segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Dólar terá forte oscilação até a eleição de 2014, diz ex-BC Gustavo Franco

 






TONI SCIARRETTA
ENVIADO ESPECIAL A CAMPOS DO JORDÃO



O dólar deve seguir com forte oscilação até as eleições presidenciais de 2014, disse Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central (1997-1999) à época do câmbio fixo, no governo FHC. 

A razão, segundo Franco, são as incertezas do mercado em relação às respostas do Banco Central e ao ambiente político mais tenso após a onda de manifestações.

Para Franco, o mercado não tem mais segurança na política econômica do governo. Por esse motivo, está mais sensível a a qualquer fato novo. 

"Até as eleições haverá uma crescente volatilidade no câmbio. E será nas duas direções."
Franco, que defendeu o real em 1999 usando as reservas cambiais, criticou o fato de o BC não utilizá-las agora. Para ele, essa é a forma mais eficaz. 

Uma consequência dessa hipersensibilidade do mercado são as apostas dos fundos de investimento, que veem oportunidades para ganhar dinheiro com a oscilação do câmbio. 

Luís Stuhlberger, gestor do Fundo Verde do Credit Suisse, disse que não viu alternativa para proteger os cotistas além de investir no exterior. "O Brasil estava muito caro. Fui para o exterior por desespero", disse.

domingo, 1 de setembro de 2013

Unasul: Venezuela e Paraguai sinalizam uma reconciliação


Por Maíra Magro | Valor
Roberto Stuckert Filho/Presidência

PARAMARIBO (SURINAME)  -  Os presidentes da Venezuela, Nicolás Maduro, e do Paraguai, Horacio Cartes, expressaram, nesta sexta-feira, 30, a intenção de superar os conflitos diplomáticos em torno do Mercosul. O governo paraguaio não especificou, porém, uma data para o reingresso ao bloco — que o país deixou após suspensão imposta pelos outros países-membros, que consideraram o impeachment do ex-presidente Fernando Lugo um procedimento sumário.  

O incidente diplomático foi causado pela entrada da Venezuela no bloco durante o período de suspensão do Paraguai, sendo que o Senado paraguaio já havia rejeitado o ingresso de Caracas.

“Agradeço ao presidente Maduro e à presidente Dilma Rousseff, nesta segunda vez que me pede e me explica a importância de que estejamos todos unidos no Mercosul”, disse Cartes, durante seu discurso na cúpula da União de Nações Sul Americanas (Unasul), em Paramaribo, capital do Suriname.

Ele se referia ao encontro com Maduro e Dilma, na sexta à tarde, organizado durante a cúpula, por iniciativa do governo brasileiro, que marcou o início da reaproximação entre Venezuela e Paraguai.


Virando a página


O líder venezuelano expressou sua admiração pelo povo paraguaio e disse que pediu ao colega para virar a página. “Nós amamos o povo do Paraguai, o admiramos pela sua luta histórica. Eu disse a ele [Cartes] que se algum setor político, econômico, midiático que tenha se sentido de alguma maneira afetado em sua sensibilidade pela nossa atuação em junho do ano passado, sobre os acontecimento no Paraguai, nós pedimos compreensão e chamamos a virar a página.”

(Maíra Magro | Valor)

Eventual pedido de extradição de senador será analisado pelo STF


Por Maíra Magro | Valor

PARAMARIBO (SURINAME)  -  O chanceler brasileiro, Luiz Alberto Figueiredo, disse nesta sexta-feira que, se a Bolívia fizer um pedido de extradição do senador Roger Pinto Molina, ele será analisado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A presidente Dilma Rousseff se reuniu hoje por uma hora com o presidente boliviano, Evo Morales, antes da reunião de cúpula da União das Nações Sul Americanas (Unasul), em Paramaribo, no Suriname.

Segundo o novo chanceler, o presidente boliviano não pediu a extradição de Pinto Molina durante a conversa com Dilma. Mas Morales vem defendendo publicamente que o senador seja julgado na Bolívia pelos diversos processos judiciais a que responde, acusado de corrupção — o senador alega que é perseguido político.

