Repórter de O Globo registrava imagens da ação da PM no terreno que ficou conhecido como Favela da Telerj quando foi imobilizado com uma chave de braço
Desintegração de prédio da Oi: de acordo com a Abraji, ao prender Bruno
Amorim e ameaçar com prisão outros repórteres, a Polícia Militar do Rio
presta um desserviço ao direito à informação
Rio de Janeiro - A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo
(Abraji) e a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão
(Abert) condenaram a prisão do repórter Bruno Amorim, de O Globo,
durante cobertura de reintegração de posse no terreno da Oi, na zona norte do Rio, e pediram apuração do caso pelas autoridades.
O jornalista registrava imagens da ação da Polícia Militar
no terreno que ficou conhecido como Favela da Telerj quando foi
imobilizado com uma chave de braço e teve os óculos arrancados por um
policial sem identificação. Levado a uma delegacia, teve o celular
apreendido por mais de uma hora.
A polícia do Rio de Janeiro já havia ameaçado jornalistas no começo da
reintegração de posse, no fim da madrugada de hoje (11). O repórter
Leonardo Barros, também de O Globo, foi ameaçado com voz de prisão caso
não “corresse” dali. De acordo com a Abraji, ao prender Bruno Amorim e
ameaçar com prisão outros repórteres, a PM do Rio presta um desserviço
ao direito à informação.
As entidades também condenaram a reação dos manifestantes que
resistiam à desocupação e atacaram veículos da TV Globo, do SBT e da
Record. Para a Abraji, ao depredar automóveis dos meios de comunicação,
"os manifestantes se unem à polícia no ataque ao direito à informação de
toda a sociedade". Na mesma linha, a Abert destacou que "é extremamente
preocupante" o uso de métodos violentos empregados tanto pela Polícia
Militar como por cidadãos civis, com o objetivo de impedir o trabalho
jornalístico e privar a sociedade do acesso à informação.
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