O
percentual de trabalhadores associados a um sindicato voltou a subir
pela primeira vez em 2024, depois de mais de uma década de quedas
consecutivas. Dados da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de
Domicílios Contínua) mostram que, ao final do ano passado, 8,9% dos
brasileiros empregados possuíam vínculo com um sindicato.
Em 2023,
os trabalhadores sindicalizados representavam 8,4% do contingente de
pessoas ocupadas no país. Em termos absolutos, os sindicatos do Brasil
ganharam 812 mil novos associados de um ano para o outro, passando de
8,3 milhões em 2023 para 9,1 milhões ao fim do ano passado.
Apesar
do percentual de pessoas sindicalizadas ter voltado a crescer em 2024, a
parcela da população ocupada associada a algum sindicato é uma das mais
baixas da série histórica do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatísticas). Apesar do aparente aumento no interesse do brasileiro
pelo sindicalismo, a realidade é que, em 2012, 16,1% dos trabalhadores
eram sindicalizados.

Em
2024, o grupamento de atividade da agricultura, pecuária, produção
florestal, pesca e aquicultura teve queda na taxa de sindicalização,
passando de 15% em 2023 para 14,8% no ano passado. Essa atividade possui
participação importante dos sindicatos de trabalhadores rurais, muitos
deles de pequeno porte da agricultura familiar, principalmente, nas
Regiões Nordeste e Sul.
Todas
os demais grupamentos de atividade apresentaram estabilidade ou
crescimento. As maiores variações ocorreram na administração pública,
defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, e
na indústria geral, ambas com um aumento de 1 ponto percentual,
alcançando 15,5% e 11,4%, respectivamente. O grupamento de informação,
comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e
administrativas, também apresentou aumento de 0,8 ponto percentual,
chegando a uma taxa de sindicalização de 9,6%.
Embora o comércio,
reparação de veículos automotores e motocicletas seja responsável por
quase 1/5 da população ocupada total, essa atividade registrou taxa de
sindicalização de 5,6%, inferior à média observada da população ocupada
total (8,9%), após um aumento de 0,5 ponto percentual em relação a 2023.
Todos
os grupamentos de atividades apresentaram queda da taxa trabalhadores
sindicalizados frente a 2012. Esse panorama é bem ilustrado pelo
grupamento de Transporte, armazenagem e correio, que em 12 anos
registrou redução de 12,4 ponto percentual – de 20,7% em 2012 para 8,3%
em 2024.
Vale lembrar que para os anos de 2020 e 2021, não houve a
disponibilização de dados da pesquisa, uma vez que, em decorrência da
pandemia de COVID-19, a redução da taxa de resposta da PNAD Contínua
trouxe dificuldades para a mensuração de alguns indicadores. Portanto, a
série de indicadores disponível no IBGE compreende os períodos de 2012 a
2019 e de 2022 a 2024.