quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Sede própria para quê, mesmo?


Dona de 46 imóveis corporativos no sul, a DCL Real Estate quer expandir sua capacidade de locação. Para isso, estuda replicar em outras cidades da região o complexo logístico desenvolvido em Pinhas (PR)

Por Laura D’Angelo

paola_noguchip-350O prédio comercial da Justiça Federal em Itajaí tem dono - e não é o poder judiciário. Esse e outros 45 empreendimentos no sul do Brasil tem como proprietária a DCL Real Estate, imobiliária paranaense que trabalha com a locação a longo prazo dos mais diversos imóveis para o meio corporativo, além de desenvolver e construir projetos personalizados, ao gosto do cliente.

Atualmente, a DCL já possui 234 mil m² de área bruta locável – e a estratégia é dobrá-la nos próximos dez anos. Os primeiros passos para alcançar a meta já foram dados. A DCL construiu, recentemente, o complexo logístico Jardim Pedro Demeterco, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. Todos os armazéns e lojas estão ocupados por empresas como Havan, WaltMart e ALL. A DCL pretende replicar em outras cidades o modelo de “polo imobiliário” desenvolvido em Pinhais. “A ideia é partir para regiões próximas aos centros metropolitanos do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e de São Paulo”, conta Paola Noguchi (foto), diretora executiva. Além dos preços de terrenos serem mais acessíveis para a DCL, as cidades vizinhas às capitais geralmente trazem vantagens para às empresas locadoras, como incentivos fiscais e impostos menos salgados.

Outro grande empreendimento de propriedade da DCL é o shopping Cidade Maringá, no Paraná. Principal cliente da DCL, o varejo é responsável por 62% da receita da companhia - que no ano passado faturou R$ 44 milhões. “A gente entende muito bem como funciona, quais são as demandas e necessidades. Temos a mesma linguagem que nosso clientes do varejo têm”, reforça Paola. A explicação para tamanha sintonia está nas origens da DCL, que surgiu da venda da operação do supermercado Mercadorama, marca tradicional do comércio paranaense, em 1998, para o grupo português Sonae. O varejo saiu de cena, mas os bens ficaram: terrenos, lojas, galpões, escritórios. Do vasto portfólio, veio a semente para a criação da DCL Real Estate.

No comando da DCL há um ano, Paola garante que a imobiliária não sente qualquer desaquecimento do mercado e sustenta que a demanda por locação continua - tanto que a expectativa de crescimento para este ano é entre 10 a 15%. O complexo de Pinhais, inclusive, já passa por uma fase de expansão com a construção de mais um armazém e um “atacarejo” da rede Adega Brasil.  Ela percebe que algumas empresas veem na locação uma forma de investimento. “A DCL acaba sendo uma alavanca nos negócios do cliente. O que ele iria gastar num terreno, numa construção, pode usar para contratar mão de obra, comprar máquinas, investir em um novo mercado”, constata.
 

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