sexta-feira, 26 de abril de 2013

TÍMIDO AVANÇO NA DESBUROCRATIZAÇÃO DO VISTO DE TRABALHO

Emissão de visto temporário de curta duração fica mais simples para trabalhadores estrangeiros. Interessados em vir ao Brasil para prestar serviço de assistência técnica ou transferência de tecnologia podem solicitar a documentação.

O trabalhador estrangeiro que pretende vir ao Brasil para transferir tecnologia ou prestar serviço de assistência técnica e que não tenha vínculo empregatício com qualquer empresa brasileira poderá ter o visto temporário concedido desde que sua estada no País não ultrapasse 90 dias.

A Resolução Normativa nº 100 do Conselho Nacional de Imigração (CNIg), publicada nesta quarta-feira (24/04/2013) no Diário Oficial da União, passa a valer em 9 de maio e simplifica a emissão de visto temporário para este tipo de profissional.

Agora, o estrangeiro que vier ao Brasil para transferência de tecnologia ou prestar serviço de assistência técnica por até três meses passa a ser enquadrado no inciso V do artigo 13 (que define a quem pode ser concedido o documento) da Lei nº 6.815.

“Na verdade estamos fazendo uma grande reavaliação dos procedimentos de vistos de trabalho. O CNIg criou uma comissão especial que está avaliando a atual política de imigração, normas e regras para emissão de vistos no trabalho no Brasil. A ideia dessa comissão é verificar pontos para que a atual legislação possa ser simplificada, para que os tramites sejam simples, rápidos e com baixa burocracia”, explica o presidente do Conselho Nacional de Imigração, Paulo Sérgio de Almeida.

Apesar de não exigir o vínculo empregatício com empresa nacional, o documento só é concedido para os casos em que exista um contrato, acordo de cooperação ou convênio firmado entre a pessoa jurídica brasileira e a pessoa jurídica estrangeira.

A prorrogação deste visto temporário e a sua transformação em permanente é vedada pela legislação. Além disso, a documentação será cedida uma única vez a cada período de 180 dias para o mesmo cidadão estrangeiro.

Os pedidos de vistos devem ser realizados nos consulados brasileiros no exterior sem a necessidade de tramitação do Ministério do Trabalho e Emprego. A expectativa é a de que o processo de emissão do visto fique de 10 a 15 dias mais rápido sem a necessidade do trâmite pelo ministério.

A solicitação do documento é feita pela empresa brasileira que irá contratar os serviços do trabalhador estrangeiro ligado a uma empresa fora do Brasil. Para isso, ela deve apresentar carta-convite atestando o vínculo entre o estrangeiro e o serviço a ser prestado no Brasil e a sua inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ).

Caso existam indícios de substituição de mão-de-obra nacional, o Ministério do Trabalho e Emprego pode solicitar ao Ministério da Justiça o cancelamento do visto. O mesmo pode ocorrer caso venha a existir uma relação de emprego formal entre trabalhador estrangeiro e a empresa brasileira.

“O profissional (estrangeiro) tem um outro conhecimento e ele pode trazer informações importantes. Ainda que não haja obrigatoriedade de apresentar um treinamento, é comum que exista uma absorção de conhecimento por parte dos brasileiros. Esta nova regra viabiliza investimentos por parte das empresas, como aquisição de máquinas e equipamentos do exterior e ao mesmo tempo aumenta o intercâmbio de experiências”, avalia Almeida.

O trâmite, porém, não muda para o profissional estrangeiro que irá passar mais de 90 dias em território brasileiro. A empresa brasileira precisa enviar a documentação básica para o Ministério do Trabalho e Emprego, como a comprovação de contrato de prestação de serviço, da experiência profissional mínima de 3 anos do profissional e plano de treinamento para que o estrangeiro transfira conhecimento para seus pares brasileiros.

