terça-feira, 4 de março de 2014

O retorno pontual do fluxo estrangeiro ao Brasil


Daniela Milaneseortilhar



O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, vem reforçando a mensagem de que o Brasil voltou a atrair recursos estrangeiros neste início de ano. A entrada de dólares estaria “vindo forte” em fevereiro. Até o dia 19, o fluxo cambial está positivo em US$ 1 bilhão, numa melhora provocada pelo resultado da conta financeira, com entrada de US$ 2,1 bilhões, saldo que não era visto desde setembro do ano passado.

O movimento chama a atenção porque acontece em meio ao processo de normalização da política monetária do Federal Reserve, que provoca solavancos nos emergentes. Além disso, passa por cima das constantes críticas dos investidores sobre a atual condução da política econômica nacional, tendo em vista o fraco crescimento, as dúvidas sobre a situação fiscal e a perspectiva de rebaixamento do rating soberano.

Afinal, o Brasil foi da exagerada condição de “queridinho” dos mercados poucos anos atrás à questionável posição de “vulnerável” no atual momento, expressão usada até mesmo pelo Fed.
O que teria mudado, então, na postura externa?

Gestores estrangeiros consultados por este blog confirmam que, de fato, há algum dinheiro novo sendo colocado novamente no País nas últimas semanas. Não se trata de um fluxo exuberante capitaneado por uma reversão de expectativas econômicas nem por uma melhora na avaliação do governo brasileiro.

Por ora, investidores institucionais estão cobrindo parte de posições vendidas, aproveitando as taxas mais elevadas de juros, fazendo operações de arbitragens e entrando em oportunidades pontuais geradas pelos preços mais baixos.

Como disse um profissional, juro real de 7% só é visto nos mercados menos desenvolvidos, de fronteira. Ninguém, portanto, está impressionado com a meta de superávit primário de 1,9% anunciada na semana passada.

“A maior parte do movimento vem de cobertura de posições vendidas com base na avaliação de que as coisas não irão piorar, ao invés da visão de que estão melhorando”, afirmou um estrategista de instituição britânica.

Segundo outro gestor que atua no exterior, há fundos reduzindo posições vendidas também no mercado de ações, em razão das fortes quedas acumuladas – o Ibovespa tem perda de 17% desde o início do ano. Ainda assim, esses investidores mantêm nervosismo sobre as aplicações no mercado de renda variável. “Há fundos dedicados, como nós, que estão cautelosamente aumentando a exposição a algumas oportunidades específicas”, disse o profissional.

A grande questão, claro, é saber se o movimento terá continuidade daqui para frente. Se o Federal Reserve prosseguir retirando os estímulos à economia e enxugando liquidez, não é difícil concluir que o ano tende a ser volátil, com momentos de turbulência para abalar os períodos de trégua.

Acionamento de térmicas a óleo diesel já tem reflexo na balança comercial

Em janeiro, mês em que as termoelétricas a diesel começaram a ser utilizadas por causa da queda nos reservatórios das hidrelétricas, importação do combustível subiu 40%


DANIELA AMORIM, WELLINGTON BAHNEMANN / RIO - O Estado de S.Paulo
Os riscos de apagão e de prejuízos à safra não são os únicos problemas causados pela estiagem prolongada. O acionamento de usinas térmicas a óleo diesel, por causa do baixo nível dos reservatórios, já afeta a balança comercial brasileira. As importações do combustível tiveram um salto de 40% na passagem de dezembro para janeiro, mês em que as termoelétricas movidas a óleo diesel começaram a ser acionadas.

Em dezembro, o Brasil importou 797.624.138 quilogramas (kg) de óleo diesel, ao custo de US$ 735,54 milhões. Em janeiro, o volume passou para 1.116.821.012 kg (US$ 1,036 bilhão), segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

"A gente já importa muito óleo diesel, mas, com as térmicas ligadas, a Petrobrás está sendo obrigada a importar ainda mais", disse Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE). "Esse aumento (na importação) é puxado pelas térmicas mesmo."

Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que 15 usinas termoelétricas a óleo diesel estão em operação desde janeiro, com capacidade de produção de 561 MW: Palmeiras de Goiás, 176 MW (SE/CO); Daia, 44 MW (SE/CO); Goiânia II, 140 MW (SE/CO); Xavantes, 54 MW (SE/CO); e 11 usinas da empresa Enguia, sendo 95 MW no Ceará e 52 MW na Bahia.

