Segundo relatório, desempenho deverá ser pior do que o da América Latina e Caribe, que deve crescer 2,3% este ano
Fábrica em São Paulo: "no Brasil, as previsões de consenso mostram um
crescimento de 2 por cento ou menos em 2014", avaliou a instituição
O Brasil deverá crescer no máximo 2 por cento este ano por não ter
promovido reformas para impulsionar o crescimento, a poupança e os
investimentos, afirmou o Banco Mundial em relatório divulgado nesta quarta-feira.
O desempenho do
Brasil deverá ser pior do que o da América Latina e Caribe, que deve
crescer 2,3 por cento este ano, levemente abaixo dos 2,4 por cento
registrados em 2013.
O Banco Mundial atribuiu o pior desempenho da região ao menor
crescimento da China, à volatilidade dos preços de matérias-primas e aos
maiores custos de capital.
"No Brasil, as previsões de consenso mostram um crescimento de 2 por
cento ou menos em 2014, já que ainda não tomou forma a agenda de
reformas necessárias para evitar um cenário de baixo crescimento, baixa
poupança e baixo investimento", avaliou a instituição no relatório
"Fluxos internacionais para América Latina: balançando o barco?".
Para o México, segunda maior economia da região depois do Brasil, o
Banco Mundial estimou crescimento de cerca de 3 por cento este ano. E
ressaltou que as reformas dos setores de telecomunicações, energia e
educação, entre outros, promovidas pelo governo mexicano melhoraram as
perspectivas de crescimento do país nos próximos anos.
O Banco Mundial acredita que as economias emergentes vão enfrentar
condições financeiras mais restritivas diante da mudança de foco dos
investidores para economias avançadas, como os Estados Unidos. Mas disse
que o impacto desse cenário é menos significativo neste momento em que a
região concentra fluxos de recursos mais estáveis.
Mas isso não dissipa as preocupações com esse padrão de baixo crescimento.
"A pergunta é se a diminuição cíclica (do crescimento de 2013 e 2014) é
um sintoma de desaceleração mais permanente no crescimento de longo
prazo", afirmou o economista-chefe do banco para América Latina e
Caribe, Augusto De la Torre, em nota. "Uma taxa de equilíbrio para o
crescimento de cerca de 2,5 por cento seria claramente insuficiente para
manter o ritmo de progresso social a que a região se acostumou nos
últimos dez anos", disse o banco.
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