quarta-feira, 31 de março de 2021

BTG Pactual, Cosan, EDP e Eurofarma contratam profissionais de saúde para HC

Trabalhar na Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade  de São Paulo | Glassdoor



O BTG Pactual, Cosan, EDP e Eurofarma informaram nesta quarta-feira, 31, que vão custear a contratação de 386 profissionais, entre médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e auxiliares de enfermagem para abertura de 56 leitos de UTIs e 75 de enfermaria no Hospital das Clínicas, em São Paulo. 

A iniciativa ocorre diante do aumento do número de casos e de internações em decorrência da pandemia da covid-19. O objetivo é apoiar o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) na contratação de profissionais da saúde para o atendimento de pacientes infectados com o novo coronavírus.


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Magalu compra app ToNoLucro e plataforma GrandChef


Crédito: Reprodução / Facebook

O app tem forte atuação em Goiás, Pará e Tocantins, com presença em mais de 40 cidades e com 5 mil restaurantes cadastrados (Crédito: Reprodução / Facebook)

O Magalu informou na noite desta terça-feira, 30, a aquisição do app ToNoLucro e da plataforma GrandChef, com o objetivo de fortalecer sua operação de delivery de alimento. Segundo comunicado da companhia, o app tem forte atuação em Goiás, Pará e Tocantins, com presença em mais de 40 cidades e com 5 mil restaurantes cadastrados e 2 mil entregadores ativos. 

A plataforma, por sua vez, conta com uma rede de entregadores e também gerencia pagamentos dos pedidos. Com as aquisições, o Magalu se consolida na quarta posição do mercado brasileiro de delivery. E segundo Eduardo Galanternick, vice-presidente de negócios, em pouco tempo, a companhia deve brigar pela liderança desse setor.

A Magalu entrou no ramo de delivery de comida pronta em setembro do ano passado, com a aquisição da AiQFome. “Este é um segmento muito importante para o Magalu e que, no geral, em 2020, movimentou 196 bilhões de reais”, diz Galanternick, em nota.

Fundada no Paraná, a GrandChef cresceu exponencialmente e se transformou em uma das maiores plataformas de tecnologia para pequenos e médios restaurantes do Brasil. Sua base de clientes conta com mais de 3 mil restaurantes espalhados por 25 estados brasileiros.

O mercado brasileiro de delivery de refeições movimentou R$ 18 bilhões no ano passado. Levando em conta todo o mercado de alimentação fora de casa, o mercado potencial é de R$ 196 bilhões.

 

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Grupo Equatorial é o vencedor de leilão de privatização da CEEE-D


Com proposta de R$ 100 mil, empresa assume passivo de quase R$ 7 bilhões 
 
Até abril deste ano, a CEEE-D terá um passivo que deve chegar a R$ 4,4 bilhões somente em ICMS

O Grupo Equatorial Energia foi confirmado, na manhã desta quarta-feira (31), como vencedor do leilão de privatização da Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica (CEEE-D) do Rio Grande do Sul. O anúncio foi feito na sede da B3, em São Paulo. O Grupo Equatorial atende quase 10% do total de consumidores brasileiros e responde por 6,5% do mercado de distribuição do país. O grupo apresentou proposta de R$ 100 mil. Não houve disputa, uma vez que essa foi a única empresa participante. As ações representam o controle acionário da CEEE-D, de titularidade da Companhia Estadual de Energia Elétrica Participações (CEEE-Par), e foram leiloadas em lote único. A companhia atende 1,6 milhão de clientes em 72 municípios.

"A Equatorial está no segmento de transmissão e distribuição, e já tem uma longa tradição no setor, haja vista a qualidade do serviço prestado no Maranhão, no Pará, no Piauí e em Alagoas. Estamos prometendo trabalhar diuturnamente e faremos investimentos necessários para melhorar a qualidade, ampliando a confiabilidade do serviço", garantiu o presidente do Grupo Equatorial, Augusto Miranda.

"Essa venda por R$ 100 mil vem com um conjunto de obrigações que é levado pela iniciativa privada, a começar pelos próprios investimentos que são exigidos em um contrato de concessão e que a companhia estatal não conseguia fazer. Estamos garantindo investimentos para a população em energia elétrica e também transferindo pelo menos R$ 4,4 bilhões em passivo acumulado pela companhia só em ICMS, que serão assumidos pela Equatorial", destacou o governador Eduardo Leite.

