terça-feira, 24 de março de 2015

Três Corações tem aval para comprar negócio de cappuccino


REUTERS/Michael Dalder
Xícara de café ao lado de bandeira do Brasil em lanchonete do Galeão, no Rio de Janeiro
Café ao lado de bandeira do Brasil: a Café Três Corações atua na indústria alimentícia nacional
 
Luci Ribeiro, do Estadão Conteúdo


Brasília - O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a aquisição, pelo Café Três Corações, do negócio de cappuccino da Itamaraty Indústria e Comércio, conforme despacho publicado no Diário Oficial da União (DOU). 

A operação tem por objeto a compra apenas das marcas de cappuccino e não resultará na aquisição de outros ativos da Itamaraty.

A Café Três Corações atua na indústria alimentícia nacional, ofertando serviços de processamento e venda de produtos de café. 

A Itamaraty pertence ao Grupo J. Marino Indústria e Comércio e sua atividade principal é a produção e comercialização de biscoitos, wafers, achocolatados, bombons e coberturas de chocolate. 

O aval do Cade para o negócio entre as duas empresas é assinado pela Superintendência-Geral do órgão antitruste.

Azul diz que rearranja malha de voos de acordo com demanda


Mario Roberto Durán Ortiz/Wikimedia Commons
 
Avião da Azul
Azul: empresa está checando semanalmente como a malha de voos está reagindo ao cenário
 
 
 
São Paulo - A Azul Linhas Aéreas rearranjou de 8 a 10 por cento de sua malha de voos programada para maio para locais de maior demanda, em um momento em que a alta de dólar tem pressionado os custos do setor aéreo, que ao mesmo tempo não tem se beneficiado como esperado da queda do preço do barril de petróleo.

A companhia também decidiu cancelar voos extras em maio para Fort Lauderdale, nos Estados Unidos, por conta da conjuntura mais negativa, disse nesta terça-feira, o presidente da Azul, Antonoaldo Neves, em evento do setor promovido pela Panrotas.

Ele complementou que não houve corte da malha de voos de maio em termos de capacidade (oferta de voos) sobre maio do ano passado.

No entanto, segundo o executivo, a Azul está checando semanalmente como a malha de voos está reagindo ao cenário e vai avaliar se em junho podem ocorrer novos ajustes.

Fonte com conhecimento do assunto tinha afirmado à Reuters na véspera que a Azul planeja reduzir em cerca de 10 por cento sua oferta de voos a partir de abril para diminuir custos operacionais. Segundo a fonte, o plano de ajuste envolve também voos aos Estados Unidos. 

Ao contrário da Gol, que disse poder haver uma revisão para baixo em sua projeção de oferta estável no mercado doméstico para este ano, Neves disse ser difícil já falar em uma tendência de redução de capacidade, já que continua trabalhando com a expectativa de se beneficiar do plano da aviação regional do governo federal, mas que certamente não haverá um crescimento significativo.

"Essas queimas de última hora (promoções de passagens) demonstram que há muita capacidade para a demanda", disse Neves, referindo-se à serie de ofertas de bilhetes que têm sido promovidas pelas companhias aéreas mais recentemente.

Funcionários da CSN são suspeitos de desviar R$ 100 mi


Alexandre Sant'Anna/Veja Rio
CSN - Companhia Siderúrgica Nacional
 
 
 
São Paulo - Três funcionários da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foram presos, suspeitos de envolvimento em um esquema milionário de desvio de dinheiro.

Segundo o SPTV, o esquema pode ter desviado mais de R$ 100 milhões. De acordo com os promotores do Ministério Público de São Paulo, que comandam a investigação, ao menos cinco funcionários do departamento de compras estavam envolvidos.

Eles supostamente vazavam as propostas de aquisições de materiais para empresas, que ganhavam a concorrência. Como pagamento por essas informações privilegiadas, eles recebiam uma porcentagem dos contratos, segundo o SPTV.

Nove mandados de busca e apreensão foram cumpridos ontem, no escritório da CSN na Avenida Faria Lima, em São Paulo.

Também foram cumpridos três mandados de prisão. Dois funcionários da empresa ainda estão foragidos, ainda segundo o jornal.

A investigação está a cargo do Ministério Público desde janeiro, depois que a CSN enviou uma denúncia. Segundo a empresa, os controles internos da companhia identificaram indícios de irregularidades em processos específicos de compras. As informações foram, então, enviadas ao MP para investigação e medidas legais cabíveis.

