quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

Ouro sobe em movimento de busca por segurança; prata salta mais de 5% e renova recorde

 

O ouro encerrou a sessão desta quarta-feira, 17, em alta, com investidores em busca de ativos de segurança após a escalada das tensões globais e renovados temores sobre tecnologia, enquanto calibram as expectativas de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para 2026. Enquanto isso, a prata subiu acima de US$ 67 pela primeira vez na história.

Na Comex, divisão de metais da bolsa de Nova York (Nymex), o ouro para fevereiro encerrou em alta de 0,96%, a US$ 4.373,9 por onça-troy. A prata para março avançou fortemente, em 5,7%, a US$ 66,901 por onça-troy, depois de bater máxima a US$ 67,180.

O metal dourado ganhou impulso frente ao acirrar das tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela, aponta o BBH. Na terça pela noite, o presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou o bloqueio total dos navios petroleiros sancionados que estejam entrando ou saindo do país latino-americano, além de classificar o governo de Nicolás Maduro como organização terrorista.

No cenário macro, o mercado aguarda a divulgação do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA, prevista para a quinta-feira. Caso existam sinais de desinflação, os rendimentos dos Treasuries podem cair, enfraquecendo o dólar a permitindo que o ouro renove recordes de preço, afirma o DHF Capital. Mesmo com os dados divergentes de emprego divulgados na terça, os analistas apontam que a expectativa ainda é de dois cortes nos juros no primeiro semestre de 2026.

Assim, o Swissquote vê múltiplos fundamentos que dão suporte à alta dos preços continua, em meio às expectativas de um Fed mais brando, menor apetite pelos Treasuries e persistente tensão geopolítica. Para o banco suíço, o rali dos metais preciosos ainda tem espaço para continuar.

*Com informações de Dow Jones Newswires

Diretor-geral da PF critica redução de penas aos condenados pelo 8 de Janeiro

 Diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues | Agência Brasil

O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, criticou nesta quarta-feira, 17, a discussão do PL da Dosimetria durante a posse do novo superintendente da corporação no Distrito Federal, Alfredo Junqueira. Ele classificou a proposta como incoerência no discurso de endurecimento penal defendido no Congresso Nacional.

Segundo Andrei, autoridades dos Três Poderes precisam alinhar discurso e prática quando tratam de política criminal. Para ele, não há coerência em defender penas mais duras e, ao mesmo tempo, apoiar medidas que flexibilizam punições.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou o projeto nesta tarde. O texto vai ao plenário.

“Nós, autoridades públicas dos Três Poderes, temos que ter coerência entre o discurso e a prática. Não vale pregar mais endurecimento de pena, proibir benefícios constitucionalmente previstos e, na hora da prática, fazer outra coisa, como, por exemplo, propor anistia ou afrouxamento de penas para quem comete crime e crime organizado”, afirmou o diretor-geral da PF.

O projeto, já aprovado na Câmara, modifica parâmetros de dosimetria aplicados aos condenados por tentativa de golpe de Estado e pode abrir caminho para a redução da pena do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), hoje fixada em 27 anos e três meses de prisão.

Depois que aprovar a PEC da Segurança Pública, vamos recriar o ministério, diz Lula

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta quarta-feira, 17, que não discute segurança pública por falta de competências previstas ao governo federal. Segundo Lula, é necessária a aprovação da PEC da Segurança Pública para definir as atribuições do Planalto sobre o tema. Ele voltou a prometer a criação do Ministério da Segurança Pública caso a emenda constitucional passe pelo Congresso.

“Eu nunca quis discutir segurança pública porque não era papel do governo federal porque a Constituição não dá ao governo federal o direito de se interferir na segurança pública. (…) Por isso que eu quero aprovar a PEC, porque depois que aprovar a PEC, que definir o papel da União na questão da segurança pública, nós vamos criar o Ministério da Segurança Pública”, afirmou o presidente.

Lula ainda reclamou da dificuldade de ministros em discutir a violência contra a mulher. Segundo o petista, os ministros homens não conseguem discutir o tema com a ministra das Mulheres, Márcia Lopes.

O presidente também declarou que os possíveis adversários dele em 2026 não possuem novidades para oferecer aos eleitores. “Quero saber quais as novidades que eles vão propor”, declarou Lula.