Menos burocracia

Desde 2009, tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei nº 5.655 que pretende atualizar a legislação vigente sobre imigração. Até a sua votação, o CNIg tem feito estudos para implantar medidas de simplificação do processo de concessão de vistos, como o envio de documentação pela internet (espera-se que o sistema seja implementado até o fim do primeiro semestre de 2013) e a desoneração do envio de documentação obrigatória.

“Queremos que todos os pedidos de vistos que entrem no Ministério do Trabalho e Emprego sejam feitos diretamente pela internet, sem a necessidade de envio de documento físico. Estamos avaliando também se os documentos que são pedidos são realmente necessários. Existe hoje a regra de que todo o documento tem de passar por tradução juramentada e ser legalizado pela embaixada. Vamos tentar simplificar um pouco mais para baixar a carga documental”, explica o presidente do CNIg.

(Portal Brasil – 24/04/2013)

ESTRANGEIRO TIPO IMPORTAÇÃO

 

 

A revista Info – exame publicou cinco perfis de  empreendedores estrangeiros que montaram startups no Brasil. Confira:

Onda Local (Canadá e Eslováquia) – Uma namorada brasileira foi a responsável por convencer Simon Croisetiere a se mudar para São Paulo, em 2009. Mas o canadense de 33 anos já estava de olho em outras características da cultura nacional. “Sabia que havia muitas oportunidades para empreendedores na área de internet”, diz.

Há dois anos, Croisetiere conheceu Peter Propper, 29 anos, um eslovaco que buscava novos negócios. Juntos fundaram a OndaLocal, startup especializada em marketing digital para pequenas e médias empresas.
“Nosso objetivo é aumentar o número de clientes dessas empresas, ao melhorar seu posicionamento no Google, ajudar a comprar anúncios no Facebook e em classificados online”, diz Croisetiere. A OndaLocal também desenvolve ferramentas, como serviços de métrica para monitorar e-mails e ligações.

Lançada em novembro de 2012, a empresa recebeu investimentos do fundo Mountain do Brasil e planeja fechar o ano com 1,5 mil clientes. Fora do escritório, as coisas também parecem dar certo. “Adoro os brasileiros. Na Eslováquia, as pessoas são mais frias”, diz Propper. “Só achei difícil acostumar com a falta de pontualidade. Nada no Brasil começa na hora marcada.”

Itaro (Alemanha) – O alemão Jan Riehle, 34 anos, desembarcou no Brasil em 2011, contratado para intermediar as negociações entre investidores europeus e as operações brasileiras dos sites de e-commerce clickOn e Brandsclub.

Quando as empresas foram vendidas, ele decidiu ficar e investir. Escolheu um nicho, o de automóveis, e desde novembro Riehle comanda a Itaro, um serviço de comércio eletrônico de acessórios e peças para carros. O modelo é inspirado em uma fórmula consagrada na Europa, mas a empresa começou a testar alguns novos serviços em São Paulo.

“Ao comprar um pneu, por exemplo, o cliente escolhe para qual das 300 oficinas cadastradas ele deve ser enviado e já agenda um horário”, diz Riehle. Seu ambicioso plano de fundar uma empresa bilionária começou bem. A Itaro espera faturar 10 milhões de reais no primeiro ano.

“O Brasil valoriza muito os gringos”, afirma Riehle em bom português, mas ainda com forte sotaque. “A penetração da internet está crescendo e o país, mesmo sendo muito grande, possui uma única língua.”

Isso é um diferencial importante, segundo Riehle, em relação às centenas de idiomas falados em outros mercados também em expansão, como os de Índia e China. “Vários amigos me perguntam se devem vir para o Brasil. Digo que sim, porque eu, por enquanto, não tenho planos de ir embora.”

Sophie & Juliete (Liechtenstein) – Fluente em inglês, espanhol, alemão, francês e português, Ronald Beigl não tem problemas quando precisa explicar, em qualquer idioma, porque deixou uma grande empresa internacional de consultoria para trabalhar com joias no Brasil. “Sempre quis empreender e sempre gostei de moda”, diz Beigl.

