quinta-feira, 13 de março de 2014

O que será da Petrobras se vier a escuridão


No caso de racionamento de energia, a companhia poderia ter prejuízo de US$ 620 milhões, segundo HSBC


stock.xchng
Apagão
Situação pode piorar caso aconteça um racionamento de energia no País

São Paulo - Já faz um tempo que as ações da Petrobras estão sendo massacradas pelo mercado. Nos últimos doze meses, por exemplo, os papéis preferenciais (PETR4) caíram 28%. Em fevereiro, a empresa foi a que mais perdeu valor de mercado na Bovespa, encolhendo em 12 bilhões de reais. E a situação pode piorar caso aconteça um racionamento de energia no País.

No último relatório do HSBC, entitulado "Se vier a escuridão", os analistas Luiz Carvalho e Filipe Gouveia, afirmam que ao contrário do que muitos acreditam, a estatal seria seriamente prejudicada diante deste cenário. A estimativa é de prejuízo de 620 milhões de dólares.

Para chegar a este número, os analistas do banco incluíram no cálculo o ganho da energia não contratada, o prejuízo das importações subsidiadas de gás natural e nas importações de diesel para as usinas termelétricas.

Os analistas afirmam ainda que, caso o haja uma crise energética e ela recaia sobre o consumidor final, o impacto sobre a inflação certamente aumentaria a pressão contra um possível aumento no preço da gasolina e diesel para a Petrobras, prejudicando a companhia.

“A dívida fiscal federal também é outra preocupação importante na equação do governo. Os governos estaduais não aumentaram as passagens do transporte público nos últimos anos, implicando um orçamento fiscal relevante.”  Diante disso, os analistas acreditam que dificilmente o governo ajustaria a política de preço de combustíveis da Petrobras.

Na possibilidade de um racionamento de energia, o HSBC mantém a recomendação classificada em "neutra" do papel preferencial e o preço-alvo de 15 reais, um potencial de valorização de 21%.



Carrefour avalia trocar IPO por oferta privada de até R$5 bi

Segundo fonte, companhia vê a busca por um investidor privado como uma alternativa mais viável no momento

Guillermo Parra-Bernal e Marcela Ayres, da
Paulo Fridman/Bloomberg
Consumidora fazendo compras em uma loja do Carrefour em São Paulo

Supermercado Carrefour em São Paulo: Abilio Diniz e um fundo soberano surgem entre os potenciais compradores da oferta privada

São Paulo - O Carrefour avalia uma captação de recursos no Brasil por meio de uma colocação privada de até 5 bilhões de reais em vez de uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), com o empresário Abilio Diniz e um fundo soberano surgindo entre os potenciais compradores, disse à Reuters uma fonte com conhecimento direto do assunto.

Segunda maior rede varejista do país, o Carrefour vê a busca por um investidor privado como uma alternativa mais viável no momento, disse a fonte, que pediu para não ser identificada em função das negociações estarem em curso.

As ofertas públicas de ações no Brasil estão no pior nível desde 2004, segundo dados da Thomson Reuters, refletindo a diminuição da confiança de investidores em meio à deterioração das contas públicas e a oportunidade de investimentos considerados mais atraentes em outras regiões. E não há expectativa de melhora significativa do mercado de capitais local no ano que vem.

Se for adiante, a operação privada representaria uma reaproximação entre o Carrefour e Abilio, após o atual presidente do Conselho de Administração da empresa de alimentos BRF ter tentado costurar em meados de 2011 uma fracassada união entre a rede francesa no Brasil e o Grupo Pão de Açúcar (GPA).

A operação também marcaria um retorno de Abilio ao varejo supermercadista, após a transferência em 2012 do controle da companhia fundada por seu pai, o GPA, ao grupo francês Casino, arquirrival do Carrefour.

No ano passado, Abilio deixou o GPA, vendeu uma parte significativa de suas ações e abriu mão de todos os direitos políticos na maior varejista do país, sendo liberado da cláusula que estabelecia não competição com a empresa.

Agora, o empresário teria se unido à gestora Tarpon Investimentos e a um outro investidor para o negócio com o Carrefour, disse a fonte, acrescentando que as conversas com o grupo estariam "em estágio bem avançado".

