Grupo prevê renovar o mix de produtos em 25% nos próximos anos mesmo com os impactos da recessão no Brasil
Ao inaugurar seu centro de inovação (CIV) em Montenegro (RS) nesta quarta-feira (11), o Grupo Vibra sinaliza que pretende agregar valor à sua linha de produtos ao mesmo tempo em que aporta recursos nas plantas industriais. O novo espaço pretende fomentar pesquisas para enriquecer o portfólio das marcas Nat e Avia. O empreendimento também terá papel fundamental para reduzir em até 30% o tempo de desenvolvimento de novos produtos e replicar processos criados na unidade administrativa para as fábricas do Paraná e de Minas Gerais.
O grupo já
havia saído na frente em 2016 quando lançou uma linha de cortes de
frangos embalados em atmosfera controlada, a Nat Verde. A tecnologia
evita que o produto fique engordurado nas gôndolas. Esse foi o ponto
inicial de um processo que se completa agora com a criação de uma célula
inovadora dentro da companhia. “[O núcleo inovador] estava disperso, o
que tomava um período maior [para a criação de processos de inovação]”,
explica Gerson Müller, superintendente do Grupo. Nos próximos cinco
anos, a Vibra pretende renovar seu catálogo em 25% a partir das
pesquisas realizadas pelo CIV.
Mesmo
com os impactos gerados pela recessão e a Operação Carne Fraca no ano
passado, a empresa segue investindo em novas soluções para o setor de
carne de frango, cuja produção cresceu apenas 1,7% no ano passado,
segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “Não temos
pressão interna para crescer a qualquer custo, pois queremos o melhor
desempenho. Não somos jogadores”, sintetiza Müller. Apesar de ter
abatido 500 mil aves por dia em 2017, a empresa tem capacidade para 700
mil unidades e quer reservar o vácuo disponível para os novos produtos
que serão criados futuramente.
Para
atender à crescente demanda do Oriente Médio, o Grupo Vibra criou uma
subsidiária em Dubai, nos Emirados Árabes, em 2017, aumentando o volume
de exportações ao país em mais de 10%. Apesar dos bons resultados lá
fora, o equilíbrio das vendas no Brasil é o maior desafio da companhia
hoje. “O mercado interno sofre bastante porque a demanda diminuiu muito
no varejo”, conta Müller. Mesmo assim, o grupo deve anunciar até
dezembro investimentos no Rio Grande do Sul e em outras regiões do país
como o Sudeste. “Podemos crescer, com cautela, mas ainda podemos e temos
margem para isso”, sustenta Flávio Rogério Wallauer, diretor de vendas e
marketing da Vibra.
*Com reportagem de Italo Bertão Filho, de Montenegro (RS).
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