quinta-feira, 18 de dezembro de 2025

Lula diz querer Haddad candidato em 2026, mas decisão cabe ao ministro

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quinta-feira, 18, que quer que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, seja candidato na eleição de 2026, ao mesmo tempo que afirmou que a decisão caberá a Haddad.

“O Haddad tem maioridade e tem biografia para decidir o que ele quer fazer. Se você perguntar para mim se eu gostaria que ele fosse (candidato), eu gostaria que ele fosse. Eu não sei, eu preciso perguntar para ele”, disse Lula em entrevista coletiva em Brasília.

Em entrevista ao jornal ‘O Globo’, Haddad anunciou a possibilidade de sair do governo para colaborar com a campanha à reeleição de Lula, e nos bastidores de Brasília a notícia que circula é que isso deve ocorrer até março.

Lula foi questionado ainda se manterá o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, como vice em sua chapa no ano que vem, e disse que ainda teria que conversar com ele para saber de suas intenções.

Na opinião do petista, o governo precisa ter nomes fortes para o governo de São Paulo e para o Senado por aquele Estado. Afirmou ver chances reais de ganhar ambas as disputas. As definições devem sair em março apenas.

“Quando começar o ano, eu vou chamar muitos ministros que vão sair para ser candidatos e eu vou então decidir com eles o que eles vão fazer da vida. Eu sei que tem uma enxurrada de ministros que vai sair, eu acho que pelo menos 18 devem sair. Eu acho que devem sair, não vou impedir ninguém de sair, vou apenas torcer”, declarou.

Na entrevista, Lula disse ainda ter uma boa relação tanto com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) — a quem chamou de “amigo” –, quanto com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB).

Galípolo: Não há ‘porta fechada nem seta dada’ para próximas reuniões do Copom

 

Em coletiva de imprensa sobre o relatório de política monetária, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, reiterou diversas vezes que ‘não há porta fechada nem seta dada’ para as próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

Galípolo destacou que o Banco Central tem ‘justamente tentado expressar isso’ nas suas comunicações mais recentes – de que não há decisão tomada sobre a reunião do Copom de janeiro e tampouco sobre as próximas decisões de política monetária.

O presidente da autarquia frisa que o comitê tem preferido ‘esperar chegar lá’ com mais dados nas mãos em detrimento de sinalizar algo de antemão.

A facilidade que temos em não dar nenhuma pista não é por estarmos sendo habilidosos em esconder algo, mas na verdade por que não temos sobre o que dar uma pista”, disse.

Era mais vantajoso não tomar essa decisão agora, ganhar este tempo e poder tomar essa decisão somente em janeiro. É assim que deve ser entendida essa questão”, completou.

Galípolo frisou que o BC tem ‘tirado expectativas’ de certas palavras nos comunicados e, com isso, as projeções acabaram virando um ‘sinal maior’. Ainda assim, destacou que o Comitê segue cauteloso e espera mais dados para tomar e sinalizar decisões.

Dentre os dados, destaca os indicadores de mercado de trabalho, que considera ‘ainda difíceis de interpretar’, tanto no doméstico quanto no global.

O Diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, destacou que o ambiente externo se mantém incerto por conta da politica econômica dos EUA.

“Na Ata [do Copom] debatemos justamente isso, que o ambiente externo estava menos incerto do que alguns meses atrás, por conta de tarifas, e shutdown. É incerto, mas menos incerto do que já foi, e daí a necessidade de cautela por parte das economias emergentes.”

Guillen também endossou a fala sobre o mercado trabalho, observando que é um momento em que é ‘muito difícil entender qual é o cenário atual do mercado de trabalho dos EUA’ por conta do shutdown, com uma leitura mais complexa tanto para o nível de emprego quanto inflação.

