Noticiário cotidiano - Indústria naval e Offshore |
A mudança na política de pagamentos dos fornecedores pela Petrobras
no fim do ano passado começou a afetar os fundos de recebíveis criados
para financiar a cadeia de prestadores de serviço da estatal. Desde
novembro, houve um aumento dos créditos com pagamentos em atraso em
pelo menos três dos cinco Fundos de Investimentos em Direitos
Creditórios (FIDCs) criados com essa finalidade e registrados na
Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em um desses portfólios, gerido pela BI Invest, os créditos em atraso já chegam a 18% da carteira que somava R$ 24,574 milhões em dezembro, sendo que desse total R$ 3,469 milhões se referem a pagamentos com atraso superior a 90 dias. Ao alterar a política de pagamento dos fornecedores que têm atrasado a entrega dos pedidos, a Petrobras tem demorado mais para repassar recursos. Como a maioria dessas operações são "a performar", a estatal resolveu não liberar os recursos enquanto não receber as entregas. Nesse cenário, algumas empresas têm tido maiores dificuldades financeiras. E algumas dessas empresas que tiveram problemas estavam nos FIDCs de fornecedores da Petrobras, o que explica o aumento dos créditos com pagamentos em atraso nessas carteiras. Procurada, a Petrobras informou que "não interfere na relação entre os fornecedores cedentes de crédito e os FIDCs", embora seja responsável pelo repasse dos pagamentos. No fundo gerido pela Brasil Plural, que tem R$ 286,2 milhões de patrimônio, os créditos com pagamentos em atraso passaram de R$ 2,403 milhões em novembro para R$ 5,399 milhões em dezembro. Já no FIDC gerido pela Silverado Asset Management, que tem R$ 137,773 milhões de patrimônio, a parcela de créditos em atraso saltou de zero em outubro para R$ 3,059 milhões em dezembro. O atraso, na maior parte desses ativos, se concentrava na faixa entre 31 e 60 dias. O diretor de risco da Silverado, Carlos Santos, confirma que tem ocorrido alguns atrasos na liberação de pagamento por parte da Petrobras em função da performance de alguns fornecedores, mas diz que são casos pontuais. No FIDC do Brasil Plural, a inadimplência está concentrada em um único fornecedor com participação relevante no portfólio, afirma Leandro Albuquerque, diretor da área de operações estruturadas da Standard & Poor's, responsável pelo rating do fundo. Para reduzir o risco, a Silverado aumentou desde setembro a diligência das carteiras e tem adotado critérios mais rígidos na avaliação dos fornecedores. A gestora têm na carteira cerca de 25 fornecedores, com uma média de faturamento mensal entre R$ 3 milhões a R$ 5 milhões. Em pesquisa interna realizada pela Associação Brasileira de Engenharia Industrial (Abemi) no final de 2012, que reúne 140 associados, foi verificado que 10% das empresas associadas estavam preocupadas com o futuro de seus contratos com a Petrobras. "As pendências estão sendo negociadas diretamente entre a estatal e as empresas, e em breve a questão deverá estar solucionada", diz Antonio Müller, presidente da entidade. A Petrobras tem demorado até dois meses em alguns casos para aprovar a documentação que permite que os fornecedores possam fazer o desconto das receitas com os fundos de recebíveis ou com as instituições financeiras. A Petrobras tem sido mais rigorosa na revisão de contratos, não aceitando aditivos de custos, prática comum antes nessas operações em que os prestadores de serviços acabavam oferecendo um orçamento abaixo do valor de mercado para ganhar a licitação. Como muitos fornecedores dependem da liberação de novos pagamentos para concluir as encomendadas que já deveriam estar financiadas, isso tem trazido dificuldade financeira para algumas companhias, que chegaram a entrar com pedido de recuperação judicial, como a Mana Engenharia e a GDK, que atua na montagem industrial e instalação de plantas de produção na área