Ao lado da sócia brasileira, Camila Souza, ele comanda, desde 2012, a Sophie & Juliete, uma empresa de venda direta de colares, pulseiras e anéis voltada para mulheres das classes A e B. O conceito é um upgrade do tradicional modelo de catálogos de empresas como Avon e Natura. As revendedoras, chamadas estilistas, organizam reuniões com amigas para apresentar as peças da coleção, mas usam a internet para finalizar a venda e solicitar a entrega das peças na casa das clientes. “Todas as vendedoras possuem uma página no nosso site e ganham uma comissão pelas vendas online”, diz Beigl.

Nascido em Liechtenstein, pequeno país de 36 mil habitantes vizinho da Áustria, Beigl veio ao Brasil pela primeira vez em 2004, para um intercâmbio da faculdade. Cinco anos depois, já trabalhando na Suíça, foi enviado temporariamente a São Paulo e não voltou mais.

O nome Sophie & Juliete foi escolhido após muita pesquisa. “As grandes marcas de moda têm nomes duplos. Escolhemos Sofia, que significa sabedoria, e Julieta, da história com Romeu”, diz Beigl. Até agora, a combinação deu certo. A empresa atraiu 7 milhões de reais em investimentos e já tem mais de 500 revendedoras em todos os estados do Brasil.

Emprego Ligado (Estados Unidos) – O jeitão de surfista californiano esconde a verdadeira identidade de Nathan Dee. Aos 32 anos, ele tem no currículo várias passagens por escritórios de advocacia em Nova York, onde cabelo comprido e tênis eram vetados.

Hoje, em um clima bem mais descontraído, Dee e seus sócios tocam a Emprego Ligado, startup fundada em 2012 para recrutamento de vagas por SMS. “O foco é mão de obra em larga escala, para supermercados e empresas de telemarketing, por exemplo”, diz Dee. O service é gratuito para o candidato, que se cadastral e recebe, por mensagem de texto, notificações de vagas próximas à sua residência.

“Viemos para o Brasil porque o momento econômico do país é favorável”, diz Derek Fears que, ao lado de Jacob Rosenbloom, completa o trio de fundadores da startup. Para morar no país, os amigos, que se conheceram na Universidade Stanford, rasparam as economias e colocaram dinheiro suficiente para conseguir um visto de investidor.

Em 2012, foram concedidos 8 340 vistos desse tipo pelo governo brasileiro, um aumento de 40% em relação a 2011, com 286 milhões de reais injetados por estrangeiros em empresas no Brasil. Sobre a burocracia para abrir uma startup no país, reclamação de todo empreendedor, Fears diz: “É chato, mas serve como filtro para mostrar quem está realmente interessado no país”.

Pitzi (Estados Unidos) – Em 2010, o americano Daniel Hatkof desembarcou em SãoPaulo. Veio com a missão de entender o mercado e a cultura locais, a pedido de um fundo de investimentos.

Não foi preciso muito tempo para que Hatkof, 29 anos, tivesse um insight curioso sobre o mercado brasileiro de telefonia móvel. “Como os celulares são caríssimos, as pessoas parecem ter medo de usá- los”, diz. Pensando nisso, fundou o Pitzi, um serviço de assistência técnica para celulares.

Lançado no ano passado em São Paulo, o serviço já chegou a Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Com mensalidades que variam de 5 a 30 reais, a empresa promete consertar qualquer problema de software ou hardware em até três dias. Os aparelhos vão e voltam das oficinas credenciadas levados por motoboys ou Sedex.

O único problema não coberto é tela quebrada. “Mas como trabalhamos com os fabricantes, conseguimos cobrar no máximo 75 reais pela troca da tela”, diz Hatkoff. A Pitzi funciona em um casarão reformado perto da Avenida Faria Lima, na Zona Oeste de São Paulo. O local é espaço de trabalho de uma dezena de startups, como a Emprego Ligado. “O clima é ótimo.

