quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Cade aprova compra de 49% da Vale Presente pela Caixa


Para a Caixa Econômica Federal, a operação significa investir em um empreendimento que tem mostrado sólido crescimento

ARQUIVO/WIKIMEDIA COMMONS
Agência da Caixa Econômica Federal
Caixa: compra possibilitará a implementação de novas soluções a partir da tecnologia da Vale Presente

São Paulo - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição de 49 por cento da Vale Presente, startup de cartões pré-pagos de vale-presentes, pela Caixa Econômica Federal, segundo despacho no Diário Oficial da União desta quarta-feira.

"Para a Caixa, a operação significa investir em um empreendimento que tem mostrado sólido crescimento e boas perspectivas de retorno financeiro, além de possibilitar a implementação de novas soluções a partir da tecnologia da Vale Presente, sem que a Caixa tenha que atuar na emissão e administração de cartões pré-pagos", informou a empresa em documento apresentado ao Cade. Os valores da operação não foram informados.

A Vale Presente iniciou suas operações em 2012. Com a transação, o empresário Carlos Wizard Martins, que detinha 74 por cento da companhia, passará a ter uma fatia de 25 por cento no negócio.

Arbitrabilidade dos litígios sobre direitos da propriedade industrial

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Por José Rogério Cruz e Tucci
O crescente e indiscutível prestígio que alcança, a cada dia, o instituto da arbitragem, como mecanismo adequado para a solução dos conflitos, tem determinado a sua aplicação nos mais diversificados campos do direito.
Em inúmeras experiências jurídicas avulta a importância da arbitragem na seara dos direitos da propriedade intelectual e industrial.
Nos Estados Unidos, por exemplo, este fenômeno é facilmente diagnosticado pela copiosa literatura específica sobre tal temática, que, em boa parte, foi colocada à minha disposição pela colega Adriana Braghetta, renomada especialista (por exemplo: Julian M. Lew e Loukas A. Mistelis, Comparative International Commercial Arbitration, ch. 9: Arbitrability: Intellectual Property Rights, Kluwer, 2003; Anna Mantakou, Arbitrability: International and Comparative Perspectives, ch. 13: Arbitrability and Intellectual Property Disputes, Kluwer, 2009; Trevor Cook e Alejandro Garcia, International Intellectual Property Arbitration, cf. 4: Arbitrability of IP Disputes, Kluwer, 2010).
A Organização Mundial da Propriedade Intelectual, criada pela Convenção de Estocolmo, com sede em Genebra, admite expressamente a arbitragem em seus estatutos de 1994.
De um modo geral, pois, o direito de inúmeros países reconhece como passíveis de arbitragem, sob o aspecto objetivo, questões emergentes desta referida área do direito.
No Brasil, embora em tese admitida, é ainda acanhada a incidência da arbitragem nos litígios derivados dos direitos da propriedade industrial. É certo que estes colocam em jogo, em particular, interesses de cunho patrimonial. Deveras esclarecedor, a este respeito, é o excelente artigo de Selma Ferreira Lemes (Arbitrabilidade de litígios na propriedade intelectual, palestra no XXIII Seminário Nacional da Propriedade Intelectual, agosto de 2003), ao destacar como arbitráveis diversas questões de natureza obrigacional: contrato de licença para exploração de patente, cessão de uso da marca, franquia etc.
Recente acórdão da 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), no julgamento do Agravo de Instrumento 2057165-83.2014.8.26.0000, de relatoria do desembargador Fábio Tabosa, revela como é importante, nessa matéria, o conhecimento do Judiciário acerca dos limites institucionais da jurisdição estatal e arbitral.
Todavia, excluem-se dos domínios da arbitragem os litígios cujo objeto é de exclusiva atribuição do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), autarquia federal, que tem como precípua finalidade executar, no âmbito nacional, as normas que regulam a propriedade industrial, tendo em vista a sua função social, econômica e técnica. Assim, por exemplo, não é passível de arbitragem o pleito de anulação de título de patente, que sempre deve ser dirigido ao INPI.
Anoto que o modelo seguido pelo ordenamento jurídico português era muito semelhante ao que hoje vigora no Brasil, até o advento do Código da Propriedade Industrial (CPI), promulgado em 2003 (Decr.-lei 36), que deu significativo impulso à arbitragem nesta matéria.
Com efeito, após a reforma de 2008, introduzida pelo Decreto-lei 143, a teor do artigo 39 do CPI português: “Cabe recurso, de plena jurisdição, para o tribunal competente, das decisões do Instituto Nacional da Propriedade Industrial: a) que concedam ou recusem direitos de propriedade industrial; b) relativas a transmissões, licenças, declarações de caducidade ou a quaisquer outros atos que afetem, modifiquem ou extingam direitos de propriedade industrial”.
No entanto, consoante o artigo 48, admite-se que tal recurso seja submetido a tribunal arbitral. E isso é perfeitamente possível, desde que, segundo a regra do subsequente artigo 49, ainda do CPI, o interessado que pretenda recorrer à arbitragem, no âmbito daqueles litígios, requeira a celebração de compromisso arbitral, nos termos da lei de arbitragem voluntária ou, previamente, declare que aceita submeter o potencial litígio à arbitragem.
É evidente que o outro litigante somente se subordinará ao juízo arbitral se também manifestar interesse na instauração da arbitragem (artigo 48).
Ademais, a possibilidade de o INPI figurar no polo passivo decorre da própria lei, visto que o 4 do artigo 49 dispõe: “Pode ser determinada a vinculação genérica do Instituto Nacional da Propriedade Industrial a centros de arbitragem voluntária institucionalizada com competência para dirimir os conflitos referidos no n. 1 do artigo anterior, por meio de portaria do membro do Governo de que dependa este Instituto, a qual estabelece o tipo e o valor máximo dos litígios abrangidos, conferindo aos interessados o poder de se dirigirem a esses centros para a resolução de tais litígios”. O INPI, portanto, pode ser acionado, ope legis, como litisconsorte passivo necessário.
Em Portugal, diante de uma legislação moderna e dinâmica, em 2009, foi criado o Arbitrare, que é um centro de arbitragem institucionalizada, de âmbito nacional, inserindo-se dentro da rede de Centros de Arbitragem Portugueses apoiados pelo Estado, com competência para resolver: a) litígios em matéria de propriedade industrial, nomes de domínio de .PT, sinais e denominações, sujeitos a arbitragem voluntária; e b) litígios emergentes de direitos de propriedade industrial, quando em causa medicamentos de referência e medicamentos genéricos, sujeitos a arbitragem necessária nos termos da Lei 62/2001.
As sentenças que se encontram disponíveis no site do Arbitrare constituem importante fonte de pesquisa e estudo.
Importa ainda anotar que a competência ratione materiae do referido centro de arbitragem é consideravelmente ampla, para litígios de valor igual ou inferior a 1 milhão de euros.
Conclui-se, pois, que também na órbita dos direitos de propriedade industrial a incidência da arbitragem não só é recomendável, como evidencia nítida tendência mundial em prestigiá-la, na certeza de solução mais rápida e eficiente dos respectivos litígios!
José Rogério Cruz e Tucci é advogado, diretor e professor titular da Faculdade de Direito da USP e ex-presidente da Associação dos Advogados de São Paulo.
Fonte: Revista Consultor Jurídico, 23 de setembro de 2014, 08:30