A empresa também afirma que, uma vez que o processo ainda está em andamento, não é possível quantificar com exatidão os valores envolvidos.

"As cifras divulgadas pela imprensa até o momento são completamente desproporcionais aos fatos encaminhados ao MP", informa a CSN em nota à imprensa.

Matéria atualizada com as declarações da CSN.

quarta-feira, 18 de março de 2015

Indústria de satélites vive corrida espacial


Divulgação
 
Emiliano Kargieman, da Satellogic
Emiliano Kargieman, da Satellogic: satélites do tamanho de fornos de micro-ondas

Gian Kojikovski, de Revista EXAME
 
São Paulo - Todas as semanas, o biólogo Fernando Reinach recebe em seu escritório, no bairro de Pinheiros, em São Paulo, cerca de uma dezena de propostas de negócios que se autointitulam “inovadores”.

Reinach é o responsável pelo fundo Pitanga, criado em 2011 e que tem entre seus sócios Pedro Moreira Salles, um dos controladores do banco Itaú, e os três fundadores da empresa de cosméticos Natura: Luiz Seabra, Guilherme Leal e Pedro Passos.

Com capital de 100 milhões de reais, a missão do Pitanga é das mais difíceis. Seu objetivo é encontrar empreendedores dedicados a tecnologias revolucionárias, com potencial de criar grandes companhias. Em quase quatro anos, só duas empresas receberam investimentos. 

A primeira foi a I.Systems, do setor de automação industrial, com sede em Campinas, que começou a receber aportes em 2013. Baseados em inteligência artificial, os softwares da I.Systems aumentam a eficiência de linhas de produção. A segunda aposta do Pitanga, fechada há poucas semanas, mirou bem mais longe. O alvo do investimento foi a startup argentina Satellogic, que constrói satélites de observação terrestre, aqueles que monitoram o planeta a uma distância de pelo menos 160 quilômetros da Terra.

Criada em 2010 pelo empreendedor argentino Emiliano Kargieman, a empresa desenvolveu uma tecnologia para a fabricação dos chamados microssatélites. Os da Satellogic têm o tamanho equivalente ao de um micro-ondas, pesam 22 quilos (os tradicionais têm 2 metros e o peso de um carro sedã) e, o melhor de tudo, a um custo muito inferior.

Enquanto os satélites tradicionais custam 400 milhões de dólares, os equipamentos da Satellogic saem por 250 000 dólares. Nos cálculos do Pitanga que justificaram o investimento, isso permitirá cobrar um preço muito acessível por imagem: 0,05 de dólar por quilômetro quadrado fotografado.

O potencial desse mercado e da empresa argentina também atraiu a atenção da Tencent, segunda maior companhia de internet da China, avaliada em quase 140 bilhões de dólares. Os chineses e o Pitanga acabaram entrando ao mesmo tempo na Satellogic.

Ambas as partes têm participações equivalentes, que, somadas, permanecem minoritárias (os valores não foram divulgados). O dinheiro dos investidores vai financiar a fase de expansão comercial da Satellogic. Com três satélites já em órbita, a empresa deverá lançar outra dezena de aparelhos nos próximos dois anos.

O investimento do Pitanga e da Tencent em microssatélites é parte de uma tendência mundial. Por décadas, os investimentos na área espacial foram quase todos feitos por governos. Pressionados pela necessidade de cortar custos, os países que mais investiam — Estados Unidos e Rússia — acabaram reduzindo o ritmo de crescimento do montante destinado a seus projetos.

Enquanto isso acontecia, o setor espacial viu a chegada de investidores do calibre de Richard Branson, presidente do grupo Virgin, Elon Musk, fundador da montadora de carros elétricos Tesla, e Jeff Bezos, criador da rede de varejo online Amazon. A Virgin Galactic é a empresa fundada por Branson para o desenvolvimento do turismo espacial.

Mesmo após a morte de um dos pilotos que estavam a bordo de seu SpaceShipTwo num acidente durante um voo experimental em outubro, Branson já avisou que seguirá com seus planos de oferecer voltas ao redor da Terra — e, no caminho, lançar satélites. A SpaceX, de Musk, dona da primeira nave privada a ter visitado a Estação Espacial Internacional, deverá lançar 2 500 satélites nos próximos anos.