de petróleo e gás. Houve até mesmo uma decretação de falência, da Tenace Engenharia e Consultoria, que atuava na montagem e manutenção de refinarias e plataformas de petróleo. Diante desse cenário, alguns gestores têm enfrentado dificuldade em encontrar fornecedores com boa qualidade de crédito. É o caso do fundo gerido pela Petra Capital, o Red FIDC Fornecedores, que estava com 65% do patrimônio em caixa, que somava R$ 56,822 milhões. Por ser mais conservador nas concessões, o fundo não apresentou aumento da inadimplência. A Petra tem se concentrado em operações de curto prazo voltadas para capital de giro, em média de sete meses, e trabalhado com tíquete médio menor, em torno de R$ 2 milhões. "Temos uma carteira bastante pulverizada, com concentração máxima de 5% do patrimônio por fornecedor", diz Fernando Fontes, diretor da Petra. O fundo só não foi liquidado antecipadamente, como aconteceu com o FIDC Fornecedores BR 2 da BI Invest, porque o cotista subordinado nesse caso, que está arcando o custo da aplicação em títulos de renda fixa que rendem menos que os recebíveis, não é a Petrobras, mas sim o consultor do portfólio que é a Redfactor Factoring e Fomento Mercantil. Fontes diz que o mercado ainda deve levar um tempo para se adaptar ao novo modelo de gestão de contratos da estatal. "Vai haver maior demanda de operações com perfil mais adequado." A estatal já lançou nove FIDCs dedicados a fornecedores, que desembolsaram, até novembro, R$ 511 milhões. Fonte: Valor Econômico/Silvia Rosa | De São Paulo |
Atuação: Consultoria multidisciplinar, onde desenvolvemos trabalhos nas seguintes áreas: fusão e aquisição e internacionalização de empresas, tributária, linhas de crédito nacionais e internacionais, inclusive para as áreas culturais e políticas públicas.
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Atraso em repasse da Petrobras afeta fundo
Riqueza no lixo
31/1/2013 - 11h25
por Luciene
de Assis, do MMA
Resíduos sólidos não aproveitados dão prejuízo de R$ 10 bilhões anuais ao
país
O Brasil joga no lixo, a cada ano, cerca de R$ 10 bilhões por falta de
reciclagem e destinação adequada de resíduos sólidos, e de uma política de
logística reversa que gerencie o retorno de embalagens e outros materiais
descartados de volta à indústria. É esta realidade que o Ministério do Meio
Ambiente (MMA) pretende transformar com a implantação, em todo o país, da
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), tema de oficina realizada no
início da tarde desta quinta-feira, 30, último dia do II Encontro Nacional de
Prefeitos e Prefeitas, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em
Brasília.
Dentro da PNRS, a meta do governo federal é eliminar os lixões de todos os
municípios brasileiros até o final de 2014, explicou o secretário de Recursos
Hídricos e Ambiente Urbano (SRHU) do MMA, Pedro Wilson Guimarães. Os governos
estaduais e municipais deverão providenciar a substituição dos lixões por
aterros sanitários, pois, a partir de 2014, a liberação de recursos da União
estará condicionada à existência de planos estaduais e municipais de gestão de
resíduos sólidos e de saneamento básico. De acordo com anúncio feito pela
presidenta Dilma Rousseff, na segunda-feira, durante a abertura do encontro, os
prefeitos terão, em 2013, R$ 35.5 bilhões para investir em obras de saneamento,
pavimentação e mobilidade urbana selecionadas no final de 2012.
Desperdício
"Os lixões são um problema sério que precisa ser enfrentado por todos os
gestores”, disse o analista de Infraestrutura da SRHU, Eduardo Rocha Dias
Santos. Ele afirmou que os prejuízos são enormes para o meio ambiente, com queda
na qualidade de vida, no bem estar e na saúde pública, além de gerar
desperdícios econômicos e impactos sociais significativos. A proposta é não
gerar resíduos sólidos, mas reduzir, reutilizar e reciclar, tratando e dando
destinação adequada.
