sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Credit Suisse vai fechar contas de clientes em 50 países

Banco estipulou quantia mínima de 800 mil euros para mantê-lás

Por AFP

O Credit Suisse, o número dois do setor bancário na Suíça, vai fechar as contas de clientes em 50 países, informou nesta terça-feira o jornal Tages-Anzeiger.
Os clientes que em suas contas não tiverem uma quantia mínima - o limite normalmente é de um milhão de francos suíços (800.000 euros) - terão de fechá-las, já que o Credit Suisse deixará de trabalhar com esses países, informou jornal suíço.
 
A iniciativa afetará em particular países africanos como Congo ou Angola, mas também estão na lista Turcomenistão, Uzbequistão e Belarus.
 
"Em outros países, o Credit Suisse quer concentrar-se nos ricos e super-ricos, como Dinamarca e Israel", afirmou o Tages-Anzeiger.
 
Contactado pela AFP, o banco recordou que estas medidas fazem parte das linhas anunciadas por ocasião da publicação de seus resultados do segundo trimestre, no final de julho.
 

Os donos da bola


Empresas campeãs, como Ambev, Bradesco, Burger King, Danone, Netshoes, Pepsico, Seara, Sky, TIM e Unilever, criam um programa de benefícios que pode colocar R$ 1 bilhão por ano no futebol brasileiro - e ainda salvar seu time

Por Ralphe MANZONI Jr.
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Assista à entrevista com o editor Ralphe Manzoni Jr.

Era uma tarde ensolarada de domingo no fim de julho, em Belo Horizonte. O estádio do Mineirão, recém-reformado para os jogos da Copa do Mundo, contava com um público de 36 mil espectadores para assistir ao clássico regional Cruzeiro versus Atlético, pela 9ª rodada do Campeonato Brasileiro. Antes da partida, de forma surpreendente, um carro-forte “invade” o gramado com os dizeres “Patrimônio do Sócio do Futebol” e estaciona atrás de um dos gols. Quando sua porta é aberta, o meia-atacante Júlio Baptista, a nova contratação do time azul e branco, aparece saudando os torcedores. 
 
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Ex-jogador da Seleção Brasileira e do Málaga, da Espanha, o atleta de 31 anos volta ao Brasil na condição de estrela e com um salário estimado em mais de R$ 500 mil mensais. A compra de seus direitos, no entanto, só foi possível graças ao programa sócio-torcedor do Cruzeiro, cujo número de associados multiplicou-se por cinco desde janeiro deste ano. Hoje, são 35 mil fanáticos da Raposa, como é conhecido o time celeste, que participam do programa, gerando uma receita anual de quase R$ 28 milhões, inferior apenas à cota da televisão e superior ao dinheiro gerado pela transferência de atletas, patrocínios e publicidade, em 2012. “O sócio-torcedor é a redenção do clube”, afirma Gilvan de Pinho Tavares, presidente do Cruzeiro. 
 
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“É uma receita fixa, ao contrário da incerteza da renda de bilheteria.” Assim como o Cruzeiro, outros clubes brasileiros começam a percorrer um caminho no qual os gaúchos Internacional e Grêmio estão bastante avançados: transformar o torcedor em uma fonte estável e crescente de recursos, reduzindo a dependência das cotas de tevê e dos patrocínios. Nesse percurso, eles estão contando com a ajuda de dez craques dos negócios. Uma seleção de executivos de empresas como Ambev, Bradesco, Burger King, Danone, Netshoes, Pepsico, Seara, Sky, TIM e Unilever entrou em campo com um programa de benefícios, batizado de “Movimento por um futebol melhor”, que concede descontos em diversos produtos e serviços para quem é sócio-torcedor. 
 
A ambição desse time de elite não é pequena. “A Seleção Brasileira já é a mais vitoriosa do mundo”, diz João Castro Neves, presidente da Ambev, companhia que liderou a criação desse programa. “Acreditamos que podemos investir aqui, ajudando os clubes a se tornarem mais fortes e competitivos, para termos o melhor campeonato do mundo.” O esquema tático bolado pelos “professores” das empresas é de uma simplicidade surpreendente. Ao se associar a um programa de sócio-torcedor de seu time, o torcedor adquire centenas de produtos e serviços com descontos em diversas redes de supermercados, mediante apenas a apresentação do número de seu CPF. 
 
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A lógica foi promover o que todos os executivos chamam de uma relação ganha-ganha-ganha. O clube aumenta o número de sócios-torcedores e, por consequência, cria uma nova fonte de receita capaz de manter seus craques no Brasil – ou repatriar os que estão lá fora, como foi o caso de Júlio Baptista. O torcedor, por sua vez, ajuda seu clube de coração e pode receber de volta o dinheiro pago nas mensalidades, na casa dos R$ 30, em compra de produtos. E, por fim, as empresas associam suas imagens a um contingente de milhões de consumidores, que podem se transformar em clientes fiéis – o sonho de todas elas. 
 
