segunda-feira, 14 de abril de 2014

Governo errou em comunicação sobre a Copa, diz Gilberto Carvalho




PORTO ALEGRE E SÃO PAULO  -  O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) disse, nesta segunda-feira, 14, que o governo federal cometeu um erro ao não priorizar a comunicação com a população sobre os benefícios da Copa do Mundo. Ele afirmou que, como consequência, a oposição e a imprensa tentam transformar o evento em uma "tragédia".

Carvalho está em Porto Alegre hoje para participar de um debate com movimentos sociais sobre o legado do Mundial. O ministro é o principal interlocutor do governo Dilma Rousseff junto a essas entidades.

"[Nós] nos demos conta que cometemos um erro nesse processo todo ao não investir em um processo de comunicação. Deixamos de informar o cidadão sobre o que significa a Copa em sua inteireza", disse a jornalistas, ao chegar ao evento.

Em discurso ao abrir o debate com os ativistas, mais tarde, o ministro afirmou que o governo "só pensa em trabalhar e se esquece de comunicar". "Isso permitiu que, no geral, a grande imprensa e os setores que fazem oposição clara ao governo tentassem transformar a Copa em uma tragédia, com prejuízo ao povo brasileiro."

Ele disse ainda que os protestos devem ser "em cima de fatos reais" e não baseados em quem não quer "que a Copa dê certo". "Querem fazer da Copa uma forma de prejudicar a continuidade do nosso projeto", disse Carvalho, sem especificar a quem se referia.


Atrasos


Sobre as obras para o Mundial, o ministro disse que, se parte delas não ficar pronta a tempo, "pouco importa". "O importante é que sejam entregues. Se não for em junho, que sejam em novembro, dezembro."

O ministro vai participar de encontros com os movimentos sociais nas 12 capitais que receberão os jogos, para receber reivindicações.

No evento, um representante do governo listou benefícios que a Copa deverá trazer para o país, como exposição internacional, geração de empregos e aumento do turismo. Também comparou os gastos na preparação do Mundial com os orçamentos de saúde e educação.

Após discursos de representantes do governo gaúcho e da Prefeitura de Porto Alegre, os líderes dos movimentos se manifestaram. Fizeram críticas, entre outras, à remoção de moradores para obras viárias, à possibilidade de aumento da exploração sexual durante o Mundial e à violência policial em manifestações.


Ingressos adicionais


A última fase da venda de ingressos para a Copa do Mundo, que começa nesta terça-feira, 15, terá diferentes lotes de entradas disponibilizados aos torcedores durante os próximos três meses.
Além dos bilhetes que estarão disponíveis a partir das 7h (de Brasília) de terça, no site da Fifa, novos ingressos podem ser lançados no sistema até dia 13 de julho, data da final do Mundial e último dia de vendas.

Os lotes extras serão formados por bilhetes devolvidos à Fifa por torcedores que se arrependeram da compra e uma carga de proteção que não foi negociada pela entidade, devido ao atraso na entrega dos estádios da Copa.

Apesar de ter recebido o mapa de assentos de todos os 12 estádios que serão usados na Copa, a Fifa teme vender ao torcedor ingresso para um lugar que, na prática, não existe, tem visão prejudicada do campo ou terá de ser desocupado para não prejudicar a transmissão da TV.

Por isso, a entidade faz a contagem manual e a avaliação visual de todos os lugares antes da definição do total de bilhetes à venda.

O Itaquerão, futuro estádio do Corinthians, é um dos palcos da Copa que não passaram pela avaliação, já que não está pronto. Arena Pantanal, em Cuiabá, e Arena das Dunas, em Natal, já entregues, ainda não foram testadas com capacidade plena.

Ante a indefinição, a Fifa vai reter parte da carga dos bilhetes. Há projeções feitas pela entidade. No caso do Itaquerão, a previsão é que existam 67.349 assentos, mas serão comercializados apenas 59.955 ingressos.

Os 7.394 assentos restantes a menos (11%) deixarão de ser vendidos porque a entidade imagina que possuem pontos cegos ou que serão aproveitados para as transmissões televisivas, parcerias comerciais e áreas para jornalistas.

Hoje, a Fifa confirmou à reportagem que os ingressos dessa carga de proteção serão negociados posteriormente caso a avaliação dos estádios determine que eles possam ser comercializados sem dano a torcedores e patrocinadores.


(Folhapress)

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