Santos salientou que apenas a Lei 12.305/2010, que instituiu a Política
Nacional de Resíduos Sólidos, não é suficiente para implantar o que se deseja.
“Mas já é um começo”, admitiu. A lei define o compartilhamento de
responsabilidades entre as três esferas de governo, o planejamento de ações de
gestão e a implantação de infraestrutura adequada, priorizando-se a educação
ambiental e a cobrança pela prestação desse serviço público com o objetivo de
dar sustentação financeira à PNRS.
* Publicado originalmente no site Ministério do Meio
Ambiente.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
ESTRANGEIROS DESCONFIAM DO RITMO DA ECONOMIA BRASILEIRA
Especialistas afirmam que os investidores estrangeiros estão
desconfiados com o Brasil. Contudo, eles discordam dos motivos para essa
insegurança. Parte deles acredita que essa situação é resultado do
ritmo da condução da política econômica brasileira - com medidas
intervencionistas -, instabilidade nas perspectivas para a variação do
Produto Interno Bruto (PIB) e baixa taxa de retorno em determinados
projetos. Outros apontam que não só o País, como também o mundo precisam
mostrar sinais melhores de recuperação.
Na semana passada, a
diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine
Lagarde, disse que se sente insegura a respeito das perspectivas para a
economia brasileira.
Na opinião do economista-chefe do Espírito
Santo Investment Bank no Brasil (BES Investimentos), Jankiel Santos, é
mais um agente internacional que mostra uma preocupação na situação
brasileira. "Meus clientes, que são de vários países como Estados Unidos
e da Europa, também demonstram essa mesma insegurança", diz.
O
economista comenta que tentar atrair investidores apenas mostrando a
demanda que o Brasil possui não está sendo suficiente, além de que há
várias dúvidas sobre o desempenho econômico neste ano e nos próximos.
"Com todas as medidas feitas para acelerar o PIB, por que o País não
apresentou uma taxa de expansão mais alta ao longo de 2012? Outra
questão é se mesmo o empenho que o governo está mostrando para atrair
investimentos, isso irá resultar em garantias."
Jankiel Santos
acredita ainda que o Brasil deixou de ser o "queridinho" dos
investidores estrangeiros. "O governo precisa melhorar a burocracia,
diminuir os impostos e que o retorno do capital seja maior. A discussão
sobre esse retorno tem que ser entre governo e empresa, ou o mercado
ditar qual seria o patamar ideal", aconselha o economista. O
diretor-presidente da Fractal, Celso Grisi, que recentemente teve
contato com representantes de fundos de investimentos na Itália e na
Espanha, endossa a argumentação de Jankiel Santos. "Essa questão da
insegurança não é uma opinião minha. Se conversar com qualquer
investidor estrangeiro, ele fará esse discurso, de que as promessas de
crescimento econômico e metas fiscais no Brasil frustraram e o número de
intervenções do governo mostra uma política econômica mais voltada para
o social, do que para o capitalismo", diz.
Ele aponta que as
soluções para aumentar a credibilidade do País também envolvem marcos
regulatórios mais liberais, que mostrem segurança jurídica, garantias ao
capital, "como o empresário vai ficar com a posse de uma propriedade e
que o governo não vai libera-la para movimentos como dos sem-terra". "Há
um desencantamento dos estrangeiros com o Brasil, e o ingresso de
investimentos estrangeiros diretos [IED] deve ficar por volta de US$ 60
bilhões", avalia Grisi.
Por outro lado, Marcio Cardoso,
sócio-diretor da Título Corretora, avalia que a desconfiança do
investidor estrangeiro não acontece somente por causa da situação
brasileira. "Como os níveis de crescimento estão baixos, a tendência
sempre é de mais cautela. Existem vários investidores com dinheiro em
caixa e esses serão os que mais vão pedir garantias", diz. "O Brasil
ainda tem muita liquidez e possui um mercado forte. Mas precisamos, com
urgência, melhorar a infraestrutura para atrair ainda mais capital."