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“Antes comprava Coca-Cola, agora bebo Pepsi, que faz parte da promoção”, afirma o mineiro Gustavo Bueno, estudante de direito e torcedor do Cruzeiro, que tem conseguido uma média mensal de R$ 120 em descontos – ele paga R$ 150, por mês, no programa Sócio do Futebol. “Variava a cerveja que tomava antes do jogo, mas agora é só Brahma.” O programa tem metas ambiciosas. O plano é chegar a um milhão de sócios-torcedores até o fim deste ano. Em 2015, o objetivo é contar com três milhões de adesões, o que pode resultar numa receita adicional de R$ 1 bilhão aos cofres dos principais times brasileiros. 
 
“A tendência é de que os programas de sócios se tornem a segunda fonte de receita dos clubes, atrás apenas da cota de tevê”, diz Fernando Ferreira, diretor da Pluri Consultoria, especializada em futebol. Os primeiros resultados são animadores. Em janeiro deste ano, quando o programa foi lançado, havia 160 mil sócios-torcedores. Hoje, são quase 600 mil, o que já rendeu uma receita adicional de R$ 80 milhões, segundo estimativas. É um dinheiro que já está beneficiando os clubes. O Flamengo, do Rio de Janeiro, por exemplo, saiu do zero para 37 mil sócios-torcedores – a meta é ter 50 mil até o fim deste ano. 
 
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“Todo o dinheiro vai ser usado no futebol”, afirma Eduardo Bandeira de Mello, presidente do Flamengo. Segundo ele, a contratação do atacante Marcelo Moreno pelo clube da Gávea foi bancada por recursos desse programa. O Cruzeiro saltou de sete mil sócios-torcedores para 35 mil. O zagueiro Dedé, que veio do Vasco carioca, foi apresentado à torcida no supermercado Super Nosso, uma das redes regionais nas quais os torcedores podem fazer compras com desconto. O Palmeiras, que tinha nove mil sócios, hoje conta com quase 33 mil. “É uma fonte nova e muito substancial de recursos no médio prazo”, afirma Paulo Nobre, presidente do time paulista.
 
MENOS CARTOLAS, MAIS EXECUTIVOS O Brasil é o país do futebol. O esporte bretão é uma paixão nacional. A Seleção Brasileira é a única pentacampeã mundial. Dos nossos gramados nascem craques a granel, que são exportados para todos os cantos do mundo – Neymar, o mais recente deles, deixou o Santos pelo Barcelona. No entanto, esses predicados não impedem a maioria dos clubes brasileiros de viver em uma situação de penúria, quase falimentar, na maior parte das vezes. Suas dívidas cresceram 358% em dez anos, chegando a R$ 5,5 bilhões em 2012, de acordo com estimativa do consultor de marketing e gestão esportiva Amir Somoggi. 
 
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Para complicar, a média de público no Campeonato Brasileiro foi de apenas 13 mil torcedores por partida, em 2012, um terço da média da liga alemã. Pior: os campeonatos nacionais dos Estados Unidos, da China, do Japão e das segundas divisões da Inglaterra e Alemanha levam mais torcedores aos estádios do que o Brasileirão. “Temos de melhorar a organização das competições e o ambiente de negócios”, afirma Somoggi. A boa notícia é que, mesmo com essas dificuldades, há sinais de que esse quadro pode ser revertido. No ano passado, os 24 maiores clubes brasileiros tiveram um superávit de R$ 20,1 milhões – 11 deles chegaram mesmo a fechar no azul. 
 
Parece pouco, mas é um alento quando se sabe que essas agremiações reverteram um déficit de R$ 387,5 milhões de 2011, segundo pesquisa da consultoria BDO. Em cinco anos, é a primeira vez que dão lucro, graças à contabilização das receitas dos novos estádios do Palmeiras e do Atlético/PR – sem elas, teriam um prejuízo de R$ 160,9 milhões, bem menos que a metade do registrado no ano anterior. Por isso mesmo, a inauguração das novas arenas para a Copa do Mundo é outro elemento que ajuda a vislumbrar um cenário mais positivo no horizonte de curto prazo. Confortáveis e com serviços de primeira linha, elas vão atrair mais torcedores para os estádios – e ajudar a trazer mais receitas aos cofres dos clubes. 
 
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“Todos os torcedores deveriam ser tratados como clientes VIP”, diz Gerardo Molina, CEO da consultoria Euroamericas Sport Marketing. Nada disso adiantaria se o futebol brasileiro não estivesse passando por uma fase de profissionalização de seus dirigentes. Saem de cena os cartolas folclóricos, ou simplesmente mal-intencionados, que usam o prestígio do cargo para promoção e enriquecimento pessoal. Em seus lugares, os novos presidentes trazem para dentro dos vestiários a experiência do mundo corporativo (leia quadro “Choque de gestão”). Nobre, presidente do Palmeiras, é investidor do mercado financeiro. Mello, do Flamengo, é um ex-executivo do BNDES e conta com o apoio de uma equipe de empresários na sua administração. 
 
