sexta-feira, 11 de abril de 2014

Crescimento baixo é problema sério para o Brasil, diz Fitch


A agência de risco tem até julho para apresentar uma revisão da nota do Brasil, o que não significa que terá mudança da nota

Fernando Travaglini, do
Brendan McDermid/Reuters
Sede da Fitch Ratings em Nova York, Estados Unidos
Fitch Ratings: "A perspectiva estável indica que a probabilidade de o Brasil ter alteração é menor do que 70%", explica diretor da agêrncia, Rafael Guedes

São Paulo - O crescimento baixo é um problema "sério" para o Brasil, diz o diretor da Fitch Rafael Guedes. Segundo ele, esse é um dos pontos para se observar à frente.

A agência de risco tem até julho para apresentar uma revisão da nota do Brasil, o que não significa que terá mudança da nota. "A perspectiva estável indica que a probabilidade de o Brasil ter alteração é menor do que 70%", explica Guedes.

"Mas o comitê que define as notas precisa se reunir pelo menos uma vez por ano, até julho", diz.
Segundo ele, quando o rating do Brasil foi afirmado no ano passado, já havia uma deterioração na economia, mas ele diz contar, de outro lado, com uma série de passos para a melhora do ambiente.

Entre os pontos positivos, ele citou a comunicação do BC, que era errática, mas "melhorou significativamente"; o câmbio, que mostra uma movimentação mais próxima das condições de mercado; e as intervenções do BC, via swap.

Apesar de dizer que um dos pontos fracos na classificação são as finanças públicas - o setor externo é positivo -, o superávit fiscal anunciado, que ele ressalta que "talvez seja mais baixo" do que seria necessário, é suficiente "para manter a trajetória da dívida estável ou levemente em queda", diz.
Ele citou ainda como positivo os benefícios fiscais não estendidos para 2014 e que alguns deles estão sendo retirados.

Entre os pontos negativos, ele citou o nível de investimento baixo. "O Brasil tem problemas de investimentos muito grave", disse. E isso se reflete, entre outras coisas, no baixo crescimento.

Segundo ele, por conta disso, o balanço para a questão macroeconômica é levemente negativo no Brasil, mas ainda "não o suficiente para que haja alteração na nota", completa. Ele falou durante evento do EMTA, na sede do HSBC, em são Paulo.

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