quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Paulinho da Força diz que ‘não é fácil tocar’ redução de penas sem garantia de apoio no Senado

 

O relator do projeto que concede anistia aos condenados por atos golpistas, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), afirmou ao Estadão/Broadcast, nesta quinta-feira, 25, que o sentimento das bancadas é de que a falta de garantia do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), de pautar o projeto entre os senadores dificulta a tramitação da sua proposta na Câmara dos Deputados.

À reportagem, Paulinho da Força disse que ainda terá reuniões na próxima terça-feira com bancadas de partidos como PSD e PCdoB e indicou que a votação do texto na semana que vem está incerta. “Tudo é possível. Quando a Casa quer, faz. Mas o que eu senti dessas reuniões que fiz ontem é que se não tiver uma garantia de que o Senado vai pôr para votar, não é fácil tocar ele na Casa não”, afirmou o relator.

“Nós precisamos ter garantia do Davi se vai andar ou não. Então, por isso, nosso trabalho agora é convencer o Davi de pôr para votar lá no Senado depois”, acrescentou.

O parlamentar também disse que não ocorreu uma reunião da qual participaria na noite da quarta-feira, 24, com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e Alcolumbre, e que o encontro deve ser remarcado.

Paulinho da Força também afirmou que ainda não fechou as propostas de redução de penas com as bancadas. Na quarta, o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), disse ter tomado conhecimento de um texto que reduziria em 11 anos a pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e três meses de prisão. “Essas contas eu não fiz ainda não”, disse o relator.

Paulinho da Força iniciou nesta semana as conversas com as bancadas partidárias. Tanto o PL quanto o PT têm demonstrado contrariedade à proposta de reduzir penas, considerada um “meio-termo” pelo relator.

Está marcada para a quarta-feira da semana que vem a votação da ampliação da isenção do Imposto de Renda na Câmara, com benefício para quem tem renda mensal de até R$ 7.350.

As declarações vêm após o desgaste entre a Câmara e o Senado pela PEC da Blindagem. Deputados afirmam que aprovaram o texto, porque havia uma sinalização de Alcolumbre para votá-lo diretamente no plenário do Senado. Após críticas nas redes sociais e em atos pelo Brasil, o Senado arquivou o projeto. A decisão causou um atrito entre os presidentes das duas Casas. Nesta quarta, perguntado se havia conversado com Motta, Alcolumbre respondeu: “Converso com ele muitas vezes por dia”.

Alcolumbre já manifestou apoio à redução de penas para o 8 de Janeiro, inclusive, tem um texto pronto sobre o tema. O senador, no entanto, decidiu esperar as movimentações da Câmara.

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Haddad: Operação Spare, com participação da Receita, afeta cerca de 200 postos de gasolina

 

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Estadão Conteúdoi



O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, detalhou nesta quinta-feira, 25, que a chamada Operação Spare afeta cerca de 200 postos de gasolina, sendo um desdobramento da operação Carbono Oculto. O Ministério Público do Estado de São Paulo e a Polícia Militar deflagraram, na manhã desta quinta, uma nova ação para desmantelar um esquema de exploração de jogos de azar e comércio de combustíveis adulterados, com utilização de empresa de pagamentos para lavagem de dinheiro, tendo a infiltração do Primeiro Comando da Capital (PCC).

A Operação Spare também conta com a participação da Receita Federal, da Secretaria da Fazenda e da Procuradoria-Geral do Estado. São cumpridos 25 mandados de busca e apreensão.

O secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, disse mais cedo que o órgão publicará normativa para identificar o beneficiário final (pessoa física) na cadeia de fundos, visto que ainda existem muitas brechas para o crime organizado.

Operação Carbono Oculto

Em 28 de agosto, o MP e a polícia realizaram a maior operação já deflagrada contra a infiltração do crime organizado na economia formal do Brasil.

A ação teve como alvo empresas, corretoras e fundos de investimentos situados na Avenida Faria Lima, principal centro financeiro do País.

De acordo com as autoridades, a principal instituição de pagamentos investigada, a BK Bank, registrou R$ 17,7 bilhões em movimentações financeiras suspeitas.

Em nota, na época, a BK Bank informou que foi surpreendida com a operação e que “conduz todas as suas atividades com total transparência, observando rigorosos padrões de compliance”.

Prévia da inflação acelera para 0,48% em setembro e atinge 5,32% em 12 meses

 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação do país, apresentou alta de 0,48% em setembro, após registrar deflação de 0,14% em agosto, segundo divulgou nesta quinta-feira, 25, o IBGE.

No ano, o IPCA-15 acumula alta de 3,76%. No acumulado em 12 meses, atingiu 5,32%, acima dos 4,95% observados nos 12 meses imediatamente anteriores, se mantendo ainda mais longe da meta do governo, de até 4,5%.

