Ampliar
Veja a rotina da fábrica onde só trabalham mulheres
Funcionária da fábrica de equipamentos industriais Dimensão Máquinas, em Trindade (GO), apara rebarbas de peça de metal
Leia mais Cristiano Borges/UOL
Em meio às faíscas e ao barulho da linha de produção, lábios com batom e
rostos maquiados. Na fábrica de equipamentos industriais Dimensão
Máquinas, em Trindade (GO), são as mulheres que fazem o trabalho pesado.
Desde que passou a contratar força de trabalho feminina para atuar na
linha de produção, em 2009, o empresário Francisco Luciano Alves de
Jesus, 37, diz que a produtividade aumentou e os negócios começaram a
prosperar.
Jesus diz que, enquanto três homens demoravam 45 dias para produzir um
equipamento, o mesmo número de mulheres fazia o serviço em metade do
tempo. No ano, eles produziam a média de oito peças e elas, 16.
"Com os homens, tinha dificuldade para dividir tarefas porque eles eram
mais orgulhosos. Já as mulheres trabalham melhor em equipe, o que
possibilitou o aumento no quadro de funcionários e, consequentemente, a
produtividade."
Em quatro anos, o número de funcionárias
aumentou e o faturamento da fábrica triplicou, segundo o empreendedor.
Enquanto em 2009, a receita anual do negócio era de R$ 200 mil, a
arrecadação de 2013 já superou os R$ 600 mil.
A mudança começou
quando o empresário precisou de apoio na produção para dar conta dos
pedidos. "Na época, só tinha eu e três homens na produção. Pedi para a
secretária dar uma força e ela gostou do trabalho. Conforme a empresa
foi crescendo, comecei a contratar apenas mulheres", diz.
A
secretária, que hoje não trabalha mais na fábrica, gostou da atividade e
pediu para permanecer na linha de produção, segundo Jesus. Depois dela,
outras secretárias foram contratadas, mas também pediram para mudar de
setor.
De acordo com o empresário, a inclusão de operárias na
produção começou a incomodar os homens. "Eles não aceitaram ter mulheres
na mesma função e com o mesmo salário. Em um ano, os três pediram
demissão", declara.
Hoje, a empresa tem 11 funcionárias e quatro
estagiárias e fabrica oito peças por mês. As funções são de soldadora,
eletricista, montadora, torneira mecânica e pintora. Nenhum homem, além
do proprietário, trabalha na empresa.
Ampliar
Conheça 50 casos de empreendedores de sucesso
Da
pequena cidade de Jacutinga (MG) saem vestidos, blusas, jaquetas e
biquínis que vão para os Estados Unidos, para a Europa e para a China;
as criações da estilista mineira Cecília Prado, 30, ganharam o mercado
externo e, principalmente, o chinês
Leia mais Divulgação
Funcionárias são vaidosas e ganham 'vale-salão'
Para premiar a equipe quando uma meta é atingida, o empreendedor criou o
"vale-salão". Elas ganham de R$ 50 ou R$ 100 por mês como motivação
quando batem a meta.
"O salão de beleza é apenas uma sugestão para uso do dinheiro, mas elas podem gastar o benefício como quiserem", afirma.
Segundo Jesus, apesar de as funcionárias terem liberdade para usar o
dinheiro para comprar o que quiserem, na maioria das vezes elas utilizam
o bônus no salão de beleza.
Além do "vale-salão", o empresário
disponibiliza estojos com batom, rímel e cremes para as operárias
retocarem a maquiagem durante o expediente.
"Ainda que tenhamos
de usar uniforme e o trabalho seja um pouco desgastante, não deixamos de
lado nossa vaidade", declara a gerente de produção Joice Ioleni da
Silva, 26.
Ampliar
Veja fotos do Instituto Beleza Natural
Zica
Assis, fundadora do Instituto Beleza Natural, foi eleita uma das dez
mulheres de negócios mais poderosas do Brasil pela revista Forbes, ao
lado de Gisele Bündchen
Leia mais Arte/UOL
Ambiente misto favorece troca de ideias na empresa
Para a consultora do Sebrae-GO (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas
Empresas de Goiás) Paula Cristina Borges Gomide, as mulheres têm algumas
virtudes inatas, como maior capacidade de concentração e de executar
várias tarefas ao mesmo tempo.
No entanto, segundo Gomide, não
dá para dizer que os homens estavam impedindo o crescimento da empresa.
"As mulheres souberam preencher falhas que os antigos profissionais
deixaram, provavelmente porque estavam desmotivados", diz.
A
gerente nacional de recrutamento e seleção do grupo Manpower, Lisângela
Melo, afirma que a contratação de profissionais não deve levar em
consideração características como sexo, idade, altura, peso, etnia ou
religião. A competência deve ser o quesito principal.
"Um
ambiente misto, com homens e mulheres, jovens e profissionais
experientes, é sempre o mais indicado, pois favorece a troca de ideias e
faz com que um problema seja analisado com olhares diferentes",
declara.
Ampliar
Clique e veja franquias para abrir em casa a partir de R$ 9.900
Seguralta,
corretora de seguros: investimento inicial a partir de R$ 18,5 mil
(inclusos taxa de franquia + instalação + capital de giro); faturamento
médio mensal de R$ 8.000, com lucro líquido de 62,5% (R$ 5.000) e
retorno do investimento de seis a 12 meses
Leia mais Divulgação