Outro interessado em uma fatia do Carrefour seria um fundo soberano estrangeiro, disse a fonte, sem identificá-lo. Uma segunda fonte afirmou que, dependendo da estrutura da oferta, o Carrefour levantaria no mínimo 4 bilhões de reais na transação.

Não ficou claro, na conversa com as fontes, quando poderia ocorrer a oferta privada.

Procurada pela Reuters, a assessoria de imprensa de Abilio afirmou que o Carrefour não é um negócio que está atualmente no radar. O Carrefour Brasil disse que não comenta rumores de mercado, enquanto a Tarpon afirmou que não se pronunciaria.

O presidente global do Carrefour, Georges Plassat, afirmou na semana passada que a varejista avalia abrir o capital no Brasil em 2015, mas que também considerava buscar um investidor local.

No Brasil, o Carrefour conta com a assessoria financeira do Credit Suisse, informou a primeira fonte. Procurado, o banco não se manifestou a respeito do assunto até a publicação da matéria.

As ações do Carrefour zeraram as perdas na bolsa de Paris após a notícia da Reuters sobre uma possível operação privada, mas acabaram cedendo novamente, encerrando a sessão em queda de 1,61 por cento, a 27,14 euros.
RISCOS À OPERAÇÃO


 A primeira fonte ouvida pela Reuters afirmou que a opção por buscar um investidor privado em vez de um IPO também vem sendo ponderada num momento em que o Carrefour se debruça sobre eventual diminuição do apelo do atacado de autosserviço para os pequenos varejistas, principais clientes desse formato.

Também conhecido como "atacarejo", o segmento segue no centro da estratégia da expansão dos grandes grupos varejistas no Brasil.

Comprado pelo Carrefour há quase sete anos por 1,1 bilhão de dólares, o líder de mercado Atacadão assumiu participação relevante nas operações brasileiras do grupo francês, que entrou no país em 1975.

Qualquer que seja o caminho escolhido para captar recursos, disse a fonte, o Carrefour teme que a venda de uma parte da empresa perca atratividade junto ao mercado caso seja instituída a identificação obrigatória dos consumidores nos atacarejos, após secretarias de Fazenda estaduais terem enxergado no segmento um canal para evasão fiscal.

Como não exigem identificação dos compradores, os atacarejos acabaram virando, na avaliação de alguns Estados, uma opção para pequenos varejistas fazerem compras adicionais depois de ultrapassarem o limite do regime fiscal simplificado, o Simples, que estabelece um faturamento máximo de 3,6 milhões de reais ao ano, ou 300 mil reais por mês.

Fontes do setor estimam que a participação das pessoas jurídicas no faturamento do atacarejo chega, em muitos casos, a 70 por cento.

Segundo o subsecretário da Receita Estadual do Rio Grande do Sul, Ricardo Pereira, a estratégia da evasão é omitir o registro de produtos comprados para também omitir sua venda, buscando a isenção do ICMS ou alíquotas inferiores de tributação.

"O atacado é obrigado a vender com nota eletrônica. Sendo obrigado, ele acaba informando o CNPJ da empresa. Essa entrada vai aparecer e a saída deveria aparecer também", afirmou Pereira. "Uma maneira de esconder esse faturamento é ir numa rede de atacarejo e comprar como pessoa física, a fraude comum é essa", explicou.

Para coibir a prática, as compras acima de 200 reais nos atacarejos do Rio Grande do Sul passaram a exigir CPF ou CNPJ desde 2012. Medida semelhante foi tomada pelo governo de Sergipe no ano passado, onde o limite para compras sem identificação é de 1 mil reais. O Carrefour tem oito lojas do Atacadão nos dois Estados.

No Congresso Nacional, uma das bandeiras defendidas pela Frente Parlamentar Mista dos Agentes de Abastecimento do Pequeno e Médio Varejo é a de tornar obrigatória a inclusão do CPF do comprador em todas as vendas realizadas em atacarejos.
JÓIA DA COROA 


O Atacadão teve margem de lucro antes de juros e impostos de 6,5 por cento em 2013, contra 3,1 por cento do Assaí, seu principal concorrente e controlado pelo GPA, segundo estudo recente do Espírito Santo Investment Bank, que estima que 75 por cento do lucro do Carrefour no Brasil venha do atacarejo. Na operação de varejo alimentar, o Carrefour teve 2,4 por cento de margem no ano passado, enquanto o GPA apresentou 6,7 por cento em 2013, a maior do setor.