QUALIFICAÇÃO SEM RECONHECIMENTO





O número de imigrantes no Brasil aumenta. Mas as injustiças administrativas, econômicas e sociais persistem.

Dados do Ministério da Justiça mostram que o número de imigrantes que solicitam o visto de permanência no Brasil dobrou em quatro anos, chegando a 30 mil pedidos anuais. Eram 15 mil em 2010. Apesar do aumento, os dados podem ainda estar subnotificados, já que só consideram os pedidos oficiais, e muitos entram de maneira clandestina.

O país vem se se mostrado como uma potência emergente no mercado internacional. O aumento da procura, no entanto, não significa que os imigrantes queiram se estabelecer para sempre no Brasil. Segundo especialistas, o imigrante que está chegando no país vem em busca de trabalho e, quando consegue juntar o suficiente, mostra o desejo de voltar ao seu país de origem.

As condições são penosas para muitos desses imigrantes: em Goiânia, muitos imigrantes ocupam as ruas do centro onde trabalham como vendedores ambulantes. A polícia local não costuma ser muito amigável com os ambulantes, que “rapam o pé” sempre que necessário, para que não percam suas mercadorias. O lucro que muitos imigrantes ganham com essas atividades é o que os mantém no país, graças, também, ao custo de vida não tão elevado da capital goiana.

De acordo com dados do Registro Nacional de Estrangeiros, cerca de 1,7 milhão de imigrantes vivem no país atualmente sob o Estatuto do Estrangeiro, criado em 1980, época da ditadura militar, que impõe uma série de restrições para essas pessoas. Por isso, no último mês, o Ministério da Justiça apresentou um projeto que propõe uma nova Lei de Migrações. Uma das principais mudanças na lei é a permissão para que vistos de trabalhos de até dois anos sejam emitidos para quem vem ao país a procura de emprego e não só para quem já vem com um emprego formal.