Decidimos muita coisa jogando pinguepongue”, diz Hatkof. Em breve, a área de lazer deve ganhar TV, videogames e, quem sabe, instrumentos musicais. Antes de se formar em economia, Hatkoff estudou música e, acredite se quiser, tornou-se especialista em oboé.

Paula Rothman
(InfoExame – 25/04/2013)

quinta-feira, 25 de abril de 2013

GOVERNO DEFINE META, MAS NÃO A ESTRATÉGIA PARA ATRAIR IMIGRANTES

Brasil precisa de 6 milhões de imigrantes qualificados, mas o ‘apagão de mão de obra’ atinge também a base da pirâmide, onde os salários estão subindo mais..


Uma nova estratégia de “atração de cérebros” poderá trazer cerca de 6 milhões de profissionais estrangeiros para o Brasil nos próximos anos, segundo a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) do governo.

Com o auxílio de grupos de especialistas e consultorias de mercado, a secretaria quer desenvolver uma política de atração de profissionais – o número, no entanto, não inclui imigrantes de baixa qualificação e, sim, profissionais altamente qualificados que possam atender a demanda atual da economia brasileira.

“Imigrantes qualificados são o foco do esforço. Não é uma política geral de imigração, é uma estratégia de atração de cérebros.”, disse o ministro-chefe interino da SAE Marcelo Neri à BBC Brasil. A proposta deve chegar à presidente Dilma Roussef nos próximos 40 dias.

Neri afirmou que a estimativa de 6 milhões foi feita considerando levantamentos de uma comissão de especialistas e de pesquisas com as empresas e o público em geral.

Segundo Neri, o Brasil é um dos países com a menor proporção de imigrantes na população, o que reflete “um fechamento do país ao fluxo de pessoas”. Os estrangeiros representam hoje 0,2% da população. Com a adição de seis milhões nos próximos anos, este percentual subiria para cerca de 3%.

“O Brasil é muito fechado para imigrantes, mesmo em relação à América Latina que já não é tão aberta para estrangeiros.”

Para Neri, esse “fechamento” deve ser revertido para responder à demanda crescente por profissionais altamente qualificados, especialmente na áreas de engenharia e saúde.

No entanto, sindicatos nacionais temem que trazer mão de obra de fora prejudique a força de trabalho doméstica – que, de acordo com eles, é suficiente em termos numéricos, mas precisa de valorização e melhor qualificação.

Neri afirma que a nova estratégia “leva em conta a necessidade atual de mão de obra qualificada, mas mantém o cuidado com o trabalhador brasileiro”.

“Não é uma abertura de porteira. Trazer profissionais altamente qualificados cria associações mais fortes, cria mais massa crítica, se aprende muito com outros profissionais.”

‘Apagão de mão de obra’

A expressão “apagão de mão de obra” é usada com frequência por analistas de mercado nos últimos anos para se referir a uma suposta escassez de profissionais altamente qualificados no Brasil.

De acordo com a Pesquisa de Escassez de Talentos (2012) da consultoria internacional Manpower Group, o Brasil é o segundo país do mundo em dificuldade para preencher vagas, atrás apenas do Japão. A falta de candidatos disponíveis e a falta de especialização são apontadas por empresários como as duas principais razões do problema.

Mas, em 2011, um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) negou a existência de um “apagão” no topo da pirâmide de profissionais brasileiros.

“O verdadeiro apagão de mão de obra está na base, na mão de obra pouco qualificada, que é onde os salários estão subindo mais”, diz o ministro Marcelo Neri, que é também o presidente do Ipea.

O ministro, no entanto, afirma que nos últimos anos algumas áreas de especialidade começaram a dar sinais de que a oferta de profissionais domésticos não seria suficiente para atender ao mercado em crescimento do país.