Essas térmicas foram entrando em operação gradativamente ao longo do mês, com as de maior porte sendo acionadas na última semana de janeiro.

O presidente da Associação Brasileira de Geração Flexível (Abragef), Marco Antônio Veloso, disse que essas usinas costumam ser notificadas com pelo menos uma semana de antecedência. Dessa forma, elas têm tempo hábil para se planejar e estocar combustível suficiente para alguns dias de geração ininterrupta.

"As usinas trabalham com uma estocagem interna equivalente de três a cinco dias de consumo até que toda a difícil logística de recebimento do combustível seja realizada", disse Veloso. Todas essas usinas a óleo diesel ainda estão operando neste momento, o que deve sustentar o alto patamar de importação do combustível também nos números de fevereiro.

"Eu vejo um problema sério do impacto das térmicas na recomposição da balança comercial. Boa parte da importação de óleo em janeiro era para termoelétricas. E as térmicas vão continuar pressionando a balança, porque São Pedro ainda não ajudou", alertou o economista Pedro Paulo Silveira, diretor da gestora de recursos Vetorial Asset Management. 

Até domingo, o nível dos reservatórios do sistema Sudeste/Centro-Oeste estava em 34,63%, um dos piores níveis desde 2001, quando houve o racionamento. No Nordeste, o armazenamento era de 42,17%, segundo dados do ONS. 


Petróleo.  

As importações de petróleo e derivados subiram consideravelmente no início deste ano em relação ao mesmo período de 2013, apontou a Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB). A importação de petróleo e derivados aumentou 29% em janeiro de 2014 ante janeiro de 2013 - o cálculo desconta o montante importado pela Petrobrás no fim de 2012, mas só declarado em janeiro do ano passado.

Nos primeiros dez dias úteis de fevereiro deste ano, a importação de petróleo e derivados foi US$ 142 milhões maior do que no mesmo período de 2013. O presidente da AEB, José Augusto de Castro, ressalta que a alta não pode ser atribuída apenas ao crescimento na frota de veículos, por causa da magnitude da expansão. 

"Na verdade, só o aumento de carros não explicaria esse aumento no consumo. Ainda houve aumento do teor de etanol na gasolina no período", lembrou Castro. "E o aumento na importação foi quantidade importada, porque não houve alta de preço", ressaltou.


Vandalismo com dinheiro público

04 de março de 2014 | 2h 06
 
 
O Estado de S.Paulo
 
 
Sempre que podem, os ditos "sem-terra" reclamam publicamente da presidente Dilma Rousseff porque ela, corretamente, desapropriou menos terras para a reforma agrária do que Fernando Henrique Cardoso. Mas eles se queixam de barriga cheia: o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST), faça o que fizer, destrua o que destruir, será sempre beneficiado pelo governo petista com generosas verbas públicas - que garantem sua sobrevida como "movimento social", mesmo que não haja mais a menor justificativa para sua existência, a não ser como caso de polícia.

Segundo revelou o Estado, uma entidade ligada ao MST recebeu dinheiro da Petrobrás, da Caixa Econômica Federal, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) para realizar um congresso de sem-terra - e foi nesse evento, em Brasília, no último dia 12/2, que o MST reafirmou sua verdadeira natureza: criminosa e hostil às instituições democráticas.

Milhares de militantes atacaram policiais que tentavam impedi-los de invadir o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal. O saldo de feridos deu a exata medida do ânimo violento dos manifestantes: 30 policiais (8 em estado grave) e apenas 2 sem-terra.

Os militantes lá estavam para cobrar de Dilma que acelerasse a reforma agrária, mas o protesto incluiu críticas ao julgamento do mensalão, ao uso de agrotóxicos e à espionagem americana. No balaio do grupo que diz defender desde a estatização completa do sistema produtivo nacional até a "democratização da comunicação" cabe tudo. Foi essa impostura que recebeu farto financiamento do governo para uma manifestação que, como era previsível, degenerou em quebra-quebra.

A injeção de dinheiro público no MST e em outras entidades de sem-terra que se envolvem em banditismo e ameaças ao Estado de Direito não é novidade. Em 2006, cerca de 500 desses militantes invadiram a Câmara dos Deputados, sob o comando de um petista histórico, Bruno Maranhão, dono de uma entidade que recebera R$ 2,2 milhões para "capacitação" de assentados. Segundo o Tribunal de Contas da União, esse dinheiro simplesmente sumiu.