Segundo Deisy Ventura, que é um dos membros da comissão que elaborou o projeto, o imigrante não será mais tratado como um tema de segurança nacional e sim de direitos humanos. “Com a nova lei, as pessoas teriam direitos por serem pessoas. O projeto propõe que haja facilidade na regularização migratória, justamente para o Estado saber quem são e onde estão os imigrantes”. A professora afirma, também, que “o estatuto [ainda vigente] proíbe os imigrantes de realizarem ações públicas, como passeatas e manifestações. É uma lei que pratica a violações de diversos direitos dos imigrantes”.

Outra mudança destacada pela professora é a criação de um órgão que agregaria todos os setores responsáveis pelos imigrantes. “Em minha opinião e na dos especialistas, o trabalho não é o único direito que deve ser respeitado. Quando o governo parar de vincular direitos ao trabalho, o mercado de exploração ilegal e do trabalho informal diminuirá”.

Muitos imigrantes reclamam por não ter auxílio do governo e, para muitos, a ajuda é proveniente de casas de abrigo e programas sociais. A paróquia Nossa Senhora da Paz, além de mediar o contato do imigrante com as empresas, conta com um abrigo com capacidade para atender 110 imigrantes. “Aqui, eles recebem três refeições por dia, têm lugar para dormir, uma lavanderia para lavar suas roupas. Para as crianças, temos carrinhos, uma sala de brinquedos. Tentamos dar o maior suporte possível para eles”, conta padre Paolo.


Muito trabalho e pouco dinheiro


No Bairro São Pedro, em Esmeraldas, Minas Gerais, os números impressionam: para cada 10 pessoas nos pontos de ônibus a média é de cinco ou seis imigrantes do Haiti, pequeno país caribenho arrasado por um terremoto em 2010 e assolado pela pobreza. Com suas peculiaridades culturais, os imigrantes se integram lentamente com os brasileiros, por quem são considerados sérios demais, trabalhadores e honestos.

A maioria dos homens trabalha na construção civil, como demonstrou a pesquisa “Migração haitiana para o Brasil”, da Organização Internacional para as Migrações (OIM), que revela que 40% dos haitianos no Brasil têm curso médio e 30% trabalham como pedreiros ou serventes. Muitos imigrantes passam de alunos a professores, dando aulas de francês e inglês em espaços cedidos pelas igrejas evangélicas, principais instituições responsáveis pelo auxílio a estes.

De acordo com a pesquisa da OIM, os haitianos que chegam ao Brasil têm nível de instrução elevado, até maior que dos brasileiros com quem trabalham. Dos 2 mil haitianos que já foram atendidos pela Missão Paz (associação desenvolvida pelos Missionários Scalabrianos que acolhe migrantes, imigrantes e refugiados), 17% possui formação acadêmica e falam três ou mais línguas. Entre eles há médicos, músicos profissionais, engenheiros, contadores, professores e até juízes e diplomatas. Muitos trabalham na construção civil, como garçom, ajudante e outras funções bem diferentes das suas qualificações, mas que aceitam devido à crença muito forte que possuem de que o trabalho significa liberdade, vida e dignidade.

Muitos brasileiros começam a se incomodar com a “concorrência” estrangeira e com o desempenho profissional dos imigrantes. Comentários como “eles queimam o nosso filme porque trabalham demais, são muito produtivos” parecem aflorar nas empresas empregadoras dos imigrantes.

Em BH, a média salarial dos haitianos é de um salário mínimo (R$ 724). “Muito trabalho e pouco dinheiro”, é o que reclama Jonas Louís, 29, que chegou a três meses no Brasil e trabalha numa fábrica de sapatos em Contagem, de segunda à sexta, de 7h30min às 17h30min.
Daniel Edgardo

Embraer é acusada de suborno pelo Ministério Público


Reportagem do Wall Street Journal apontou que funcionários da empresa brasileira subornaram autoridades na República Dominicana

Divulgação/Embraer
Avião modelo Super Tucano, da Embraer
Avião modelo Super Tucano, da Embraer

São Paulo - Pelo menos oito funcionários da Embraer podem estar envolvidos em um esquema de suborno na República Dominicana.

Segundo reportagem do Wall Street Journal, o Ministério Público Federal abriu uma ação criminal contra os funcionários da empresa brasileira.

