ordinárias — com direito a voto — e 100% das ações preferenciais. A operação acende novamente discussão sobre a concentração do setor e como mais bancos fortalecidos podem contribuir para o avanço dos serviços financeiros.

Com essa aquisição, o BRB aumenta substancialmente sua atuação no mercado financeiro, passando a contar com 15 milhões de clientes, ativos totais na ordem de R$ 112 bilhões, carteira de crédito de R$ 72 bilhões e mais de R$ 100 bilhões em captações. Atualmente na 23ª posição no ranking nacional de ativos totais, o banco estatal do Distrito Federal deve avançar para a 17ª colocação, consolidando-se como uma força relevante no setor bancário brasileiro.

A marca BRB será mantida como bandeira única da operação e haverá uma integração estratégica na governança, com Daniel Vorcaro, fundador e presidente do Banco Master, assumindo uma cadeira no conselho de administração.

Com o movimento, o BRB passa ingressar em novos segmentos estratégicos já bem explorados pelo Master, incluindo crédito consignado, câmbio, mercado de capitais, serviços corporativos e banco digital, bem como sua atuação tradicional em varejo, crédito imobiliário, crédito rural e seguros.

Em entrevista ao Estadão, Paulo Henrique Costa, presidente do BRB, afirmou que a operação foi cuidadosamente planejada desde meados de 2024, quando o banco iniciou a aquisição de carteiras específicas do Master. “Vimos uma complementaridade bastante grande. O Master é forte naquilo que o BRB não conseguia crescer”, disse o executivo.

Ativos como carteiras de precatórios, direitos creditórios e fundos de ações ficaram propositalmente de fora do acordo, o que reforça o foco da aquisição na complementaridade estratégica das duas instituições.

O governo do Distrito Federal, controlador do BRB, celebra o acordo e projeta que os dividendos distribuídos, atualmente em torno de R$ 200 milhões anuais, possam chegar a R$ 1 bilhão com o sucesso da incorporação.

A operação ainda aguarda aprovação do Banco Central e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).