quarta-feira, 2 de abril de 2014

Homens jovens – e irritados – deixam o mundo mais instável


Segundo estudos, desequilíbrios demográficos entre homens e mulheres servem de combustível para conflitos e revoluções

REUTERS/Parwiz
Meninos brincam com armas de brinquedo em Jalalabad, no Afeganistão
Meninos brincam com armas de brinquedo em Jalalabad, no Afeganistão: segundo estudo, boom de jovens homens serve de combustível para revoluções e guerras

São Paulo – De acordo com um recente estudo do Bank of America/Merrill Lynch, 2015 será um ano de revoluções nos países emergentes.

Mais: um boom de homens jovens nesses países colocará ainda mais combustível nos conflitos.
Para Ajay Kapur, Ritesh Samadhiya e Umesha de Silva, há uma relação direta entre essa população e o início de grandes protestos, revoluções e guerras.


Como o cálculo foi feito


Os autores do estudo compararam problemas recentes com conflitos passados, como a guerra civil portuguesa da Idade Média (1384), a Revolução Inglesa (1642-1651), a conquista espanhola na América Latina, a Revolução Francesa de 1789 e o surgimento do nazismo na Alemanha dos anos 1920.

Depois, repararam que, nos mercados emergentes com instabilidades, há um grande número de homens entre 15 e 29 anos e um forte desequilíbrio entre o número total de homens e o de mulheres.

A explicação: quando não há empregos suficientes para tantos homens jovens, surgem desequilíbrios econômicos e, logo, brechas para turbulências e insatisfações.

Se, especialmente, esses jovens não forem casados e tiverem filhos, as chances de se dedicarem a crimes e violência também aumenta.

Há estudos sociológicos que demonstram que homens jovens sem emprego ou papel na sociedade, que são de classe baixa e não vislumbram chances de formar família, são muito mais propensos a desenvolver comportamentos violentos.

Para os autores dos estudos, quanto mais houver jovens homens irritados que estão dispostos a lutar por oportunidades de trabalho e mulheres para casar, pior a situação dos mercados daquele país tende a ser.
A resposta dos governos diante dessas instabilidades tende a ser mais autoritarismo – o que ajuda a inflar os ânimos e incentivar mais protestos e violência.


China e Índia


O desequilíbrio demográfico é gritante na China e na Índia, os dois países mais populosos do mundo.
A cultura de se preferir filhos homens a mulheres criou uma grande brecha ao longo das décadas. Na China, há 10 milhões mais jovens homens que jovens mulheres. Esse número chegará a 20 milhões em 2015. 

Já na Índia, o abismo é de 17 milhões de jovens. O governo relaciona esse problema aos casos desenfreados de estupros

Em 2020, as estimativas são que, na China, essa diferença seja de 30 milhões. Na Índia, 28 milhões. Paquistão e Taiwan também deverão enfrentar problemas semelhantes.

Para as pesquisadoras Valeria Hudson e Andrea Den Boer, que escreveram o estudo “The Security Implications of Asia’s Surplus Male Population”, essa diferença populacional é um grande motivo de preocupação para o governo chinês e indiano. Ou deveria ser.

Elas lembram que homens jovens e solteiros cometem mais crimes, estatisticamente, que homens casados.
“Abismos demográficos no sul e leste da Ásia, historicamente, ajudaram a agravra situações de instabilidade social, violência e formação de gangues e outros grupos criminosos”, dizem as autoras

Os dois mapas demográficos abaixo demonstram isso: quanto mais intenso o vermelho, maior é a presença dos homens jovens em relação às mulheres. Somente nas zonas azuis há mais mulheres.
United Nations Population Fund.

Mapa da Índia mostra diferença demográfica entre homens e mulheres
Mapa da Índia mostra diferença demográfica entre homens e mulheres
 
United Nations Population Fund
Mapa da China mostra diferença demográfica entre homens e mulheres
Mapa da China mostra diferença demográfica entre homens e mulheres

Weg faz acordo com Alupar para sistemas de energia eólica


Contrato contempla o fornecimento de 46 aerogeradores de 2,1 MW de potência cada

Germano Lüders/EXAME.com
Fábrica da Weg
Weg: contratos preveem serviços usuais de instalação e comissionamento, e também que a Weg preste serviços de operação e manutenção por 10 anos

São Paulo - A fabricante de motores elétricos e tintas industriais Weg assinou com empresas da Alupar Investimentos acordo para o fornecimento de sistema de geração de energia eólica, segundo comunicado nesta quarta-feira.

