sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Por que Dilma e Aécio aumentaram os ataques no 2º turno


Marcos Fernandes/Coligação Muda Brasil/Divulgação
Aécio Neves (PSDB) e  Dilma Rousseff (PT) durante o debate do SBT, em São Paulo
Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) durante o debate do SBT, em São Paulo


São Paulo - A reta final das eleições se aproxima. Com isso, a carga dos ataques pessoais entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) tem ficado mais pesada, como ficou claro no debate de ontem, no SBT. Segundo o especialista em marketing político Carlos Manhanelli, o objetivo das acusações é evidente: acertar o “soco decisivo”, que vai definir as eleições.

“Eles estão procurando a Miriam Cordeiro dessa campanha”, afirma. Miriam Cordeiro é uma ex-namorada de Lula que foi usada na campanha de 1989 pelo então candidato à presidência Fernando Collor. Miriam apareceu no programa eleitoral de Collor na última semana, e deu um depoimento dizendo que o petista pediu que ela fizesse um aborto. Como todos sabem, o ataque funcionou e Collor levou a eleição.

No entanto, Manhanelli ressalta que o efeito de cartadas como essa é imprevisível. Deu certo com Collor, mas deu errado com Marta Suplicy. Na campanha pela prefeitura de São Paulo em 2008, a petista perdeu para Gilberto Kassab.

“Quando a Marta insinuou que Kassab era homossexual, isso se virou contra ela. Ataques como esse têm que ser feitos com muito cuidado”, afirma.

A fase de desconstrução do adversário é a última de uma campanha eleitoral. O consultor político Gilberto Musto explica que toda campanha passa por três estágios: no primeiro, os candidatos são apresentados ao eleitor; no segundo, eles mostram suas propostas de governo.

No terceiro estágio, que em geral coincide com o segundo turno, é hora de tentar manchar a imagem do adversário.

Esses ataques não são privilégio das campanhas eleitorais brasileiras, afirma Musto. “Uma pesquisa feita nos EUA mostrou que lá 66% do tempo de campanha é usado em acusações, principalmente na fase final”, diz.
Segundo o consultor, o eleitor disputado por esse fogo cruzado é aquele chamado de flutuante. “Os candidatos estão disputando o eleitor que se decidiu há pouco tempo e que ainda pode mudar de ideia”, explica.

Outro alvo dos candidatos neste momento são os indecisos e aqueles que por algum motivo deixaram de votar no primeiro turno, lembra Manhanelli.

O especialista afirma, porém, que essa não é a melhor forma de conquistar o eleitorado. “As pesquisas mostram que essa tática não está tendo efeito. Acho que eles deveriam tentar um debate mais ideológico”, avalia.

Já Musto acredita que a pancadaria é inevitável. “Não tem como fugir disso. Se um dos candidatos resolver dar uma de bonzinho, será engolido”, afirma.

Volume negociado na Bovespa é o maior da história



Alexandre Battibugli/EXAME
Telão da Bovespa
Bovespa: volume médio diário no mercado à vista atingiu R$ 9,56 bilhões 

Angelo Pavini, da Arena do Pavini
 
 
 
São Paulo - As fortes idas e vindas de Petrobras e do Índice Bovespa neste mês provocaram um recorde no volume de negócios na bolsa brasileira.

O volume financeiro médio diário em outubro até o dia 16 no mercado à vista atingiu R$ 9,56 bilhões, o maior mensal já movimentado pelo mercado em sua história, segundo a Economática. O volume é 26,84% maior que os R$ 7,537 bilhões de setembro.

O aumentou foi puxado pelos papéis da Petrobras, ordinários (ON, com voto) e preferenciais (PN, sem voto), que giraram R$ 2,39 bilhões por dia, também recorde. O volume cresceu 40% em relação ao R$ 1,712 bilhão diário de setembro.

Boa parte desse movimento reflete a especulação do mercado com o cenário eleitoral.
A expectativa de que uma mudança de governo provoque também uma alteração grande na governança da Petrobras e de outras estatais, tornando-as mais lucrativas, provocou fortes movimentos de compra e venda de acordo com as pesquisas eleitorais e puxou os volumes da petroleira e também do Banco do Brasil, outro destaque deste mês.


Crescimento de 30% no mês no total


Incluindo outros mercados, como termo e opções, a média sobe para R$ 10,924 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa.

Em relação a setembro, quando a média foi de R$ 8,378 bilhões, houve um aumento de 30%. Mas a média no ano, de R$ 7,086 bilhões, ainda está abaixo da do ano passado, que ficou em R$ 7,417 bilhões por dia.