Entre eles, o executivo Luiz Eduardo Baptista, presidente da operadora de tevê por assinatura Sky. No Santos, o hoje licenciado presidente Luis Álvaro de Oliveira Ribeiro criou um comitê gestor, recheado de pesos-pesados do mercado financeiro e da indústria. Esse quadro mais animador está por trás da iniciativa do “Movimento por um futebol melhor”. Há dois anos, a Ambev começou a pesquisar formas de deixar um legado para a Copa do Mundo, que fosse além do patrocínio tradicional. Como é de praxe na cervejaria brasileira, executivos da companhia saíram mundo afora em busca de modelos de sucesso, em especial as experiências dos clubes espanhóis, italianos e britânicos, os mais ricos do planeta bola. 
 
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Presente valioso: Júlio Baptista sai de dentro de um carro-forte e é apresentado
como atleta do Cruzeiro. O salário será pago pelos torcedores 
 
“O que chamava a atenção era que uma fatia considerável dos times contava com programas de sócios”, diz Marcel Marcondes, diretor da Ambev.”Com a cota de tevê e o dinheiro do programa, eles se garantiam e não precisavam vender jogadores.” Mas foi em Portugal que os homens da cervejaria encontraram o exemplo perfeito para adaptar ao futebol brasileiro: o Benfica. O time lisboeta criou um programa de benefícios que o ajudou a ter a maior quantidade de sócios-torcedores do mundo (saiba mais sobre como funciona esse programa ao final da reportagem em "O que o Benfica pode ensinar aos clubes brasileiros"). De volta ao Brasil, os executivos da Ambev encomendaram uma pesquisa para entender por que os brasileiros não se associavam a um programa de sócio-torcedor. 
 
Afinal, diversos times já contavam com a iniciativa, mas poucos deles atingiram o sucesso do Internacional e do Grêmio, de Porto Alegre. A primeira constatação foi óbvia: os torcedores não confiavam em quem iria gerir seu dinheiro. O segundo ponto mostrou que os clubes não ofereciam vantagens aos torcedores para atraí-los, abrindo uma avenida para que se aplicasse aqui o modelo do Benfica. Como a nova safra de dirigentes que começava a comandar os principais times do País era mais profissional, estava armado o cenário para a Ambev avançar com sua estratégia. O passo seguinte foi bater na porta de grandes empresas. 
 
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O objetivo era contar com a maior rede de parceiros de qualidade possível. “Ter uma operação de consumo no Brasil e não se conectar ao futebol não parece lógico”, afirma Vasco Luce, presidente da divisão de bebidas da Pepsico, uma das primeiras a aderir ao projeto. Em janeiro, com a presença do craque Ronaldo Fenômeno, Ambev, Bradesco, Burger King, Danone, Netshoes, Pepsico, Seara, Sky e Unilever (a TIM aderiu mais tarde) colocaram em campo seu esquema tático para levar o futebol brasileiro a um novo patamar. “O futebol ainda não é bem explorado no Brasil”, diz Domingos Abreu, vice-presidente do Bradesco. “O torcedor vibra, mas não contribui muito para o sucesso de seu clube.”
 
CONEXÃO EMOCIONAL “O futebol não é uma questão de vida ou morte. É muito mais do que isso.” A frase atribuída ao jogador e treinador de futebol escocês Bill Shankly exprime à perfeição a paixão que move o esporte mais popular do mundo. Afinal, o nobre esporte bretão é a coisa mais importante entre as coisas mais desimportantes, diz o dito popular. Às vésperas da Copa do Mundo no Brasil, estabelecer uma conexão emocional com milhões de torcedores é a oportunidade de construir relações duradouras. Não custa lembrar que o campeonato de seleções nacionais dura apenas um mês. O amor dos torcedores pelos seus clubes é praticamente eterno. 
 
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“Se o Fluminense jogasse no céu, eu morreria para vê-lo jogar”, escreveu o jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues, tricolor de quatro-costados. A maioria das empresas que aderiu ao “Movimento por um futebol melhor” já mantinha uma relação com o futebol. Boa parte delas patrocina alguns times. Outra fornece materiais esportivos. Algumas compram cotas de televisão. Nenhuma, no entanto, estava tão próxima do torcedor quanto agora. “Do ponto de vista de negócios, é importante estar associado a algo com apego emocional para os brasileiros”, afirma o argentino Fernando Fernandez, presidente da Unilever. “O futebol é um veículo vital de comunicação de nossas marcas.” 
 