Um olho no espaço


A capacidade de lançar muitos satélites permite a empresas, como a argentina Satellogic, captar imagens de um mesmo lugar várias vezes ao dia. Hoje, os grandes satélites de observação passam sobre o mesmo ponto do planeta num intervalo de um a três dias. O objetivo de longo prazo da Satellogic é lançar uma constelação de 300 satélites peque­nos, o que permitirá reduzir a 5 minutos o intervalo entre uma imagem e outra.

“O mercado de observação da Terra em setores como agricultura, petróleo e gás e governos deve atingir 25 bilhões de dólares até o fim da década, dez vezes mais do que o patamar atual”, diz Kargieman. O argentino refere-se a empresas interessadas no uso de imagens para acompanhar colheitas, explorar campos de petróleo ou verificar a progressão de obras. Ao gerar imagens quase contínuas, empresas como a Satellogic podem abrir outras áreas de negócio, como a de controle de tráfego de cidades.

Entre as principais concorrentes da Satellogic estão algumas companhias americanas. A maior é a Planet Labs, que já lançou mais de 1 000 satélites. Em 2014, o Google comprou a Skybox, outra empresa do setor, por 500 milhões de dólares. Há também uma série de startups que desenvolvem máquinas conhecidas como nanossatélites, que pesam e custam ainda menos.

Um dos desafios da nova leva de satélites de menor porte — tanto os de cerca de 20 quilos quanto os de até 200 gramas — será enviar dados precisos. “Hoje, esses satélites são mais instáveis e a precisão das imagens é menor”, diz Adam Keith, diretor da consultoria francesa Euroconsult. Ainda que acertos sejam necessários nos próximos anos, uma coisa parece certa: haverá muito mais coisas entre o céu e a Terra.

Sucesso na crise: 10 coisas que aprendi remando contra a maré


A crise é um ambiente perfeito para os mais determinados, para os destemidos, para os que não se esmorecem por conta das adversidades

 
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"Numa crise, os protagonistas são os que terão história para contar e darão muitas risadas no futuro" 
Comecei minha carreira em 1991, quando tive minhas primeiras lições de mercado ainda aos 19 anos de idade. Qual era o cenário naquela ocasião? Fernando Collor de Melo era o presidente do Brasil. Eleito em 1989, tomou posse em 1990. O Brasil vivia uma inflação louca de mais de 80% ao mês. O preço de tudo mudava duas vezes por dia e até mesmo as donas de casa precisavam agir como verdadeiras economistas para aplicarem seu dinheiro.

Para que você entenda bem o que significa uma inflação de 80% ao mês, imagine que o seu salário é de 100 reais. Ao final do mês ele se tornava algo equivalente a 20 reais, porque 80% dele foi consumido pela inflação. Para isso, existiam complexos dispositivos bancários e de indexações para que as pessoas conseguissem proteger um pedaço de seu poder de compra. Era um caos.

Na tentativa de resolver a economia, uma das primeiras decisões do governo Collor foi um pacote ousado e inesperado de confisco de dinheiro da população. O chamado Plano Collor. Todos os brasileiros tiveram a poupança confiscada, deixando apenas um pequeno valor à disposição de cada um. O valor confiscado seria, um dia, devolvido para todos. Alguns se suicidaram, outros que tinham compromissos a serem honrados quebraram e houve uma revolta generalizada. O que se esperava era que, como os ricos são a minoria, que a grande massa aprovasse as medidas. No dia 29 de dezembro de 1992, no entanto, Collor foi deposto pelo processo de impeachment. Três dias antes, no dia 26 de dezembro, com 20 anos, eu me casava com Luciana, que tinha 17 anos de idade. Estávamos decididos a iniciar a nossa vida e escrever a nossa história com as nossas própria mãos.

Nesse cenário, com o mercado sem dinheiro, desemprego alto, recessão e com inflação explodindo, foi que eu comecei minha carreira profissional. Nessa época, dizer que falar inglês um dia seria importante como sabemos hoje era uma grande novidade. Enquanto as pessoas trabalhavam para sobreviver, vender cursos de inglês requeria uma habilidade e idealismo acima da média.