BC vê inflação ainda acima de 3% e melhora projeção de PIB

No Relatório de Política Monetária (RPM) do quarto trimestre de 2025, documento que reúne a avaliação da autoridade monetária sobre a economia brasileira e o cenário internacional, o BC destaca sua visão de continuidade da moderação da atividade econômica no Brasil, inflação ainda acima da meta de 3% e necessidade de manter a política monetária em campo restritivo para assegurar a convergência dos preços ao longo do horizonte relevante – hoje concentrado no segundo trimestre de 2027 .

No Brasil, os dados mais recentes confirmam a perda de fôlego do crescimento. O Produto Interno Bruto avançou 0,1% no terceiro trimestre de 2025, após alta de 0,3% no trimestre anterior.

O BC avalia que esse movimento está em linha com o esperado e reflete, principalmente, a desaceleração do consumo das famílias, que ficou praticamente estável no período. O investimento, medido pela Formação Bruta de Capital Fixo, cresceu, influenciado por fatores pontuais, como a importação de plataformas de petróleo.

Para o quarto trimestre, os indicadores disponíveis sugerem a continuidade dessa moderação. Dados de produção industrial, varejo, serviços e circulação de veículos mostram variações pequenas, sem sinal de retomada mais ampla.

Ainda assim, o BC revisou para cima a projeção de crescimento do PIB em 2025, de 2,0% para 2,3%, influenciado por revisões estatísticas e pelo desempenho da agropecuária e da indústria extrativa. Para 2026, a expectativa é de crescimento de 1,6%, refletindo juros elevados, menor impulso do setor agropecuário e desaceleração global.

O mercado de trabalho segue como um ponto de atenção. Apesar de sinais de arrefecimento na ocupação, a taxa de desemprego permanece próxima dos menores níveis da série histórica. A geração de empregos formais continua ocorrendo, embora em ritmo menor, e os rendimentos reais do trabalho seguem em expansão. Esse quadro contribui para sustentar a demanda interna e ajuda a explicar a persistência da inflação de serviços, tema recorrente no relatório.

No mercado de crédito, os dados indicam desaquecimento gradual, em linha com os efeitos esperados da política monetária. As concessões às pessoas físicas mostram perda de ritmo, enquanto o crédito direcionado às empresas tem apresentado desempenho acima do previsto. Mesmo assim, o BC projeta desaceleração do crédito tanto em 2025 quanto em 2026, quando comparado a 2024.

No campo fiscal, a percepção dos agentes permanece estável desde o último relatório. As projeções de dívida pública indicam trajetória de alta no médio prazo, o que mantém o tema no radar da política monetária. Já nas contas externas, o déficit em transações correntes aumentou em 2025, puxado pelas importações, apesar do nível elevado das exportações. Para 2026, a expectativa é de redução desse déficit, com melhora do saldo comercial.

A inflação ao consumidor mostrou desaceleração recente, tanto no acumulado em 12 meses quanto nas métricas trimestrais, mas segue acima da meta. Em novembro, o IPCA acumulado em 12 meses ficou em 4,46%, dentro da faixa de tolerância, após meses acima do limite superior. As expectativas de inflação para 2025 e 2026 recuaram, mas continuam acima de 3%. No cenário de referência do BC, a inflação converge para 3,2% em 2027, patamar compatível com o cumprimento da meta contínua.

O relatório reforça que a política monetária seguirá orientada pelo compromisso com a meta de inflação. O balanço de riscos inclui, de um lado, a possibilidade de maior persistência da inflação de serviços e de desancoragem das expectativas. De outro, uma desaceleração mais intensa da atividade doméstica ou global pode aliviar as pressões inflacionárias. Diante desse quadro, o BC sinaliza que suas decisões continuarão dependentes dos dados, com foco em assegurar a convergência da inflação no horizonte relevante.

No cenário externo, o relatório descreve um ambiente marcado por incerteza, em especial nos Estados Unidos. A inflação americana tem mostrado resistência, influenciada por tarifas sobre importações, o que levou o Federal Reserve a adotar uma postura dependente de dados, mesmo após cortes recentes na taxa de juros.