O aumento do volume beneficia a BM&FBovespa, que tem sua receita originada de tarifas cobradas sobre as quantias negociadas. O lucro da bolsa estava em queda este ano pela redução do volume negociado.
A melhora deste mês ajuda a reduzir essa perda.


Petrobras tem 25% do mercado


O volume médio diário das duas ações da Petrobras representa 24,96% do total de giro do mercado.
O percentual está próximo do registrado em março de 2009, quando as ações da estatal responderam por 25,79% do volume financeiro diário da bolsa.


Cinco empresas têm 50% do mercado


O mercado brasileiro segue fortemente concentrado em poucos papéis, com cinco companhias respondendo por quase 50% do mercado.

Segundo a Economática, as cinco empresas com maior peso no volume negociado são Petrobras, Itaú Unibanco, Bradesco, Vale e Banco do Brasil, que juntas respondem por 48,6% do volume financeiro em outubro.

Ou seja, de cada R$ 100 negociados por dia na Bovespa, R$ 48,60 era nessas ações. Em março de 2009, esses papéis concentravam 54,37% do volume diário total.

Empresas multinacionais investem cada vez mais no bem-estar de executivos que trabalham em outros países.




André trabalha há três anos no Rio, como diretor de marketing de uma multinacional. Antes disso, passou por Nova York e Madrid. Apesar da experiência, o português enfrentou dificuldades como qualquer estrangeiro.

“A procura de um apartamento pra alugar, onde procurar, conhecer bem a cidade. Depois de encontrar o apartamento, arrumar a luz, a água, o gás”, conta André Albarran, diretor de marketing.

Segundo o Ministério da Justiça, 1,7 milhão de estrangeiros vivem no Brasil, e o Itamaraty estima que mais de 2,8 milhões de brasileiros morem no exterior. No mundo, há 200 milhões de pessoas vivendo e trabalhando fora dos seus países de origem.

Se as barreiras geográficas não são mais um problema, as diferenças culturais são mais difíceis de transpor. A adaptação da família no país para onde o expatriado é transferido é tão importante quanto o desempenho profissional do funcionário. Por isso, as empresas investem cada vez mais no bem-estar do empregado, principalmente se ele for casado e tiver filhos.

Foi o que revelou um levantamento feito por uma empresa de treinamento com 170 multinacionais. Entre os benefícios hoje concedidos aos expatriados estão moradia, escola para os filhos e passagens aéreas.

“A gente faz eles refletirem sobre situações que eles não tinham pensado, a gente ajuda eles a refletirem sobre desafios que eles não estavam querendo lidar. Então esse tipo de apoio prepara eles quando vem, de fato, a dificuldade”, explica Andrea Fuks, diretora da Global Line.

A gigante da indústria de cosméticos onde o Fábio trabalha como diretor de recursos humanos emprega hoje 18 estrangeiros no Brasil, e investe no desenvolvimento profissional de 20 brasileiros no exterior.

“É uma ferramenta que nós utilizamos com certeza para desenvolver talentos. Ela é importante e faz parte da nossa maneira de formar liderança”, diz Fábio Rosé, diretor de RH.

Paul chegou ao Rio há cinco meses para trabalhar em uma grande multinacional. O pesquisador francês já morou nos Estados Unidos e, apesar das dificuldades, conta que já se acostumou à vida de cigano.

Ele diz: “essa noção de ser um expatriado depois de um certo tempo se apaga. Vivemos no mundo e aprendemos a viajar com a família”.

Renata Capucci
(G1 – 17/10/2014)

Advogados devem se preparar para prestar serviços a clientes estrangeiros


 
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A internacionalização funciona no Brasil como um elo entre as empresas. Com a atuação das bancas internacionais proibida pela Ordem dos Advogados do Brasil, os escritórios estrangeiros facilitam o contato de seus clientes com advogados brasileiros. O assunto foi debatido nesta quarta-feira (15/10), em São Paulo, na Fenalaw 2014.

Por Livia Scocuglia repórter da Revista Consultor Jurídico,
em 16 de outubro de 2014.

Segundo a advogada Marcela Berger do escritório Azevedo Rios, Berger, Camargo e Presta Advogados e Consultores Associados, as parcerias funcionam como um facilitador. “Um escritório americano pode indicar o cliente que queira atuar no Brasil a uma banca nacional. Os advogados americanos saberão das expectativas de seu cliente, mas quem fará as operações será o escritório brasileiro”, explica.

