Na verdade, 26% dos entrevistados concordaram com a afirmação de que mulheres com roupa curta merecem ser atacadas e não 65%
O Estado de S. Paulo
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
divulgou nesta sexta-feira, 4, que houve um erro na pesquisa divulgada
no dia 27 de março que trazia a informação de que 65% dos brasileiros concordavam que mulheres com roupas curtas merecem ser estupradas.
Daniel Teixeira/Estadão
Na verdade, 26% dos entrevistados concordaram com essa afirmação e 70% discordaram total ou parcialmente (veja arte divulgada pelo Ipea abaixo). Segundo o instituto, houve inversão dos resultados na hora de divulgar os resultados.
"Com a inversão dos resultados, relatamos equivocadamente, na semana
passada, resultados extremos para a concordância com a segunda frase,
que, justamente por seu valor inesperado, recebeu maior destaque nos
meios de comunicação e motivou amplas manifestações e debates na
sociedade ao longo dos últimos dias", diz a nota do Ipea.
Quanto à outra questão que causou polêmica, o Ipea reafirmou os
outros resultados: "Contudo, os demais resultados se mantêm, como a
concordância de 58,5% dos entrevistados com a ideia de que se as
mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros."
O diretor responsável pela área de Estudos e Políticas Sociais do
Ipea, Rafael Guerreiro Osório, segundo a nota, pediu sua exoneração
assim que o erro foi detectado.
Repercussão.
O resultado divulgado na semana passada
gerou polêmicas nas redes sociais. A jornalista Nana Queiroz, de 28
anos, criou o movimento #EuNãoMereçoSerEstuprada em que mulheres de todo
o País postaram fotos em que empunhavam cartazes que repudiavam
agressões.
Ela se pronunciou após ser informada pelo Estado do
erro. "Mesmo assim, 26% ainda é um número muito alto. A nossa campanha
continua", afirmou Nana, que estava em reunião com a Polícia Federal na
hora em que foi avisada. / COM MARINA AZAREDO
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