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Rodrigo Abreu, presidente da TIM, que estampa seu logo em diversas camisas, concorda. “É uma maneira de apoiar não só o clube”, diz. “Mas o ambiente de futebol de maneira mais integrada.” Apesar de ajudarem os clubes de futebol, as companhias não estão apoiando o “Movimento por um futebol melhor” apenas por benemerência. “Temos o sentido comercial”, afirma Mariano Lozano, presidente da Danone. “Somos uma empresa e não uma ONG.” Todas elas, de alguma forma, já apresentam resultados (leia os quadros ao lado das fotos dos presidentes das empresas). 
 
A Netshoes, maior site de venda online de artigos esportivos do País, por exemplo, observou que o tíquete médio das vendas para os sócios-torcedores é 7% maior. “O futebol mais organizado gera uma onda positiva sobre outros esportes”, diz Márcio Kumruian, presidente da Netshoes. “E isso gera um aumento de vendas de outras categorias esportivas.” Como diria Neném Prancha, um roupeiro, massagista e técnico que ganhou o apelido de O Filósofo do Futebol do jornalista Armando Nogueira. “Futebol é muito simples: quem tem a bola ataca, quem não tem defende.” As empresas foram para o ataque. O gol delas está ajudando o seu time.
 
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Choque de gestão
 
“Os dirigentes têm uma vaidade muito grande em ganhar títulos e destruir as contas.” A frase é de Paulo Nobre, presidente do Palmeiras, que herdou um time endividado e rebaixado para a segunda divisão do futebol brasileiro. Nobre, no entanto, faz parte de uma nova geração de dirigentes que está descobrindo o óbvio: uma gestão profissional não só ajuda a equilibrar as contas como também a ganhar títulos. Por essa razão, práticas do mundo corporativo começam a fazer parte do dia a dia dos clubes. 
 
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No Palmeiras, Nobre resolveu estabelecer uma nova forma de pagar o “bicho”, prêmio extra que os atletas recebem quando a equipe vence. Seguindo uma norma do mercado financeiro, de onde vem o dirigente, os atletas agora recebem uma quantia pequena por partida. Caso a equipe atinja as metas estabelecidas, o prêmio é maior, uma espécie de bônus, como acontece em grandes empresas. “Eles entenderam a lógica”, afirma Nobre. No Flamengo, comandado por Eduardo Bandeira de Mello, ex-executivo do BNDES, a regra é austeridade fiscal total. A ordem foi cortar os custos em 40% e fazer caixa para pagar as dívidas estimadas em mais de R$ 750 milhões. “Entregamos o primeiro escalão do Flamengo à administração profissional”, diz Mello.
 
 
 
O que o benfica pode ensinar aos clubes brasileiros
 
Qual o time com a maior quantidade de sócios do mundo: Barcelona, Manchester United ou Bayer de Munique? Nenhum deles. A honraria cabe ao português Benfica, que conta com 231 mil sócios-torcedores, num país com uma população muito menor do que a da Espanha, Inglaterra ou Alemanha. A forma como o clube lisboeta conseguiu essa façanha pode ensinar muito às agremiações brasileiras. Em 2004, seus diretores fizeram uma pesquisa e descobriram que havia poucas razões para ser sócio do clube. De forma resumida, os interessados tinham uma forte relação emocional com o time, votavam na escolha do presidente e ganhavam descontos nas compras do ingresso. “Entendemos que era muito pouco”, afirma Miguel Bento, diretor-comercial e de marketing do Benfica.
 
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Para atrair aqueles que não são fanáticos, o clube definiu uma estratégia de parcerias. A lógica era simples: criar uma rede de empresas que dão benefícios para quem é sócio do Benfica. Além disso, o clube criou um kit sócio distribuído em mais de mil pontos de vendas, incluindo supermercados. “O que fizemos foi tornar estupidamente fácil ser sócio do Benfica”, diz Bento. Em apenas seis meses, o número de sócios saltou de 94 mil para 156 mil. O segredo do clube lisboeta foi construir uma rede eclética de parceiros, que inclui desde postos de gasolina e lanchonetes a restaurantes simples da capital portuguesa. Até uma agência funerária, a ServiLusa, oferece descontos para os sócios. 
 
A rede de postos de gasolina Repsol é a mais utilizada. Mensalmente, 70 mil sócios abastecem seus carros nela. Desse universo, 56 mil são clientes fiéis, de acordo com Bento. “A mensagem que passamos é que os novos sócios poderiam pagar sua cota com os descontos”, afirma Bento. Tão importante quanto a rede de parceiros foi criar um sistema de débito automático. “Se o Benfica não ganha, há muitas razões para o torcedor não pagar suas mensalidades”, diz Bento. E, ultimamente, o clube vermelho e branco não está em sua melhor fase. No século XXI, venceu apenas duas vezes o campeonato português. Anualmente, os sócios-torcedores acrescentam o equivalente a R$ 42 milhões aos cofres do Benfica. “É a nossa Liga dos Campeões”, diz Bento, referindo-se ao principal torneio europeu de clubes, vencido pelo Benfica em duas ocasiões, na década de 1960.
 