O BC destaca que, nas economias avançadas, a convergência da inflação à meta foi adiada em vários casos, enquanto nos países emergentes o comportamento dos preços segue heterogêneo. Esse contexto exige cautela, sobretudo para economias como a brasileira, mais sensíveis às condições financeiras globais.

A atividade global continua crescendo, mas em ritmo menor. Os riscos de uma desaceleração mais intensa permanecem, ainda que os temores de uma recessão global tenham diminuído. Ao mesmo tempo, políticas fiscais mais expansionistas em alguns países e a flexibilização monetária gradual ajudam a sustentar o nível de atividade, compensando parte do efeito da incerteza geopolítica e comercial.

AgroGalaxy emite R$ 213,3 milhões em debêntures para pagar fornecedores

 

A tempestade voltou!" AgroGalaxy pede recuperação judicial e ...

A AgroGalaxy aprovou a emissão de R$ 213,3 milhões em debêntures para pagamento de credores fornecedores no âmbito do plano de recuperação judicial, conforme Fato Relevante divulgado nesta quarta-feira, 17, à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A operação não traz recursos novos para o caixa. Na prática, substitui dívidas antigas por títulos de longo prazo com condições mais favoráveis à varejista de insumos.

A decisão foi tomada pelo Conselho de Administração, com aprovação unânime dos cinco conselheiros presentes, incluindo o presidente do colegiado, Sebastian Marcos Popik, e o CEO da companhia, Eron Martins.

As debêntures terão vencimento final em 30 de junho de 2035, correção apenas pelo IPCA, sem pagamento de juros reais, e carência até 31 de dezembro de 2027. “A emissão tem por finalidade entregar novos instrumentos de dívida aos credores colaboradores fornecedores”, diz o texto.

Após a carência, o pagamento da correção monetária ocorrerá semestralmente, em junho e dezembro, e a amortização do principal será feita em 16 parcelas. Os títulos são quirografários, sem garantias reais, e serão integrados por meio da cessão de créditos que os fornecedores têm com a AgroGalaxy, não por pagamento em dinheiro. Também poderão participar credores financeiros com fluxo de grãos e credores controladores, conforme definido na escritura da emissão.

O Santander coordenará a distribuição, sem garantia de colocação integral dos títulos, enquanto a Vórtx atuará como agente fiduciário, responsável por acompanhar a operação e representar os interesses dos credores.

A emissão faz parte do plano de recuperação judicial aprovado por 82,4% dos credores em 2024 e homologado pela Justiça em 30 de maio de 2025. O plano prevê o reperfilamento de R$ 4,6 bilhões em dívidas, com carência de dois a três anos e amortização estendida por até 16 anos.

No terceiro trimestre de 2025, a AgroGalaxy registrou receita líquida de R$ 417,9 milhões, queda de 65,7% ante igual período de 2024, reflexo do fechamento de mais de 100 lojas desde o início da recuperação judicial. O prejuízo líquido ajustado foi de R$ 611,8 milhões, redução de 61,2% na comparação anual. As despesas operacionais caíram 69%, para R$ 56 milhões no trimestre.

BC reforça compromisso com meta de 3% em nota de acompanhamento sobre descumprimento do alvo

 

O Banco Central reforçou o seu compromisso de fazer a inflação convergir ao centro da meta, de 3%, em uma carta de acompanhamento sobre o descumprimento do alvo, publicada no Relatório de Política Monetária (RPM) divulgado nesta quinta-feira, 18. A autarquia destacou que suas decisões são pautadas para atingir a meta no horizonte relevante.

“O reenquadramento da inflação dentro dos limites estabelecidos para a faixa de tolerância é uma etapa natural do processo de convergência à meta”, diz o RPM.

No texto, o BC destacou que o alvo contínuo foi descumprido em junho, quando a inflação somou 5,35% em 12 meses – acima de 4,50% pelo sexto mês consecutivo. Em novembro, o IPCA cedeu a 4,46%, abaixo do teto.