Não há negociação ou acordo no Senado envolvendo PL da Dosimetria, diz Gleisi no X

 

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, afirmou nesta terça-feira, 17, pelo X, que não há negociações ou acordos no Senado que envolvam o PL da Dosimetria. O projeto, que reduz penas de condenados pelos atos de 8 de Janeiro e beneficia o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), deve ser votado na Casa nesta quarta-feira, 17.

“Não há nenhuma negociação ou acordo no Senado envolvendo o projeto de lei da redução de penas para os golpistas condenados pelo STF. O governo é contra essa proposta e orienta sua base a votar contra, por razões já conhecidas: quem atentou contra a democracia tem de pagar por seus crimes e, além disso, o projeto aprovado na Câmara beneficia condenados por vários outros crimes”, afirmou Gleisi.

Nesta terça, senadores passaram a afirmar que o projeto de dosimetria fazia parte de um acordo firmado entre governo e oposição, em troca da aprovação do projeto sobre benefícios tributários.

Além de Gleisi, outras lideranças do governo negam que haja uma negociação para a aprovação do projeto que reduz as penas impostas ao ex-presidente.

Orizon compra Vital e passa a deter 18% no mercado de gestão de resíduos

 

A incorporação da Vital pela Orizon Valorização de Resíduos tem efeito “transformacional” para a companhia, disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o diretor-presidente da empresa, Milton Pilão. Segundo ele, o grupo consolidará a liderança do segmento e poderá se beneficiar de ganhos de escala.

A transação anunciada na manhã desta quarta-feira, 17, foi feita totalmente em troca de ações, sem desembolso em dinheiro, e tem enterprise value, que inclui dívidas, de R$ 3 bilhões da Vital. O múltiplo da transação ficou em 5,75 vezes o Ebtida.

Na nova configuração, os controladores da Orizon, acionistas de referência e a gestora EbCapital, ficam com 30,4% da empresa, enquanto os controladores da Vital terão 30%. Já as ações restantes ficam no free float.

Avaliada hoje em R$ 6 bilhões, a Orizon registrou R$ 281 milhões em receita e um lucro líquido de R$ 27,3 milhões no terceiro trimestre. A combinação das companhias cria um grupo com R$ 9 bilhões em valor de mercado.

Segundo Pilão, a união das companhias ampliará em 62% a capacidade de gestão de resíduos da Orizon, e adicionará 12 ecoparques (aterros com usina de biogás e tratamento dos resíduos) à companhia, abrindo também espaço em locais onde a empresa ainda não atua, como Belo Horizonte, São Luís do Maranhão e São Paulo, a maior concessão da América Latina.

A integração desses ativos fará com que, após a combinação de negócios, o grupo alcance 34 ecoparques, incluindo quatro em licenciamento. “Isso resulta num poder de fogo gigantesco para compra de insumos como manta para tratamento de chorume”, explica o executivo, ao mencionar também a possibilidade de ganhos com a escala da operação.

Além disso, segundo Pilão, essa experiência será utilizada para criar e agregar serviços de gestão integrada nas unidades que hoje são operadas pela companhia.

Com isso, a empresa verá sua participação de mercado saltar dos atuais 11% para 18%, chegando a 14 milhões de toneladas sob gestão, o que representa o lixo gerado por cerca de 40% da população do País.

Além disso, a Orizon amplia sua atuação em gestão integrada, incluindo coleta e concessões municipais, o que multiplica receitas e cria oportunidades de crescimento orgânico, explicou o executivo. “Esse lado traz escala, eficiência, e estrutura de capital que possibilita a empresa crescer”, destaca.

Já o responsável pelo portfólio de investimentos da família Queiroz Galvão, André Câncio, avalia que a combinação dos negócios permitirá a obtenção de sinergias com foco em crescimento sustentável no segmento de biometano.

“Participar desse novo ciclo, com atuação ativa na governança, reforça o compromisso com a estratégia de longo prazo”, disse ele.

A fusão ainda depende de aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e dos municípios onde as duas empresas têm concessões.

Haddad diz que mercado não reconhece indicadores e que relação é ‘muito difícil’

 

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, herdou um “inferno” nas contas públicas do ex-presidente Jair Bolsonaro. Afirmou ainda que a relação com o mercado financeiro é “muito difícil” porque “os indicadores (da economia) não são reconhecidos”.

