WASHINGTON - Mesmo
com a recente recuperação econômica nos países avançados, especialmente
nos Estados Unidos e alguns países europeus, e, ao mesmo tempo, com a
desaceleração do crescimento dos principais países emergentes, a
diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine
Lagarde, não acredita haver mudança no padrão de crescimento global, que
continua a ser puxado pelos emergentes. Ela considerou o movimento
apenas como um reequilíbrio do crescimento mundial.
Lagarde acredita que os mercados emergentes continuarão a ser a
principal fonte de crescimento, mesmo que um pouco menor do que antes. A
expectativa do fundo é de que tais mercados cresçam em média 5% este
ano e 5,4% em 2015.
Exageros
“Essa história de os mercados emergentes ficarem para trás, reduzirem
o ritmo a terem perdido o momento é um pouco exagerada. Eles ainda
fornecem a principal fonte de crescimento. O que é novo é que as
economias avançadas melhoraram, e existe um reequilíbrio acontecendo no
momento”, disse.
Apesar da melhora nos mercados desenvolvidos, a diretora-gerente do
FMI ainda considera a recuperação econômica muito fraca e lenta. “O
balanço é razoavelmente bom, mas não bom o suficiente. Podemos fazer
melhor”, disse ela, durante entrevista coletiva na reunião de Primavera
do FMI, em Washington.
Lagarde ressaltou que, mesmo com o crescimento se fortalecendo, ainda
há uma parte da população que não sente essa melhora. Ainda há, nesses
países, 200 milhões de pessoas desempregadas.
Mais audácia
A diretora-gerente acredita ainda serem necessárias ações mais
audaciosas para gerar um crescimento mais rápido, mais forte e mais
sustentável. O Fundo tem se mostrado preocupado com o longo período de
baixa inflação nas economias avançadas em geral e em particular na zona
do euro.
Para combater a baixa inflação, que pode ter impacto tanto sobre o
crescimento como sobre a geração de empregos, o FMI encoraja o banco
central europeu a reiterar seu comprometimento com o uso de medidas não
convencionais o quanto for necessário.
Lagarde defendeu também o ajuste fiscal e a normalização de políticas
monetárias nas economias avançadas como ações contra o baixo
crescimento. Já para os mercados emergentes, ela defendeu um reforço nas
políticas macroprudenciais como salva-guarda contra a volatilidade dos
mercados.
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