Trabalhei por quatro anos nessa empresa e escalei vários cargos até ser um diretor de quatro cidades, responsável por 20 gerentes em minha divisão, ganhando 7 mil dólares por mês, com apenas 22 anos de idade. Em 1994, entrou em cena o Plano Real, que finalmente conseguiu implantar uma economia estável no Brasil. Esse cenário coincidia com minha decisão de largar aquele ganho, pedindo demissão da empresa que representou para mim o meu MBA em cenários turbulentos, para abrir meu próprio negócio. Em abril de 1995, inaugurei a primeira escola da WiseUp, que 18 anos mais tarde veio a ter quase 400 escolas em funcionamento em 6 países e que gerou mais de 10 mil empregos diretos no Brasil.

O que aprendi naquele ambiente turbulento?

 

1. Crise é sinônimo de oportunidades. Não gosto de crises e prefiro muito mais os ambientes estáveis. No entanto, não temos controle sobre o que acontece no país e no mundo. Logo, as crises sempre virão e se destacam os que sabem lidar com ela, ou melhor, os que sabem aproveitar as oportunidades que aparecem no meio delas. Eu costumo dizer que, em momentos de crises, o dinheiro troca de mão. Os velhos ricos sempre darão o lugar aos novos ricos que virão de baixo, os que são mais resistentes às mudanças e são mais arrojados, enquanto os velhos ricos ficam na defensiva, porque acham que têm algo a perder. Geralmente, perdem por não saírem da defesa e acabam levando uma goleada. Afinal, quem não faz leva.

2. Numa crise, é preciso ter um grau maior de idealismo. Prosperar no deserto da crise requer mais idealismo. Tecnocratas não resistem aos percalços e não encontram razão para acordar pela manhã. Mergulham na lamúria da autopiedade e se afogam no mar das lamentações. A crise é o campo de batalha perfeito para você tirar a poeira de sua espada e escudo que ficaram guardados nos momentos de bonança. Associar seu negócio a um ideal mais forte e saber envolver seu time nesse propósito fará com que você consiga navegar contra o vento e a correnteza.

3. Durante a crise é preciso mudar a mentalidade e parar de fazer comparações. O mercado muda, a economia muda, a realidade muda. Logo, é preciso compreender as mudanças, reformatar a visão e sua compreensão da realidade e olhar para a frente. Evite ficar fazendo comparações com o passado, falando da época em que o dólar custava R$ 1,56, que você viajava para o exterior todos os anos e que tudo era mais fácil. Essa época passou e, agora, quanto mais tempo você levar para compreender que a realidade mudou e, por isso, sua mentalidade e disposição também precisam mudar, menos chances terá de prosperar durante a crise e maior será a possibilidade de você aumentar as estatísticas de fracasso.

4. Na crise, o que é problema para alguns, desemprego por exemplo, pode ser uma oportunidade para você. Excelente mão de obra fica disponível em tempos assim. Pessoas que querem virar o jogo e, por isso, podem se tornar excelentes aliados para construir seu projeto ao seu lado. Em tempos de crise, as pessoas precisam se preparar. Por isso, o setor de educação é sempre uma tendência.

5. Em tempos de dólar alto, exportar seu produto ou serviço pode ser uma boa saída. A expansão internacional pode ganhar o lugar da abertura de novas filiais no país e a conquista de novos mercados em terras estranhas se tornar uma nova tendência.

6. Durante a crise, separe as estações. É muito comum em tempos de crises acontecerem manifestações e mobilizações em torno do ambiente político. Não permita que essa agenda ocupe 100% de seu foco. Faça sua parte. Mas, no dia seguinte, volte para seu trabalho, para seu projeto e concentre-se em liderar sua equipe na direção certa. Cuidado para não transformar sua equipe de trabalho num movimento social. Em casos assim, a produtividade cai mais de 50% por um erro estratégico de gestão de pessoas.

7. Afaste-se dos que aproveitam a crise para justificar o fracasso. É fato que muitos passam dificuldades numa crise. No entanto, para vencer enquanto ela durar, é preciso reposicionar sua mentalidade e seu foco, e estar atento às oportunidades, como já citei. No entanto, os que não foram capazes de fazer isso rapidamente passarão por muitas dificuldades. Alguns, em vez de aprenderem com a experiência, não se levantam mais e acabam por influenciar outros que ainda lutam por seus objetivos. Selecione bem quem vai ter a permissão de depositar informações nos seus ouvidos.

8. Durante a crise, observe quem está vencendo. Busque identificar os que surfarão as melhores ondas. Observe o que fazem, suas táticas, como abordam o mercado e a razão de seu sucesso. Aprender com maiores referenciais é sempre recomendável em qualquer cenário, em especial numa crise.