Até abril deste ano, a CEEE-D terá um passivo que deve chegar a R$ 4,4 bilhões somente em ICMS, somado a outras obrigações como empréstimos, previdência e ex-autárquicos – funcionários da época em que a companhia era uma autarquia. Se a venda não fosse efetivada, esse valor superaria os R$ 7 bilhões, agravando ainda mais a situação financeira do RS e gerando riscos para o serviço prestado aos consumidores.

Grupo Equatorial
O Grupo Equatorial Energia é uma holding brasileira de empresas de alta performance. Com a aquisição da Equatorial Alagoas, concessionária de energia em Alagoas, o grupo passou a atender quase 10% do total de consumidores brasileiros e a responder por 6,5% do mercado de distribuição do país. O Grupo Equatorial Energia tem forte atuação no setor elétrico nos segmentos de distribuição, transmissão, geração, comercialização, além da área de telecomunicações e serviços. As empresas que fazem parte do Grupo são a Equatorial Maranhão, Equatorial Pará, Equatorial Piauí, Equatorial Alagoas, Geramar, Equatorial Transmissão, Intesa, Equatorial Telecom, Sol Energia e 55 Soluções.

 

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quinta-feira, 25 de março de 2021

Alemã Horsch investirá R$ 200 milhões em fábrica no Sul


Planta de Curitiba será um hub para a América Latina 
 
 
A decisão é o resultado de pesquisas no mercado latino onde foi verificada forte demanda para os produtos da empresa

Presente no Brasil há cerca de sete anos, a fabricante alemã de equipamentos para preparo de solo Horsch anunciou um investimento de R$ 200 milhões nesta quarta-feira (24). A companhia vai iniciar a construção de sua primeira fábrica no continente sul-americano, na Cidade Industrial de Curitiba (PR) onde serão fabricadas todas as suas linhas de produtos destinadas ao mercado premium.

A decisão é o resultado de pesquisas no mercado latino onde foi verificada forte demanda para os produtos da empresa. Hoje, a Horsch está instalada em uma área de 18 mil metros quadrados e gera 120 empregos diretos e outros 1 mil indiretos. Até o momento, para implantar a primeira fase, já foram investidos R$ 50 milhões. A produção da unidade atual da empresa no país, também situada na capital paranaense, será incorporada pela nova, que deverá ocupar 158 mil metros quadrados (35 mil cobertos) e ser concluída no fim de 2022.

"Com a nova fábrica entrando em operação, o que está previsto para início de 2023, a geração de novos postos de trabalho diretos e indiretos será bem maior", ressalta Rodrigo Duck, diretor-geral da Horsch no Brasil. Segundo ele, o aporte ampliará em cinco vezes a capacidade de produção da companhia. O número de funcionários também deve seguir quase a mesma proporção: de 120 para cerca de 400. Com a fábrica em plena função, apenas o mercado brasileiro já irá representar uma posição significativa para o resultado geral do grupo no mundo. Atualmente, o país responde por 4% do faturamento global do grupo alemão. "Hoje, operamos com a montagem de máquinas e componentes, e com esse lançamento oficial no Brasil da adubadora e plantadeira, vamos estreitar nossa relação com os produtores", prevê.

A empresa possui três fábricas na Alemanha (matriz), além de outras na Rússia, Estados Unidos e agora no Brasil. A Horsch possui ainda escritórios de administração e vendas na França, Reino Unido, Polônia, Canadá, China e Ucrânia.

 

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Mais do que nunca, é hora da razão

 

Por mais criativo e aberto a riscos que seja, o empreendedor é uma figura que precisa de elementos concretos para tomar decisões 
 
 
Gabriele aconselha prudência, transparência, redução de custos e cuidados para não gerar problemas futuros

Neste momento tão desafiador, surge em todos nós o mesmo sentimento quando olhamos para o futuro: incerteza. Principalmente nos casos de pequenos empresários, é algo que só se agrava. Compreensivelmente, congela a criatividade e causa medo, pânico, insônia e angústia. Em suma, tira a pessoa de seu juízo.