Eles são acusados de subornar autoridades na República Dominicana em troca de um contrato de 92 milhões de dólares. O contrato envolvia a venda de oito aviões Super Tucano para as forças armadas do país.

De acordo com documentos conseguidos pela jornal americano, promotores brasileiros apresentaram queixa à Justiça do Rio de Janeiro, em agosto.

O processo afirma que executivos da Embraer pagaram suborno 3,5 milhões de dólares a um coronel aposentado da Força Aérea Dominicana para que a venda fosse concluída.

Procurada por EXAME.com, a Embraer  informou que não pode fazer comentários adicionais sobre qualquer aspecto do caso, inclusive em relação ao processo em andamento no Brasil, do qual não é parte.

"Desde o início, a Embraer vem tratando este assunto com absoluta seriedade. Logo após tomar conhecimento da investigação nos EUA, a Empresa tomou a iniciativa de contratar advogados especializados  para conduzir uma completa investigação interna", disse em nota. 

Ainda segundo a empresa, durante todo o processo,ela tem cooperado com as investigações das autoridades e continuará a fazê-lo.

Polícia Federal tenta há sete meses ouvir Lula


A polícia tenta ouvir o ex-presidente na investigação sobre supostos repasses ilegais da Portugal Telecom para o PT

Andreza Matais e Fabio Fabrini, do
Adriano Machado/Bloomberg
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Lula: ele foi acusado por Marcos Valério de intermediar pagamento de R$ 7 milhões da telefônica ao partido

Brasília - A Polícia Federal tenta há sete meses um acordo para ouvir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como testemunha no inquérito que investiga supostos repasses ilegais da Portugal Telecom para o PT.

A investigação foi aberta a pedido do Ministério Público Federal com base em denúncia do operador do mensalão, Marcos Valério Fernandes de Souza, que, em depoimento prestado à Procuradoria-Geral da República em 2012, conforme revelou o Estado na época, acusou Lula de intermediar pagamento de R$ 7 milhões da telefônica ao partido. O objetivo seria pagar dívidas de campanha.

Fontes ouvidas pela reportagem informaram que o advogado do ex-presidente Lula, Marcio Thomaz Bastos, afirmou à cúpula da PF que o petista estará em Brasília amanhã e tentará marcar uma data para prestar esclarecimentos. 

Ele participará de um evento da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff. Na Polícia Federal, a alegação, contudo, é que os acertos para que o depoimento ocorra, sempre informais, não foram adiante.

A PF espera ouvir o ex-presidente para concluir o inquérito, cujo prazo inicial foi estendido algumas vezes. A reportagem tentou ontem vários contatos com Thomaz Bastos, mas ele não respondeu aos recados deixados no celular e no seu escritório.

A assessoria de imprensa do ex-presidente Lula informou que o petista "não vai se pronunciar sobre o assunto". A Polícia Federal informou que não se pronunciaria a respeito. O inquérito foi instaurado em abril de 2013.

Em fevereiro, o ex-ministro Antonio Palocci prestou depoimento nesse mesmo inquérito na Superintendência da PF na capital federal. Segundo Marcos Valério afirmou no depoimento, Lula e Palocci reuniram-se com Miguel Horta - então presidente da Portugal Telecom - no Palácio do Planalto e combinaram que uma fornecedora da Portugal Telecom em Macau, na China, transferiria R$ 7 milhões para o PT.

O dinheiro, conforme Valério, entrou pelas contas de publicitários que prestaram serviços para campanhas petistas. Na época, Palocci era ministro da Fazenda de Lula. O ex-ministro negou as acusações.

As negociações com a Portugal Telecom estariam por trás da viagem feita em 2005 a Portugal por Valério, seu ex-advogado Rogério Tolentino, e o ex-secretário do PTB Emerson Palmieri.

De acordo com o presidente do PTB, Roberto Jefferson, que denunciou o esquema do mensalão, José Dirceu havia incumbido Marcos Valério de ir a Portugal para negociar a doação de recursos da Portugal Telecom para o PT e o PTB.

Condenação. Essa missão e os depoimentos de Jefferson e Palmieri foram usados para comprovar o envolvimento de José Dirceu no mensalão. O depoimento de Marcos Valério foi prestado quando ele já havia sido condenado no julgamento do mensalão a 37 anos, 10 meses e 6 dias de prisão pelos crimes de corrupção, peculato, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.

