Banco Central informou que as receitas de estrangeiros em viagem no Brasil chegaram a US$ 789 milhões em julho
Brasília - A realização da Copa do Mundo,
entre 12 de junho e 13 de julho, deve gerar receitas extras de
estrangeiros no Brasil de US$ 950 milhões, segundo estimativa do chefe
do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Tulio Maciel.
Desse total de ganhos, cerca de US$ 700 milhões são das receitas das
viagens dos estrangeiros no Brasil, em junho, julho e agosto. Maciel
ainda espera algum efeito da Copa, porque parte das despesas dos
estrangeiros foi feita no cartão de crédito, com pagamento da fatura
este mês. Mais US$ 150 milhões devem vir das receitas com transporte
aéreo.
Hoje (22), o BC informou que as receitas de estrangeiros em viagem no
Brasil chegaram a US$ 789 milhões em julho, contra US$ 540 milhões em
igual mês do ano passado.
As despesas de brasileiros em viagens no exterior também aumentaram em
julho, mesmo com a realização da Copa no país. As despesas de
brasileiros no exterior chegaram a US$ 2,415 bilhões, em julho, o maior
resultado registrado pelo BC, na série histórica mensal, iniciada em
1995. Nos sete meses do ano, os gastos no exterior alcançaram US$ 14,9
bilhões, contra US$ 14,403 bilhões em igual período de 2013.
Maciel argumentou que essas despesas já chegaram a apresentar
crescimento acima de 20%, na comparação anual e agora o crescimento está
em 3,5%. “Houve acomodação em viagem internacional”, disse Maciel. Ele
lembrou que o efeito da cotação do dólar é “fundamental” para as
decisões dos brasileiros gastarem no exterior.
A conta de viagens internacionais, formada pelas receitas e despesas, é
um dos itens das transações correntes, que são as compras e vendas de
mercadorias e serviços do Brasil com o resto do mundo. Em julho, o
déficit em transações correntes ficou em US$ 6,018 bilhões, ante US$
8,969 bilhões em igual mês do ano passado. De janeiro a julho, o saldo
negativo ficou em US$ 49,330 bilhões, contra US$ 52,150 bilhões nos sete
meses de 2013.
Em julho, o saldo positivo da balança comercial ajudou a reduzir o
déficit das transações correntes. O superávit comercial (exportações
maiores que as importações) chegou a US$ 1,574 bilhão, no mês passado,
reduzindo o déficit comercial para US$ 918 milhões, nos sete meses do
ano. “Grande parte isso se deve às exportações. Petróleo, soja, minério
de ferro têm sido relevantes neste quadro da balança comercial. [A
balança comercial] foi preponderante nesta evolução das contas externas
em julho”, disse Maciel.
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