Mas as parcerias dependem dos contatos que o advogado nacional tem com as empresas estrangeiras. É preciso ir a feiras e eventos internacionais e conversar mais sobre o assunto. E após esse contato, não há espaço para errar. “O profissional precisa estar preparado. Não é possível prestar um ‘meio serviço’, porque esse mercado é uma via de um passo só, nunca mais haverá a mesma oportunidade”, recomenda Marcela.

Segundo a advogada, o Brasil é visto com bons olhos pelas empresas estrangeiras. “Há quatro anos, eu diria que teríamos uma avalanche de empresas estrangeiras de olhos no país. Hoje não é bem assim, mas ainda existe esse interesse. E isso vai ser uma constante.”

Um dos motivos que deixam o cliente estrangeiro com um pé atrás é a legislação tributária. É o ponto mais complexo a se destrinchar em uma operação envolvendo uma empresa do exterior. O motivo, segundo a advogada Cristina Andrade Salvador, do Miguel Neto Advogados, é a diversidade de legislações tributárias no país, nas três esferas: federal, estadual e municipal. "É difícil para o estrangeiro entender que o tipo de serviço define o tributo", afirma.

Por isso a importância do trabalho do advogado brasileiro na orientação à empresa estrangeira. Um dos exemplos de como esse aconselhamento é indispensável é na escolha do local da sede da empresa a ser criada no país. Segundo Cristina, é preciso estudar o caso do cliente e indicar o local mais lucrativo. "A Zona Franca de Manaus [que tem isenção de impostos para produtos industrializados], por exemplo, pode não ser a melhor escolha para a sede da empresa se for levado em consideração a logística e impostos para enviar as mercadorias para outros estados", explica.

Flávio Paiva  - Alpha Relationship Solutions

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

7 fatos que você precisa saber sobre a irmã de Aécio


Divulgação/Facebook/Andrea Neves
A irmã do candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB), Andrea Neves
Andrea Neves: ela assumiu a presidência do Serviço Voluntário de Assistência Social de Minas Gerais em 2003
Jéssica Michellin, do Brasil Post
 
 
São Paulo - A irmã do candidato à Presidência Aécio Neves (PSDB), Andrea Neves, virou tema de conversas após ser citada pela presidente Dilma Rousseff (PT) no debate da Band, na última terça-feira (14).

A campanha petista usa o nome dela para desconstruir a imagem do tucano ao acusá-lo de nepotismo — a prática de empregar parentes no serviço público.

Afinal, quem é Andrea Neves e qual a relação dela com a disputa presidencial deste ano?

1 - É cabeça da campanha presidencial de Aécio
Formada em jornalismo, Andrea é a irmã mais velha de Aécio e um dos cabeças da campanha do presidenciável desde o final de 2013. Ela nasceu em 1959, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.

2 - Construiu a reputação do irmão
A jornalista está na lista das 60 pessoas mais poderosas por país. De acordo com reportagem publicada no IG, “ela teve papel fundamental na construção da imagem de Aécio como gestor competente que saneou as finanças do Estado”.

3 - Teve cargos voluntários em Minas
Ela assumiu a presidência do Serviço Voluntário de Assistência Social de Minas Gerais (Servas) em 2003, no mesmo ano em que Aécio iniciou seu governo no estado. O cargo é voluntário e não tem remuneração. Também integrou um grupo técnico de comunicação, que prestava consultoria para a assessoria de comunicação do governo de Minas Gerais.

4 - Foi denunciada por censura à imprensa mineira
No documentário “Censurados no Brasil”, Andréa é denunciada por jornalistas mineiros como uma das principais aliadas de Aécio na tentativa de censurar os veículos locais de comunicação.

5 - Fundou o PT no Rio de Janeiro
De acordo com reportagem publicada pela TPM, Andréa foi militante de esquerda nos anos 80, sendo uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores (PT) no Rio de Janeiro. Seu avô, Tancredo Neves, um dos fundadores do MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partido que fez oposição ao regime militar, fundou o PP (Partido Popular) em 1978 e em 1983 mudou-se para o PMDB, pelo qual foi eleito governador de Minas naquele ano.

6 - Editou livros
Admirada por muitos políticos, ela ainda dedica parte de sua carreira à literatura e à edição de livros. Editou, por exemplo, o livro Tancredo Neves: Um Homem para o Brasil, sobre a vida do avô.

7 - É blogueira e poetisa
Andréa também tem um blog, onde publica poemas e pensamentos.

Miguel Krigsner dá a receita de sucesso de O Boticário



Batons na fábrica do Grupo Boticário
Miguel Krigsner, da Endeavor
 
Toda vez que sou questionado sobre como é possível empreender e desenvolver um negócio tendo como premissa a sustentabilidade nas relações humanas, eu respondo: por que não?

