Objetivo, segundo o próprio Minitério Público Federal, é estabelecer a defesa da educação básica de qualidade como prioridade na atuação do Ministério Público
Escola pública: primeira etapa do projeto consiste no diagnóstico, que será feito por meio de audiências públicas com a participação da comunidade
Rio de Janeiro - O Ministério Público Federal (MPF) lançou hoje (8), em parceria com o Ministério Público dos estados, o projeto Ministério Público pela Educação
(MPEduc). Pelo projeto, o MP fará um diagnóstico dos centros de ensino e
apresentará, por meio de recomendações, soluções para os problemas
identificados. A intenção é que o projeto chegue às mais de 150 mil
escolas públicas do país.
O objetivo, segundo o próprio MPF, é estabelecer a defesa da educação
básica de qualidade como prioridade na atuação do Ministério Público. "O
projeto partiu de um levantamento que mostrava que, de toda a atuação
do MP em educação, apenas 6% estavam voltados para a educação básica, e
mesmo assim as ações eram muito dispersas", diz a procuradora da
República no Rio de Janeiro e gerente do MPEduc, Maria Cristina
Cordeiro.
A primeira etapa do projeto consiste no diagnóstico, que será feito por
meio de audiências públicas com a participação da comunidade. Além
disso, serão feitas visitas às escolas e aplicados questionários online
aos gestores dos municípios e estados, aos diretores das escolas e aos
presidentes dos conselhos de Alimentação Escolar (CAE) e de
Acompanhamento do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação
Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).
Segundo o MPF, os questionários tratam de aspectos estruturais e
pedagógicos, da alimentação escolar, da inclusão, de políticas públicas e
do funcionamento dos conselhos sociais. As respostas fornecidas ficarão
disponíveis ao público no site mpeduc.mpf.mp.br.
Com base no diagnóstico, em uma etapa posterior, os membros do MP
apresentarão aos gestores públicos as recomendações aos problemas
identificados. A última etapa consistirá em uma audiência pública para
apresentação dos trabalhos desenvolvidos.
Maria Cristina diz que a maior parte dos problemas das escolas está na
gestão. Dos R$ 100 bilhões do orçamento do Ministério da Educação, mais
da metade é destinada para a educação básica. "O problema quase nunca é
falta de recursos. Os maiores problemas são, infelizmente, a corrupção,
má gestão e descontinuidade administrativa". De acordo com ela, é nesse
sentido que o MP pretende atuar.
O projeto foi executado como piloto em oito municípios dos estados de
Roraima, do Pará, de Alagoas, do Amapá e do Rio de Janeiro. Agora, será
implementado em 57 municípios que manifestaram interesse. A intenção é
dar prioridade às cidades com baixo Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb).
"São visíveis os exemplos do que se pode fazer com essa preparação da
gestão do recurso público que existe para a escola. O MP mostra que pode
atuar não só de forma repressiva, mas de forma a orientar o gestor
público para a boa e profissional utilização do recurso", diz o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Estará disponível ao público, a partir de amanhã (9), em Brasília, no
prédio da Procuradoria-Geral da República, uma exposição da fotógrafa
Claudia Martini. Ela acompanhou a execução do projeto nos oito
municípios pilotos.
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