Cooperativa é uma das maiores empresas de alimentos do Brasil
O case a seguir faz parte do livro “Paraná – Grandes Marcas”, publicado pelo Instituto AMANHÃ.
Em
sua simbologia, os princípios cooperativistas são associados às cores
do arco-íris, imagem que veio a ser adotada, originariamente, como uma
espécie de emblema universal do cooperativismo. Baseados no estatuto da
cooperativa de consumo de Rochdale, em 1844, que continha sete artigos,
os princípios – designados de “regras de ouro” – ganharam versão
definitiva em 1995 e são vigentes até hoje. Um dos mais importantes
deles trata da participação econômica, e demonstra como uma cooperativa
pode ser o motor de desenvolvimento para a região onde está
estabelecida, para seus associados e para toda a cadeia produtiva.
Pode-se
afirmar que a Frimesa, de Medianeira, tem elevado esse princípio à
potência máxima. O mais recente frigorífico planejado pela cooperativa,
em Assis Chateaubriand, por exemplo, deverá levar a produção de suínos
do Paraná a um novo patamar nos próximos anos. Atualmente, já tem o
maior rebanho do país, mas é o vice-líder em produção. A expectativa é
que, com o novo projeto, o estado passe também a garantir esse posto. O
empreendimento, que poderá abater até 15 mil cabeças de suínos por dia,
até 2030, será o maior da América Latina. Não surpreende tamanha
envergadura para uma cooperativa que já nasceu fadada para multiplicar
frentes de atuação.
A evolução nos 40 anos
O
toque de Midas foi dado em 13 de dezembro de 1977, a partir da união de
6 mil agricultores de quatro cooperativas: Coasul (São João), Comfrabel
(Francisco Beltrão), Camdul (Dois Vizinhos) e Coopersabadi (Barracão).
Outro marco importante veio em 23 de novembro de 1979. Nessa data, foi
assinado o contato de compra da massa falida do Frigorífico Medianeira
S/A, nome que originou a marca Frimesa a partir da junção das iniciais
das palavras que formam a razão social.
Na
medida em que a industrialização no Brasil avançava, principalmente na
década de 1980, a Frimesa buscou ajustar a técnica e a visão dos
negócios no mercado. Em 1985, uma nova gestão assumiu o comando da
Central, tendo como meta o crescimento, a modernização e a preparação da
base primária. A primeira ação foi a modernização do frigorífico, em
meados de 1986, aumentando a capacidade de abate para 1,2 suínos ao dia.
Nos anos seguintes, a Frimesa iniciou o gigantesco projeto de fomento
da bacia leiteira do Oeste paranaense. Em 1994, nem as dificuldades de
adapatação ao Plano Real frearam o ímpeto de crescimento da marca. A
prova foi a conclusão do processo de modernização tecnológica na
atividade de leite: o sistema de coleta nas propriedades passou a ser
por meio de caminhões a granel, fazendo com que a cooperativa fosse a
primeira do Brasil a usar esse sistema. Institucionalmente, os anos de
1995 e 1996 foram marcados pela implantação de novos métodos gerenciais,
como o Programa de Qualidade Total, baseado no modelo Total Quality
Management (TQM) e no modelo de gerenciamento por diretrizes e
planejamento estratégico, readequando a empresa ao ambiente competitivo.
Mas não pense que isso foi novidade para a cooperativa medianeirense.
Desde o início, a empresa adota essa importante ferramenta de gestão. Os
planos são revistos a cada cinco anos, sempre com previsão de metas de
crescimento. E todos, sem exceção, foram cumpridos até hoje.
A
Central, diante dos novos desafios da década que se iniciou em 2000,
mudou o modelo de gestão em 1997, tendo como alvo industrializar e
comercializar o leite e a carne suína através da produção de uma grife
forte. Nesse período, a cooperativa unificou a venda dos derivados de
carne suína e lácteos em uma única marca: Frimesa.