Os resultados ficaram ligeiramente abaixo das expectativas em pesquisa da Reuters de avanços de 0,51% no mês e de 5,36% em 12 meses.

 O que puxou a alta

A aceleração da inflação era esperada em razão do efeito pontual no mês passado, quando o pagamento de bônus da hidrelétrica binacional Itaipu ajudou a reduzir o preço da conta de luz .

Após a queda de 4,93% em agosto, os preços da energia elétrica residencial saltaram 12,17%, respondendo sozinha por 0,47 ponto percentual do IPCA-15 de setembro.

Além do fim da incorporação do bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de agosto, a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, a partir de 1º de setembro, adicionou R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos.

Preço dos alimentos caem pelo 4º mês seguido

Já no grupo Alimentação e bebidas, houve deflação de -0,35% em setembro, após recuo de 0,53%. em agosto. entre as quedas, destaque para tomate (-17,49%), cebola (-8,65%), arroz (-2,91%) e café moído (-1,81%). No lado das altas destacaram-se as frutas, cujos preços subiram, em média, 1,03%.

Nos transportes, houve queda nos preços de seguro de veículo (-5,95%) e passagens aéreas (-2,61%). Nos combustíveis, gás veicular (-1,55%) e gasolina (-0,13%) registraram queda nos preços, enquanto o óleo diesel (0,38%) e o etanol (0,15%) apresentaram altas.

Meta de inflação

O centro da meta oficial para a inflação no ano é de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. A expectativa atual do mercado para a alta do IPCA está em 4,83% em 2025 e em 4,29% em 2026, segundo o último Boletim Focus.

Em Relatório de Política Monetária divulgado nesta quinta-feira, o BC prevê que a inflação próxima à meta somente em 2028. Na projeção de seu cenário de referência, a inflação fecha 2025 em 4,8% e vai a 3,6% em 2026. Depois, segundo o BC, atinge 3,4% no primeiro trimestre de 2027, atual horizonte relevante da política monetária, e cai a 3,1% no primeiro trimestre de 2028, último período considerado.

Na semana passada, o Banco Central decidiu manter a taxa básica de juros Selic em 15% ao ano, destacando na ata desse encontro que entrou agora em um novo estágio da política monetária que prevê taxa Selic inalterada por longo período para buscar a meta de inflação.

quarta-feira, 24 de setembro de 2025

Haddad diz que Receita alcançará os “verdadeiros ladrões da nação”

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quarta-feira (24) que a Receita Federal alcançará “os verdadeiros ladrões da nação”. Segundo ele, as frentes de investigações serão reforçadas caso o Legislativo aprove o Projeto de Conformidade Tributária e Aduaneira, que tem, entre seus eixos, um que trata dos devedores contumazes.

Haddad participou de audiência da Comissão de Agricultura, pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, na Câmara dos Deputados, e defendeu o Projeto de Lei 15 de 2024, em tramitação no Congresso Nacional, que pretende beneficiar bons contribuintes e punir devedores contumazes.

“As recentes operações da Receita Federal estão chegando nos verdadeiros ladrões da nação. Fizemos uma operação no final de agosto, que desbaratou uma quadrilha grande na área de combustíveis e na área de fundos. Vamos chegar, devagarzinho, nos verdadeiros ladrões da Pátria. Mas com todo respeito ao direito de defesa”, disse o ministro.

De acordo com o projeto enviado pelo governo federal em 2024, empresas que pagam os tributos em dia poderão ter redução de até 3% na Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) por 3 anos.

A proposta foi dividida em três eixos: conformidade, controle de benefícios e devedor contumaz. Este último eixo prevê o endurecimento das regras contra os devedores contumazes, estabelecendo três critérios para definir este tipo de devedor.

No primeiro, a empresa deverá ter dívida irregular (sem suspensão administrativa ou judicial) acima de R$ 15 milhões e com valor maior que o próprio patrimônio. O Fisco estima que esses contribuintes devam R$ 100 bilhões.

Pelo segundo critério, o devedor deverá ter uma dívida irregular de R$ 15 milhões por mais de um ano.

E no terceiro critério, o contribuinte deverá ter mais de R$ 15 milhões em débitos, abrindo e fechando empresas com frequência para trocar de Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

“A gente espera que essa lei seja aprovada, porque vai revelar um esquema de crime organizado que, quando revelado na sua inteireza, vai demonstrar quem efetivamente rouba o Brasil. Isso não vai demorar muito”, disse o ministro.

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de audiência pública na Câmara dos Deputados Lula Marques/ Agência Braasil.

Imposto de renda

Durante a audiência, alguns parlamentares da oposição acusaram o ministro de ser “cruel” por, segundo eles, tentar aumentar a arrecadação por meio de taxas. Haddad reagiu à acusação.