Sejamos sinceros: subestimamos a pandemia, e ninguém contava com essa nova fase, muito mais severa. Mesmo tão avançada e desempenhando um papel essencial diante dessa grave crise sanitária, a ciência possui suas limitações. Ainda não temos uma previsão assertiva de quando tudo passará, o que acaba gerando uma tortura sem fim para quem lidera um negócio. Por mais inovador, criativo e aberto a riscos que seja, o empreendedor é uma figura racional e que precisa de elementos concretos para tomar decisões. Hoje, são diversos os questionamentos e escassas as certezas.

O comércio, por exemplo, estava começando a tirar a cabeça d'água quando veio uma nova onda — aliás, devastadora, pois não permite qualquer previsibilidade. Ora, como renegociar com os bancos se não sabemos quando as atividades voltarão ao normal, o mercado reagirá e as pessoas poderão se dar ao luxo de gastar? E aqui temos um outro fator crítico: a população, como um todo, empobreceu. Foram raros os setores que cresceram na pandemia, enquanto a imensa maioria regrediu.

Cada empresa é um ser vivo, com suas peculiaridades. Para uma companhia, determinado assunto pode ser vital; enquanto, para outras, não. Isso depende do setor, da região, do porte da empresa, entre outros fatores. Num período de turbulência como este, o mantra é sobreviver. É sair da zona de conforto em vários pontos. É dar um, dois, três passos para trás — o que nos possibilitará, após, dar cinco para frente. É não colocar dinheiro bom em situações que não ajudarão em nada. É fechar a torneira do caixa e ser franco e transparente com os credores. Uma explicação bem dada e coerente representa metade da dívida paga.

O caminho exige prudência, transparência e redução de custos, cuidando para não gerar problemas futuros. É imperativo buscar alternativas baratas e simples, usar a criatividade, desenvolver promoções, pensar no negócio de uma forma mais racional. E, também, duvidar sempre de algum profissional que diga: "o caminho é este e não tem risco".

Tudo tem risco! A questão é saber quais são e aqueles que menos impactam na sua empresa. Não existe solução mágica. Como ensina o ditado popular: não se faz omelete sem quebrar os ovos. Precisamos romper paradigmas preestabelecidos. Sem orientação adequada, as decisões diárias podem se acumular em erros e comprometer a sustentabilidade do negócio.

Não estamos diante de uma questão matemática, mas estratégica. É pensar na dívida e estabelecer premissas de acordo com o fluxo de caixa da empresa. É avaliar, reavaliar e calcular cada centavo destinado a determinado compromisso ou investimento. Optar automaticamente pelo caminho da recuperação judicial ou falência só piora as coisas. Pode até ser inevitável, mas antes é necessário esgotar todas as alternativas. Judicializar o problema não é mais uma boa prática de crise: a saída é tentar resolver, conversar com credores, fornecedores e funcionários. Caso não haja diálogo, muitas vezes, é melhor administrar um passivo do que ingressar com um processo.

Todas essas decisões exigem uma análise casuística. Afinal, cada empresa é única em suas características. Então, empresário: não deixe que o pânico afete seu discernimento. Sabemos o quanto é difícil empreender em nosso país, e os desafios fazem parte da sua rotina. É hora de levantar a cabeça, manter a serenidade — e, acima de tudo, colocar o coração de lado e usar a razão.

*Advogada, sócia e gestora de Negócios do escritório SCA — Scalzilli Althaus Advogados

 

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Bill Gates prevê normalidade no mundo em 2022


Crédito: Arquivo / AFP

O bilionário descreveu a pandemia como uma “grande tragédia” (Crédito: Arquivo / AFP)

O co-fundador e filantropo da Microsoft, Bill Gates, afirmou que o mundo voltará ao normal no final de 2022 por causa das vacinas contra a covid-19. O bilionário descreveu a pandemia como uma “grande tragédia” e acrescentou que a única boa notícia foi o início da vacinação.

“No final de 2022, devemos estar completamente de volta ao normal”, disse Gates, em uma entrevista para a emissora de televisão TVN24. O comentário ocorreu depois de Gates declarar que as pessoas poderiam pensar em mudar seu comportamento “de forma significativa” na primavera ou verão deste ano no hemisfério norte.