O contrato, assinado com as sociedades de propósito específico Energia dos Ventos I, e pré-acordo para II, III, IV e X, contemplam o fornecimento de 46 aerogeradores de 2,1 MW de potência cada.

Os contratos preveem serviços usuais de instalação e comissionamento, e também que a Weg preste serviços de operação e manutenção por 10 anos, a partir da entrada em funcionamento dos equipamentos. Os equipamentos serão entregues a partir de 2015, disse a Weg.

Os aerogeradores serão instalados em cinco parque localizados no município de Aracatí (CE), projetos que foram vencedores no leilão A-5 realizado em 2011 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Chinesa Cofco paga US$1,5 bi por fatia na unidade da Noble


Dduas empresas planejam formar uma joint venture, na qual a Cofco terá participação de 51%

REUTERS/YT Haryono
Produtor segura grãos de café
Grãos: negócio irá ajudar a China a desenvolver uma trading agrícola poderosa, em busca de garantir oferta de ração animal para abastecer seu crescente mercado de alimentos de alta proteína

Singapura/Hong Kong - A Cofco, maior trading de grãos da China, fechou acordo para pagar 1,5 bilhão de dólares por uma fatia majoritária na trading de produtos agrícolas do grupo asiático Noble, em sua segunda aquisição em menos de dois meses, buscando maior presença no mercado global.

As duas empresas planejam formar uma joint venture, na qual a Cofco terá participação de 51 por cento, para conectar os negócios de processamento e distribuição de grãos na China com as divisões de originação e negociação de grãos da Noble Agri, disseram as companhias nesta quarta-feira.

O negócio irá ajudar a China a desenvolver uma trading agrícola poderosa, em busca de garantir oferta de ração animal para abastecer seu crescente mercado de alimentos de alta proteína.

"Nós podemos originar um grande volume de grãos com baixo custo com compras diretas de produtores em grandes países produtores", disse o pesquisador Cheng Guoqiang, do Centro de Desenvolvimento e Pesquisa do Conselho de Estado, um órgão de pesquisa do governo chinês.

As ações da Noble, que subiram cerca de 5 por cento nesta quarta-feira, já acumulam alta de 25 por cento desde 4 de março, quando a Reuters revelou que a Cofco estava em negociações para comprar uma fatia da Noble.

A Cofco comprou uma fatia de 51 por cento na trading holandesa Nidera no final de fevereiro, para ganhar acesso direto a grãos da América do Sul, em um negócio que precificou a Nidera em 4 bilhões de dólares, incluindo dívida.

Os negócios envolvendo a Noble e a Nidera representam as maiores aquisições da China no exterior no setor de grãos, com investimento combinado de 2,8 bilhões de dólares, disse a Cofco em nota.

A companhia irá deter ativos de alta qualidade nas principais regiões produtoras de grãos e óleos vegetais, incluindo Brasil, Argentina, Indonésia e região do Mar Negro após estes negócios, disse a Cofco.

A Cofco e a Noble ainda precisam obter aprovação de órgãos reguladores e de acionistas para concretizar o negócio.

Brasil: Sauditas querem negociar com brasileiros!


Arábia Saudita


O diretor-geral da Câmara Árabe, Michel Alaby, fez uma série de contatos esta semana, em Riad, com empresários interessados em conhecer companhias e projetos do Brasil.


São Paulo – O diretor-geral da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, Michel Alaby, fez uma série de contatos durante o Fórum Econômico Árabe-Húngaro, realizado este semana em Riad, na Arábia Saudita, que podem render negócios para empresas brasileiras.

O engenheiro Abdullah Al-Junaini, presidente da Alhemalah for Engineering Consultancy, por exemplo, gostaria de fazer contatos com empresas de engenharia brasileiras, segundo Alaby.

O diretor de desenvolvimento de negócios da Aesi, que financia projetos de agricultura na África, quer conhecer empreendimentos no Brasil nas áreas de agricultura e pecuária.

Já o consultor Moayyed Al-Qurtas tem interesse em conhecer condomínios de produção como arranjos produtivos locais, ou “clusters”, e iniciativas de apoio a médias empresas, de acordo com Alaby.


Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe

Raízen faz acordo para comprar distribuidora no sul


Joint-venture anunciou assinatura de contrato para aquisição da Distribuidora Latina

Ricardo Teles/Divulgação
Raízen Energia
Raízen Energia: acordo prevê a incorporação de mais de 200 postos de serviços na região, além do terminal de distribuição em Ijuí

São Paulo - A Raízen, uma joint venture da Cosan com a Shell, anunciou nesta quarta-feira a assinatura de contrato para aquisição da Distribuidora Latina, presente no mercado de combustíveis na região Sul do país, segundo comunicado divulgado pela empresa.