“(Entre os profissionais qualificados) você não tem um apagão completo, mas você tem áreas mais sombreadas do que outras. O fato é que o mercado de trabalho em 2012 e 2013 se aproxima do que se pode chamar de um apagão. A luz ficou mais fraca.”

Um levantamento da Brasil Investimentos e Negócios (Brain) – consultoria que realiza pesquisas sobre a inserção do Brasil no mercado internacional e colabora com a SAE – afirma que medicina, engenharia civil, engenharia química e arquitetura são éreas em que o país precisa de mais profissionais do que os disponíveis.

“Independentemente da política realizada para a educação, não vamos ter resultados imediados. O resultado de políticas públicas acontece em duas ou três gerações”, diz André Luiz Sacconato, analista da Brain.
“Existe um buraco entre os resultados de políticas e o que o Brasil necessita hoje. Os imigrantes viriam para suprir essa lacuna.”

Outro benefício, de acordo com a Brain, são os empregos criados a partir da importação de profissionais. Cada profissional estrangeiro empregado no Brasil poderia gerar entre 1,3 e 4,6 empregos para brasileiros.

“Temos claramente obras paradas porque não tem engenheiro civil. Quando se coloca um engenheiro civil lá, se gera emprego para mestres de obras e outros. Isso é bom para a economia”, afirma Sacconato. “É algo complicado, vai mexer com sindicatos e associações de classe. Mas não queremos tirar o emprego de ninguém, são empregos complementares.”

Discordâncias

Atualmente, segundo o Ministério do Trabalho e consultorias, a maior parte dos estrangeiros que obtém o visto de trabalho brasileiro são profissionais qualificados para as indústrias de extração de petróleo e construção civil – especialmente obras de infraestrutura.

Mas o presidente da Federação Nacional dos Engenheiros, Murilo Pinheiro, questiona que haja falta de engenheiros locais para atender à demanda.

“A demanda por profissionais nessas áreas realmente aumentou, mas não está faltando. Se for preciso trazer um engenheiro de uma matéria que não existe aqui, (a importação) é de fato interessante, mas não entendo a necessidade de trazer amplamente engenheiros civis”, disse Pinheiro à BBC Brasil.

O presidente da Federação Nacional dos Arquitetos, Jeferson Salazar, afirma que apesar da demanda, o setor público não absorve a quantidade de profissionais que chegam ao mercado a cada ano – cerca de 7 mil.

“Nos últimos 25 anos, o número de escolas no Brasil cresceu 6 vezes. A quantidade de jovens arquitetos com subemprego ou desempregados no país é imensa e o governo não tem nenhum plano para utilizar esse exército de mão de obra”, disse à BBC Brasil.

“Sou a favor da vinda de alguns profissionais qualificados que possam contribuir com o desenvolvimento da arquitetura no Brasil. Esses profissionais serão bem-vindos se trouxerem contribuições.”

A medicina, segundo Marcelo Neri, é a área que mais se enquadra na ideia de um apagão de mão de obra, a julgar pelos indicadores de mercado.

Entretanto, o presidente da Federação Nacional dos Médicos, Geraldo Ferreira, afirma que o número atual de profissionais no Brasil – cerca de 1,9 médicos para cada mil pessoas – é capaz de atender o mercado nacional, na condição de que sejam criadas melhores estratégias de distribuição de profissionais e planos de carreira no setor público.

“A presidente está fazendo o planejamento estratégico de elevar o número para 2,4 médicos para mil habitantes. Realmente, para atingir isso hoje, faltam médicos. Mas se o planejamento é para atingir essa meta em 2020, nossa avaliação é diferente da do governo, que trabalha com a ideia de que teríamos que importar médicos”, disse Ferreira à BBC Brasil.