Aos 11 anos eu ajudava meu pai em um pequeno comércio de roupas no Centro de Curitiba, no Paraná. Foi lá que aprendi a importância das relações, vendo como meu pai lidava com os clientes, fornecedores e com a comunidade.

Em 1977, decidi unir minha crença no Brasil a um desejo empreendedor. Assim nasceu O Boticário, uma farmácia de manipulação que depois incorporou os cosméticos e a perfumaria. Mais uma vez me deparei com a importância nas relações humanas e, desde o início, procurei oferecer esse diferencial no atendimento e nos serviços. Deu certo. Rapidamente, O Boticário se espalhava pelo sistema de franquias e ganhava o respeito das pessoas em todo o Brasil.

Enfrentamos diferentes momentos do país sem perder a esperança, investindo cada vez mais e agregando pessoas. Crescemos em ritmo muito acelerado. Em 1990, O Boticário já tinha mais de mil lojas espalhadas pelo Brasil. Nós precisávamos olhar o desenvolvimento das nossas atividades e também das pessoas.

Hoje somos o Grupo Boticário, uma empresa 100% brasileira que acredita e confia no desenvolvimento do Brasil. Administramos quatro unidades de negócio: O Boticário, Eudora, quem disse, berenice? e The Beauty Box. Somos 7 mil colaboradores diretos e 25 mil indiretos, ligados a 900 franqueados. Estamos em 1.750 municípios brasileiros e contamos com mais de 3.800 lojas no Brasil, além de levar nossos produtos para outros oito países.

A expansão desse modelo de negócio nos levou à Bahia. Depositamos neste estado, mais uma vez, a confiança de que as nossas relações serão sustentáveis, agora com o belo sotaque baiano. Inauguramos, recentemente, nossa segunda fábrica e o nosso segundo centro de distribuição, em Camaçari e em São Gonçalo dos Campos, respectivamente.

Não investimos apenas recursos financeiros e geração de empregos e renda. Na Bahia, assim como aconteceu no Paraná há três décadas, começamos, juntos, o mesmo sonho: a construção de um País mais belo e mais sustentável. Um País formado por pessoas que o amam e acreditam no seu desenvolvimento.

O foco nas pessoas e no ambiente onde estamos inseridos é uma tônica na história e na trajetória do Grupo Boticário. Antes mesmo de começar a produzir na Bahia, nos aproximamos dos moradores destas cidades e, juntos, revitalizamos espaços públicos. Implantamos programas de capacitação profissional e mudamos a vida de mais de 400 pessoas dos dois municípios onde estamos sediados.

Cuidamos da conservação do meio ambiente por meio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, criada em 1990 e que já apoiou mais de 1.400 projetos.

Essa é a beleza que sustenta nossas relações. Colocamos em prática valores que duram para sempre, como comprometimento com os resultados, valorização das pessoas e paixão pela evolução e desafios, com o objetivo de construir um País cada vez melhor. Para nós do Grupo Boticário, beleza não é o que a gente sonha, imagina ou quer. Beleza é o que a gente faz.

Miguel Krigsner é fundador de O Boticário, presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário e da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

Quem é a japonesa que ameaça o reinado da Embraer



Divulgação/Mitsubishi Aircraft
Modelo de jato Mitsubishi Regional Jet
Mitsubishi Regional Jet: primeira entrega do modelo deve acontecer em 2017


São Paulo - Pela primeira vez, em 50 anos, o mundo vai conhecer um avião produzido no Japão. A Mitsubishi Aircraft, subsidiária da Mitsubishi Heavy Industries, deve apresentar no próximo fim de semana seu primeiro jato ao mercado, batizado de Mitsubishi Regional Jet.

O primeiro voo da aeronave deve demorar mais um pouco e está previsto para acontecer no segundo semestre de 2015. Já as primeiras entregas só devem ocorrer em 2017. O modelo já conta com encomenda de 375 unidades.

Segundo Teruaki Kawai, presidente da Mitsubishi Aircraft, embora com uma carteira modesta de pedidos, a ideia nas próximas duas décadas é conquistar 50% do mercado de jatos regionais usados para voos de curta distância. Hoje esse mercado no mundo é liderado pela Embraer.

"Queremos entregar mais de 5.000 jatos nos próximos 20 anos ao mercado", afirmou o executivo em entrevista à imprensa internacional nesta semana.

Para tirar do papel o Mitsubishi Regional Jet, a companhia japonesa investiu cerca de 1,8 bilhão de dólares no projeto.

Para Kawai, o Japão é destaque em diferentes indústrias, como a de automóveis, e pode se tornar a partir de agora referência na fabricação de aeronaves também.