Augustin: Brasil fará emissão soberana até o fim do ano

Por Adriana Fernandes e Renata Veríssimo


O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirma categoricamente que haverá uma emissão externa soberana até o fim do ano. No fim da entrevista à imprensa sobre contas públicas nesta sexta-feira, 27, ele foi questionado sobre a possibilidade e respondeu em tom forte: "Vai ter". Em seguida, deixou a sala sem dar detalhes da operação. 
 
Augustin avaliou como "neutro" o resultado primário de agosto, que alcançou um superávit de apenas R$ 87 milhões - o pior para o mês na série histórica. "Está em linha com o nosso esforço de cumprir a meta. Lógico que não é um resultado ótimo." 

Ele se comprometeu a trabalhar para o governo divulgar uma previsão de arrecadação com os parcelamentos tributários incluídos na Medida Provisória (MP) 615. A MP foi aprovada este mês pelo Congresso e o governo conta com esses recursos para reforçar o caixa. "Não tenho expectativa neste momento; não vou fazer a estimativa", afirmou, acrescentando que caberia à Receita Federal informar.

Confrontado com a informação de que o secretário-adjunto da Receita, Luiz Fernando Nunes, não quis dar a informação em entrevista coletiva da arrecadação, na última segunda-feira, 23, Augustin se comprometeu a conversar internamente no Ministério da Fazenda para ter a estimativa.

O secretário designou o subsecretário do Tesouro, Cléber Oliveira, para informar quando os recursos do primeiro pagamento do Refis entrarão no caixa, se em novembro ou dezembro. A informação também não foi transmitida na segunda-feira pela Receita Federal.

O secretário do Tesouro defendeu a negociação dos Refis pelo governo. "Há uma avaliação nova que esses Refis permitirão que uma conjunto de contenciosos judiciais seja resolvido administrativamente."

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Cachaça de café está entre os 11 produtos que vão representar o Brasil no Exterior


Serão investidos R$ 5,6 milhões para promover produtos com características nacionais

Por Luiz Gustavo PACETE

A Enivrance, agência francesa de design de alimentos e bebidas, no Brasil desde 2010, vai lançar nesta quinta-feira (26), em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), o projeto “Seleção Brasileira de Alimentos”. A ideia, segundo o CEO da agência, Edouard Malbois, é levar 11 produtos, entre eles açaí, cachaça, pão de queijo e vinho para serem expostos em feiras na Europa, Ásia e Estados Unidos. 

Com a assinatura dos chef´s David Hertz e Katia Barbosa, a “turnê” vai até julho de 2014. Participam do projeto as empresas Baggio Café, Bauducco, Globalbev, JBS, Maricota, Seara, Servida Alimentos, Vinícola Aurora e outras. O valor total do projeto é de R$ 5,6 milhões, investimento conjunto da Enivrance e da Apex-Brasil que inclui o desenvolvimento da linha de produtos, projetos de comunicação, eventos e a turnê mundial. 
 
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Um dos produtos desenvolvidos, a rosquinha de Romeu e Julieta
 
Malbois explica que o principal objetivo do projeto é aumentar as exportações da indústria alimentícia nacional em mercados potenciais como Ásia, Europa e Américas. “Percorreremos o mundo em feiras do setor alimentício, em encontros com a imprensa e em eventos com empresários. O próximo passo será a fabricação desses produtos, sendo que alguns já estão nesse processo.”
 
Entre os principais produtos estão misturas de tradicionalismo e inovação como é o caso do café torrado com cachaça ou dos cubos de carne suína cobertos por sementes e frutas secas. O grupo também é composto por suco de açaí, pão de queijo com goiabada e macaron de carne seca. 
 
Futebol na mesa
 
O número 11 é uma homenagem à Seleção Brasileira de Futebol e para entrarem no projeto as empresas tinham como principal critério serem representativas em seus segmentos. “Cada empresa investiu um valor determinado para desenvolver o conceito dos produtos. Ao todo foram propostos seis conceitos de produtos nos quais a empresa é a detentora dos direitos comerciais”. 
 
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Cachaça de café
 
O aprimoramento na utilização dos produtos fica por conta dos chef´s David Hertz e Katia Barbosa que viajarão junto com a seleção de alimentos. “Eles foram escolhidos para comporem o time junto com as outras empresas porque têm um trabalho reconhecido de comprometimento com a comida brasileira e sua identidade”, explica Malbois.
 
A Enivrance foi criada em 2002 e sempre atuou no Brasil abrindo seu escritório em São Paulo no ano de 2010. A agência desenvolveu por aqui projetos juntamente com as empresas PepsiCo, McDonald’s e Cargill.
 

