Importações de trigo argentino somaram 260 mil toneladas em março, contra cerca de 188 mil toneladas do cereal norte-americano
Agricultor realiza a colheita do trigo em uma fazenda próxima da cidade de Salto, na Argentina: apesar do domínio, há incertezas se país manterá a posição nos próximos meses
São Paulo - O trigo da Argentina voltou
a dominar as chegadas do produto importado ao Brasil em março, após
perder a liderança para os Estados Unidos em 2013 e nos dois primeiros
meses de 2014, de acordo com dados compilados pela indústria.
As importações de trigo argentino somaram 260 mil toneladas em março, contra cerca de 188 mil toneladas do cereal norte-americano.
No acumulado do primeiro trimestre, no entanto, os Estados Unidos
mantiveram a liderança com o embarque de quase 700 mil toneladas de
trigo para o Brasil, contra pouco mais de 400 mil toneladas da
Argentina.
Apesar do domínio no mês passado, há incertezas no mercado se a
Argentina manterá a posição nos próximos meses, já que o governo
argentino --que controla exportações para combater a inflação-- liberou
apenas 1 milhão de toneladas da última safra para vendas externas.
A produção brasileira, que deverá crescer fortemente este ano se o
clima colaborar, poderia a aliviar um pouco a situação dos moinhos do
país, que importam a maior parte de suas necessidades.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou nesta
quinta-feira a produção brasileira de trigo em 2014 em 6,7 milhões de
toneladas, aumento de mais de 1 milhão de toneladas na comparação com
2013 --o plantio está em fase inicial no Brasil.
De qualquer forma, por uma questão de qualidade, a indústria local tem
limites para trabalhar com o trigo nacional, uma vez que uma parte do
cereal não é adequada para a produção de farinha para panificação.
Com uma produção maior no ano safra 2014/15 (agosto a julho), a Conab
apontou queda nas importações de trigo para 5,7 milhões de toneladas,
contra 6,7 milhões no ano anterior.
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