O acordo prevê a incorporação de mais de 200 postos de serviços na região, além do terminal de distribuição em Ijuí (RS).

Do total da rede de varejo, 74 por cento dos postos estão presentes no Rio Grande do Sul, disse a companhia, que já conta com uma rede formada por 5.141 postos de serviço com a marca Shell no país.

A aquisição faz parte dos planos de crescimento da companhia, ampliando a presença da marca Raízen e dos produtos e serviços Shell nos três Estados sulistas, disse a empresa.

"Pretendemos aumentar a oferta dos serviços e produtos diferenciados da marca Shell no país", disse Teófilo Lacroze, vice-presidente executivo Comercial da Raízen, em nota.

O acordo também deve permitir melhoras na logística de distribuição da companhia para a rede de postos, principalmente para o interior do Rio Grande do Sul.

A empresa é primeiro player integrado do setor sucroenergético com atuação em todas as etapas do processo: cultivo da cana, produção de açúcar, etanol e energia, comercialização, distribuição e vendas no varejo de combustíveis.

Com 24 usinas, a Raízen produz 2 bilhões de litros de etanol por ano, 4 milhões de toneladas de açúcar, sendo a maior produtora individual de derivados de cana no Brasil.

A empresa comercializa aproximadamente 22 bilhões de litros de combustíveis para os segmentos de transporte, indústria e varejo.

Brasil: Nasce a maior trading de açúcar do mundo!


Copersucar
A americana Cargill e a brasileira Copersucar provavelmente não terão mais que se preocupar com a acirrada disputa que travam pela liderança nas exportações mundiais de açúcar. 


Na manhã de ontem, ambas anunciaram que chegaram a um acordo para criar uma trading que unirá suas atividades de comercialização do produto bruto e refinado.

Para sair definitivamente do papel, a joint venture, que vinha sendo negociada há pouco mais de um ano, depende da aprovação de autoridades antitruste no Brasil e no exterior. A expectativa das parceiras é que esses avais saiam no segundo semestre de 2014. Até lá, a concorrência entre elas – e delas com outras tradings que têm avançado nesse comércio nos últimos anos – terá de continuar forte como está.

Porta-vozes globais do negócio, Luiz Pretti, presidente da Cargill no Brasil, e Luís Roberto Pogetti, presidente do conselho de administração da Copersucar, concederam na manhã de ontem ao Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, sua única entrevista sobre o acordo após a divulgação de um comunicado ao mercado.

Detalhes como o volume que a nova empresa comercializará serão mantidos em sigilo até a aprovação das autoridades regulatórias. O Valor apurou no mercado, porém, que sua fatia nos embarques mundiais ficará em 25%. Se os volumes envolvidos fossem apenas de açúcar bruto – o produto refinado é mais caro -, o movimento total seria equivalente a US$ 5,6 bilhões por ano, a preços de ontem na bolsa Nova York..

Pretti foi conselheiro da Copersucar entre 2001 e 2005, período em que Pogetti ocupava o cargo de diretor financeiro da empresa. Apesar dos claros sinais de cansaço após a maratona noturna que antecedeu o anúncio, a boa relação pessoal entre ambos ficou evidente durante a entrevista, num sinal que, esperam, sirva de exemplo para a futura integração das equipes.

Cada parceira terá 50% na nova trading, que não venderá açúcar no mercado doméstico brasileiro nem trabalhará com etanol ou qualquer outro produto. O escritório central das operações de comercialização será em Genebra, na Suíça, enquanto o QG das atividades de originação do açúcar que será negociado será no Brasil. Os aportes para estruturar a operação conjunta não foram revelados, mas, segundo Pogetti, a joint venture será “leve em ativos” – até porque as respectivas estruturas logísticas envolvidas permanecerão sob controle de cada uma das sócias.

Regis Filho/Valor / Regis Filho/ValorPretti, da Cargill: “gerenciamento de risco vai melhorar”
“Olhamos para o mundo e vimos nossas complementaridades. Haverá benefícios tanto na originação quanto na venda”, afirmou Pogetti. Atualmente, a Copersucar origina – ou seja, compra das usinas produtoras – o açúcar que exporta basicamente no Brasil, embora tenha inaugurado há pouco mais de um ano uma filial em Hong Kong, de onde recentemente acertou sua primeira originação na Austrália.