Em NY, investidores mostram dúvidas sobre solidez de projetos de infraestrutura

 
 



Dilma no evento em NY
Durante evento, Dilma afirmou concessões têm regras 'claras e bem definidas'


A presença de cerca de 300 investidores internacionais em um seminário sobre projetos de infraestrutura no Brasil realizado nesta quarta-feira, em Nova York, demonstrou não apenas o grande interesse despertado pelas oportunidades de investimento no país, mas também as dúvidas que ainda pairam entre os estrangeiros.

Entre investidores americanos, canadenses e europeus que lotaram o centro de conferências do banco Goldman Sachs para ouvir o que as autoridades brasileiras tinham a dizer no seminário "Oportunidades em Infraestrutura no Brasil", houve muitas perguntas sobre os possíveis riscos de se investir em infraestrutura, sobre regulação, definição das regras, a situação geral da economia no país e até o futuro do grupo OGX, petrolífera do empresário Eike Batista.
Em resposta, a presidente Dilma Rousseff – que encerrou o evento –, os ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, e os presidentes do Banco Central, Alexandre Tombini, e do BNDES, Luciano Coutinho, repetiram que o programa de concessões tem regras claras e bem definidas e que o Brasil tem tradição de cumprir contratos.

"Oportunidade"

 

Mantega, que já havia se encontrado com investidores no dia anterior, repetiu que o Brasil representa uma das únicas oportunidades no mundo de investimento "sólido e rentável".
Questionado por jornalistas sobre o aparente clima de incerteza entre os investidores, apesar do interesse demonstrado em relação ao Brasil, Mantega disse que as preocupações não são específicas sobre o país.
"Há um clima de incerteza sobre a economia mundial. Isso coloca os investidores em alerta", disse o ministro.
"Há um clima de incerteza sobre a economia mundial. Isso coloca os investidores em alerta. Claro que querem ter certeza de que as regras não serão mudadas."
Guido Mantega, ministro da Fazenda

"Claro que querem ter certeza de que as regras não serão mudadas", afirmou.

Os esforços das autoridades brasileiras para atrair investidores estrangeiros ocorrem dias após confirmada a procura abaixo do previsto de interessados em participar de leilões de concessão de rodovias e do pré-sal.
No caso das rodovias, não houve interessados pelo trecho da BR-262 entre Viana (ES) e João Monlevade (MG). No caso do pré-sal, grandes empresas do setor, como a Exxon Mobil e a BP, decidiram não participar do leilão do campo de Libra, que será realizado no mês que vem.

Segundo Mantega, No caso das rodovias, não se trata de um problema no modelo, e sim na escolha da via.
O ministro reafirmou que já no próximo mês uma nova rodovia será oferecida e que haverá "melhoria de atratividade" nos próximos leilões.

Relações bilaterais

 

Um dia após o discurso duro da presidente na Assembleia Geral da ONU, condenando as ações de espionagem dos EUA no Brasil, Mantega disse que o atual momento de tensão entre os dois países não prejudica as relações comerciais e financeiras.

"Estas vão muito bem", disse. "A presença financeira e econômica dos EUA (no Brasil) só tende a aumentar."

Os leilões de concessão de rodovias integram o Programa de Investimentos em Logística, que pretende dar fôlego à economia brasileira ao atrair R$ 240 bilhões para a construção de estradas, ferrovias, portos e aeroportos no Brasil.

As autoridades brasileiras reforçaram que o Brasil não possuiu recursos financeiros suficientes para dar conta de todos os projetos.

"Estamos contando com os bancos privados, sejam nacionais ou estrangeiros, para participar do financiamento desses projetos", disse Mantega.

Locomotiva

 



Para Mantega, pouco interessa no leilão das rodovias não deve atrapalhar investimentos
Durante o seminário em Nova York, promovido pelo Goldman Sachs, pelo jornal Metro e pelo Grupo Bandeirantes de Comunicação, os brasileiros se empenharam também em demonstrar a solidez da economia brasileira.

Mantega disse que o Brasil chegará a 2014 com bom crescimento econômico.
"Este ano, o que esta determinando o crescimento da economia é o investimento. E será importante que todas essas concessões venham reforçar este investimento que já esta ocorrendo, de modo que o investimento seja a locomotiva do crescimento brasileiro nos próximos anos", disse.

Segundo o ministro da Fazenda, embora Brasil tenha sido afetado pela turbulência internacional, tem situação mais resiliente do que outros emergentes.

A avaliação parece ser compartilhada por investidores.
Um relatório divulgado nesta quarta-feira pelo Bank of America e pelo banco de investimentos Merrill Lynch afirma há uma mudança de humor entre investidores europeus em relação ao Brasil.

Segundo a análise do banco, feita após visitas a investidores na Europa na semana passada, a expectativa de um cenário de baixo crescimento para o país nos próximos anos já foi "digerida".

Há ainda a percepção de que as condições em outros mercados emergentes sofreram deterioração mais forte do que no Brasil.
 
