quinta-feira, 23 de outubro de 2014

O Alibaba quer investir no Brasil



alibaba


Depois de levantar 25 bilhões de dólares na maior abertura de capital da história, em setembro, a gigante chinesa de internet Alibaba começou a procurar empresas para comprar no Brasil. O ex-professor de inglês Jack Ma, que fundou o Alibaba em 1999 e hoje é presidente do conselho da empresa, escalou o vice-presidente de operações, Daniel Zhang, para buscar alvos por aqui.

Nas últimas semanas, Zhang e sua equipe procuraram controladores de algumas das principais empresas de comércio eletrônico brasileiras e deixaram claro que têm dinheiro e querem gastá-lo. Hoje, o Brasil já é um grande mercado para o Alibaba. O site Aliexpress, operação do Alibaba que vende produtos de atacadistas chineses a preço de loja de 1,99, já é o sétimo de comércio eletrônico mais acessado no Brasil. Está à frente de sites como Dafiti, Livraria Saraiva e Centauro. Segundo dados da consultoria ComScore, o número de visitantes únicos em setembro deste ano chegou a 9,6 milhões, mais do que o dobro que no mesmo período do ano passado.

Medida provisória dá calote nos direitos do trabalhador

 

 

 

 

Quando a medida estiver vigorando plenamente, qualquer ação, inclusive a trabalhista, que não estiver averbada na matrícula de um imóvel não terá validade para terceiros


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O DIA


Rio - Ao apagar das luzes no Congresso Nacional, a presidenta Dilma Rousseff edita a Medida Provisória 656, que, segundo a sua ementa, cuida de matéria econômica-financeira, de matéria tributária e de criação de um novo título de crédito. Em momento algum, como legalmente deveria fazê-lo, menciona a nova sistemática sobre a compra e venda de imóveis e sua repercussão no direito processual civil (artigos 10 a 17). Tal omissão é bastante estranha, pois o Artigo 62, Letra B, da nossa Constituição veda a edição de MP em matéria de direito processual civil.

Quando a medida estiver vigorando plenamente, qualquer ação, inclusive a trabalhista, que não estiver averbada na matrícula de um imóvel não terá validade para terceiros. Ou seja, os credores (os trabalhadores brasileiros) não conseguirão alcançar esse imóvel. Com isso, construtoras, incorporadoras e agentes financeiros do setor imobiliário (bancos) ficam isentos do pagamento de dívidas fiscais, civis e da justiça do trabalho, podendo vender seus imóveis sem quaisquer restrições.

Tal medida vai de encontro às normas do Conselho Nacional de Justiça, que recomendou a apresentação da certidão da Justiça do Trabalho nas escrituras, com a finalidade de proteger os trabalhadores, geralmente as pessoas mais humildes do povo brasileiro, de fortes grupos econômicos como bancos e indústrias da construção civil (Recomendação CNJ 3/2012). 

Além disso, ao invés de desburocratizar a compra e venda de imóveis, a medida provisória cria uma nova certidão para os registros de imóveis, tornando onerosos esses registros — que atualmente são gratuitos —, aumentando, assim, de forma desmedida, a receita dos donos de cartório de registro de imóveis.

PT e PSDB fazem acordo e desistem de todas as representações no TSE




As duas chapas que concorrem à Presidência da República nas eleições deste ano desistiram de todas as representações que têm em trâmite no Tribunal Superior Eleitoral. A decisão foi tomada depois de os dois partidos que estão no segundo turno, PT e PSDB, terem se comprometido a fazer uma “campanha mais propositiva” nos dois últimos dias de propaganda eleitoral.

O acordo foi comunicado aos ministros do TSE nesta quarta-feira (22/10) pelos advogados Arnaldo Versiani, advogado da campanha à reeleição da presidente Dilma Rousseff, e Carlos Caputo Bastos, que representa Aécio Neves. O acordo envolve cerca de 30 representações, 15 de cada lado, segundo os representantes jurídicos das campanhas.

Depois do comunicado, o presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, elogiou o acordo, classificando-o de “imenso gesto para a democracia”. “É um momento histórico desta corte, as duas campanhas se comprometendo a fazer campanhas mais propositivas e programáticas. Gostaria de parabenizar, emocionado, pelo acordo formulado”, declarou Toffoli.

Com esse acordo, as campanhas desistem de todos os processos em trâmite. Os que já foram alvo de decisão monocrática terão (ou já tiveram) a liminar cumprida. Agora, só haverá representação se houver novas agressões entre os candidatos.

O acordo foi em certa medida forçado por uma mudança de jurisprudência do TSE. Em uma representação ajuizada pela campanha de Aécio Neves, ele reclamava que o programa eleitoral da presidente Dilma fazia ofensas pessoais a ele. A propaganda dizia que Aécio agiu “como no tempo da ditadura” quando governou Minas Gerais.