Três anos mais tarde, o MST invadiu, depredou e saqueou a Fazenda Santo Henrique, da empresa Cutrale, em Borebi (SP). Naquela ocasião, os repasses de verbas públicas para o grupo e seus associados haviam chegado a R$ 115 milhões em cinco anos. Só no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o aumento fora de 315% em relação ao governo anterior. E o MST ainda tentou engordar o caixa vendendo produtos que seus militantes roubaram da Cutrale.

É esse histórico de leniência e de cumplicidade que explica por que a estatal de petróleo e dois dos principais bancos federais de fomento continuaram a bancar esses desordeiros sem nenhum constrangimento. No presente caso, a Petrobrás deu R$ 650 mil, a Caixa pagou R$ 200 mil e o BNDES contribuiu com outros R$ 350 mil para um convescote intitulado "Mostra Nacional de Cultura Camponesa", organizado por uma certa Associação Brasil Popular (Abrapo), ligada ao MST, e que foi o principal evento do congresso de sem-terra. Já o Incra bancou, com R$ 448 mil, a estrutura da Feira Nacional de Reforma Agrária. Em nenhum caso houve licitação.

Tanto a Caixa como o BNDES argumentaram que o patrocínio tinha como objetivo ampliar sua visibilidade no setor agrícola. A Caixa, por exemplo, informou que o evento "valoriza a população campesina brasileira e oferece oportunidade de intercambiar conhecimentos e culturas do País". Já a Petrobrás considera que o congresso "alinha-se ao programa Petrobrás Socioambiental na linha dedicada à produção inclusiva e sustentável". A estatal está tão animada com os sem-terra que vai financiar a produção de CDs do MST com "canções infantis no meio rural".

Nenhuma das empresas comentou sobre os possíveis danos à sua imagem por causa dos tumultos do dia 12. Mas o governo não parece muito preocupado. No dia seguinte aos atos de selvageria, como se sabe, os vândalos foram recebidos pela presidente Dilma em pessoa.

segunda-feira, 3 de março de 2014

Musas de cervejas no carnaval podem estar com dias contados


Este ano, pelo menos três marcas de cerveja tiraram as musas de cena e investiram em outros assuntos em suas campanhas; entenda os motivos


Divulgação
Megan Fox é a musa do Carnaval 2013 da Brahma
Megan Fox foi a musa do Carnaval 2013 da Brahma

São Paulo – A era das musas do carnaval como carro chefe de propagandas das marcas de cervejas pode estar por um fio. Pelo menos é o que afirma Marcelo Pontes, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e especialista em marketing.

Uma prova disso é que, neste carnaval, marcas como Skol, Devassa e Nova Schin miraram suas campanhas publicitárias em outros focos, como grupos de amigos, situações inusitadas e até mesmo um ex-jogador de futebol.

A saturação com este tipo de abordagem não é o único motivo para a mudança de direcionamento. Segundo o especialista, a diversificação do público e as novas regras no setor também pesaram na decisão. Desde 2006, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) determinou que modelos publicitários não podem ser retratados como objeto sexual

“Chegou a um ponto em que as propagandas estavam muito iguais, todas as campanhas usavam o mesmo recorte. Às vezes, se você tirasse o nome da marca, o grande público poderia ter dificuldade em identificar sobre qual empresa o comercial se referia”, diz Pontes.

Embora as marcas tenham demonstrado a intenção de inovar, o especialista explica que essa mudança ainda não pode ser considerada uma tendência, pois não é certo que se concretize em um movimento de longo prazo.


Outro foco


A Skol que já recrutou musas como a atriz Barbara Borges para representar a marca em edições anteriores, este ano, apostou em uma ideia mais divertida. Com o slogan “A vida manda quadrado, só não perca o rebolado”, a campanha do carnaval 2014 da marca retrata situações inusitadas que os foliões enfrentam no carnaval.

Já a Nova Schin seguiu com a proposta do “Porque sim” interpretada pela cantora Ivete Sangalo, que brinca com quem não tem paciência de dar explicação para tudo.

Na Devassa, Romário reforça a mensagem de que todo mundo pode se aventurar no futebol, com a campanha “Pelada, o lado Devassa do futebol”. Por outro lado, a marca seguiu a tradição e elegeu a atriz Grazi Massafera como musa para o seu camarote na Sapucaí, no Rio de Janeiro.

“É possível fazer uma propaganda mais eficiente e que atinja mais o consumidor sem usar a fórmula pronta de prateleira”, afirmou Alexandre Loures, diretor de comunicação da Ambev, que detém a marca Skol.