Segundo a autoridade monetária, a desaceleração dos preços ao consumidor é consistente com as projeções do seu cenário de referência. A moderação da demanda agregada é um elemento importante da convergência da inflação à meta, e há sinais dessa desaceleração nas leituras recentes de atividade.

“Por exemplo, no terceiro trimestre de 2025, o consumo das famílias apresentou menor crescimento do que nos trimestres anteriores, refletindo o arrefecimento da renda disponível. Além disso, o elevado nível de endividamento e aumento do comprometimento de renda com o serviço da dívida também podem ter contribuído para reduzir a capacidade de expansão do consumo”, diz.

As projeções do BC consideram uma redução gradual do hiato do produto, que permanece em território positivo, ao longo dos próximos trimestres. A autarquia destacou que tem havido um ganho de confiança no processo de desinflação.

Desvio

O BC estima que o IPCA de dezembro vai somar 0,41%, o que levaria a uma inflação de 4,35% em 12 meses. Confirmando-se a projeção, a autarquia calculou os componentes do desvio de 1,35 ponto porcentual em relação ao centro da meta, de 3%.

Os principais fatores que puxaram a taxa para cima são inércia em relação aos 12 meses anteriores (1,13 ponto porcentual), expectativas de inflação elevadas (0,70 ponto), hiato do produto positivo (0,40 ponto) e bandeira tarifária de energia elétrica (0,18 ponto). Na outra ponta, aparecem a inflação importada (-0,66 ponto) e outros fatores (-0,39 ponto).

“A dinâmica de convergência da inflação tem mostrado desaceleração de preços, embora a medida acumulada em 12 meses continue acima da meta de 3%. A desinflação gradual pode ser percebida em algumas componentes da decomposição por fatores, particularmente na inflação importada”, diz o BC. “As projeções condicionais para a inflação nos próximos trimestres indicam que os fatores determinantes do desvio da inflação devem apresentar acomodação adicional, respondendo aos efeitos da transmissão da política monetária contracionista.”

Exportações do Brasil a sócios do Mercosul somaram US$ 23,8 bi de janeiro a novembro, diz Secom

 DECLARAÇÃO SOBRE O ESTATUTO DA CIDADANIA DO MERCOSUL - MERCOSUL

As exportações do Brasil para sócios do Mercosul somaram US$ 23,8 bilhões de janeiro a novembro de 2025, alta de 30% em relação ao mesmo período de 2024, sobretudo em decorrência do aumento nas exportações para a Argentina. A informação consta em documento distribuído pela Secretaria de Comunicação Social (Secom) à imprensa, às vésperas da 67 Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e Estados Associados, que será realizada em Foz do Iguaçu (Paraná) no próximo sábado, 20.

Já as importações dos sócios do Mercosul para o Brasil totalizaram US$ 16,9 bilhões nos 11 primeiros meses de 2025, queda de 4,1% ante igual período de 2024.No mesmo documento, consta que as trocas comerciais dentro do bloco se multiplicaram mais de dez vezes desde sua criação, evoluindo de US$ 4,5 bilhões em 1991 para US$ 49 bilhões em 2024, apesar de representar uma ligeira queda de 1,6% em relação a 2023.

BC melhora projeção para PIB em 25 e 26, mas vê inflação no centro da meta só em 2028

 

O Banco Central (BC) melhorou sua projeção de crescimento econômico em 2025 a 2,3%, ante patamar de 2,0% estimado em setembro, conforme Relatório de Política Monetária divulgado nesta quinta-feira, revisando ainda a previsão de crescimento em 2026 de 1,5% para 1,6%.

O Ministério da Fazenda previu em novembro uma expansão de 2,2% para o PIB (Produto Interno Bruto) de 2025, com alta de 2,4% no ano que vem.

Já o mercado, segundo a pesquisa Focus mais recente, estima que a economia crescerá 2,25% em 2025 e 1,80% em 2026.E a inflação?

Segundo o relatório, a inflação deverá atingir o centro da meta de 3% apenas em 2028, permanecendo acima do alvo durante período decisivo de 2027.