E foi nessa representação que o TSE decidiu que as propagandas veiculadas em horário eleitoral gratuito devem se limitar a fazer propostas, e não a fazer ataques pessoais aos concorrentes. Na ocasião, o ministro Toffoli afirmou que a decisão “sinaliza para o futuro um outro tipo de estilo de propaganda eleitoral ao mesmo tempo em que insta o Congresso Nacional a fazer uma alteração legislativa”.

De ambos os lados da disputa, o acordo foi tratado como “histórico”. E ambos encararam o acerto como uma forma de garantir que pelo menos o final da campanha transcorrerá sem agressões.

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Safra não pretende elevar proposta para adquirir Chiquita



Ramin Talaie/Bloomberg News
Abacaxi da Chiquita Brands a venda em um supermercado de Nova York, nos Estados Unidos
Abacaxi da Chiquita Brands a venda em um supermercado de Nova York, nos Estados Unidos
 
São Paulo - A produtora brasileira de suco de laranja Cutrale e o banco de investimentos Safra não consideram elevar sua proposta definitiva de 14 dólares por ação em dinheiro pela empresa de frutas Chiquita Brands, disse à Reuters nesta sexta-feira uma fonte familiarizada com o assunto.

O grupo Cutrale-Safra desistirá do negócio caso os acionistas da Chiquita votem pela proposta de fusão com a rival irlandesa Fyffes na assembleia especial agendada para 24 de outubro, disse a fonte, que pediu anonimato devido ao caráter privado das negociações.

Mais cedo, o Cutrale-Safra disse que sua oferta pela produtora de bananas norte-americana é válida até 26 de outubro.

O Conselho de Administração da Chiquita disse na quinta-feira que a oferta do Cutrale-Safra era "inadequada" e pediu que os acionistas apoiem a união com a Fyffes.

Os 40 novos perfis da sociedade brasileira


Guilherme Dearo, de EXAME.com

Perfil dos brasileiros

São Paulo - A divisão básica por renda, entre classes A a E, pode já não representar devidamente o perfil múltiplo e dinâmico da população brasileira.

Um novo estudo criado pela Serasa Experian Marketing Service traz um novo e eficiente método de "dividir" a sociedade brasileira em perfis.

São 11 novas "classes" e suas subvisões, totalizando 40 grupos distintos.
Chamado de Mosaic Brasil, o modelo desenvolvido pela empresa mostra perfis bem específicos do consumidor brasileiro acima de 18 anos.

Foram usados dados socioeconômicos, demográficos, geográficos, comportamentais, de consumo e estilo de vida.

 “O novo Mosaic prova que a sociedade não está genericamente dividida apenas em classes A, B, C ou D”, explica o presidente da Serasa Experian, José Luiz Rossi. 

Foram usadas mais de 400 variáveis aplicadas a modelos matemáticos e estatísticos para compor os perfis. Dados do Censo, do Pnad, de fontes públicas, de institutos de pesquisa e dados sobre o mercado do próprio Serasa entraram na conta.


Uso prático


Empresas brasileiras já estão usando o novo modelo em seus negócios e nova estratégias.
Segundo Juliana Azuma, superintendente da Serasa, “os perfis revelados permitem que as instituições agreguem essas informações aos seus dados internos para que obtenha uma visão segmentada desses consumidores e possam entender de que forma devem endereçar suas ações, produtos e serviços, criando soluções para os diferentes nichos".


Destaques


Um dos grupos que se destaca é o D, dos jovens adultos da periferia. É o maior segmento, representando 16,8% da população acima de 18 anos. 

Outro perfil de destaque e em crescimento é o dos idosos - com o aumento da expectativa de vida, a pirâmide etária brasileira está mudando.

Por que Dilma e Aécio aumentaram os ataques no 2º turno


Marcos Fernandes/Coligação Muda Brasil/Divulgação
Aécio Neves (PSDB) e  Dilma Rousseff (PT) durante o debate do SBT, em São Paulo
Aécio Neves (PSDB) e Dilma Rousseff (PT) durante o debate do SBT, em São Paulo


São Paulo - A reta final das eleições se aproxima. Com isso, a carga dos ataques pessoais entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) tem ficado mais pesada, como ficou claro no debate de ontem, no SBT. Segundo o especialista em marketing político Carlos Manhanelli, o objetivo das acusações é evidente: acertar o “soco decisivo”, que vai definir as eleições.

“Eles estão procurando a Miriam Cordeiro dessa campanha”, afirma. Miriam Cordeiro é uma ex-namorada de Lula que foi usada na campanha de 1989 pelo então candidato à presidência Fernando Collor. Miriam apareceu no programa eleitoral de Collor na última semana, e deu um depoimento dizendo que o petista pediu que ela fizesse um aborto. Como todos sabem, o ataque funcionou e Collor levou a eleição.

