A aquisição foi antecipada pela coluna Primeiro Lugar de EXAME
São Paulo - A gestora de ativos Kohlberg Kravis Roberts (KKR) anunciou na terça-feira, 1, a aquisição
da Aceco, uma companhia que constrói data centers, em um negócio que
marca a entrada de um dos maiores fundos de private equity (que compra
participações em empresas) do mundo no Brasil.
O diretor geral da KKR na América Latina, Jorge Fergie, diz que a
companhia já avaliou mais de 100 negócios no Brasil no último ano e que
pretende ser extraordinariamente relevante no mercado de fusões e
aquisições no País. "Dinheiro não é problema", afirmou.
A KKR abriu seu escritório no Brasil há quase um ano e tem bilhões de
reais para investir em empresas brasileiras. Só o fundo para as
Américas, o 11º da empresa, pode destinar 25% dos US$ 9 bilhões captados
para operações na América Latina.
"Mas também temos fundos de infraestrutura, de mercado imobiliário e
podemos usar recursos do nosso balanço. Nosso problema não é dinheiro, é
identificar boas oportunidades", disse Fergie.
Fundada em 1976 por ex-executivos do banco americano Bear Stearns, a
KKR é uma das pioneiras no mercado de private equity no mundo. Os
fundadores começaram a companhia investindo recursos próprios para
comprar fatias de empresas e revender com lucro no futuro.
Em 2013, a KKR somava US$ 94,3 bilhões em ativos sob gestão e sua
divisão de private equity tinha 85 empresas investidas, como a Nielsen e
a empresa de educação Laureate (dona da Anhembi Morumbi), com receitas
totais de US$ 210 bilhões.
A gestora chega ao Brasil anos depois dos seus principais concorrentes,
como os fundos Carlyle, Texas Pacific Group (TPG) e Blackstone, que já
tem uma carteira de investimentos no Brasil.
"Vamos com calma na internacionalização. Queremos entender os mercados
onde entramos. Não vamos fazer entradas e saídas (no país). Nosso
compromisso com a América Latina e com o Brasil é no longo prazo", disse
Fergie.
Ele lembrou que a KKR foi criticada por entrar com atraso no mercado
asiático, há quase sete anos, mas hoje tem o maior fundo na região, com
US$ 6 bilhões captados até 2013.
Fergie diz que a KKR "tem a intenção de ser extraordinariamente
relevante no mercado brasileiro". A gestora avalia investimentos em
empresas de educação, logística, energia e petróleo.
No último ano, a companhia chegou a negociar a compra da Positivo
Educação, mas o negócio não avançou, segundo fontes do mercado.
Além da equipe de cinco pessoas que trabalham no escritório da KKR no
Brasil, a gestora contratou o ex-presidente do Banco Central Henrique
Meirelles como consultor sênior. Meirelles ajuda a empresa a entender o
cenário macroeconômico do Brasil e identificar oportunidades de
investimentos.
Aceco
A KKR comprou uma fatia majoritária da Aceco e manteve como sócio
minoritário o atual CEO da empresa, Jorge Nitzan, que permanecerá no
cargo.
O fundo General Atlantic, que tinha uma participação na Aceco, saiu do
negócio. Com a operação, a empresa desistiu da abertura de capital.
As companhias não divulgaram os valores da transação nem a participação
dos sócios na Aceco. Estimativas do mercado, no entanto, apontam que a
companhia foi avaliada em R$ 1,5 bilhão. Investimos na Aceco porque ela
está em um setor que crescerá fortemente no Brasil, que é o
armazenamento de dados, e quase não tem concorrentes, diz Fergie.
A Aceco faturou R$ 566 milhões em 2013, um crescimento de cerca de 60%
em relação ao a 2012. A companhia projeta e constrói data centers e
centros de comando e controle para empresas públicas e privadas. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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