“Com o lançamento de 17 mil médicos por ano no mercado, acreditamos que teríamos isso, sim. O que precisamos é melhorar a atratividade do setor público no Brasil para mantê-los lá. Injetar profissionais não vai necessariamente resolver os problemas”, disse à BBC Brasil.

Campanhas para atrair médicos estrangeiros para o setor público já existem em diversos Estados brasileiros.

Visto rápido e mais seleção

A estratégia mais bem cotada pela SAE para atrair profissionais para o Brasil é a adoção do sistema de pontos, utilizado por países como Austrália, Canadá e Grã-Bretanha.

O sistema confere quantidades diferentes de pontos às respostas do potencial imigrante em um questionário.
André Luiz Sacconato, analista da Brain, diz que o sistema pode ser uma opção beneficie empresas e proteja o trabalhador brasileiro de uma “invasão” de profissionais.

“Ele limita a entrada ao que se precisa, já que você pode dar poucos pontos para determinadas profissões, idades ou experiências que não são desejadas pelo país”, defende.

O ministro Marcelo Neri diz que a SAE não cogita criar uma lista de profissionais em demanda, que também é utilizado por estes países juntamente com o sistema de pontos.

Atualmente, os vistos de trabalho para o Brasil são vinculados à contratação por uma empresa no país. Em 2012, mais de 73 mil vistos foram emitidos.

No entanto, a SAE propõe que os profissionais estrangeiros possam entrar no país mesmo sem uma oferta de trabalho definica e ter um período de cerca de seis meses para buscar emprego.

“O trabalhador estrangeiro não deve ficar sujeito a uma lei muito diferente da lei do trabalhador brasileiro”, disse Neri à BBC Brasil.

Camilla Costa
(BBC Brasil – 22/04/2013)

Dilma viaja hoje à Argentina para negociar com Cristina sobre econômicos

 
 
 
A presidenta Dilma viaja hoje (25/4) a Buenos Aires (Argentina), para reuniões com a presidenta argentina, Cristina Kirchner. A previsão é que Dilma deixe o Brasil às 23h15.

Estarão em discussão questões econômicas e impasses comerciais, como a possibilidade de venda da unidade da Petrobras no país e investimentos paralisados da Vale. 

É o primeiro encontro de Dilma e Cristina após a eleição do presidente do Paraguai, Horacio Cartes. O Paraguai está suspenso do Mercosul e da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) há dez meses.
 
As reuniões das presidentas estavam marcadas para o começo de março, mas foram adiadas devido à morte do presidente da Venezuela, Hugo Chávez (em 5 de março). Dilma e Cristina devem discutir as exportações de produtos brasileiros, prejudicados por novas medidas cambiais argentinas. 

As novas regras atingem vários setores, especialmente o agrícola, com a suspensão de licenças automáticas e a criação de cotas de importação, e o automotivo.“Nós teremos uma pauta bastante ampla com a Argentina. Nós temos que discutir todas as relações: comerciais, os investimentos, toda a interação entre a economia brasileira e a economia argentina. Nós iremos discutir todos os assuntos”, comentou Dilma.Determinada a investir na Argentina, a Vale suspendeu as ações no país relativas à extração de potássio, na região de Mendoza. 

A empresa alega que o projeto foi suspenso porque o custo passou de US$ 6 bilhões, orçado em 2009, para US$ 12 bilhões.

Com a suspensão, o governo argentino passou a exigir que a mineradora e as empresas contratadas continuem pagando os salários dos funcionários dispensados.O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse à Agência Brasil que a diplomacia busca encaminhar os assuntos que envolvem interesses dos dois países, mas algumas decisões são tomadas a partir de considerações do setor privado. 
 
“A suspensão das atividades da Vale foi decidida pelo conselho da empresa. Há situações em que as decisões são tomadas pelos atores privados. É o caso. Em relação à Argentina, podem surgir situações, comerciais e de investimentos, mas é um país que é parceiro estratégico. Nosso futuro está indissociável e juntos chegaremos mais longe do que separados. Não há o chamado plano B, como dizem alguns empresários. Mas isso não significa que não tenhamos de trabalhar na busca da superação das dificuldades”, ressaltou Patriota.   
 