A Justiça considerou Valério o chefe do núcleo operacional do esquema que beneficiou o PT. A partir do depoimento, a Procuradoria da República determinou a abertura de seis investigações, ainda em andamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Gasto de brasileiros no exterior bate recorde em julho


Banco Central informou que as receitas de estrangeiros em viagem no Brasil chegaram a US$ 789 milhões em julho

Kelly Oliveira, da
Bruno Domingos/Reuters
Pessoa troca notas de real por notas de dólar em casa de câmbio
Receitas extras de estrangeiros no Brasil durante a Copa deve chegar a US$ 950 milhões

Brasília - A realização da Copa do Mundo, entre 12 de junho e 13 de julho, deve gerar receitas extras de estrangeiros no Brasil de US$ 950 milhões, segundo estimativa do chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.

Desse total de ganhos, cerca de US$ 700 milhões são das receitas das viagens dos estrangeiros no Brasil, em junho, julho e agosto. Maciel ainda espera algum efeito da Copa, porque parte das despesas dos estrangeiros foi feita no cartão de crédito, com pagamento da fatura este mês. Mais US$ 150 milhões devem vir das receitas com transporte aéreo.

Hoje (22), o BC informou que as receitas de estrangeiros em viagem no Brasil chegaram a US$ 789 milhões em julho, contra US$ 540 milhões em igual mês do ano passado.

As despesas de brasileiros em viagens no exterior também aumentaram em julho, mesmo com a realização da Copa no país. As despesas de brasileiros no exterior chegaram a US$ 2,415 bilhões, em julho, o maior resultado registrado pelo BC, na série histórica mensal, iniciada em 1995. Nos sete meses do ano, os gastos no exterior alcançaram US$ 14,9 bilhões, contra US$ 14,403 bilhões em igual período de 2013.

Maciel argumentou que essas despesas já chegaram a apresentar crescimento acima de 20%, na comparação anual e agora o crescimento está em 3,5%. “Houve acomodação em viagem internacional”, disse Maciel. Ele lembrou que o efeito da cotação do dólar é “fundamental” para as decisões dos brasileiros gastarem no exterior.

A conta de viagens internacionais, formada pelas receitas e despesas, é um dos itens das transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços do Brasil com o resto do mundo. Em julho, o déficit em transações correntes ficou em US$ 6,018 bilhões, ante US$ 8,969 bilhões em igual mês do ano passado. De janeiro a julho, o saldo negativo ficou em US$ 49,330 bilhões, contra US$ 52,150 bilhões nos sete meses de 2013.

Em julho, o saldo positivo da balança comercial ajudou a reduzir o déficit das transações correntes. O superávit comercial (exportações maiores que as importações) chegou a US$ 1,574 bilhão, no mês passado, reduzindo o déficit comercial para US$ 918 milhões, nos sete meses do ano. “Grande parte isso se deve às exportações. Petróleo, soja, minério de ferro têm sido relevantes neste quadro da balança comercial. [A balança comercial] foi preponderante nesta evolução das contas externas em julho”, disse Maciel.

BC prevê de novo US$ 80 bi de déficit em conta corrente


A autoridade monetária, no entanto, reduziu a expectativa de saldo na balança comercial deste ano de US$ 5 bilhões para US$ 3 bilhões

Célia Froufe e Victor Martins, do
EXAME.com
Sede do Banco Central, em Brasília
BC: a previsão de despesas com juros também aumentou levemente

Brasília - O Banco Central manteve a projeção de déficit nas transações correntes de 2014 de US$ 80 bilhões, o equivalente a 3,52% do Produto Interno Bruto (PIB). No último relatório de mercado Focus, divulgado na segunda-feira, 22, a mediana das previsões do mercado para este indicador estava em deficitário em US$ 81,20 bilhões.

A autoridade monetária, no entanto, reduziu a expectativa de saldo na balança comercial deste ano de US$ 5 bilhões para US$ 3 bilhões ante previsão de superávit de US$ 2,40 bilhões da Focus. O BC diminuiu a previsão de exportações de US$ 245 bilhões para US$ 240 bilhões e a estimativa de importações de US$ 240 bilhões para US$ 237 bilhões.

Embora a autoridade monetária previsse um arrefecimento dos gastos com viagens internacionais desde o ano passado, a estimativa para este ano subiu de US$ 18 bilhões para US$ 18,5 bilhões.

A previsão de despesas com juros também aumentou levemente, de US$ 14,4 bilhões para US$ 14,5 bilhões, enquanto a estimativa de remessas de lucros e dividendos para o exterior caiu de US$ 26 bilhões para US$ 25 bilhões.