quarta-feira, 1 de abril de 2015

Economia motiva aumento da desaprovação a Dilma, diz CNI


Antonio Cruz/Agência Brasil/Fotos Públicas
A presidente Dilma Rousseff
Dilma: a desaprovação a ações contra a inflação cresceu de 69%, em dezembro, para 84%
Nivaldo Souza, do Estadão Conteúdo
 
 
Brasília - As ações do governo Dilma Rousseff na área econômica foram o principal componente para o aumento da desaprovação à gestão da petista, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). 

Levantamento contratado pela entidade ao Ibope mostrou que o nível de confiança em Dilma estava em 24% em março, o mais baixo para um primeiro ano de mandato de um presidente desde 1999.

"O que estamos percebendo é insatisfação da população com a área econômica", afirmou o gerente-executivo de pesquisa e competitividade da entidade, Renato da Fonseca. 

Segundo ele, o descontentamento com a inflação começa a superar o de áreas como segurança, educação e saúde.

Fonseca disse que há uma "homogeneidade" na opinião da sociedade em relação ao governo, independente da classe social. 

A desaprovação à gestão Dilma cresceu tanto entre eleitores do candidato derrotado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), como entre eleitores da presidente. 

E entre os mais jovens, há uma rejeição maior. A pesquisa mostrou que apenas 12% dos brasileiros consideram o governo Dilma 'bom ou ótimo'.

As ações do governo para combater a inflação são aprovadas por apenas 13% dos brasileiros. Em dezembro, a aprovação era de 27%. 

A desaprovação a ações contra a inflação cresceu de 69%, em dezembro, para 84%. Outros 3% não souberam ou não quiseram responder.

A aprovação a ações de combate ao desemprego caiu de 42% para 19%, enquanto a desaprovação saiu de 54%, em dezembro, para 79% em março.

A aprovação ao combate à pobreza também piorou, de 54% para 33%, na comparação entre os resultados de dezembro e março. A desaprovação nesta área atingiu 64% em março.

O Ibope ouviu 2.002 pessoas em 142 cidades entre 21 e 25 de março. A margem de erro da pesquisa é de dois pontos porcentuais e o nível de confiança de 95%.

Oi corta 1 mil postos e reduzirá em 20% gastos com pessoal



Marcelo Correa / EXAME
Loja da Oi no Rio de Janeiro
Loja da Oi no Rio: Demissões atingem todos os níveis da companhia e se somam ao corte de cerca de 150 diretores e gerentes em outubro passado 

Cesar Bianconi, da REUTERS
Luciana Bruno, da REUTERS
 
 
 
São Paulo/Rio de Janeiro - A Oi está eliminando 1.070 postos de trabalho da empresa em abril, ou 6 por cento do quadro de funcionários diretos, em mais uma etapa do plano de reorganização iniciado no quarto trimestre de 2014 para simplificar sua estrutura.

As demissões atingem todos os níveis da companhia e se somam ao corte de cerca de 150 diretores e gerentes em outubro passado. 

O ajuste no quadro de pessoal faz parte de uma ampla estratégia do presidente da Oi, Bayard Gontijo, de fortalecer a saúde financeira da empresa, que tem alto endividamento e ainda ressente da fracassada fusão com a Portugal Telecom.

Segundo comunicado da Oi à Reuters, com os desligamentos e o bloqueio de número não informado de vagas que estavam abertas, o grupo de telecomunicações reduzirá em ao redor de 20 por cento suas despesas relacionadas à estrutura de pessoal. 

Os encargos com as demissões serão contabilizados no resultado da Oi do segundo trimestre.
"O ano de 2015 é desafiador em todo o contexto macroeconômico do país e também no setor de telecomunicações. Considerando este cenário e os próprios desafios da companhia, a Oi desenvolveu um plano orçamentário para 2015 para assegurar ganhos de produtividade e de rentabilidade", disse a Oi à Reuters.

"Mesmo com a redução do quadro funcional, (a Oi) continua sendo um dos maiores empregadores do Brasil, gerando cerca de 177 mil empregos diretos e indiretos em todo o território nacional", acrescentou a companhia.

Na últimas semanas, sindicatos de trabalhadores de telecomunicações buscaram agendar audiência com representantes da Oi, em meio a rumores de demissões na empresa.

