Diversas franqueadoras estão apostando nas franquias em espaços inexplorados para ganhar capilaridade - e baixar custos
São Paulo – Foi-se o tempo em que os
franqueados tinham de se decidir entre abrir uma unidade na rua ou no
shopping center. Buscando explorar pontos comerciais menos concorridos
(e reduzir de forma inovadora os custos de implantação), diversas redes
franqueadoras estão apostando em franquias em locais inusitados, dentro de outros empreendimentos.
A rede de alimentação Giraffas, por exemplo, lançou contêineres para serem instalados em estradas. Em parceria com o Santander, a argentina Havanna abriu sua primeira loja em uma agência bancária em terras nacionais.
Agora, academias, estádios de futebol, lojas de departamento, postos de
gasolina e salões de beleza já dividem seus espaços ociosos com
franquias.
De acordo com a Associação Brasileira do Franchising (ABF), 45% dos
municípios brasileiros possuem a presença de redes franqueadoras. “Uma
estratégia para chegar a essas regiões é oferecer modelos de menor
investimento”, afirmou Altino Cristofoletti Junior, presidente da ABF,
na abertura da feira de franquias ABF Franchising Expo. “As equipes das franqueadoras têm se especializado, trazendo profissionais focados em novos canais.”
EXAME conversou sobre o tema com quatro redes
franqueadoras presentes na ABF Franchising Expo. O evento, que acontece
até o próximo sábado (30), reúne 400 marcas expositoras no Expo Center Norte (São Paulo). Confira alguns lugares inusitados aos quais as franquias já chegaram ou planejam chegar:
Salões de beleza
O Mapa da Mina, rede de franquias de semijoias, foi criada em 1995 e
começou a franquear em 2014. No segundo semestre de 2017, a franqueadora
lançou seu modelo de microfranquias, chamado Express, que funciona por
meio de torres instaladas em estabelecimentos comerciais com acessórios e
peças do Mapa da Mina. Alguns pontos de venda são lojas de cosméticos,
perfumarias e salões de beleza.
Para Marcos Pertile, sócio-diretor do Mapa da Mina, o objetivo foi
levar as semijoias para estabelecimentos sinérgicos à atuação da
franqueadora e que proporcionem um ambiente de compra associado ao
bem-estar das clientes.
No formato, chamado de Express, o franqueado investe 30 mil reais em
troca de cinco torres. Enquanto isso, o quiosque possui um aporte de 100
mil reais; a loja, de 120 mil reais. O prazo de retorno vai de 12 a 24
meses, com faturamento médio mensal de 1,5 mil reais por torre. A taxa
de lucratividade média vai de 10% a 30%.
Atualmente, o Mapa da Mina tem 23 unidades, sendo quatro no modelo
Express. A rede prevê encerrar o ano com 33 franquias, sendo cinco no
formato mais recente.
Garagens
A rede de cursos profissionalizantes em costura e modelagem de roupas
Sigbol Fashion lança na ABF Franchising Expo um modelo para quem quer
abrir uma franquia na própria garagem. Em um espaço de 16 m², o
franqueado poderá operar a microfranquia sozinho.
De acordo com o diretor da Sigbol Fashion, Aluízio de Freitas, o
modelo é mais indicado para cidades a partir de 50 mil habitantes ou
grandes bairros de capitais. “A ideia é dar oportunidade para as pessoas
que já tem um pequeno ateliê se tornarem empreendedoras, colocando
máquinas de costura e mesas para as aulas.”
O modelo, chamado Basic Fast, pede um investimento inicial é de 17
mil reais, enquanto o formato mais robusto da Sigbol Fashion pede um
aporte de 114,6 mil reais. O prazo de retorno é de seis meses, com
faturamento médio mensal de 13 mil reais. A taxa de lucratividade média é
de 33% sobre o valor.
O negócio nasceu em 1982 e começou a franquear em 2011. Hoje, a
Sigbol Fashion possui 23 unidades e já está negociando com interessados
no formato de garagem. A meta é abrir 10 novas franquias até o final do ano, sendo duas no modelo Basic Fast. Leia também:
15 franquias que estão chegando ao mercado, de games a hambúrgueres
Condomínios e estádios de futebol
A Patroni, rede de pizzarias criadas em 1984 e franqueadora desde
2003, começou a criar modelos mais enxutos desde 2015. Segundo o
fundador e presidente da rede, Rubens Augusto Júnior, o formato Expresso
é ideal para ser instalado em lugares inusitados e de grande movimento –
como condomínios, clubes, estádios de futebol, hipermercados, metrôs e
universidades.
O investimento inicial é de 150 mil reais, contra os 300 a 450 mil
reais exigidos pelos modelos clássicos. O menu é mais enxuto e focado em
itens de consumo rápido, como cafés, pedaços de pizza e salgados. Com
isso, pede também um menor quadro de funcionários.
O prazo de retorno do modelo é de 18 a 24 meses, com faturamento
médio mensal de 40 mil reais a 80 mil reais. O lucro médio vai de 12% a
20% desse valor.
Atualmente, há 11 unidades da Patroni no formato Express, sendo que
oito delas estão na Arena Corinthians, em São Paulo. A rede pretende
abrir mais 10 pontos de venda nesse modelo até o fim de 2018. Ao todo, a
Patroni possui 210 unidades em operação e quer chegar a 255 lojas neste
ano.
Lojas de departamento e postos de gasolina
A franqueadora 10 Pastéis firmou, em julho de 2017, uma parceria com a
rede Havan para colocar cafés nas lojas de departamento, vendendo comes
e bebes.
Segundo o diretor Lucas Figueiredo, a ideia era fazer um teste, sem
muita pretensão – mas o faturamento médio mensal esperado, de 60 mil
reais, se transformou em 140 mil reais. O franqueado recuperou seu
investimento em três meses de operação.
Hoje, a 10 Pastéis possui cinco cafés dentro das lojas de
departamento Havan – e está para abrir outras três até o fim deste ano,
além de uma unidade com a mesma proposta em um posto de gasolina da rede
Ipiranga.
O investimento inicial do modelo store in store é de 180 mil reais,
contra os 280 mil reais de uma loja tradicional. O prazo de retorno é de
18 a 24 meses, com faturamento médio mensal de 60 mil reais. A taxa de
lucratividade média é de 15% sobre o valor.
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