Para o banco, a vantagem do Atacadão se assenta em maior escala. Com um terço a mais de lojas, o atacarejo do Carrefour vende mais que o dobro do Assaí. Além disso, a propriedade dos imóveis onde estão as lojas conta a favor do Atacadão, uma vez que o Assaí aluga boa parte de suas unidades, disse o time de analistas liderado por Richard Cathcart.

O Atacadão contava com 34 lojas quando foi comprado pelo Carrefour em 2007, mesmo ano em que o Assaí passou a ter suas 14 unidades comandadas pelo GPA.

De lá para cá, ambos apostaram em inaugurações: o Atacadão chegou a quase 100 lojas no fim de 2013, ao passo que o Assaí somou 75 unidades.

O investimento é sustentado por forte alta nas vendas. Nos 12 meses encerrados em maio passado, o atacarejo apresentou avanço médio de 17,5 por cento nas vendas, contra 8,4 por cento do autosserviço em geral, segundo dados mais recentes da Nielsen divulgados pela associação de supermercados, Abras.

Argentina aceita conversar com o Brasil sobre comércio.

O governo da Argentina tem boa disposição para negociar com o Brasil, na próxima sexta-feira, 14, em reunião a ser realizada em Buenos Aires, mas não pretende abrir mão das Declarações Juramentadas Antecipadas de Importação (DJAI).

Fontes oficiais argentinas explicaram ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, que o governo não pode deixar de administrar o comércio porque a política atual "é de preservação dos postos de trabalho e da indústria nacional". Porém, avaliaram que "há melhor disposição de ambos os países" para chegar a um solução capaz de reverter a queda no fluxo comercial. Em janeiro, o comercio bilateral recuou 18,1% e em fevereiro, 16,9%.

O secretário de Comércio da Argentina, Augusto Costa, e o ministro de Economia, Axel Kicilloff, segundo as fontes, vão manter as DJAI para controlar a entrada somente de produtos que prejudiquem o processo de substituições, iniciado em 2008. O próprio secretário disse, em entrevista ao jornal local Bae, que "não haverá maiores restrições para os importadores".

Costa explicou que o governo convocou os 50 maiores importadores, entre eles o setor automotivo, em fevereiro, para obter cooperação e "estender o prazo de crédito comercial na medida em que seja possível ou esticar os prazos de pagamento para que a saída efetiva de divisas seja em um prazo que permita que o ordenamento das variáveis em curso seja o melhor possível". Ou seja, até que o mercado comece a receber os dólares provenientes das exportações de soja e alivie a pressão sobre as reservas e a moeda nacional.

Moedas locais

A proposta de realizar os pagamentos das operações de comércio exterior com moedas locais interessa aos argentinos porque evita a saída de dólares do país pelo canal comercial. O assunto que será discutido pela missão brasileira, na sexta, em Buenos Aires, é um dos principais da agenda das conversas que visam melhorar o desempenho do comércio bilateral. O sistema foi criado em 2008, em plena crise das hipotecas norte-americanas e a queda do Lehman Brothers.

Em 2013, houve um aumento de 20% das operações feitas pelo chamado Sistema de Pagamentos em Moedas Locais (SML), que passaram de 7.519 para 9.068 operações, na comparação com o ano prévio. Em valores, o aumento foi de 3% com operações de US$ 1,196 bilhão, conforme dados do Banco Central. Desde sua criação, em 3 de outubro de 2010, o SML realizou 26.186 operações. "Tem tido aumento crescente, e funciona", afirmou uma fonte graduada do BC.

"Em 2013 predominou a cobrança de importações argentinas do Brasil sobre o pagamento de importações brasileiras da Argentina", disse o BC. Na Argentina, os bancos privados foram responsáveis por 56% das operações, entre eles, o Citibank, Santander Rio, BBVA Francês e Galícia. O Patagônia (controlado pelo Banco do Brasil) foi um dos que mais realizou este tipo de operação.

