No entanto, o foco da empresa neste momento é a reestruturação
Atibaia, SP - Apesar do desempenho mais fraco em vendas das marcas do Cencosud
no Brasil, o fundador e presidente do Conselho de Administração do
grupo varejista chileno, Horst Paulmann, não descarta a possibilidade de
aquisições no País.
"Estamos sempre de olhos abertos", declarou durante a convenção da
Associação Brasileira de Supermercados (Abras). O empresário considerou,
porém, que o foco da empresa neste momento é a reestruturação, dizendo
que agora os executivos trabalham para implantar melhorias nas marcas.
Entre as ações de melhoria das operações no Brasil, Paulmann comentou a
necessidade de "descentralizar" os processos. "Cada marca para nós é um
país distinto", comentou.
Mais cedo, ele já havia apontado a necessidade de aumentar a
participação de brasileiros na administração da operação local e
considerou que é preciso nomear diretores brasileiros para todas as
bandeiras do grupo no País.
O Cencosud é a quarta maior rede de supermercados do Brasil, segundo a
Abras, e comanda redes como a sergipana G.Barbosa, a mineira Bretas e a
fluminense Prezunic.
"Na Bretas e na G.Barbosa, duas de nossas marcas no Brasil, nomeamos
diretores brasileiros, mas agora falta um para a Prezunic", disse
Paulmann durante a convenção.
O empresário descartou que preocupações com a desaceleração da economia
brasileira afetem os planos de investimento. "Todo país tem movimentos
de alta e baixa na economia, não estou preocupado", comentou.
Questionado, ele não quis dizer, porém, se a companhia tem um plano para
inauguração de novas lojas este ano.
O Cencosud informou em sua divulgação de resultados que durante o
primeiro semestre de 2014 inaugurou apenas uma unidade nova no Brasil,
de quase 1,4 mil metros quadrados de área.
Confrontado com a tendência apontada por consultores e analistas de
migração dos consumidores para novos formatos de loja que não os
hipermercados (como lojas de vizinhança), Paulmann afirmou que o grupo
"tem muita confiança em hipermercados grandes".
O fundador do Cencosud ainda comentou os resultados de vendas mais
fracas da companhia no Brasil. Ao responder sobre por que as marcas da
empresa têm crescido menos do que a concorrência, ele citou o tempo de
atuação do grupo no País. "O Pão de Açúcar e o Carrefour estão no Brasil
há muito mais tempo e nós, somente há seis anos", declarou.
"Temos redes de pessoas excelentes e o que precisamos é entender o
Brasil e trabalhar melhor", afirmou. "Não é fácil entender o Brasil",
acrescentou. Questionado sobre a possibilidade de trazer para o Brasil
as operações do grupo de lojas de departamento e de materiais de
construção, ele disse apenas que "tudo é possível".
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