Haddad declarou, ainda, que 2026 será um ano igualmente “muito difícil” por causa da disputa eleitoral e do que ele chamou de “guerra de comunicação”. A fala se deu durante a reunião ministerial com Lula na Granja do Torto nesta quarta-feira, 17. Haddad foi um dos ministros a fazer uma fala inicial no encontro.

“Não é fácil manter, nas condições do Brasil, sobretudo na relação com o mercado financeiro, muito difícil a relação, porque os indicadores não são reconhecidos, é como se Lula tivesse herdado um paraíso e estivesse com problemas nas contas, mas não, ele herdou um inferno, depois de sete anos de direita e extrema-direita”, afirmou o ministro.

Em seguida, após reclamar da relação com o mercado financeiro, ele continuou o raciocínio elogiando o presidente Lula: “Manter crescimento, emprego, inflação baixa e em uma tensão artificialmente construída na política e na economia não é para qualquer um”.

Haddad disse que há “muitos desafios pela frente”. “Vai ser um ano muito difícil, como todos sabem, sobretudo a guerra de comunicação, de narrativas. Vai continuar um inferno na vida de todos nós. É um desafio lidar com essas redes sociais, com (o que é) a verdade”, declarou o ministro.

“Nada pode expressar mais o nosso desafio do que o slogan ‘Ano que vem será o ano da verdade’. Se a gente transformar o ano que vem no ano da verdade, vamos ter mais quatro anos de trabalho sobre a Presidência do presidente Lula”, completou Haddad.

Em última reunião ministerial, Lula diz que 2026 será o ano da verdade

 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (17) que o governo precisa alcançar a “narrativa correta” para informar ao povo brasileiro as coisas que aconteceram no país nos últimos anos. O presidente comanda, nesta manhã, a última reunião ministerial de 2025, na residência oficial da Granja do Torto, em Brasília.

Para o presidente, o país está em uma situação “amplamente favorável”, embora, segundo ele, isso não apareça com a força que deveria aparecer nas pesquisas de opinião pública em razão da polarização política no país. Lula disse que o discurso da equipe precisa estar definido para o processo eleitoral do ano que vem.

“O ano eleitoral vai ser o ano da verdade. Ou seja, nós temos que criar a ideia da hora da verdade para mostrar quem é quem nesse país, quem faz o quê nesse país, o que aconteceu antes de nós e o que acontece quando nós chegamos ao governo”, disse aos seus ministros, citando ações em diversas áreas, como economia e inclusão social.

“É importante que a gente tenha noção que nós precisamos fazer com que o povo saiba o que aconteceu nesse país. Eu tenho a impressão que o povo ainda não sabe. Eu tenho a impressão que nós ainda não conseguimos a narrativa correta para fazer com que o povo saiba fazer uma avaliação das coisas que aconteceram neste país”, acrescentou.

Lula disse que vai aceitar o afastamento dos ministros que quiserem disputar um cargo ou reeleição. No pleito de 2026, será escolhido o novo presidente da República, mas também governadores, senadores, deputados federais, estaduais e distritais.

O presidente destacou ainda a capacidade de articulação da equipe para a aprovação de medidas de interesse do governo no Congresso Nacional, como a isenção do imposto de renda e a reforma tributária. Para ele, o país vive um “momento ímpar” do ponto de vista econômico também pelo aumento da capacidade de investimento e financiamento dos bancos públicos.

O presidente Lula reafirmou a sua política de que o dinheiro precisa circular nas mãos da população. “Nós precisamos fazer muito mais, porque a minha teoria é que pouco dinheiro na mão do povo resolve o problema. Não tem macroeconomia, não tem câmbio. Se tiver dinheiro na mão do povo, está resolvido o nosso problema. Está resolvido o problema da industrialização, do consumo, da agricultura, está resolvido o problema da inflação”, disse.

“Nós acabamos com a invisibilidade do povo pobre desse país. Nós acabamos com a invisibilidade de um povo que só era reconhecido em época de eleição”, afirmou o presidente.

Após o discurso de abertura da reunião, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, falou sobre as políticas industriais em desenvolvimento, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, fez um balanço dos primeiros 3 anos da gestão.

Também estão previstas falas dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad; da Secretaria de Comunicação Social, Sidônio Palmeira; e da ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.