No encontro desta tarde, Dilma manifestou a Morales “repúdio completo” ao episódio da entrada de Pinto Molina no Brasil sem autorização dos dois governos. Ela também disse que o Brasil jamais concordaria em retirar um asilad o de uma embaixada sem garantias plenas de segurança. O governo brasileiro também explicou que o status atual do senador é de alguém que pediu refúgio, que ainda depende de análise Comitê Nacional para os Refugiados (Conare).

Morales disse a Dilma que o governo boliviano enviará ao Brasil uma série de informações sobre os processos contra o senador, para que sejam levados em conta pelo Conare. As informações também serão encaminhadas ao Ministério Público brasileiro.

A posição do governo brasileiro, explicitada hoje a Morales, é que o asilo concedido ao senador 15 meses atrás, quando ele procurou a embaixada brasileira em La Paz, deixou de valer com sua entrada no Brasil. “O asilo foi concedido na embaixada, algo que se chama asilo diplomático, que é especificamente um tipo de asilo concedido para que a pessoa entre e fique na embaixada brasileira no exterior”, falou Figueiredo. De acordo com ele, como o senador deixou a embaixada, já não pode contar com o asilo diplomático. 

O chanceler explicou que Pinto Molina tem atualmente um status provisório, como pessoa que pediu refúgio. “Esse pedido de refúgio vai ser examinado nos termos da lei pelo Conare, que é a quem cabe esse exame”, disse Figueiredo.

Além de Figueiredo, Dilma está presente à reunião da Unasul acompanhada do advogado geral da União, Luís Inácio Adams. Ele não costuma acompanhar a presidente em viagens oficiais, a não ser quando há alguma questão jurídica a ser resolvida.

Durante o encontro, Evo Morales deu a Dilma de presente um casal de bonecos típicos da Bolívia. A conversa entre os dois, segundo Figueiredo, foi extremamente cordial, e o presidente Evo Morales disse, em relação ao senador Pinto Molina, que se trata de uma pessoa que sai da Bolívia não por temer o governo da Bolívia, mas sim a Justiça boliviana.

Jim Rogers diz não investir no Brasil por erros do governo


Por Camila Dias, Eduardo Campos e Talita Moreira* | Valor
 
CAMPOS DO JORDÃO  -  O megainvestidor americano Jim Rogers afirmou que, apesar de ser otimista em relação ao Brasil, não tem investimentos no país porque o governo brasileiro “continua cometendo muitos erros”.


Rogers fez críticas a medidas que taxam o capital estrangeiro e à tentativa de controlar o câmbio, além da restrição a investimentos externos em terras.

“O Brasil precisa de investimentos, de capital e de experiência”, disse Rogers, em apresentação no 6º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, promovido pela BM&FBovespa em Campos do Jordão. “Por essas razões, acho que a abordagem do governo está errada.”


Incapacidade gerencial


Ao ser questionado se acredita haver incapacidade gerencial da presidente Dilma Rousseff, Rogers disse que sim.

Segundo ele, historicamente quando passa o boom das commodities, os governos brasileiros tomam medidas restritivas. “Mas ela começou antes”, afirmou.

Rogers disse também que, se Dilma for reeleita, vai continuar a não investir no Brasil, a não ser que ela reveja essas questões.

Retirar controles ao capital estrangeiro, eliminar subsídios e abrir mais a economia são medidas que, na opinião de Rogers, deveriam ser adotadas pelo governo.

“O Brasil deveria ser um dos países mais importantes do mundo, mas infelizmente não vai ser”, afirmou.
(*Os repórteres viajaram a convite da BM&FBovespa)


Grupos empresariais brasileiros aumentaram negócios no exterior



 
 
Grupos empresariais brasileiros, como O Boticário, expandiram seus negócios no exterior entre 2010 e 2012, apesar das dificuldades das economias de alguns países, segundo uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira.  
 
O Índice de Internacionalização de 153 empresas que participaram do estudo do Núcleo de Pesquisas em Negócios Internacionais da Fundação Dom Cabral cresceu de 16% em 2010 para 18% em 2012. Esse índice considera os ativos da empresa, a receita e o número de funcionários.Além disso, nesse período as companhias pesquisadas aumentaram suas margens de lucro no mercado internacional de 11,82% para 13,75%, de acordo com o estudo. 
 