A Cargill, disse Pretti, faz originações a partir de dez escritórios espalhados na América Central e em países como Índia, Tailândia, na própria Austrália e também no Brasil, mas em escala menor. “Teremos mais capacidade, uma variedade maior de produto de qualidade e mais flexibilidade. Além disso, ganharemos muito em gerenciamento de risco”, disse Pretti. “Será um serviço que prestaremos aos nossos clientes, que terão um conjunto de informações mais completo e mais robusto”.

Com vendas totais de US$ 136,7 bilhões no exercício 2013, a Cargill, maior empresa de agronegócios do mundo, exportou cerca de 7 milhões de toneladas de açúcar na safra 2013/14, conforme estimativas de mercado. Já a Copersucar, maior trading sucroalcooleira do planeta, cuja receita líquida deverá alcançar o patamar de R$ 25 bilhões em 2013/14, movimentou 6,8 milhões de toneladas do produto no mercado internacional na temporada.

Para analistas, esses resultados significaram a retomada da liderança da Cargill nas exportações de açúcar, já que estimativas apontam que no ciclo 2012/13 a Copersucar quebrou uma hegemonia de décadas da companhia americana e liderou os negócios. Até hoje a Cargill questiona os cálculos que circularam no mercado que a tiraram da liderança.

Em outros tempos, talvez a Copersucar fizesse questão de lembrar que seus embarques em 2013/14 foram afetados por um grande incêndio, em outubro do ano passado, que comprometeu parte das instalações de seu principal terminal de exportação de açúcar refinado no porto de Santos. Não é mais o caso. A ordem agora é capturar sinergias para garantir os maiores ganhos possíveis numa atividade cujas margens não costumam superar 2% ou 3%.

Daí porque as agora parcerias têm se movimentado tanto nesse segmento nos últimos anos. Sobretudo a Copersucar, que quintuplicou de tamanho desde 2007/08, quando seu faturamento foi de R$ 4,8 bilhões. A marca de R$ 10 bilhões foi alcançada no ciclo 2010/11, e a escalada prosseguiu com a entrada de novas usinas sócias (atualmente são 47) e mais clientes independentes, de olho nas vantagens logísticas oferecidas pela trading. A Copersucar tem, sozinha, capacidade para embarcar até 10 milhões de toneladas de açúcar no porto de Santos.

Mas o grande salto foi mesmo de 2012/13 para 2013/14, depois da aquisição do controle da trading americana de etanol Ecoenergy, no fim de 2012, que transformou a empresa brasileira na maior trading global também de etanol e agregou R$ 10 bilhões a sua receita.

Luis Ushirobira/Valor / Luis Ushirobira/ValorPogetti, da Copersucar: olho nas “complementaridades”
Dadas as apertadas margens das operações de comercialização, outros acordos do gênero envolvendo açúcar poderão ser alinhavados. O Valor apurou que a Raízen (controlada por Cosan e Shell), maior produtora de açúcar do mundo, estuda criar uma trading para negociar os volumes que produz e de terceiros diretamente com os clientes finais.

Fontes do segmento dizem que a companhia, que produz mais de 4,5 milhões de toneladas de açúcar por ano, é frequentemente assediada por tradings interessadas em uma associação. Hoje, a Raízen exporta a maior parte de sua produção de forma pulverizada, por diferentes tradings. Se ainda não escolheu um formato para uma eventual parceria nessa frente, a Raízen, agora, tende a acelerar a definição. No etanol, a empresa já conta com estrutura de comercialização de volumes próprios e de terceiros. Procurada, a companhia não comenta.

O fato é que a união entre as duas maiores tradings de açúcar do mundo vai jogar mais combustível em uma concorrência que já está quente. E se hoje o foco está na comercialização, no passado recente esteve na produção. Não por outro motivo o Brasil assistiu, a partir de 2006, a uma onda de aquisições de usinas por parte de grandes grupos. Eles estavam de olho sobretudo no etanol, mas também na gorda oferta de açúcar do país, que abastece metade das exportações globais.

Além da própria Cargill, surfaram nessa onda as americanas Bunge, ADM e Cargill, a francesa Louis Dreyfus e as asiáticas Noble e Glencore. Mais recentemente, a trading Wilmar, com sede em Cingapura, também se posicionou em produção de açúcar no Marrocos, na Argélia e na Austrália, onde comprou nada mais nada menos do que 60% das usinas.