 
 
 

Editorial: Brasil fora da moda


Não é segredo que o Brasil está entre os piores países do mundo quando o assunto é custo, burocracia ou infraestrutura. É notório que empresas globais, ao se instalarem por aqui, encontram nessas dificuldades um obstáculo ao desenvolvimento de seus negócios. 

Tome-se o caso da Zara, companhia têxtil espanhola que se internacionalizou com coleções de giro rápido e custo acessível, o que demanda eficiência na gestão de estoques e na distribuição em escala mundial. Presente em 86 países, a empresa teve que repensar seu modelo para poder operar no Brasil. 

Percebeu, para começar, que a burocracia nos portos e os altos impostos tornavam impossível gerir a distribuição centralizada na Espanha. Por isso, teve que nacionalizar 40% de sua produção. 

Pela criação de empregos no Brasil, tal solução parece boa. É preciso considerar, porém, que o custo de produção interna mais alto, somado aos impostos, deixa os preços até 76% maiores. Marca popular em outros países, a Zara se fixou em um nicho mais rico no Brasil. 

Esse é o padrão. A americana GAP, popular mundialmente, acaba de abrir sua primeira loja no país com produtos entre 30% e 40% mais caros que nos EUA. A diferença, segundo a empresa, decorre de elevados custos de importação e logística. No fim das contas, o consumidor paga mais, e o empresário lucra menos. 

Tais exemplos evidenciam outro problema grave: o isolamento das empresas brasileiras. A competitividade passa pela integração às cadeias globais de produção, o que demanda tarifas de comércio baixas, logística eficiente e simplicidade tributária. 

Nada disso existe no modelo atual. Como a competitividade é baixa, busca-se proteger a indústria com mais isenções pontuais --que pouco adiantam-- e barreiras tarifárias --que terminam prejudicando o consumidor. 

A questão dos impostos assume lugar central na lista de problemas. Não só pelo nível elevado, mas sobretudo pela complexidade. No ano passado, a indústria de transformação gastou R$ 24,6 bilhões somente com burocracia para pagar tributos --o dobro do que investiu em inovação. 

O Banco Mundial põe o Brasil em 156º lugar, entre 185 países, no quesito da dificuldade para saldar impostos. Uma empresa típica gasta nada menos que 2.600 horas por ano para quitar as obrigações tributárias, contra 176 horas na média dos países mais desenvolvidos. 

O Brasil jamais será competitivo se não se integrar ao mundo. O desafio é gigantesco, e não parece haver nos formuladores da política econômica determinação para alcançar esse objetivo.

Carta aberta a Aécio Neves

Blogs e Colunistas



Prezado senador Aécio Neves,

Talvez você tenha visto a carta aberta que escrevi para seu colega José Serra, fazendo um apelo para que ele não só desista da candidatura própria, como permaneça no PSDB lhe dando apoio. Saberemos a decisão dele em poucos dias.

Agora é a vez de me dirigir a você. Posso compreender que o “jeito mineiro” de fazer política é diferente, mais “low profile”, discreto, comendo pelas beiradas. Mas não posso concordar com uma postura tão cordial e amigável como a que tem sido adotada até agora. Vamos conversar? Vamos bater um “papo reto”?

Vamos. Aécio, o Brasil vive um momento bastante delicado, caso ainda não tenha notado. Corremos o sério risco de virar uma Venezuela, uma Argentina. Àqueles que duvidam, vale lembrar que os venezuelanos nunca pensaram que seriam a próxima Cuba, e os argentinos jamais acreditaram que seriam a próxima Venezuela.
O PT aparelhou toda a máquina estatal, e isso inclui o STF. O bastião de resistência tem sido a imprensa, ou uma pequena parte dela, justamente aquela difamada e acusada de “golpista” pelos verdadeiros golpistas. Esta Veja aqui é uma das últimas vozes com coragem de fazer oposição firme ao projeto bolivariano do PT. O risco é sério.

E uma das principais preocupações que temos – nós todos que não desejamos virar a próxima Venezuela – é a acovardada oposição política. Basta salientar que o PSB de Eduardo Campos, até ontem governo, passou a ser uma das grandes esperanças de muitos empresários. Um partido que se diz socialista e foi governo com o PT nos últimos 10 anos! Entenda nosso desespero, Aécio.

O que me remete ao meu apelo: seja oposição! Não tente competir com o PT em “simpatia popular”, em bandeiras “progressistas”, pois nisso eles têm o monopólio do discurso. Conseguiram criar uma narrativa de que são o povo, defendem o povo, e representam a esquerda. Você vai realmente enfrentá-los sendo parecido com eles, atuando no mesmo tom, ou em cinquenta tons diferentes de vermelho? Derrota certa.
Eles têm o Lula, mito popular. O Bolsa Família, esmolas que compram votos populares. E cerca de um terço do eleitorado fiel à legenda. Esses votos já são deles, Aécio. Se você tentar ser “um pouco melhor” ou “um pouco diferente” do PT, para “fazer mais”, não vai convencer ninguém.