O BC estimou que a inflação no país estará em 3,2% no terceiro trimestre de 2027. O período é considerado chave por agentes do mercado porque passará a ser considerado o horizonte relevante para atuação da política monetária na reunião que decidirá o nível da taxa Selic no início de 2026.

“O compromisso do BC é com a meta contínua de inflação de 3%, e suas decisões são pautadas para que este objetivo seja atingido ao longo do horizonte relevante de política monetária”, disse o BC no relatório.

O documento ressalta que a inflação corrente e as expectativas de inflação recuaram desde o relatório de setembro, mas permanecem acima da meta de 3%.

De acordo com a autoridade monetária, um fator que evitou uma revisão mais forte para baixo das projeções de inflação foi uma estimativa “ligeiramente mais alta do hiato” do produto –diferença entre o nível de crescimento e a capacidade produtiva do país.

O BC decidiu manter neste mês a taxa Selic em 15% ao ano, sem indicar quando poderá iniciar um ciclo de corte nos juros e mantendo mensagem de “firme compromisso” com a meta de inflação, afastando parte das apostas de mercado de que a flexibilização na Selic poderia começar já em janeiro.

Expansão do crédito

O Banco Central prevê um crescimento do crédito no país de 9,4% este ano, ante estimativa de 8,8% feita em setembro, conforme o relatório, prevendo um ritmo de alta de 8,6% em 2026, contra 8,0% previstos antes.

Agora, a expectativa é que o crédito às famílias suba 10,4% em 2025, contra expectativa anterior de 9,4%. Para as empresas, a alta foi calculada em 8,0%, mesmo nível do último relatório.

Para 2026, a expectativa da autarquia é que o crédito a pessoas físicas cresça 9,0% (8,3% antes), enquanto as empresas devem registrar alta de 7,9% (7,4% antes).

Para o estoque de crédito livre, em que as taxas são pactuadas livremente entre bancos e tomadores, o BC projeta agora uma expansão de 8,1% em 2025 (+8,4% antes). Para o crédito direcionado, que atende a parâmetros estabelecidos pelo governo, a perspectiva é de alta de 11,3% (+9,5% antes).

Em 2026, a autoridade monetária vê uma alta de 7,8% no crédito livre (7,7% antes) e de 9,7% no crédito direcionado (8,3% antes).

quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Ouro sobe em movimento de busca por segurança; prata salta mais de 5% e renova recorde

 

O ouro encerrou a sessão desta quarta-feira, 17, em alta, com investidores em busca de ativos de segurança após a escalada das tensões globais e renovados temores sobre tecnologia, enquanto calibram as expectativas de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para 2026. Enquanto isso, a prata subiu acima de US$ 67 pela primeira vez na história.

Na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o ouro para fevereiro encerrou em alta de 0,96%, a US$ 4.373,9 por onça-troy. A prata para março avançou fortemente, em 5,7%, a US$ 66,901 por onça-troy, depois de bater máxima a US$ 67,180.

O metal dourado ganhou impulso frente ao acirrar das tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela, aponta o BBH. Na terça pela noite, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou o bloqueio total dos navios petroleiros sancionados que estejam entrando ou saindo do país latino-americano, além de classificar o governo de Nicolás Maduro como organização terrorista.

No cenário macro, o mercado aguarda a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, prevista para a quinta-feira. Caso existam sinais de desinflação, os rendimentos dos Treasuries podem cair, enfraquecendo o dólar a permitindo que o ouro renove recordes de preço, afirma o DHF Capital. Mesmo com os dados divergentes de emprego divulgados na terça, os analistas apontam que a expectativa ainda é de dois cortes nos juros no primeiro semestre de 2026.

Assim, o Swissquote vê múltiplos fundamentos que dão suporte à alta dos preços continua, em meio às expectativas de um Fed mais brando, menor apetite pelos Treasuries e persistente tensão geopolítica. Para o banco suíço, o rali dos metais preciosos ainda tem espaço para continuar.

*Com informações de Dow Jones Newswires