No entanto, Manhanelli ressalta que o efeito de cartadas como essa é imprevisível. Deu certo com Collor, mas deu errado com Marta Suplicy. Na campanha pela prefeitura de São Paulo em 2008, a petista perdeu para Gilberto Kassab.

“Quando a Marta insinuou que Kassab era homossexual, isso se virou contra ela. Ataques como esse têm que ser feitos com muito cuidado”, afirma.

A fase de desconstrução do adversário é a última de uma campanha eleitoral. O consultor político Gilberto Musto explica que toda campanha passa por três estágios: no primeiro, os candidatos são apresentados ao eleitor; no segundo, eles mostram suas propostas de governo.

No terceiro estágio, que em geral coincide com o segundo turno, é hora de tentar manchar a imagem do adversário.

Esses ataques não são privilégio das campanhas eleitorais brasileiras, afirma Musto. “Uma pesquisa feita nos EUA mostrou que lá 66% do tempo de campanha é usado em acusações, principalmente na fase final”, diz.
Segundo o consultor, o eleitor disputado por esse fogo cruzado é aquele chamado de flutuante. “Os candidatos estão disputando o eleitor que se decidiu há pouco tempo e que ainda pode mudar de ideia”, explica.

Outro alvo dos candidatos neste momento são os indecisos e aqueles que por algum motivo deixaram de votar no primeiro turno, lembra Manhanelli.

O especialista afirma, porém, que essa não é a melhor forma de conquistar o eleitorado. “As pesquisas mostram que essa tática não está tendo efeito. Acho que eles deveriam tentar um debate mais ideológico”, avalia.

Já Musto acredita que a pancadaria é inevitável. “Não tem como fugir disso. Se um dos candidatos resolver dar uma de bonzinho, será engolido”, afirma.

Volume negociado na Bovespa é o maior da história



Alexandre Battibugli/EXAME
Telão da Bovespa
Bovespa: volume médio diário no mercado à vista atingiu R$ 9,56 bilhões 

Angelo Pavini, da Arena do Pavini
 
 
 
São Paulo - As fortes idas e vindas de Petrobras e do Índice Bovespa neste mês provocaram um recorde no volume de negócios na bolsa brasileira.

O volume financeiro médio diário em outubro até o dia 16 no mercado à vista atingiu R$ 9,56 bilhões, o maior mensal já movimentado pelo mercado em sua história, segundo a Economática. O volume é 26,84% maior que os R$ 7,537 bilhões de setembro.

O aumentou foi puxado pelos papéis da Petrobras, ordinários (ON, com voto) e preferenciais (PN, sem voto), que giraram R$ 2,39 bilhões por dia, também recorde. O volume cresceu 40% em relação ao R$ 1,712 bilhão diário de setembro.

Boa parte desse movimento reflete a especulação do mercado com o cenário eleitoral.
A expectativa de que uma mudança de governo provoque também uma alteração grande na governança da Petrobras e de outras estatais, tornando-as mais lucrativas, provocou fortes movimentos de compra e venda de acordo com as pesquisas eleitorais e puxou os volumes da petroleira e também do Banco do Brasil, outro destaque deste mês.


Crescimento de 30% no mês no total


Incluindo outros mercados, como termo e opções, a média sobe para R$ 10,924 bilhões, segundo dados da BM&FBovespa.

Em relação a setembro, quando a média foi de R$ 8,378 bilhões, houve um aumento de 30%. Mas a média no ano, de R$ 7,086 bilhões, ainda está abaixo da do ano passado, que ficou em R$ 7,417 bilhões por dia.

O aumento do volume beneficia a BM&FBovespa, que tem sua receita originada de tarifas cobradas sobre as quantias negociadas. O lucro da bolsa estava em queda este ano pela redução do volume negociado.
A melhora deste mês ajuda a reduzir essa perda.


Petrobras tem 25% do mercado


O volume médio diário das duas ações da Petrobras representa 24,96% do total de giro do mercado.
O percentual está próximo do registrado em março de 2009, quando as ações da estatal responderam por 25,79% do volume financeiro diário da bolsa.


Cinco empresas têm 50% do mercado


O mercado brasileiro segue fortemente concentrado em poucos papéis, com cinco companhias respondendo por quase 50% do mercado.

Segundo a Economática, as cinco empresas com maior peso no volume negociado são Petrobras, Itaú Unibanco, Bradesco, Vale e Banco do Brasil, que juntas respondem por 48,6% do volume financeiro em outubro.

Ou seja, de cada R$ 100 negociados por dia na Bovespa, R$ 48,60 era nessas ações. Em março de 2009, esses papéis concentravam 54,37% do volume diário total.