Veja, a seguir, as campanhas: 

http://www.youtube.com/watch?v=RpPi6LeClNI

http://www.youtube.com/watch?v=DT8ccJPhoh0

http://www.youtube.com/watch?v=Eo_Nl91UCXY&list=UUaKLgEuLM1mK8b73uBvclew

Acordo da Versace com Blackstone avalia italiana em €1 bi


Blackstone tomará uma fatia de 20% na companhia italiana de moda

AFP/ Gabriel Bouys
Desfile da Versace
Desfile da Versace: Versace disse que a família do fundador Gianni Versace permanecerá no "coração" da companhia

Milão - A italiana Versace fechou um acordo com a Blackstone nesta quinta-feira que verá a empresa norte-americana de private equity tomar uma fatia de 20 por cento na companhia, em negócio que avalia a empresa de moda em 1 bilhão de euros (1,37 bilhão de dólares).

A Blackstone fará um aporte de 150 milhões de euros de capital novo na Versace e também comprará 60 milhões de euros em ações da holding da família, a GIVI Holding, disse a empresa de moda.

A Versace disse que a família do fundador Gianni Versace permanecerá no "coração" da companhia.

A irmã Donatella, o irmão Santo e a sobrinha Allegra detiveram o controle integral da companhia desde o assassinato de Gianni em 1997, com fatias de 20, 30 e 50 por cento, respectivamente.

A marca reverteu anos de prejuízo para retornar ao lucro em 2011, uma recuperação que muitos atribuem em parte ao presidente-executivo Gian Giacomo Ferraris, um veterano da indústria de luxo que assumiu o comando em 2009.

Analistas e observadores da indústria de luxo disseram que a marca precisa ser rejuvenescida.

A Versace disse que espera ver um crescimento de 18 por cento em sua receita de 2013, para quase 480 milhões de euros, enquanto o lucro principal deve aumentar em mais de 50 por cento, para ao menos 69 milhões de euros. Os resultados são esperados para o final de março.

Estácio busca alvos para aquisições no setor de educação

 

 

Rede busca novas aquisições para diversificar seus negócios além da oferta de cursos universitários

Christiana Sciaudone e Cristiane Lucchesi, da
Divulgação
Sala de aula
Sala de aula: Estácio quer reduzir sua dependência em relação aos financiamentos estudantis do governo

São Paulo - A rede de ensino Estácio Participaçõesque está comprando a universidade Uniseb, busca alvos para aquisições para diversificar seus negócios além da oferta de cursos universitários e para reduzir a dependência em relação aos financiamentos estudantis do governo.

O CEO Rogerio Melzi disse que está mirando empresas fornecedoras de treinamentos corporativos e educação continuada, um setor que também está atraindo o interesse de fundos de private-equity como KKR Co. e Carlyle Group LP. Esses setores não têm acesso aos subsídios federais que vêm sustentando as empresas universitárias com fins lucrativos desde 2010.

“Ao operar em um setor regulado pelo governo, você nunca sabe o que pode acontecer, principalmente em um país como o Brasil, onde as autoridades interferem no dia a dia das empresas mais do que gostaríamos”, disse Melzi, em entrevista, no Rio de Janeiro. “As políticas mudam. Há uma mão que te controla e pode mudar as regras rapidamente”.

Após flexibilizar os termos dos empréstimos em um esforço para incentivar os estudantes a irem à universidade, o governo está estudando reduções nos gastos com saúde pública e educação neste ano em um momento em que as finanças públicas estão em dificuldades, segundo dois funcionários do governo que pediram para não serem identificados porque as negociações não são públicas. A presidente Dilma Roussef cortará R$ 44 bilhões (US$ 18,7 bilhões) do orçamento de 2014 porque as dívidas mais altas estão colocando o Brasil sob risco de um rebaixamento da classificação de crédito antes das eleições presidenciais, em outubro.

As ações da Estácio, que tem sede no Rio de Janeiro, subiram 33 por cento, para R$ 21,51, nos 12 meses até ontem, contra um ganho de 69 por cento da Kroton Educacional SA e uma queda de 3 por cento da Anhanguera Educacional Participações SA.


KKR, Carlyle


A KKR, a empresa de aquisições fundada por George R. Roberts e Henry R. Kravis, a Carlyle Group e a Apax Partners LLP estão tentando comprar uma participação controladora da Abril Educação SA, que opera cursinhos preparatórios e escolas de idiomas, segundo duas fontes familiares ao assunto, que pediram para não serem identificadas porque as negociações são privadas.