O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de Telecomunicações (Fenattel), Almir Munhoz, disse à Reuters ter sido informado pela Oi que o Estado mais afetado pelos cortes será o Rio de Janeiro, onde fica a sede do grupo.

De acordo com o sindicalista, a Fenattel demandou benefícios aos demitidos, tais como convênio médico e um salário por ano trabalhado, com o objetivo de minimizar o impacto aos dispensados.

Na sexta-feira passada, o presidente da Oi disse em teleconferência com analistas que concentrará esforços na redução de custos e na geração de caixa neste ano, após o grupo ter registrado prejuízo de 4,4 bilhões de reais em 2014.

"Temos reuniões semanais para analisar todas as linhas dos custos para melhorar em todos os aspectos, e (quadro de) pessoal é uma das linhas", disse o presidente da Oi na ocasião, sem dar mais detalhes.

Segundo a Fenattel, a Oi não está sozinha na redução de funcionários. A federação informou que a Telefônica Brasil, que opera a marca Vivo, demitiu cerca de 1 mil pessoas em fevereiro. 

Neste mês, a Nextel cortou 1 mil funcionários em São Paulo.

Procuradas, Telefônica Brasil e Nextel confirmaram a realização de ajustes em seus quadros de empregados, mas não revelaram quantos funcionários foram atingidos.

A Telefônica Brasil promoveu "uma reorganização em suas áreas com o objetivo de obter maior sinergia de processos e atividades" em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, por meio de programa de demissões voluntárias.

A Nextel disse que reestruturou sua área de serviço de atendimento ao cliente para "otimizar recursos e consolidar um modelo sustentável para suas operações".

As implicações jurídicas dos contratos assinados no Brasil em língua estrangeira

 
 Gabriela Meinert Vitniski*


Com a expansão das relações internacionais e a crescente instalação de empresas multinacionais em território brasileiro, a materialização das relações firmadas entre estas e pessoa físicas ou jurídicas nacionais podem implicar questões controversas.

Não é incomum que a empresa estrangeira padronize contratos de aquisição de bens e prestação de serviços na linguagem da origem da matriz internacional, ou ainda na língua inglesa que é a linguagem universal.

Alguns aspectos devem ser levados em consideração pela empresa nacional antes de firmar o negócio jurídico. Analisa-se que, de fato, dificilmente para estabelecer atividade em território brasileiro a empresa internacional prescinda de registro formal em órgãos brasileiros. Portanto, grande parte das empresas multinacionais atuantes no Brasil possuem contrato social, registro de CNPJ, além dos demais registros requisitados para desenvolvimento de suas atividades.

Dessa forma, em contrato firmado entre empresas, a legislação aplicada será a nacional, vejamos o que diz a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (Redação dada pela Lei nº 12.376, de 2010): “Art. 9º. Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem”.

Então, independentemente do idioma do instrumento contratual, a legislação aplicada será necessariamente a brasileira.

Sobre o tema preceitua o Código Civil (Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002): “Art. 224. Os documentos redigidos em língua estrangeira serão traduzidos para o português para ter efeitos legais no País. ”

Ainda, a Lei que dispõe sobre os Registros Públicos (Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973), assim prevê: “Art. 149. Os títulos, documentos e papéis escritos em língua estrangeira, uma vez adotados os caracteres comuns, poderão ser registrados no original, para o efeito da sua conservação ou perpetuidade. Para produzirem efeitos legais no País e para valerem contra terceiros, deverão, entretanto, ser vertidos em vernáculo e registrada a tradução, o que, também, se observará em relação às procurações lavradas em língua estrangeira.

Parágrafo único. Para o registro resumido, os títulos, documentos ou papéis em língua estrangeira, deverão ser sempre traduzidos”.       

 Vejamos que um dos requisitos da produção de efeitos pelo instrumento é a tradução. Importa frisar que tal tradução deve ser necessariamente efetuada por tradutor juramentado, com reconhecimento oficial de sua habilitação, conforme o Art. 157 do Código de Processo Civil (Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973), vejamos: “Art. 157. Só poderá ser junto aos autos documento redigido em língua estrangeira, quando acompanhado de versão em vernáculo, firmada por tradutor juramentado”.

Salienta que a tradução juramentada, de acordo com entendimento mais recente do Superior Tribunal de Justiça, no julgamento do Recurso Especial nº 1.227.053, deve ser completa a fim de instruir a ação.

