quinta-feira, 10 de abril de 2014

FMI: desaceleração dos emergentes é reequilíbrio do crescimento


Por Juliana Ennes, Juliano Basile e Sergio Lamucci | Valor
 
 
Divulgação/FMI


WASHINGTON  -  Mesmo com a recente recuperação econômica nos países avançados, especialmente nos Estados Unidos e alguns países europeus, e, ao mesmo tempo, com a desaceleração do crescimento dos principais países emergentes, a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, não acredita haver mudança no padrão de crescimento global, que continua a ser puxado pelos emergentes. Ela considerou o movimento apenas como um reequilíbrio do crescimento mundial.

Lagarde acredita que os mercados emergentes continuarão a ser a principal fonte de crescimento, mesmo que um pouco menor do que antes. A expectativa do fundo é de que tais mercados cresçam em média 5% este ano e 5,4% em 2015.


Exageros


“Essa história de os mercados emergentes ficarem para trás, reduzirem o ritmo a terem perdido o momento é um pouco exagerada. Eles ainda fornecem a principal fonte de crescimento. O que é novo é que as economias avançadas melhoraram, e existe um reequilíbrio acontecendo no momento”, disse. 

Apesar da melhora nos mercados desenvolvidos, a diretora-gerente do FMI ainda considera a recuperação econômica muito fraca e lenta. “O balanço é razoavelmente bom, mas não bom o suficiente. Podemos fazer melhor”, disse ela, durante entrevista coletiva na reunião de Primavera do FMI, em Washington.

Lagarde ressaltou que, mesmo com o crescimento se fortalecendo, ainda há uma parte da população que não sente essa melhora. Ainda há, nesses países, 200 milhões de pessoas desempregadas.


Mais audácia


A diretora-gerente acredita ainda serem necessárias ações mais audaciosas para gerar um crescimento mais rápido, mais forte e mais sustentável. O Fundo tem se mostrado preocupado com o longo período de baixa inflação nas economias avançadas em geral e em particular na zona do euro.

Para combater a baixa inflação, que pode ter impacto tanto sobre o crescimento como sobre a geração de empregos, o FMI encoraja o banco central europeu a reiterar seu comprometimento com o uso de medidas não convencionais o quanto for necessário.

Lagarde defendeu também o ajuste fiscal e a normalização de políticas monetárias nas economias avançadas como ações contra o baixo crescimento. Já para os mercados emergentes, ela defendeu um reforço nas políticas macroprudenciais como salva-guarda contra a volatilidade dos mercados. 


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