O executivo, por meio da Bill and Melinda Gates Foundation, prometeu cerca de US$ 1,75 bilhão (R$ 9,9 bilhões no câmbio de hoje, 25) para combater a pandemia da covid-19. Deste valor, mais de US$ 250 milhões (R$ 1,4 bilhão) foi direcionado para o desenvolvimento contínuo de novas vacinas.

Além disso, a fundação é uma das responsáveis pelo projeto Covax, que visa a distribuição igualitária de vacinas entre os países. Para o programa, Gates direcionou US$ 156 milhões (R$ 882 milhões). Os fundos também foram destinados a diagnósticos e outros tratamentos potenciais para a covid-19.

Por sua atuação durante a pandemia, Gates tem sido objeto de uma série de teorias conspiratórias, incluindo alegações de que o coronavírus é uma cobertura para que ele possa plantar microchips nas pessoas para controlá-los.

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10 perguntas para presidente-executiva da ProGenéricos


“O Brasil vai precisar se curar não só da Covid, mas de todas as mazelas. isso é responsabilidade do governo”

Crédito: Divulgação

Responsável por pouco mais de um terço de todos os remédios vendidos no Brasil, o setor de genéricos enfrenta hoje um de seus principais desafios desde que foi implementado no País, em 1999. A lei prevê um prazo de 20 anos para quebra da patente de medicamentos, mas uma brecha permite que o prazo se estenda caso o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) demore na concessão da patente. Há casos em que a concessão dura mais de 30 anos. Na primeira semana de abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) julgará uma ação, que tramita desde 2013, que pede o fim do dispositivo legal que garante essa extensão. “Isso é muito perverso e impede a indústria farmacêutica de investir mais em genéricos”, disse Telma Salles, presidente-executiva da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (ProGenéricos). De qualquer forma, não impediu o crescimento no ano da crise. O segmento de genéricos faturou, em 2020, R$ 11,5 bilhões, com alta de 18,7% em um ano. Nesta entrevista à DINHEIRO, a executiva também criticou o uso do kit covid, defendido pelo governo federal, com medicamentos sem comprovação científica. “A indústria farmacêutica é fruto da ciência. Não se pode arriscar.”

DINHEIRO – Por que a ProGenéricos entende que é necessário o fim do dispositivo na legislação que garante mais prazo para quebra da patente de medicamentos?
TELMA SALLES – Os genéricos são dependentes da extinção de uma patente para que possam ser lançados. A ProGenéricos defende a patente, que traz grandes benefícios e incentiva a inovação. Mas há um parágrafo da lei de propriedade industrial que entendemos que deveria mudar. Ela diz que a patente durará 20 anos, a partir da data do depósito no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi). Ou seja, a indústria já está usufruindo dessa patente. E se o órgão demora para analisar além de dez anos, o prazo é acrescido no final. Se o Inpi demorar 13 anos para dar a decisão, que é o prazo médio no Brasil, a farmacêutica ganha mais três, chegando a 23 anos de patente. E é isso que estamos combatendo. Há um conjunto significativo de patentes que estão postergadas e proibidas de ter seu genérico ou biossimilar. A punição é para todos – governo federal, Sistema Único de Saúde (SUS), cidadão.

E de quem é a responsabilidade por essa demora?
Quando ataco esse artigo da lei, não estou atacando as empresas que receberam essa extensão. No mundo ideal, seria mais fácil que o Inpi acelerasse os processos. Mas com esse dispositivo, nunca se sabe o tempo que uma patente vai terminar. Isso é muito perverso e impede a indústria farmacêutica de investir mais em genéricos. Falta previsibilidade. Há casos de patente que chegam a 37 anos.

Qual o prejuízo gerado por causa desse prazo esticado?
Para se ter uma ideia, os genéricos já proporcionaram aos consumidores brasileiros uma economia de R$ 177 bilhões com gastos em medicamentos desde que chegaram ao mercado nacional, há 22 anos. São mais de 3 mil genéricos registrados e que atendem a 90% das doenças conhecidas. Poderíamos atender a mais doenças, se tivéssemos mais produtos registrados. Saber o tempo do fim da patente possibilita a pesquisa e novos estudos.