Indiretamente, a Wilmar entrou também no Brasil ao adquirir uma fatia de 27,5% (e o controle compartilhado) da indiana Shree Renuka Sugars, que havia comprado quatro usinas no Brasil com produção conjunta de 800 mil toneladas de açúcar. Para as tradings, a presença na originação no Brasil significa ter volumes estáveis e de qualidade, já que o produto do país é o mais aceito nas refinarias do Oriente Médio e vem sendo altamente demandado na Ásia.

Fonte: Portos e Navios


Com Aceco, empresa de TI, gigante KKR estreia no país


A aquisição foi antecipada pela coluna Primeiro Lugar de EXAME

Marina Gazzoni e Nayara Fraga, do
Divulgação
Aceco TI
Aceco TI: a gestora de ativos anunciou na terça-feira a aquisição da Aceco, uma companhia que constrói data centers

São Paulo - A gestora de ativos Kohlberg Kravis Roberts (KKR) anunciou na terça-feira, 1, a aquisição da Aceco, uma companhia que constrói data centers, em um negócio que marca a entrada de um dos maiores fundos de private equity (que compra participações em empresas) do mundo no Brasil.

O diretor geral da KKR na América Latina, Jorge Fergie, diz que a companhia já avaliou mais de 100 negócios no Brasil no último ano e que pretende ser “extraordinariamente relevante” no mercado de fusões e aquisições no País. "Dinheiro não é problema", afirmou.

A KKR abriu seu escritório no Brasil há quase um ano e tem bilhões de reais para investir em empresas brasileiras. Só o fundo para as Américas, o 11º da empresa, pode destinar 25% dos US$ 9 bilhões captados para operações na América Latina. 

"Mas também temos fundos de infraestrutura, de mercado imobiliário e podemos usar recursos do nosso balanço. Nosso problema não é dinheiro, é identificar boas oportunidades", disse Fergie.

Fundada em 1976 por ex-executivos do banco americano Bear Stearns, a KKR é uma das pioneiras no mercado de private equity no mundo. Os fundadores começaram a companhia investindo recursos próprios para comprar fatias de empresas e revender com lucro no futuro. 

Em 2013, a KKR somava US$ 94,3 bilhões em ativos sob gestão e sua divisão de private equity tinha 85 empresas investidas, como a Nielsen e a empresa de educação Laureate (dona da Anhembi Morumbi), com receitas totais de US$ 210 bilhões.

A gestora chega ao Brasil anos depois dos seus principais concorrentes, como os fundos Carlyle, Texas Pacific Group (TPG) e Blackstone, que já tem uma carteira de investimentos no Brasil.

"Vamos com calma na internacionalização. Queremos entender os mercados onde entramos. Não vamos fazer entradas e saídas (no país). Nosso compromisso com a América Latina e com o Brasil é no longo prazo", disse Fergie.

Ele lembrou que a KKR foi criticada por entrar com atraso no mercado asiático, há quase sete anos, mas hoje tem o maior fundo na região, com US$ 6 bilhões captados até 2013.

Fergie diz que a KKR "tem a intenção de ser extraordinariamente relevante no mercado brasileiro". A gestora avalia investimentos em empresas de educação, logística, energia e petróleo.

No último ano, a companhia chegou a negociar a compra da Positivo Educação, mas o negócio não avançou, segundo fontes do mercado.

Além da equipe de cinco pessoas que trabalham no escritório da KKR no Brasil, a gestora contratou o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles como consultor sênior. Meirelles ajuda a empresa a entender o cenário macroeconômico do Brasil e identificar oportunidades de investimentos. 

Aceco
A KKR comprou uma fatia majoritária da Aceco e manteve como sócio minoritário o atual CEO da empresa, Jorge Nitzan, que permanecerá no cargo. 

O fundo General Atlantic, que tinha uma participação na Aceco, saiu do negócio. Com a operação, a empresa desistiu da abertura de capital.

As companhias não divulgaram os valores da transação nem a participação dos sócios na Aceco. Estimativas do mercado, no entanto, apontam que a companhia foi avaliada em R$ 1,5 bilhão. “Investimos na Aceco porque ela está em um setor que crescerá fortemente no Brasil, que é o armazenamento de dados, e quase não tem concorrentes”, diz Fergie.

A Aceco faturou R$ 566 milhões em 2013, um crescimento de cerca de 60% em relação ao a 2012. A companhia projeta e constrói data centers e centros de comando e controle para empresas públicas e privadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.