Fonte: Agência Brasil
 

Grupos alemães planejam investir acima de R$ 15 bi no Brasil, inclusive em infraestrrutura

 
 
 
Grandes empresas alemãs vão investir cerca de R$ 15 bilhões no Brasil até 2017. Para a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), entretanto, estes números podem ser maiores. 

“Os investimentos das alemãs no Brasil são variados. 
Eles vão desde a agricultura até equipamentos. O montante pode ser ainda maior. As obras de infraestrutura, como de portos e aeroportos, podem ser uma oportunidade , afinal, eles já têm experiência na área”, diz Carlos Abijaodi (foto), diretor Desenvolvimento Industrial da CNI.

Ele ressalta que o alto investimento demonstra que a Alemanha acredita no crescimento do Brasil, mas também está de olho em países vizinhos.

“Eles enxergam as oportunidades brasileiras e o potencial do nosso mercado. Mas Colômbia, Peru, México e Chile também são fortes mercados para os produtos alemães”, completa Abijaodi.
 
Para ele, ainda há muito espaço para novas empresas se instalarem ou ampliarem seus investimentos no país. Além da infraestrutura, Abijaodi cita áreas como as indústrias química, de equipamentos e de tecnologia.
 
“Na Europa, há alguns países em dificuldade e outros em que a indústria resiste. Deste segundo grupo, temos companhias francesas que desejam vir para o país ou investir ainda mais”, explica, completando que a saída dos seus países pode ser uma alternativa para as empresas das nações europeias em dificuldade. “Aqui elas podem ganhar mercado”, completa.

A Volkswagen planeja investimentos de R$ 8,7 bilhões no Brasil até 2016.
Segundo a companhia, o montante será destinado ao desenvolvimento de novos produtos e à elevação de sua capacidade produtiva. 

Recentemente, a empresa anunciou R$ 335 milhões para sua fábrica de São Carlos.
No setor  automotivo,  a  BMW  assinou, no início do mês, protocolo para instalação de uma fábrica em Araquari, Santa Catarina. 

Segundo  a  empresa,  os  primeiros  carros produzidos no Brasil devem estar em circulação no início de 2014. Nos próximos anos, a multinacional deve investir mais de R$ 500 milhões.     A intenção é ter uma capacidade instalada de produção de 32 mil carros/ano.

Outra alemã, a MAN Latin America, planeja investir R$ 1 bilhão até 2016.
O principal objetivo é aumentar a oferta de veículos Volkswagen e MAN, inclusive atuando em nichos ainda não explorados e aumentando a sua capacidade produtiva.
Na mesma linha das demais, a BASF vai investir cerca de 500 milhões de euros somente no Complexo Acrílico da empresa, em construção na Bahia. 

Este é o maior investimento da história da organização na América do Sul.
Mais 300 milhões de euros serão investidos nos negócios da empresa no continente.
Segundo a empresa, os investimentos serão direcionados à ampliação da capacidade produtiva, novos produtos e melhoria contínua em diversas áreas.A B.Braun investirá R$ 346 milhões até 2017. A maior parte do montante será destinado a um novo complexo industrial em São Gonçalo, região metropolitana do Rio. 

O novo parque será o maior da América do Sul. Também será construída uma nova fábrica de Dispositivos Médicos e um Centro Administrativo.

Os empreendimentos estão previstos para 2017.
Apesar de ter confirmado investimentos de R$ 1 bilhão até 2017, procurada, a Siemens preferiu não detalhar em que aplicará o dinheiro. 

Segundo a Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, ZF, ThyssenKrupp e Lanxess vão investir, respectivamente, R$ 780 milhões, R$ 260 milhões e R$ 208 milhões, 
até 2017.
 

