Brasil Post
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De Daniela Carasco
Publicado: 13/04/2014 15:50 BRT
Em ano de Copa do Mundo, todos os olhos se voltam para o Brasil. Na edição deste sábado (12), do jornal americano The New York Times,
o país virou manchete. Mas, desta vez, não foi o Mundial o assunto em
questão, e sim as muitas obras inacabadas e superfaturas que se espalham
por aqui. A exposição proporcionada pelo evento tem levado ao mundo os
nossos grandes problemas estruturais.
Intitulada “Grand Visions Fizzle in Brazil” (Grandes visões fracassam
no Brasil), a reportagem do jornalista Simon Romero reúne dados,
depoimentos e até um vídeo.
Ela chama a atenção para a demora na construção da ferrovia
Transnordestina, para o abandono de edifícios curvilíneos projetados por
Oscar Niemeyer e de parques eólicos, assim como para o rombo
orçamentário provocado por projetos luxuosos, como hotéis inacabados no
Rio de Janeiro.
Romero lembrou até do “malfadado” museu de extraterrestres, que
começou a ser construído com recursos federais na cidade de Varginha, em
Minas Gerais, mas não foi terminado. “Seus restos esqueléticos agora
pairam como um navio perdido entre as ervas daninhas", comentou.
E disse mais: “Os projetos da Copa do Mundo são apenas uma parte de
um problema maior nacional e lançam uma cortina de fumaça sobre grandes
ambições do Brasil: uma série de projetos luxuosos concebidos quando o
crescimento econômico foi de afluência que agora estão abandonados,
paralisados ou descontroladamente acima do orçamento.”
O jornalista afirma que os empreendimentos foram destinados a
impulsionar a economia brasileira, mas agora que o país vive uma
“ressaca pós-boom”, eles foram deixados de lado, expondo líderes a
críticas fulminantes, alimentando pretensões de gastos desnecessários e
incompetência, enquanto os serviços básicos para a população continuam
deficientes.
Alguns economistas ouvidos por ele associaram o problema à
“burocracia paralisante, à destinação irresponsável de recursos e à
corrupção”. “Os fiascos estão se multiplicando, revelando uma desordem
lamentavelmente sistêmica. Nós estamos acordando para a realidade de que
imensos recursos foram desperdiçados em projetos extravagantes, quando
nossas escolas públicas ainda são uma bagunça e esgoto ainda está em
nossas ruas”, disse Gil Castello Branco, diretor do Contas Abertas, um
grupo de vigilância brasileiro que analisa os orçamentos públicos.
Leia a matéria completa no site do NYTimes. E assista ao vídeo aqui.