De olho no mercado potencial, empresas do país ibérico esperam pela aprovação de produtos junto ao Mapa
Por Vinicius Arruda, de Saragoça (Espanha)*
A burocracia é o principal entrave para a penetração no mercado
brasileiro de um dos maiores processadores de carne suína da Espanha.
O grupo Jorge, cujo faturamento atingiu € 520 milhões de euros em 2013,
teve de esperar um ano pelo selo de aprovação de seus produtos junto ao
Ministério da Agricultura, segundo o diretor de relações
institucionais, Antonio Jové.. Agora, os executivos aguardam o andamento
das negociações para finalmente poderem embarcar embutidos e derivados
para o Brasil.
Além da burocracia, e também por causa dela, Jové ainda cita um velho
problema conhecido dos brasileiros: a infraestrutura logística. "Uma
tonelada de soja brasileira pode levar até uma ano para chegar à
Espanha", diz. Ultimamente, o grupo tem buscado alternativas para o grão
aumentando a compra de concorrentes como Estados Unidos e Argentina.
"Barreiras sanitárias podem ser uma arma na guerra comercial", diz
Jové. Por isso, o grupo, que exporta para o bloco europeu e para a
China, entre outros, não quer abrir mão do potencial do mercado
consumidor brasileiro.
No ano passado, três associadas da Interporc, que reúne empresas
espanholas que trabalham com a raça capa branca, exportaram juntas 400
toneladas de carne suína processada e industrializada para o Brasil,
entre salsichas e presunto, que incluem os famosos jamóns serranos
(presunto feito a partir do pernil dos porco).
"Sabemos que o Brasil é um pais em desenvolvimento com um potencial de
mercado muito grande", diz o diretor de exportações da Interporc, José
Ramón Godoy. "Podemos oferecer qualidade e variedade nos produtos
processados". A carne in natura, no entanto, não está nos planos dos
espanhóis, que não querem concorrer diretamente com o produto
brasileiro.
* O jornalista viajou a convite da Interporc.
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