E segundo Cardoso essa desconfiança não é só dos estrangeiros. O
boletim Focus, divulgado ontem pelo Banco Central (BC) mostrou que os
analistas revisaram de 3,19% a previsão de expansão do PIB para 2013
conforme registrado na semana passada, para 3,10%.
Investimento menor
De acordo com último balanço do setor externo divulgado pelo BC, em
2012, os ingressos líquidos de IED alcançaram US$ 65,3 bilhões, queda de
2,10% ante o resultado de 2011. Os países que mais investiram no
acumulado do ano passado foram Estados Unidos (US$ 12,310 bilhões),
Países Baixos (US$ 12,213 bilhões), Luxemburgo (US$ 5,965 bilhões),
Suíça (US$ 4,333 bilhões) e Espanha (US$ 2,523 bilhões).
Na
comparação com igual período de 2011, dois países reduziram seus envios
de recursos ao Brasil. No caso dos investimentos dos Países Baixos, que
em 2011, foi o que apresentou o maior direcionamento, a queda foi de
30,32%. A Espanha também reduziu 70,64%. Já com relação aos EUA,
Luxemburgo e Suíça, os envios subiram 38,17%, 219,5% e 263%,
respectivamente, de 2011 para o ano passado.
Fonte: Diário do Comércio e Indústria
Autorizações de Trabalho Permanentes em Alta
O número de autorizações de trabalho concedidas a estrangeiros somou
73,022 mil em 2012, uma alta de 3,5% em relação ao ano anterior. O
aumento foi ainda mais significativo na categoria empregos permanentes.
Neste caso, foram concedidos 5.835 vistos, um volume 26% acima do
contabilizado em 2011.
Na categoria de empregos permanentes, com autorização de dois anos ou
mais, o setor de petróleo liderou a lista de atividades mais buscadas,
seguido por serviços de engenharia, consultoria empresarial, fabricação
de automóveis e construção civil.
Entre as nacionalidades dos estrangeiros que migraram para o Brasil
no ano passado, Portugal foi o país que mais enviou trabalhadores (848
vistos de trabalho). Depois dos portugueses, destacaram-se os chineses,
os americanos e os espanhóis.
— O número final de mais de 70 mil vistos é um dado bruto, que
envolve situações bem distintas: desde a vinda de um técnico para
consertar uma máquina até o profissional que vem para o Brasil trabalhar
em uma empresa brasileira, traz a família e se enraíza mais no país —
explica Paulo Sérgio de Almeida, presidente do Conselho Nacional de
Imigração.
De acordo com Almeida, São Paulo foi o estado que mais atraiu
trabalhadores, com 2.891 vistos, seguido pelo Rio de Janeiro, com 1.446
autorizações. Minas Gerais veio em terceiro lugar, com 361 imigrantes.
As principais ocupações são em níveis gerenciais, nas áreas de
produção e operações, de pesquisa e desenvolvimento, analistas de
negócios e analistas de sistemas. Técnicos em mineração e engenheiros
também se destacaram. Já o número de diretores de empresas cresceu 22%.
— No caso dos diretores, isso significa que novas empresas de capital
estrangeiro que se estabeleceram no Brasil estão trazendo seus
executivos para trabalhar aqui — explica Almeida.
Outro dado relevante, destaca ele, diz respeito às pessoas físicas
que trazem para o Brasil suas economias para investir no país, em geral
abrindo uma firma ou se associando a alguma empresa.
Neste caso, houve
1.176 autorizações, volume que corresponde a um aumento de 15%. Os
investimentos desses estrangeiros somaram, no ano passado, R$ 286,4
milhões.
De acordo com o presidente do Conselho Nacional de Imigração, o
governo tem buscado formas de simplificar o ingresso de trabalhadores
estrangeiros. Uma das saída é a redução do volume de documentos exigidos
e a realização de todo o procedimento pela internet.