O mercado com maior presença de empresas brasileiras é o dos Estados Unidos, com 41 subsidiárias ou franquias, seguido de países da América Latina como a Argentina, com 35, e o Chile, com 30.Das 63 multinacionais brasileiras consultadas pelo Núcleo de Pesquisas, 44,4% consideram que as diretrizes da política externa do governo contribuíram para sua presença em outros países, mas ações diplomáticas polêmicas e as limitações de crédito para investimentos internacionais são alguns dos fatores que podem prejudicar a expansão de negócios no exterior. 
 
O coordenador do Núcleo de Pesquisas, Sherban Cretoiu, disse que entre os principais países de entrada de produtos brasileiros no último ano se destaca Angola pela proximidade cultural e idiomática.  
 
"As visitas brasileiras em países africanos foi maior do que na América do Sul durante o governo Lula, e isso pode ter impactos na entrada de empresas brasileiras nesses países para expansão de negócios", explicou Cretoiu. Apesar disso, o maior destino internacional das empresas brasileiras continua sendo a América do Sul, que concentra atualmente 77,8% dessas multinacionais, e depois a América do Norte, com 69,8%. 

Fonte: EFE

Tatiana Prazeres, ex-secretária de comércio exterior do Brasil, assume na OMC


 
 
 
O futuro diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo, nomeou Tatiana Prazeres (foto), ex-secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) do Brasil, como uma das quatro assessoras em seu gabinete. 

Tatiana Prazeres tem grande conhecimento do sistema multilateral do comércio e função exercida em uma das maiores economias emergentes, o que a credencia para o posto na OMC. Tatiana trabalhou como gerente e coordenadora da área internacional da Agência 
 
Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).Foi consultora de relações internacionais da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e funcionária da Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra. Ela é bacharel em Direito (UFSC) e em relações internacionais (Univali-SC), mestre em direito internacional (UFSC) e doutora em relações internacionais (UnB e Universidade de Georgetown, EUA).

Ao contrário de Lamy, que preferia ter cada assessor cuidando de temas específicos, com Azevedo a ideia é de a assessoria ter multifunções, incluindo esforços para retomar as negociações multilaterais. Temas específicos mesmo vão ser tratados diretamente entre Azevedo e os diretores de divisões da entidade global.

Fonte: OMC
 

Indústria brasileira espera que Azevêdo mude regras de comércio internacional


 
 
Com a promessa de buscar novos caminhos para o comércio internacional, a posse de Roberto Azevêdo, que assume a diretoria-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), no próximo dia 9, é aguardada com expectativa pela indústria brasileira. O setor espera que Azevêdo promova mudanças no regime de comércio mundial capazes de facilitar regras, reduzir taxas e agilizar o desembaraço de mercadorias.

Em uma nota divulgada hoje (30), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) destacou que Azevêdo trará estímulos e novas oportunidades para os negócios e garantiu que o otimismo não tem relação com o fato do novo diretor ser brasileiro. As indústrias nacionais acreditam que o novo dirigente da OMC buscará o acordo de modernização dos procedimentos aduaneiros e o fim de entraves burocráticos.  
 
O diretor de desenvolvimento industrial da CNI, Carlos Abijaodi, disse que essas medidas compõem a agenda de competitividade para a indústria nacional. Abijaodi lembrou que os custos de transações vão além do custo de produção, por incluírem as perdas decorrentes de burocracia, pagamentos de taxas, dificuldade de acesso à informação e insegurança. No texto, a confederação ainda destaca um levantamento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que indica que o acordo poderia reduzir em 10% os custos de transações para países desenvolvidos e entre 13% e 15% para países em desenvolvimento.  
 
Azevêdo vai assumir a organização com praticamente toda a equipe formada, incluindo especialistas de diferentes nacionalidades. A cerimônia de posse estava prevista para o dia 1º, mas foi remarcada pela OMC e será realizada no dia 9. O processo de eleição de Azevêdo foi iniciado em março, quando nove candidatos disputaram a vaga. Em abril, a escolha ficou entre Azevêdo e o mexicano Herminio Blanco e o brasileiro saiu vitorioso.