A Eve conta com 2.850 encomendas realizadas
eVTOL da Eve - Crédito: Divulgação/Eve
Apesar de parecer mais um helicóptero, o carro voador está cada vez mais próximo de virar realidade no céu brasileiro. O fato é que o EVE-100, da EVE, empresa de mobilidade urbana da Embraer, passa por uma regulamentação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil).
A previsão é de que o eVTOL (electric vertical take-off and landing, ou aeronave elétrica com capacidade de pousar e decolar verticalmente, na tradução), como são chamados esses veículos, desembarquem no mercado em 2026 – os testes iniciam neste ano.
Como funciona o carro voador?
O EVE-100 é uma aeronave de propulsão elétrica e que, assim como o helicóptero, realiza pouso e decolagem de forma vertical. O modelo tem um peso máximo de decolagem de 2.800 kg e capacidade para transportar um piloto e quatro passageiros.
Para voar, ele conta com uma hélice de empuxo horizontal de cinco lâminas, rotores dedicados para o voo vertical e asas fixas para voar em cruzeiro – sem a necessidade de componentes para a transição durante o voo.
O conceito mais recente inclui um propulsor elétrico alimentado por motores elétricos duplos. O alcance chega a 100 km.
Segundo a Embraer, além de oferecer diversas vantagens, como baixo custo operacional, menos peças, estruturas e sistemas otimizados, ele foi desenvolvido para oferecer eficiência de empuxo com baixo ruído. A ideia é que ele seja utilizado para viagens curtas de aviação executiva.
Consulta setorial
A Anac abriu recentemente uma consulta setorial de certificação do eVTOL da Embraer, que ficará aberta até o dia 15 de março.
O objetivo é agregar ideias e comentários de pessoas físicas ou jurídicas que queiram contribuir com a consulta, “especialmente aquelas interessadas no tema, como potenciais solicitantes de um Certificado de Tipo para aeronaves semelhantes e potenciais operadores de aeronaves, bem como dos respectivos locais de decolagem e pouso”, afirma a agência.
Fábrica e fornecedores
Anunciada no ano passado, a fábrica da Eve para produzir o modelo fica localizada em Taubaté, interior do estado de São Paulo.
Segundo a Embraer, o local se beneficia de uma logística estratégica, oferecendo fácil acesso por meio de rodovias e proximidade de uma linha ferroviária. Além disso, a localização é próxima à sede da Embraer em São José dos Campos e da equipe de engenharia e recursos humanos da Eve, o que deve facilitar o desenvolvimento e a sustentabilidade de processos de produção.
A companhia, inclusive, afirma que recentemente selecionou dois novos fornecedores para o eVTOL: a Aciturri e a Crouzet.
A Aciturri será responsável pelo desenvolvimento e fabricação dos revestimentos e longarinas das asas, bem como as bordas de ataque e de fuga.
A Crouzet, por sua vez, fornecerá o controle do piloto, especificamente o joystick usado para controlar a aeronave em voo. Ambos os fornecedores assinaram acordos que contemplam o ciclo de vida da aeronave, incluindo a produção de protótipos, além do serviço e suporte operacional pós-venda.
“Enquanto avançamos com a produção do nosso primeiro protótipo, estamos fechando acordos de grande importância”, destaca Johann Bordais, CEO da Eve.
E completa: “Nossa prioridade é estabelecer uma relação sólida com cada um dos nossos fornecedores. Nesse sentido, Aciturri e Crouzet, empresas notáveis pela excelência e pelo suporte dedicado, são parceiras com as quais temos grande expectativa de colaborar, visando o início das operações para 2026 em diante.”
Os novos fornecedores se juntam à Garmin, Liebherr Aerospace e Intergalactic, que foram anunciados em outubro de 2023.
Encomendas
A Eve conta com 2.850 encomendas, que representa uma intenção de compra de mais de US$ 8 bilhões. Os principais clientes são operadores de helicópteros, companhias aéreas, empresas de leasing e plataformas de voos compartilhados.
Ao todo, são 28 clientes espalhados por todos os continentes. No Brasil, dos 335 reservados, 100 são para a Avantto, 50 para a Helisul, 50 para a OHI (Revo), 40 para a FlyBIS, 25 para a Flapper e 70 para a Voar.
A Revo, em entrevista à ISTOÉ DINHEIRO, já confirmou que deseja implementar o serviço.
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