Concluímos que, não há justificativa plausível para a concordância com a assinatura de instrumento contratual em linguagem estrangeira, uma vez que a relação jurídica dar-se-á em território brasileiro, a legislação que regerá os termos do negócio será a brasileira, e para análise do instrumento pelo poder judiciário brasileiro é imprescindível a tradução juramentada para a língua portuguesa.

Recomenda-se, portanto, que todos os contratos firmados entre empresas multinacionais e nacionais, para execução em território brasileiro, sejam firmados em português. Alternativamente propõe-se que o instrumento seja minuciosamente redigido no padrão bicolunado, de compreensão ampla, e assinado por ambas as partes.

* Gabriela Meinert Vitniski é advogada graduada no curso de Direito pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC), pós-graduanda em Direito Civil e Empresarial pela Damásio Educacional e da área de Direito Empresarialdo escritório Giovani Duarte Oliveira Advogados Associados.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Em meio a crise energética, Brasil vai doar usina à Bolívia




Rodolfo Goulart sabatino/Thinkstock
Energia
Anne Warth, do Estadão Conteúdo
André Borges, do Estadão Conteúdo
Lisandra Paraguassu, do Estadão Conteúdo


Brasília - Em meio a uma crise de energia sem precedentes no país e em busca de fontes alternativas para evitar um racionamento, o governo brasileiro vai gastar R$ 60 milhões para reformar e doar uma usina térmica para a Bolívia. O Ministério de Minas e Energia está nas tratativas finais para viabilizar a negociação.

A usina térmica Rio Madeira pertence à Eletronorte, uma das empresas do grupo Eletrobras. Inaugurada em 1989, ela foi uma das responsáveis por abastecer os estados de Rondônia e Acre por 20 anos. Com potência de 90 megawatts, o empreendimento fica em Porto Velho (RO) e é capaz de fornecer energia para uma cidade de 700 mil habitantes.

Segundo uma fonte, a usina precisa passar por uma "recauchutagem geral" para entrar novamente em operação. Antes de doá-la, a Eletronorte vai converter a usina para gás natural, combustível abundante na Bolívia.

Essa reforma, com o transporte e montagem na Bolívia, custará R$ 60 milhões. O dinheiro já foi transferido pelo governo para a Eletronorte, responsável pela reforma. Uma usina térmica nova, com capacidade de 100 MW, custa hoje em torno de R$ 100 milhões.

A transação está prestes a ser concluída pela estatal e depende apenas de um sinal verde do Ministério de Minas e Energia. A doação da usina faz parte dos compromissos bilaterais assumidos entre os dois países.

A térmica Rio Madeira foi desativada em outubro de 2009, quando o Estado de Rondônia foi conectado ao Sistema Interligado Nacional (SIN) e passou a ser abastecido por hidrelétricas, que produzem energia mais barata.

Em janeiro de 2014, a fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) constatou que a usina, embora desligada, tinha condições de operar parcialmente. Seu prazo de concessão acabava apenas em 2018. No entanto, "devido ao alto custo de operação, esta dificilmente seria despachada".

Por essa razão, a Aneel declarou os bens da usina como "inservíveis à concessão de serviço público". 
Em 2010, cada megawatt-hora (MWh) produzido pela usina custava R$ 846,98. Atualmente, a térmica mais cara em operação no Brasil é a de Xavantes, também a movida a óleo diesel, com custo de operação de R$ 1.167 por MWh.

A conclusão da Aneel deu aval para a continuidade das negociações, que agora estão em fase final. Segundo uma fonte da Eletrobras a par do assunto, trata-se de uma "térmica de qualidade ruim", por isso o Brasil não faria questão de ficar com a planta.

Por meio de nota, o Ministério de Minas e Energia informou que o acordo teve como objetivo "promover a cooperação energética com a Bolívia". O ministério disse que a transferência de R$ 60 milhões foi autorizada por meio da Medida Provisória 625/2013.

O ministério informou ainda que os trâmites necessários para operacionalizar o acordo deveriam ser informados pela Eletronorte. Já a empresa declarou que o governo deveria se pronunciar sobre o assunto, já que se trata de uma negociação internacional.

O pedido de doação da termelétrica foi feito diretamente pelo presidente boliviano, Evo Morales, em uma reunião bilateral com Dilma Rousseff - a primeira entre os dois - durante a primeira Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos (Celac), na Venezuela, em dezembro de 2011.