Ele criticou que, durante o governo Bolsonaro, o país ficou quatro anos sem corrigir a tabela do imposto de renda, além de, em nenhum momento, ter corrigido o salário mínimo acima da inflação.

“Para vocês, não é cruel deixar a tabela do Imposto de Renda sete anos sem atualização. Não é cruel mais de 10 milhões de brasileiros terem passado a pagar imposto de renda durante o governo Bolsonaro. Essa é a maior taxação que se pode fazer”, sentenciou o ministro.

“Para vocês, não é crueldade não dar reajuste nenhum para professores durante quatro anos. Ou para os médicos e enfermeiros que estavam na linha de frente do combate à pandemia. Para vocês, é cruel cobrar imposto das bets; de bilionários, banco ou especulador. Para vocês, isso é cruel porque mexe com parentes, amigos. E a população e os pobres que se lasquem, não é?”, complementou.

O ministro reiterou que o atual governo entrará para a história ao isentar do imposto de renda o maior número de brasileiros.

“Vamos terminar o mandato do presidente Lula dando isenção de imposto de renda para 20 milhões de brasileiros. Dez já estão contemplados pela atualização da tabela do imposto de renda. Outros 10 milhões serão isentados caso os digníssimos deputados votem no relatório do deputado Arthur Lira”, acrescentou.

Votação na semana que vem

Haddad elogiou o presidente da Câmara, Hugo Mota, por ter marcado, já para a semana que vem, em plenário, a votação que isentará do IR pessoas com rendimento de até R$ 5 mil mensais.

“Quero ver qual será o comportamento dos deputados que aqui estão indignados com imposto. Quero ver se vão isentar 10 milhões de brasileiros e reduzir o imposto de outros cinco milhões. Em quatro anos, serão 25 milhões de brasileiros que, ou vão ficar isentos ou vão pagar menos imposto de renda, em troca 141 mil que atualmente pagam apenas 2% de imposto e estão sendo convidados a pagar um mínimo de 10%”, completou.


Bancos agora avisarão clientes antes de qualquer débito automático; entenda nova regra

 

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) anunciou um novo regulamento que obriga seus membros a informarem previamente os clientes antes de descontarem um valor em débito automático interbancário. A medida busca combater o crescente número de reclamações sobre descontos não autorizados.

Anteriormente, débitos automáticos feitos pelo banco de relacionamento do cliente já deveriam ser notificados, de acordo com a Normativa Sarb 27, de 2023, da Autorregulação Febraban. Por este motivo, a nova regra menciona apenas débitos feitos por bancos diferentes.

Segundo a Febraban, a nova regra ampliará a escolha do cliente de cancelar o débito automático. Entenda a seguir como vai funcionar o novo procedimento.

Como será o aviso dos bancos sobre débito automático

  • A comunicação deverá ocorrer por notificação do aplicativo usual de transação, por mensagem de texto (SMS) ou qualquer outro mecanismo de informação.
  • O banco deverá enviar o aviso até cinco dias de antecedência da efetivação do débito.
  • Nessa comunicação deverá constar a identificação da instituição destinatária, o valor a ser debitado e a forma de contato para obter esclarecimentos sobre o débito.
  • O cliente poderá então avaliar se autorizou ou não o débito. Em caso de negativa, ele deverá então efetuar o cancelamento no banco que está cobrando.

Descontos não autorizados

De acordo com comunicado da Febraban, atualmente, muitos débitos automáticos “não são reconhecidos pelos clientes no momento do lançamento na sua conta transacional, gerando reclamações e demandas judiciais contra as instituições depositárias”.

“A decisão segue a missão da Febraban e dos seus bancos associados de contribuir para um sistema financeiro saudável, ético, transparente e que garanta maior proteção ao consumidor no débito interbancário”, diz o órgão.

Relator de regulação do streaming defende alíquota em torno de 4% e ‘bom senso’

 

 

Guilherme Amado - do PlatôBRi

 
 

Relator de projetos que tratam de tecnologia e cultura no Congresso, como inteligência artificial e streaming, o senador Eduardo Gomes, do PL do Tocantins, tornou-se um dos principais nomes no meio político sobre regulamentação do ambiente digital.

Em entrevista ao canal Amado Mundo, Gomes defendeu que o Brasil avance com urgência na regulação dessas áreas para aproveitar uma janela única de oportunidades que pode transformar a economia criativa e o setor digital.

O senador criticou a demora na votação do PL do streaming e comentou as discussões em torno da cota de tela, tributação e direitos autorais. Ele ressaltou a necessidade de equilíbrio entre regulação e inovação e destacou o potencial brasileiro em atrair investimentos para construção de data centers e se tornar referência em IA.

Confira a seguir os principais trechos da entrevista sobre a regulação do streaming e IA – assista ao vídeo completo ao final do texto:

Qual a importância do projeto que visa a regulamentar o streaming?