9. Não se apegue a nada. Se o seu produto ou serviço não fazem mais sentido, mude, recomece, identifique e observe a sinergia entre a atividade que você exerceu e as novas tendências a fim de otimizar os esforços e investimentos para seu novo foco.

10. Por fim, a crise é um ambiente perfeito para os mais determinados, para os destemidos, para os que não se esmorecem por conta das adversidades e desejam mudar de vida e proporcionar uma vida melhor para sua família, apesar do cenário adverso.

Coitadistas e vitimistas padecem na crise e estão sempre prontos a encontrar um culpado. Numa crise, os protagonistas são os que terão história para contar e darão muitas risadas no futuro, contando para seus filhos e netos como venceram em meio ao caos.

Por fim, a crise pode acontecer na cidade, no país ou até no mundo. No entanto, você pode não sofrer os efeitos dela, ou melhor, pode até crescer durante a crise, se tiver a mentalidade certa e souber posicionar seu projeto com inteligência. A propósito, no ano de 2008, quando o mundo entrou numa grande crise financeira, foi quando minha empresa começou a crescer mais de 50% ao ano, contrariando todas as estatísticas.

Sobre crise, eu não li em um livro e nem escutei sobre isso numa cadeira da faculdade. Vivi tudo intensamente nas últimas duas décadas e com resultados positivos. Vivo hoje mais uma vez, empreendendo em diversos setores. Desejo a você todo sucesso nessa nova fase do Brasil. Não é fácil, mas é possível.

Força, GV. Quero ouvir e contar suas histórias de sucesso.
Quanto às minhas histórias, também quero continuar fazendo jus e obtendo bons resultados para poder compartilhar com você por aqui todos os dias.

Brasil fechou 60 operações de fusões e aquisições em janeiro



Flickr/Creative Commons/Flazingo Photos
Aperto de mãos entre executivos
Brasil registrou 60 operações de fusões e aquisições em janeiro 

São Paulo – O número de fusões e aquisições fechadas em janeiro no Brasil foi o mesmo na comparação com o mesmo período de 2014. No mês, 60 negócios foram anunciados por aqui, segundo relatório da PwC.

De acordo com levantamento, a região Sudeste concentrou boa parte dos acordos, 39 no total.  Entre as operações anunciadas, 34 foram aquisições, 22 compras e 4 fusões.  

“O ano de 2015 começou com 57,1% de investimentos vindos de fontes estrangeiras, o mesmo período de 2014 registrou 47%, contra 42,9% de origem nacional”, segundo o documento.

O setor de tecnologia mais uma vez liderou o mercado de fusões e aquisições no período com 15 operações anunciadas. O financeiro ficou com a segunda posição e cinco negócios fechados no mês.

Veja como Dilma pode ser investigada criminalmente






Publicado por Luiz Flávio Gomes -



 
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Veja como Dilma pode ser investigada criminalmente



Rodrigo Janot (Procurador-Geral da República) e Teori Zavascki (ministro do STF e relator do caso Lava Jato) estão equivocados (data vênia): não há nenhum impedimento legal ou constitucional para investigar se Dilma Rousseff (e seu partido: o PT) teria recebido, em 2010, sob a forma camuflada de “doação eleitoral”, dinheiro gatunamente surrupiado da Petrobras. Ao que tudo indica, a cleptocracia nacional (roubalheira das classes dominantes e reinantes) estaria, de forma surreal (por meio de doações eleitorais) lavando dinheiro infecto vindo da corrupção. Eventuais contradições nas falas de Paulo Roberto Costa e Youssef (delatores-gerais da república cleptocrata) não constituem obstáculos, ao contrário, são motivos energizantes da investigação.

Nada impede tampouco (aliás, tudo recomenda) que se investigue se o dinheiro, eventualmente dado a Sérgio Guerra (R$ 10 milhões) e a Eduardo Campos (R$ 20 milhões), teria também beneficiado o PSDB (campanha de José Serra de 2010) e o PSB (campanha ao governo de Pernambuco em 2010) como “petropropinas que viraram doações eleitorais”. Todos os partidos suspeitos (companheiros, atentem, todos!) devem ser devidamente investigados para o efeito de se constatar se é verdadeira a tese (que já ganhou foros de voz corrente) de que eles se transformaram em facções criminosas organizadas para pilharem impiedosamente o patrimônio público. Em caso positivo, devem ser extintos tais partidos, sem dó nem compaixão. O expurgo de tumores corruptivos gera a profilaxia do corpo societal e estatal.