"O sistema funciona e só precisa ser melhor divulgado e explicado para que se expanda", comentou a fonte do BC. Ele argumentou que "os empresários argentinos pagam e recebem em pesos, enquanto os brasileiros pagam e recebem em reais, sem utilizar dólares, o que permite aos empresários gerar uma forte redução de custos financeiros e administrativos nas transações, melhorando a competitividade".

A reunião de sexta-feira será realizada entre o Ministro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Mauro Borges, e o assessor especial do Palácio do Planalto, Marco Aurélio Garcia, pelo lado brasileiro, e os ministros argentinos Axel Kicillof (Economia), Jorge Capitanich (Chefe de Gabinete de Ministros) e Débora Giorgi (Indústria), além do secretário de Comércio, Augusto Costa. 

(Fonte: Agência Estado, 12/03/2014)

China cancela carregamentos de soja da América do Sul


Surto de gripe aviária no país e margens negativas no esmagamento afetam demanda

Naveen Thukral e Niu Shuping, da
Getty Images
Soja

Soja: compradores estão negociando com fornecedores para atrasar ou cancelar mais carregamentos, disseram as fontes

Singapura/Pequim - Importadores chineses de soja cancelaram até 600 mil toneladas em carregamentos de soja do Brasil e Argentina para envio entre março e maio, disseram duas fontes do mercado, com um surto de gripe aviária no país e margens negativas no esmagamento afetando a demanda.

Na quarta-feira, os contratos futuros da soja na bolsa de Chicago caíram à menor cotação desde 24 de fevereiro devido às preocupações sobre uma redução de demanda na China, maior comprador mundial da oleaginosa.

Os compradores estão negociando com fornecedores para atrasar ou cancelar mais carregamentos, disseram as fontes.

"Há um excesso de soja na China neste momento", disse um operador sediado de Cingapura, no intervalo de uma conferência da indústria, na mesma cidade. "Eles cancelaram contratos para 10 navios Panamax e querem cancelar mais 30 cargas".

Os futuros da soja caíram quase 5 por cento em quatro sessões, com safras abundantes no Brasil e na Argentina aumentando o sentimento baixista provocado pela desaceleração na demanda chinesa.

O cancelamento das compras pela China ocorre depois que o país rejeitou quase 1 milhão de toneladas de milho dos Estados Unidos devido à descoberta de grãos de uma variedade transgênica não autorizada no país.

A China diz que os carregamentos de milho foram rejeitados devido à presença dos transgênicos, mas fontes do mercado dizem que a medida está sendo usada para proteger os produtores locais da oferta excedente e de preços baixos no mercado local.

Há negociações para postergar o envio de diversas cargas de soja devido a margens negativas de esmagamento, disse Gao Yanbin, gestor de investimentos na trading chinesa Shanghai Shenkai Investment Co.

Gao confirmou o cancelamento de cerca de 500 mil a 600 mil toneladas de soja do Brasil por compradores chineses.

"A demanda por animais de corte está baixa, a demanda por frangos foi afetada pela gripe aviária e a recomposição de rebanho de suínos é baixa", disse Gao.

"Não há necessidade de receber essas cargas, já que eles estimam uma perda de 400 a 500 iuanes por tonelada (65 a 82 dólares", disse.

Petrobras nega intenção de comprar produtora de gás de xisto argentina







Por Rafael Rosas | Valor
 
 
RIO  -  A Petrobras afirmou, em resposta a um ofício enviado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que não procede a informação, veiculada na imprensa argentina, sobre a suposta intenção da estatal de comprar uma empresa de produção de “shale gas” (gás de xisto) no país sul-americano.

A Petrobras também ressaltou que a captação de US$ 8,5 bilhões em bônus realizada na segunda-feira “não se constitui em hipótese de divulgação de fato relevante, pois a captação de recursos para financiamento consta no Plano de Negócios 2014-2018, amplamente divulgado”.