O
novo milênio teve início com a expansão da atividade de leite. A
primeira ação foi incorporar a industrialização de mais de 160 mil
litros da bebida por dia. O aumento aconteceu por meio da parceria com
as cooperativas da Centralpar. A incorporação permitiu a
operacionalização da indústria em Curitiba e a captação de leite no Sul
do Paraná. No ano seguinte, aconteceram novas incorporações. Dessa vez,
com os Laticínios de Douradina e de Capanema, no Paraná, e de Joaçaba,
em Santa Catarina, tornando-a a maior empresa paranaense em recebimento
diário de leite. Também em 2002, a Frimesa comemorou bodas de prata,
fortalecendo a marca através de embalagens mais atraentes e da adoção do
slogan “Frimesa tem gosto de amizade”.
Dois
anos depois, as Cooperativas singulares – atualmente formadas por
C.Vale, Copacol, Copagril, Lar e Primato – e a Frimesa iniciaram um
audacioso projeto a fim de promover a cadeia de suínos na região dos
associados. O aporte ultrapassou R$ 200 milhões. Outro importante passo
foi do frigorífico em Medianeira, inaugurado em dezembro de 2007,
durante as comemorações dos 30 anos da cooperativa. A meta a partir do
ano seguinte passou a ser voltada para a produção de alimentos de valor
agregado. E a estratégia, naturalmente, deu certo: a empresa tem
registrado um crescimento médio anual de 13% na última década, mesmo em
meio aos solavancos das crises.
Crescer com sustentabilidade
Investindo
continuamente na melhoria de processos e produtos, a Frimesa conta com
uma área específica de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação. Somente em
2015, a cooperativa lançou nada menos que 67 produtos, índice que a
levou a ser considerada uma das 50 companhias Campeãs de Inovação da
região Sul. O estudo, promovido por AMANHÃ, adota o Innovation
Management Index, ferramenta de metodologia do Global Innovation
Management Institute (Gimi), aplicada pelo IXL-Center, de Cambridge
(EUA).
Hoje, a Frimesa é a maior
empresa do Paraná em industrialização de suínos e no Brasil ocupa a
quarta posição. Também é dona da sétima posição entre as cooperativas
paranaenses e, em lácteos, está entre as 15 maiores empresas
brasileiras. Os planos para o futuro são alvissareiros: estar até 2030
entre as quatro principais empresas de alimentos processados do país. Em
um horizonte de quatro anos, a companhia prevê faturar R$ 5,2 bilhões –
79% superior ao faturamento de 2017. Para tanto, a produção vai tomar o
mesmo caminho, obtendo um crescimento de 71% no período. Para
distribuir os produtos no mercado brasileiro, a cooperativa conta com
nove filiais de vendas e 11 centros de distribuição. Ainda que tenha
forte atuação no Sul – com 45% das vendas direcionadas para a região –, o
mercado de São Paulo também é importante, pois responde por uma fatia
de 20% da comercialização. Para se fazer presente no dia a dia dos
consumidores, a Frimesa tem como trunfo o o varejo, atingindo 35 mil
pontos de venda do Oiapoque ao Chuí.
Apesar
de tamanho salto conquistado desde aquele distante 1977, a cooperativa
jamais se afastou da sua essência. Respeito, simplicidade e honestidade,
aliados à constante preocupação com a comunidade, com os funcionários e
com o meio ambiente são valores permanentes. São quase 7 mil
colaboradores e 4,5 mil produtores de leite e suinocultores como parte
da cadeia de valor da Frimesa. Mais de 25 mil pessoas estão envolvidas
economicamente com seus processos diretos e indiretos. São os números
gigantescos de uma grife cooperativista, que escolheu crescer com
sustentabilidade, e que leva inscrito em seu DNA o princípio do
desenvolvimento.
http://www.amanha.com.br/posts/view/7003
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