— Estamos trabalhando em uma nova política, para trazermos trabalhadores qualificados para o Brasil — enfatiza Almeida.
Eliane Oliveira
(O Globo – 29/01/2013)
Brasil precisa de 10 a 50 vezes mais Imigrantes
A Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da Presidência da
República elabora uma pesquisa com mais de mil empresas brasileiras e
500 estrangeiras para conhecer as dificuldades encontradas na
contratação de trabalhadores estrangeiros no Brasil. O levantamento deve
ficar pronto em pouco mais de um mês, segundo o ministro Moreira
Franco, e deve orientar parlamentares e funcionários do governo em
relação ao projeto de Lei 5.655/2009, conhecido como Estatuto do
Estrangeiro, que tramita na Câmara.
“Vamos apresentar algumas sugestões ao projeto para tornar a lei
ainda mais adequada e contemporânea, de forma a padronizar e agilizar
processos e reduzir prazos, custos e incertezas”, destacou. “No mundo do
Twitter, é preciso simplificar processos com o uso da tecnologia.”
O anúncio foi feito ontem (29/01/2013) durante um seminário sobre
política migratória, na sede da Federação das Indústrias do Rio de
Janeiro (Firjan), centro da capital fluminense. O estudo é feito em
conjunto com os ministérios da Justiça, do Trabalho e Emprego e das
Relações Exteriores.
A pesquisa identificou também a necessidade de desenvolvimento da
capacidade de avaliação permanente da demanda e oferta de mão de obra
qualificada. “O responsável pela política migratória precisa ter um
acompanhamento permanente sobre o mercado de trabalho, para saber o
movimento da oferta e da demanda no geral e no específico. Sem isso não
existe política migratória”, disse Moreira Franco, que negou que a
entrada de estrangeiros possa gerar desemprego no futuro de
trabalhadores brasileiros.
Com o aquecimento da economia, impulsionada sobretudo pelo setor de
petróleo e gás, muitas empresas queixam-se da falta de mão de obra
qualificada. Ao mesmo tempo, estrangeiros que trabalham no Brasil
reclamam da burocracia e desinformação para conseguir trabalhar no país.
Hoje, a concessão de vistos de trabalho para estrangeiros exige a
comprovação de escolaridade e experiência na área de atuação. Apenas os
sul-americanos estão livres da obrigação. Se quiserem ocupar cargos que
não exijam nível superior, os migrantes devem ter escolaridade mínima de
nove anos e experiência de dois. Quando a vaga for de nível superior, o
candidato precisa ter cumprido um ano de experiência na área depois do
fim da graduação.
O ministro insistiu sobre a necessidade de facilitar a vinda de
estrangeiros gabaritados para o país, no afã de compensar a escassez de
profissionais qualificados, especialmente nas áreas técnicas.
“Esse é um problema grave. Precisamos de uma sociedade aberta,
amigável, para criar um ambiente de negócios favorável à meritocracia,
ao empreendedorismo e à inovação visando ganhos de produtividade e
inovação”, disse Moreira Franco ao ponderar que falta uma política
migratória mais atraente para o estrangeiro qualificado.
“Mas também precisamos ter uma sociedade mentalmente aberta e o
debate sobre política migratória deve passar pelo plano político”,
destacou ele.
O ministro lembrou que, nos últimos 100 anos, o Brasil retrocedeu e
parou no tempo ao dificultar a entrada de mão de obra estrangeira.
Segundo ele, apenas 0,3% da população brasileira é composta por
imigrantes e um terço desse total tem mais de 65 anos.
Em 1900 o País chegou a ter 7,3% da população composta por
imigrantes. “No passado, muito da nossa inovação tecnológica e da
agricultura deveu-se a esse fluxo migratório.”