Como parte de sua expansão para novos negócios, a Estácio anunciou no mês passado uma parceria de R$ 30 milhões com o Grupo Contax para treinar seus 4.000 funcionários em marketing e gestão. A empresa também está buscando investir em cursos de pós-graduação e aulas preparatórias para empregos no setor público.

“Todas elas são iniciativas que estão nos planejamentos de médio e longo prazos da empresa”, disse Melzi, em entrevista, em 21 de fevereiro. “Não espero que nenhum desses projetos dê retorno em 2014 ou 2015. Talvez comecem a dar em 2016”.
Empréstimos estudantis


A Estácio está sendo negociada a 25 vezes a estimativa do lucro de 2014, assim como a Kroton, contra 29 vezes da Anhanguera, segundo dados compilados pela Bloomberg. O retorno da ação da Estácio foi de 19 por cento no terceiro trimestre de 2013, contra 18 por cento da Kroton e 6 por cento da Anhanguera.

Cerca de 28 por cento dos estudantes presenciais da Estácio usaram o empréstimo estudantil do governo, conhecido como Fies, no terceiro trimestre de 2013, contra 52 por cento da Kroton e 36 por cento da Anhanguera, segundo arquivos regulatórios. A Kroton e a Anhanguera preferiram não comentar.

O governo ainda “é um parceiro para as empresas de educação”, disse Guilherme Moura Brasil, analista da Fator Corretora SA, em entrevista por telefone, de São Paulo. “O Fies é importante para todas as empresas”.

De qualquer maneira, a Estácio não está aproveitando as chances oferecidas pelo governo. A empresa sempre foi conservadora, com a mais baixa penetração de estudantes com Fies, disse por telefone Bruno Giardino, analista do Banco Santander em São Paulo, que mantém uma recomendação de “compra” para a Estácio.

“Aqueles que mostram um maior crescimento dos estudantes com Fies podem se favorecer mais, mas isso não significa que a Estácio não esteja crescendo”, disse Giardino.

PF pede investigação contra ministro do Trabalho Manoel Dias


Segundo o Estadão, inquérito concluiu que há indícios da participação de Dias em esquema para empregar militantes do PDT como funcionários “fantasmas”

Marcelo Camargo/Agência Brasil
Manoel Dias (PDT): o ministro do trabalho pode ser investigado por participar de esquema de fraude em contratação de funcionários

Manoel Dias (PDT): o ministro do Trabalho pode ser investigado por participar de esquema de fraude em contratação de funcionários

São Paulo – Conclusão de inquérito feito pela Polícia Federal aponta indícios da participação do ministro do Trabalho, Manoel Dias, em esquema para empregar militantes do seu partido, o PDT, como funcionários "fantasmas". A informação é de reportagem publicada nesta segunda-feira pelo jornal O Estado de S. Paulo.

A PF pediu a abertura de investigação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o ministro. Em resposta ao jornal, Manoel Dias nega encolvimento nas irregularidades e diz não temer a abertura de um inquérito: "Nunca me envolvi em corrupção", disse. Ele atribuiu as acusações de um ex-dirigente do partido a "fogo amigo".

O ex-presidente do diretório estadual do PDT em Santa Catarina, John Sievers, afirmou que recebia salário mensal da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Rio Tijucas e Itajaí Mirim (ADRVale), ONG comandada por pedetistas. Na prática, porém, Sievers disse que prestava, em 2008, serviços à Universidade Leonel Brizola, braço do partido para formação política da militância.

"Quem me passou (as orientações) foi o Manoel (Dias). Meu salário foi pago através da ADRVale", afirmou Sievers ao Estadão.

O ex-dirigente entregou à Polícia Federal extratos bancários com valores pagos pela ADRVale que variam de R$ 800 a R$ 1.335, entre fevereiro e outubro de 2008. Outros pedetistas também afirmaram que constavam da folha de pagamentos da instituição, sem nunca ter trabalhado para ela.

De acordo com a PF, apesar de questionado, Manoel Dias sonegou informações do convênio e não enviou dados sobre a análise da prestação de contas da Pasta.

Como o ministro possui foro privilegiado, caberá à Justiça Federal em Santa Catarina decidir se envia ou não o caso ao Supremo Tribunal Federal, única instituição que pode incluir Dias como investigado no caso.