O princípio republicano exige que o Brasil (incluindo a corrupção das suas classes sociais dominantes e reinantes) seja passado a limpo (desde a raiz). Investigar a presidenta (e) Dilma por atos supostamente criminosos e ladravazes não é a mesma coisa que abrir “processo” contra ela. Janot e Teori, neste particular, confundiram as coisas (quando arquivaram a possibilidade de investigação de Dilma, citada 11 vezes nas delações até aqui reveladas). Tudo foi didaticamente bem explicado pelo min. Celso de Mello no Inq 672-DF. Abriu-se investigação apenas contra Palocci (que teria sido o intermediário de um empreendimento criminoso com fachada de “doação eleitoral”). Mas a investigação precisa ir mais fundo, para alcançar os “andares de cima” assim como os pilares corroídos dos partidos políticos. Limpeza pela metade é típica de um País de faz de conta. É uma farsa.

O citado art. 86, § 4º, da Constituição, diz que “O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções”. Leiamos com atenção: não pode ser “responsabilizado”, ou seja, “processado criminalmente em juízo” e, eventualmente, condenado, por atos estranhos às suas funções. Estranhos ou anteriores às funções, como foram os atos da campanha eleitoral de 2010. O que se prevê na norma citada é uma imunidade temporária do chefe do Estado. Imunidade relacionada com o “processo criminal” (em juízo), não com a investigação (ato de comprovação de um crime). Investigados todos podemos ser (quando há indícios mínimos de uma infração penal). Mesmo porque, se os fatos não forem investigados as provas (com o tempo) desaparecem. Sem provas jamais haverá condenação. Imunidade temporária do Presidente da República não significa impunidade perpétua (que é o privilégio desfrutado pelas classes dominantes e/ou reinantes). Investiga-se o fato e processa-se o presidente depois de cessadas suas funções.

O sistema republicano é absolutamente incompatível com o princípio da irresponsabilidade penal absoluta do Presidente da República. O Brasil é uma república, não uma monarquia. Dilma é presidente (a), não Imperadora ou Rainha. Não existem poderes ilimitados na República. Falar de República é falar de responsabilidade (de todos). Até o Presidente da República é súdito das leis vigentes.

Nos crimes funcionais (praticados “in officio” ou “propter officium”) o Presidente da República pode ser processado criminalmente (perante o STF) durante o exercício do seu mandato (exige-se aprovação da acusação por 2/3 da Câmara dos Deputados). Nos outros crimes (estranhos à função ou anteriores a ela) o “processo criminal” não pode ser instaurado, mas pode haver investigação (aliás, pode e deve). É essa lógica incensurável que o STJ aplicou (na semana passada) para autorizar a investigação dos governadores Pezão (RJ) e Tião Viana (AC). Governador não pode ser “processado criminalmente” sem autorização da Assembleia Legislativa. Mas ser “processado” não é a mesma coisa que ser “investigado”.

O agravo regimental interposto pelo PPS contra o ato do ministro Teori Zavascki que mandou arquivar de plano as investigações criminais contra Dilma deve ser acolhido. Suas eventuais condutas criminosas não podem ficar no esquecimento. Dilma deve ser investigada criminalmente. Impõe-se, de outro lado, que o Procurador-Geral da República abra uma linha de investigação específica contra os partidos políticos. Se confirmada a tese de que se converteram em facções criminosas organizadas (por terem recebido “petropropinas” numa ação orquestrada), devem ser extintos e banidos do cenário eleitoral brasileiro. Somente assim o Brasil será passado a limpo.


Você pode ouvir o nosso Podcast: http://professorlfg.jusbrasil.com.br/artigos/174276606/veja-como-dilma-pode-ser-investigada-criminalmente?utm_campaign=newsletter-daily_20150317_879&utm_medium=email&utm_source=newsletter
Professor
Jurista e professor. Fundador da Rede de Ensino LFG. Diretor-presidente do Instituto Avante Brasil. Foi Promotor de Justiça (1980 a 1983), Juiz de Direito (1983 a 1998) e Advogado (1999 a 2001). [ assessoria de comunicação e imprensa +55 11 991697674 [agenda de palestras e entrevistas] ]