Ainda segundo o ministro, o Brasil precisaria ter cinco vezes mais
imigrantes para alcançar a média latino-americana, dez vezes mais para
alcançar a média mundial e 50 vezes mais, para chegar aos números da
América do Norte e Oceania.
Além de mecanismos para diminuir a burocracia, Franco propôs também a
modernização do processo de concessão de vistos e criação de tratamento
diferenciado para os imigrantes interessados em trabalhar em alguns
setores mais carentes de profissionais qualificados.
“Sem ampliar a mão de obra qualificada, teremos grandes dificuldades
de conseguir aumentar a produção e estimular a inovação”, defendeu, ao
lembrar que o País não está formando profissionais na mesma velocidade
em que cresce a demanda por mão de obra em determinados setores.
O cônsul-geral de Portugal no Rio, Nuno Bello, salientou a
necessidade de se acabar com a burocracia nas universidades e entidades
de classe, responsáveis pelos processos de validação de diplomas e
registros profissionais. “Tenho conversado com empresário aqui e lá em
Portugal e tenho visto uma falta de diálogo dessas instituições com as
estrangeiras.”
Para o presidente em exercício da Firjan, Carlos Mariani Bittencourt,
o novo fenômeno da imigração de mão de obra apresenta desafios cruciais
que o País precisa ultrapassar. “Nos últimos dois anos, houve 64% de
aumento de profissionais expatriados no Brasil, sobretudo no setor de
petróleo e gás devido à descoberta do pré-sal. A entrada de estrangeiros
para suprir necessidades eventuais é bem-vinda”, declarou Bittencourt,
que disse ainda que o estado do Rio está sofrendo muito com a burocracia
para a concessão de vistos de trabalho para estrangeiros.
(Agências – 30/01/2012)
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
Holandeses procuram investir no Brasil
Brasília (29 de janeiro) –
Em visita hoje ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC), o presidente do Comitê Consultivo de Investimentos da
Organização das Indústrias Holandesas, Winand Leo Emile Quaedvlieg,
disse que o Brasil apresenta atualmente interessantes oportunidades de
investimentos para os europeus e holandeses. Acompanhado pelo embaixador
da Holanda no Brasil, Kees Rade, o representante foi recebido pela
secretária de Comércio Exterior do MDIC, Tatiana Lacerda Prazeres.
A
Holanda, em 2012, investiu no Brasil US$ 9 bilhões, totalizando um
estoque de investimentos de US$ 53 bilhões. Esses aportes foram mais
significativos no setor químico e no comércio varejista, destacando-se
ainda recursos na área de serviços financeiros.
Recentemente,
o governo holandês abriu uma unidade da Agência Neerlandesa de
Investimentos Estrangeiros (NIAE), em São Paulo-SP, definindo como áreas
prioritárias para a alocação de recursos a agroindústria, a indústria
alimentícia, o setor de transportes e logísticas, o setor energético e
petroquímico, e ainda projetos ambientais, educacionais e culturais.
Durante
o encontro, a delegação holandesa também comentou sobre a retomada das
negociações para o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia,
anunciada neste fim-de-semana, em reunião dos dirigentes dos dois blocos
econômicos, em Santiago, no Chile, e compartilhou a expectativa
positiva para o avanço das tratativas.
Intercâmbio Comercial
O
Brasil exportou para a Holanda, em 2012, US$ 15 bilhões, verificando
crescimento de 10,3% em relação ao valor do mesmo período no ano
anterior (US$ 13,6 bilhões). As importações brasileiras somaram, no ano
passado, US$ 3,1 bilhões, com aumento de 37% sobre as compras
registradas em 2011 (US$ 2,2 bilhões). Com esses resultados, houve
superávit para o lado brasileiro de US$ 11,9 bilhões, em 2012.
Os
principais produtos brasileiros vendidos ao mercado holandês, no ano
passado, foram farelo de soja (US$ 1,9 bilhão, representando 13,1% do
total exportado); óleos combustíveis (US$ 1,7 bilhão, 11,4%); minérios
de ferro (US$ 1,3 bilhão, 9%); celulose (US$ 982 milhões, 6,5%); e óleos
brutos de petróleo (US$ 796 milhões, 5,3%).