Para ter mais do mesmo, essa gente vai de PT, pois já conhece e sabe o que esperar (ainda que não saiba o resultado final disso). Essas pessoas enxergam o PSDB como “elitista”. E isso não vai mudar com maquiagem de marqueteiro algum.

Por falar em marqueteiro, li na Folha essa semana que o seu pensa que o mensalão não comove os eleitores. Como assim? E a classe média? E os 20 milhões de votos que teve Marina Silva? Marina. Falemos um pouco dela. O que é esse fenômeno?

Marina foi do PT a vida toda, fez parte do governo Lula, e de repente é vista como alternativa a tudo isso que está aí, por ser apartidária ou apolítica? Como pode? Maurício Moura, do Instituto Ideia, em reunião com integrantes de sua campanha, disse: “O mito Marina Silva é muito superior à candidata Marina Silva”. Exato.

Em eleições, os mitos importam. O que o eleitor pensa que o candidato representa é determinante. Quem vota em discurso burocrático de “mais eficiência” na gestão pública? O voto daqueles que sabem que você será mais eficiente que o PT – o que é moleza, convenhamos – você já tem. Mas e os demais?

Não, Aécio. Não será com esse tipo de abordagem que os quase um terço de eleitores ainda indecisos ou de saco cheio da política, sem falar os quase 20% da própria Marina que não sabemos ainda se vai ou não disputar, vão migrar para o seu PSDB e digitar 45 nas urnas em 2014.

Qual é o mito Aécio? Quais são as bandeiras tucanas que realmente diferem tal alternativa do modelo petista que está aí há mais de década? Ser um pouco menos progressista? Ser um pouco mais eficiente? Ser esquerdista com perfume francês? Desculpa, não convence, não cativa, não conquista.

Será que vocês ainda não perceberam que há uma demanda reprimida enorme por uma oposição de verdade, por alguém que vá claramente contra esse modelo atual? Sim, eu falo de bandeiras bem mais liberais ou mesmo conservadoras, firmes, que condenem sem rodeios o bolivarianismo petista, a degradação de valores morais, tradicionais e familiares, o avanço estatal sobre nossos bolsos e nossas vidas. Aonde está essa opção?

Não existe. Há uma hegemonia de esquerda na política nacional, e o PSDB faz parte dela. É apenas mais light, mais civilizado, mais moderado e bem mais eficiente na economia do que os socialistas do PT. Mas isso é pouco! Milhões de brasileiros, órfãos de representação político-partidária, querem mais. Muito mais!
Preencha esse vácuo, Aécio. Suba o tom, deixe claro que não apenas discorda do governo petista, mas abomina tudo aquilo que essa corja autoritária tem feito com nosso país. Fale abertamente que, com você, o Brasil não será a próxima Venezuela ou Argentina mas, ao contrário, voltará a abraçar o respeito à democracia republicana, e que os Estados Unidos devem ser amigos e aliados, não a ditadura cubana.

Pensa que isso é suicídio político? Discordo. Suicídio político é tentar ser parecido com o PT, apenas um pouco melhor. Ou fazer “oposição” de forma tímida, cheia de cuidados e sorrisos camaradas. É o que isso, telhado de vidro? Ao aceitar ser candidato, você já sabia o que o lado de lá iria fazer. É assim que eles jogam: sujo.

O grande equívoco dos opositores do PT e da esquerda radical sempre foi acreditar que, se sinalizassem uma boa vontade amigável para um debate mais civilizado, o lado de lá faria o mesmo, sem golpes baixos, sem demonização do adversário. Acordem !

O PT é um partido capaz de acusar vocês, tucanos, de “entreguistas”, ao mesmo tempo em que anuncia um leilão de privatização com participação de vários grupos estrangeiros! Ficar na defensiva é pedir para apanhar mais e mais.

A definição de canalha é não se importar com o código de ética aceito pela sociedade, ora bolas! Achar que é possível lidar com essa turma nos mesmos termos que lidamos com opositores sérios e civilizados é ingenuidade demais. É convidar um crápula para um chá das cinco na esperança de que ele vai te aliviar.

E então, Aécio: você será uma alternativa mal definida de “oposição” ao PT, ou será realmente a imagem de alguém que rejeita com todas as forças o destino que nos aguarda se o PT continuar no poder? Ainda que tal imagem seja mais mito que realidade, lembre-se: eleitores votam em mitos, não em planilhas burocráticas de “choque de gestão”.

Os eleitores brasileiros, os outros 65% que não casam com o PT “no matter what”, estão carentes de um mito de legítima oposição. Seja essa oposição, Aécio! Em 2014 não resta nenhuma outra alternativa. Ao povo tem que ser vendida a seguinte escolha: Venezuela ou Aécio Neves.