quarta-feira, 9 de abril de 2014

Até onde iria a ação da Petrobras com a queda da Dilma?


Petrolífera vem respondendo bem mais ao cenário eleitoral do que à sua tese de investimentos. HSBC traça cenários para eleições com base no preço das ações da companhia

Por Infomoney

Depois de duas semanas em reuniões com investidores nos Estados Unidos e no Brasil, os analistas do HSBC Luiz Carvalho e Filipe Gouveia destacaram que ficou claro que a política está pesando cada vez mais sobre a tese de investimentos da Petrobras (foto), e não os fundamentos baseados na correlação negativa com a desvalorização do real e a expectativa de crescimento da produção. Carvalho e Gouveia ressaltam que a maior parte das perguntas recebidas durante mais de 50 reuniões foram sobre três possíveis desfechos para o cenário de eleições – reeleição de Dilma, uma possível volta de Lula ou vitória da oposição.

petrobras-biocombustivel-350Com base nisso, eles "tentaram criar um modelo simplificado" de sensibilidade para avaliar o impacto das novidades sobre as pesquisas eleitorais no preço das ações da estatal. O relatório divulgado pelo banco na sexta-feira passada (4) mostra que eles chegaram à seguinte conclusão: as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) na faixa de R$ 15 precificam uma chance de 75% de reeleição de Dilma. O cálculo foi feito tendo como base uma pesquisa informal com mais de 50 investidores conduzida pelos próprios analistas. O cálculo para chegar nos R$ 15 foi feito com base numa média ponderada sobre a possibilidade dos três cenários eleitorais previstos pelo banco e a estimativa de preço que as ações PETR4 podem chegar neste cenário. Veja a tabela abaixo para conferir as contas podem feitas pelo HSBC. Logo abaixo da tabela veja os cálculos emitidos no próprio relatório do banco.



Cenário Chance deste
cenário acontecer
Estimativa de
preço da ação
neste cenário
Preço
Ponderado
Reeleição da Dilma
(com medidas anti-mercado)
60,0% R$ 10,00 R$ 6,00
Reeleição da Dilma
(com medidas pró-mercado)
15,0% R$ 18,00 R$ 2,70
Volta "surpresa" de Lula 5,0% R$ 20,00 R$ 1,00
Vitória da oposição 20,0% R$ 30,00 R$ 6,00
Preço final (soma da média ponderada de cada cenário) R$ 15,70


Tese de investimentos continua a mesma, avaliam

Vale ressaltar que o relatório foi feito antes da pesquisa Datafolha divulgada no sábado, em que mostrou uma queda de 6 pontos percentuais na intenção de voto de Dilma, enquanto Aécio Neves e Eduardo Campos não cresceram. E, de acordo com o Instituto Análise, com a taxa de aprovação de Dilma até então, é difícil dizer quem vai ganhar a eleição. "Entretanto, para cada 12 minutos de propaganda eleitoral na TV que o PT terá, a oposição, somada, terá 6 minutos. Isso pode fazer uma enorme diferença por volta de meados de agosto, quando começará a campanha na TV", avaliam. Considerando a perspectiva em favor de Dilma, e o desempenho da ação da Petrobras em março, com alta de 20%, os analistas acreditam que, caso as próximas pesquisas mostrarem um aumento na taxa de aprovação da presidente, as ações da empresa provavelmente terão uma reação negativa devido à percepção de alta interferência do governo. Por outro lado, a tese de investimento na companhia permanece a mesma para os analistas. Ela apresenta forte correlação inversa com a desvalorização do real, vendo um crescimento de 5,2% ao ano na produção e pouco espaço para uma solução definitiva em termos de política de preços em 2014.

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