Primeiro, as relações entre as plataformas e a inserção do ambiente, que ainda é híbrido entre televisão aberta, fechada e canais da internet. É uma definição de equilíbrio de mercado que dê à produção brasileira, além de garantias que vêm sendo conquistadas, como cotas e participações, um senso de realidade para que o mercado ande, as pessoas tenham remuneração e um ambiente previsível de investimento.

Qual poder uma lei que inclua a cota de tela tem para impactar de fato a quantidade de produções nacionais realizadas por ano?

É primordial que exista esse ponto de incentivo, porque abre uma janela definitiva para a capacidade produtiva do Brasil. Mas existe um problema inverso: exagerar na regulação e na cota pode causar a falta de produção, problemas de qualidade e diferenças no ambiente. Você não vai colocar na primeira tela uma produção nacional de qualidade ruim; se tiver boa, pode ganhar o Oscar.

Qual a sua visão sobre negociação em torno da alíquota do Condecine para o streaming? 

É preciso bom senso. Se você deixa de ter dois meses de arrecadação de 3%, já perdeu 6%. Sempre defendi algo em torno de 4%, que pode ser absorvido pelo mercado. O recurso obtido com 3% da Condecine é alto, e isso não quer dizer que, se for insuficiente, não se possa aumentar. Quando você dobra, tem o risco de micar a política. É o que acontece hoje. Há uma corrente antagônica que segura o projeto, e vamos completar um ano sem uma política pública que poderia estar disponível para as pessoas.

Tem risco dessa regulação afastar plataformas de streaming no Brasil? 

Afastar não, porque o mercado é grande e já está se acomodando diante da realidade. A gente já nota diferenças de conceito editorial que vão se adaptando à população e ao que querem ver e assistir. Temos que pensar naqueles que estão trabalhando, que estão perdendo a oportunidade de auferir recursos, criar um ambiente produtivo. É necessário acompanhar o tempo certo para resolver os problemas, porque a tecnologia avança rápido e as plataformas mudam constantemente.

Qual a expectativa de tempo de aprovação para que o marco regulatório da IA entre em vigor no Brasil?

Temos uma legislação equilibrada, que suaviza a visão da União Europeia e não libera como nos Estados Unidos, que acham que não deve ter regulação nenhuma. Estamos em um ponto em que a Câmara pode inserir outras matérias importantes, aproveitando a janela de investimento e utilização de IA em grande dimensão, como os data centers. O Senado pode aceitar isso sem sustos. Precisamos de legislação que regule as relações e dê segurança para quem investe.

Como os data centers entram no texto de IA e qual a janela de investimento para o Brasil?

O número muda todo dia, mas, em média, 95% dos dados em nuvem não estão no Brasil, até mesmo dos brasileiros. Temos uma matriz energética predominantemente limpa, água e energia suficiente em determinadas regiões e capacidade para receber essa grande demanda de investimento que o mundo exige. Se o Brasil tiver estratégia e inteligência, vai se colocar como um player importante. Além de grande usuário de tecnologia e inteligência artificial, podemos ter uma política de incentivo a data centers que torne nosso parque um dos melhores do mundo. Agora, isso requer condições de investimento e previsibilidade. Não é questão política, partidária ou ideológica, mas de Estado. É uma oportunidade como se tivéssemos descoberto petróleo.

Qual é o equilíbrio entre a necessidade de regulação e a liberdade para inovar na IA? 

A qualidade na discussão. As pessoas tendem a exagerar ao buscar uma solução. Toda vez que big techs, Congresso, Ministério Público e sociedade discutem em um ambiente sadio, as soluções tendem a aparecer. É tudo muito rápido: a necessidade é premente, mas também é preciso entender que lidamos com situações inéditas.

Como o senhor vê a reivindicação da classe artística de receber pelos direitos autorais quando as obras são comercializadas? Qual a chance de avançar no Congresso?

Hoje, não vejo o mercado preparado para estabelecer direitos autorais com a dinâmica e a tecnologia disponíveis para aferir esses valores, sem uma faixa de transição ou acordo. São muitas particularidades que exigem um início arbitral entre as partes, para que funcione. Acho que vamos ter que nos debruçar mais sobre isso e, de parte a parte, construir um ambiente adequado.

O que precisa ser feito para melhor atender os trabalhadores da economia criativa no digital?

O que não pode é ter uma indústria forte e todo dia você ligar a televisão ou entrar em qualquer site e ver artistas e ícones morrendo de fome, literalmente. O recurso precisa chegar. É necessário democratizar o acesso ao recurso do sustento de quem produz arte. Quem produz não é só quem escreve ou faz música, mas também quem monta o estúdio e cuida da parte tecnológica, como em qualquer outra indústria.