 Fonte: Brasil Econômico

Governo brasileiro concede bolsa para cursos em universidades norte-americanas



 
 
Brasileiros que desejem fazer curso de doutorado nos Estados Unidos podem se inscrever no programa Laspau: Academic and Professional Programs for the Americas - programas acadêmicos e profissionais para as Américas.

São oferecidas 1.500 bolsas para o período 2013 a 2015, associadas ao programa Ciência sem Fronteiras. Serão concedidas 500 bolsas por ano. 
 
portal da Laspau reserva um espaço para orientar as inscrições dos estudantes.Para participar o candidato deve ser brasileiro ou residir no país, ter proficiência em inglês e possuir no mínimo o diploma de bacharelado, além de ter atuação acadêmica ou profissional nas áreas da ciência, tecnologia, engenharia e matemática.Das 1.500 bolsas, 100 já foram aprovadas.

Os estudantes foram aceitos em diversas universidades, que incluem a Universidade de Columbia, Harvard, Stanford, e Michigan. Entre os programas acadêmicos mais procurados estão arquitetura e planejamento urbano, ecologia, engenharia aeroespacial, engenharia elétrica, engenharia química, gestão de recursos naturais e microbiologia.A Laspau é uma organização afiliada à universidade de Harvard que administra as bolsas de estudo de doutorado pleno nos Estados Unidos para o Programa Ciência sem Fronteiras. 
 
Atua com a Agência Federal de Apoio e Avaliação da Educação Superior e com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq)  para facilitar o processo de candidatura e de admissão de estudantes e profissionais brasileiros em universidades no país.  

Governo vai tentar reverter mudanças na MP dos Portos


Por Bruno Peres | Valor
Wilson Dias/ABrGoverno vai tentar reverter mudanças na MP dos Portos
 
 
BRASÍLIA - A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, disse nesta quinta-feira que o governo não aceitará mudanças na chamada MP dos Portos que prejudiquem a competitividade do setor portuário.

“Não vamos aceitar pontos que venham influenciar naquilo que é determinante na medida: competitividade do setor portuário brasileiro”, afirmou a ministra após participar de uma solenidade em Brasília.

De acordo com a ministra, o governo vai mobilizar os parlamentares para fazer uma reversão dos pontos considerados essenciais na proposta e que tenham sido modificados. “Obviamente se nós avaliarmos que é importante conversar com os parlamentares para fazer a reversão [da proposta em plenário], nós vamos fazer”, completou.

Gleisi informou que se reunirá nos próximos dias com o ministro da Secretaria de Portos, Leônidas Cristino, e o relator da proposta e líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), para analisar o texto final aprovado por comissão mista na quinta-feira e “saber qual o impacto real” das emendas acrescidas ao texto do governo aprovadas pelos parlamentares.

A base aliada no Congresso impôs ontem uma derrota ao governo na primeira votação da medida provisória que altera as regras dos portos. Uma emenda do senador Waldemir Moka (PMDB-MS) garantiu a extensão por até dez anos dos contratos de arrendamento em portos públicos assinados antes de 1993, quando entrou em vigência a última Lei dos Portos, principal marco regulatório do setor até a medida provisória.

No texto originalmente enviado ao Congresso, o governo havia determinado a licitação de mais de 50 terminais que estavam nessa situação, em 18 portos públicos. Os estudos de viabilidade econômica para essas licitações já estão sendo feitos e deverão ficar prontos em setembro.

Outras duas emendas contrárias aos planos iniciais do governo serão votadas em plenário. Uma delas garante a autonomia de governos estaduais ou municipais para licitar contratos de arrendamento de terminais em portos delegados pela União, como os portos de Suape (PE), Paranaguá (PR), Itaqui (MA) e São Sebastião (SP). Trata-se de uma briga principalmente do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), contra o Planalto.

(Bruno Peres | Valor)

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