Por outro lado, impedir essa prorrogação não afeta o faturamento e os investimentos das empresas que detêm a patente dos remédios?
No mundo, a patente dura 20 anos e essas empresas estão saudáveis financeiramente. Se em outros países, elas se remuneram, não é razoável que a remuneração de extensão perversa da patente no Brasil possa ser necessária para realizar outros investimentos. É justamente o contrário. Investir em genéricos, seja companhia do Brasil ou multinacional, garante remuneração. As empresas de genéricos investem anualmente 8% do faturamento para pesquisa e desenvolvimento. Não dá para produzir uma cópia sem inovar.

Se essa cláusula não estivesse em vigor, o tratamento de pessoas internadas com Covid-19 poderia ser mais amplo?
Posso garantir que a Covid-19 está sendo tratada com genéricos, como os antibióticos e antitérmicos, seja em hospital público ou privado. Apenas tratar, porque para prevenir hoje só temos a vacina. Em uma calamidade como essa, imagina se não tivéssemos a possibilidade de ter genéricos de anestésicos, por exemplo. Hoje não dá para imaginar que só detentores de registros tivessem condições de suprir o mundo. Estudos científicos ainda não apontaram um medicamento para prevenir a Covid-19.

Caso surja rapidamente um medicamento contra a Covid-19, a senhora é favorável que se discuta a liberação da patente?
Tenho certeza de que a empresa que descobrir essa cura vai ter muita responsabilidade para discutir a ampliação do acesso. E todos os países do mundo têm eficientes mecanismos de negociação, inclusive o Brasil. Essas soluções estão previstas em lei e a discussão será necessária. Precisa discutir liberação ou redução da patente, levando-se em conta também o custo desse produto. De graça não poderá ser. De modo geral, a ProGenéricos defende a proteção das patentes. Ela é necessária. A discussão se dá dentro de um ambiente jurídico seguro. O Brasil certamente vai analisar as prerrogativas legais para isso.

Como o mercado farmacêutico reagiu à crise?
O setor de genéricos cresceu 18,7% no ano passado. Como este tipo de medicamento é cerca de 70%, em média, mais barato, as pessoas puderam aderir aos tratamentos de hipertensão, diabetes e outras doenças. Não houve retrocesso em investimentos durante a pandemia e a indústria vem arcando com a flutuação dos custos.

Na atual gestão, investimentos no programa Farmácia Popular têm caído, e o ministro da Economia, Paulo Guedes, chegou a propor sua extinção. Qual o impacto dessa falta de apoio no programa para o setor?
Esse programa é muito significativo. Quando as pessoas se tratam melhor, procuram menos o SUS. Então, o Farmácia Popular deveria merecer a atenção do Ministério da Saúde para que ficasse mais robusto e incorporasse novos tratamentos. Uma população bem tratada pode ser mais produtiva. O programa precisa ter mais atenção. O governo pode não ter culpa pela pandemia, mas tem responsabilidade sobre tudo o que está acontecendo. O Brasil vai precisar se curar não só da Covid, mas de todas as mazelas produzidas. Isso é responsabilidade do governo.

Falando sobre responsabilidade, qual sua avaliação sobre quem defende o uso de kit Covid ou o tratamento precoce?
A indústria farmacêutica é fruto da ciência. Tudo que foge de comprovação científica não acredito ser adequado. Não se pode arriscar. A ciência está mostrando para todos que é a vacina que vai nos ajudar a voltar para as ruas.

E quando é o presidente da República que vai na direção contrária à ciência?
Seja qual for o cargo, o partido, a farda, crachá, é necessário ter responsabilidade de seus atos. Espero que a gente não veja nenhum ato que seja pior do que a própria Covid. Essa responsabilidade precisa ser bastante refletida. A ciência deu resposta para a utilização da cloroquina, que não é recomendada para tratar a doença. E a indústria farmacêutica produz e não prescreve. Quando se propaga isso, não dá para fugir da responsabilidade. Seria como eu dizer que água de coco seria bom para a doença e fazer um estoque.


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