As
mercadorias holandesas que foram mais adquiridas pelo Brasil, no ano que
se encerrou, foram gasolina (US$ 1,5 bilhão, significando 49,3% das
importações totais), hormônios naturais (US$ 63 milhões, 2,1%), sulfato
de amônio (US$ 54 milhões, 1,8%); medicamentos (US$ 52 milhões, 1,7%); e
bombas e compressores (US$ 50 milhões, 1,6%).
Assessoria de Comunicação Social do MDIC
Moreira Franco: Brasil precisa de mão de obra estrangeira qualificada
Rio de Janeiro
- O ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) da
Presidência da República, Moreira Franco, afirmou hoje (30) que, para
compensar a escassez de profissionais qualificados, especialmente nas áreas técnicas, é necessário facilitar a vinda de estrangeiros gabaritados para o país.
“Esse
é um problema grave. Precisamos de uma sociedade aberta, amigável, para
criar um ambiente de negócios favorável à meritocracia, ao
empreendedorismo e à inovação visando ganhos
de produtividade e inovação”, disse Moreira Franco ao ponderar que
falta uma política migratória mais atraente para o estrangeiro
qualificado. “Mas também precisamos ter uma sociedade mentalmente aberta
e o debate sobre política migratória deve passar pelo plano político”,
destacou o ministro durante o seminário "Política Migratória Produção e
Desenvolvimento", promovido pela Câmara de Comércio e Indústria
Brasil-Alemanha na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro
(Firjan).
Ele destacou que, nos últimos 100 anos, o
Brasil retrocedeu e parou no tempo ao dificultar a entrada de mão de
obra estrangeira. Segundo ele, apenas 0,3% da população
brasileira é composta por imigrantes e um terço desse total tem mais de
65 anos. Em 1900 o país chegou a ter 7,3% da população composta por
imigrantes. “No passado, muito da nossa inovação tecnológica e da
agricultura deveu-se a esse fluxo migratório.”
Ainda
segundo o ministro, o Brasil precisaria ter cinco vezes mais imigrantes
para alcançar a média latino-americana, dez vezes mais para alcançar a
média mundial e 50 vezes mais, para chegar aos números da América do Norte e Oceania.
Além
de mecanismos para diminuir a burocracia, Franco propôs também a
modernização do processo de concessão de vistos e criação de tratamento
diferenciado para os imigrantes interessados em trabalhar em alguns
setores mais carentes de profissionais qualificados.
“Sem ampliar a
mão de obra qualificada, teremos grandes dificuldades de conseguir
aumentar a produção e estimular a inovação”, defendeu, ao lembrar que o
país não está formando profissionais na mesma velocidade em que cresce a
demanda por mão de obra em determinados setores.
O cônsul-geral
de Portugal no Rio, Nuno Bello, salientou a necessidade de se acabar com
a burocracia nas universidades e entidades de classe, responsáveis
pelos processos de validação de diplomas e registros profissionais.
“Tenho conversado com empresário aqui e lá em Portugal e tenho visto uma
falta de diálogo dessas instituições com as estrangeiras.”
Para o
presidente em exercício da Firjan, Carlos Mariani Bittencourt, o novo
fenômeno da imigração de mão de obra apresenta desafios cruciais que o
país precisa ultrapassar.
“Nos últimos dois anos, houve 64% de
aumento de profissionais expatriados no Brasil, sobretudo no setor de
petróleo e gás devido à descoberta do pré-sal. A entrada de estrangeiros
para suprir necessidades eventuais é bem-vinda”, declarou Bittencourt,
que disse ainda que o estado do Rio está sofrendo muito com a burocracia
para a concessão de vistos de trabalho para estrangeiros.
Jornal do Brasil - 29/01/2013
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