“Após a precificação dos títulos e o fechamento do mercado brasileiro, a Petrobras arquivou comunicado ao mercado o que, no entendimento da companhia, atende à legislação brasileira aplicável”, diz o comunicado.
(Rafael Rosas | Valor)

Lucro da Dufry cai mais de 11% em 2013, para R$ 224,8 milhões


Por Renato Rostás | Valor
 
SÃO PAULO  -  A varejista de viagens Dufry alcançou lucro líquido de R$ 224,8 milhões em 2013, queda de 11,4% frente ao ano anterior. O valor leva em conta a parcela atribuível aos controladores. Incluindo as cifras destinadas aos minoritários, o resultado foi de R$ 354,2 milhões no ano passado, com alta de 7,7%.


Divulgação / Dufry


A empresa teve receita líquida de R$ 8,39 bilhões no ano, o que significou forte aumento de 27,5% em mesmas bases. As vendas em estabelecimentos abertos há pelo menos um ano, critério chamado de “mesmas lojas”, subiram 2,4% no período, sendo que os novos pontos de venda avançaram 0,6%. As aquisições contribuíram com ganho de 11,1%.

O balanço apresentado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pela companhia suíça abrange todos os negócios globais do grupo. Mas a região que engloba o Brasil e também a Bolívia apresentou faturamento de R$ 1,61 bilhão no ano, incremento de 6,1% e representativo de 19,2% do total.

No restante da América Latina, a receita da Dufry cresceu 10,6%, para R$ 1,79 bilhão. Nos Estados Unidos e no Canadá, houve avanço de 2,2%, para R$ 2,04 bilhões. Além disso, o faturamento subiu 66,4% no restante do mundo em 2013, encerrando em R$ 2,73 bilhões.

Durante o acumulado dos 12 meses, a empresa viu seus custos se expandirem em 27,3% para R$ 3,44 bilhões. As despesas operacionais também foram elevadas, em alta de 29,7%, para R$ 3,74 bilhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) terminou em R$ 1,21 bilhão, com crescimento de 22%.


“Tenho a satisfação de anunciar que 2013 foi mais um ano excelente para a Dufry”, comentou no balanço o presidente do conselho de administração do grupo, Juan Carlos Carretero.

“[Em 2014] no Brasil, mercado em que quase dobraremos nossa área de vendas, a atenção se voltará para as novas lojas”, completou Julián González, presidente-executivo.
(Renato Rostás | Valor)

Para Marc Faber, China só cresce a metade do que diz


Investidor suíço conhecido como Dr. Desastre acredita que país tem "gigantesca bolha de crédito" e já cresce a taxas de 4%


Scott Eells/Bloomberg
Marc Faber em Hong Kong

Marc Faber em Hong Kong: investidor é conhecido pelas previsões apocalípticas

São Paulo - O investidor suíço Marc Faber é conhecido como Dr. Desastre, e não é por acaso.

O relatório que ele publica mensalmente, por exemplo, se chama "Gloom, Boom and Doom" - algo como "Trevas, Estouro e Julgamento".

Nesta quinta-feira, ele falou na rede de televisão americana CNBC sobre a piora na situação econômica da China, que está preocupando os mercados:

"Acho que já estamos em uma taxa de 4%, de qualquer forma. O que a China publica são números que eles simplesmente tiram da gaveta para ficarem bem."

Mesmo assim, ele não vê este dado como um desastre: "4% de crescimento em um mundo sem crescimento é na verdade muito bom". 

De acordo com o governo, a China cresceu 7,7% em 2013 e tem como meta crescer 7,5% este ano.
Não é a primeira vez que a credibilidade das estatísticas oficiais do país é questionada. Em agosto do ano passado, um estudo da escola de negócios do HSBC em Pequim apontou que o PIB do país estaria inflado em 1 trilhão de dólares.

Mas não são esses dados que preocupam os investidores, e sim a possibilidade de que o excesso de crédito paralelo leve a uma série de calotes. O precedente foi aberto na última sexta-feira - e para Faber, dias piores virão:

"O crescimento excessivo do crédito leva eventualmente para uma crise; isso sempre acontece. E no caso da China nós não temos uma bolha de crédito, nós temos uma gigantesca bolha de crédito."