No encontro, Evo explicou à presidente os problemas de energia e os apagões constantes enfrentados por seu país e pediu ajuda. Apesar de ser um dos maiores produtores de gás do mundo, a Bolívia não tem os equipamentos para transformá-lo em energia elétrica.

Dilma prometeu ceder então à Bolívia a termelétrica Rio Madeira, que estava sem uso no Brasil, mas que precisava ser reformada. O contrato seria de empréstimo por 10 anos, renováveis. Na prática, no entanto, o empréstimo se transformaria em uma doação, já que o custo de devolver a usina para o Brasil dificilmente compensaria.

A política de boa vizinhança, no entanto, tem por trás não apenas também necessidade de garantir a boa vontade dos bolivianos. Maior fornecedor de gás ao Brasil, o governo da Bolívia já aumentou duas vezes o preço do metro cúbico enviado ao país, mas garante o abastecimento de outros usinas brasileiras.

Além disso, o Brasil quer viabilizar a construção de uma hidrelétrica binacional, na divisa entre os dois países. Trata-se de um projeto antigo e discutido há anos pelos dois governos, sem ter nenhuma decisão prática até hoje.

O governo ainda terá que elaborar um memorando de entendimento para fazer a cessão formal à Bolívia, o que só deve acontecer quando a usina estiver pronta para ser enviada aos bolivianos. O ato também é enxergado como uma forma de melhorar a imagem do Brasil em La Paz, abalada desde a fuga do senador Roger Pinto Molina da embaixada brasileira, ajudado pelo diplomata Eduardo Sabóia.

A Bolívia continua sofrendo com apagões, especialmente no interior do país, para onde deve ser enviada a termelétrica do Rio Madeira.

Os planos do Alibaba para dominar as vendas online no Brasil


Bloomberg
Alibaba
Site popular: a cada dia, 18 mil novos brasileiros ingressam na plataforma
 
 

São Paulo - O Brasil já é um dos principais mercados compradores do grupo Alibaba. Agora, a empresa quer ajudar o país a também vender mais para a China.

Com ações para ajudar vendedores, parcerias exclusivas e medidas para melhorar a logística, o grupo quer dominar o comércio eletrônico no Brasil. 

“Queremos que, cada vez mais, marcas e empresas brasileiras entrem na China”, diz Pamela Munoz, diretora de comunicação do Grupo Alibaba, em entrevista exclusiva à EXAME.com.

Ainda sem uma filial no Brasil, Pamela veio ao país buscar parceiros locais para melhorar vendas e, principalmente, aumentar a rapidez com que os produtos são entregues.

Iniciativas que facilitem as compras no AliExpress também estão nos planos. O lançamento de um cartão pré-pago, em conjunto com a Visaé uma delas. 

Feita especialmente para os brasileiros, a novidade pode ser usada em diversas lojas pelo mundo que aceitem a bandeira e surgiu depois de uma pesquisa sobre hábitos de pagamento e compra no Brasil. 


Entre os três mais


Tanto empenho em crescer por aqui tem um motivo muito claro: o potencial do negócio brasileiro.

O Brasil é hoje um dos três maiores mercados para o AliExpress – voltado à exportação. Ele disputa o pódio com Estados Unidos e Rússia em termos de usuários ativos.

A cada dia, 18 mil novos brasileiros ingressam na plataforma. Desde o início da operação do site chinês, cinco anos atrás, mais de 6 milhões de pedidos foram feitos.

Ao lado do Sebrae, a empresa também busca informar sobre as melhores práticas para vender para a China. Para divulgar as suas plataformas, “educar é melhor do que só fazer marketing”, diz Pamela.

Segundo a diretora, um dos obstáculos para o comércio com o país ainda é a infraestrutura. Por isso, a empresa está debatendo com os Correios uma possível parceria para compartilhamento de dados.

Em julho do ano passado, as duas companhias firmaram um acordo para melhorar os procedimentos de logística entre o Brasil e a China. O objetivo é ajudar as pequenas empresas do país a venderem seus produtos na China por meio do AliExpress.

Além disso, o grupo chinês também considera um acordo com o governo brasileiro. Segundo Pamela, já há parcerias com os governos nos Estados Unidos, Chile e Argentina, para trazer produtos desses países a China.

Falsificados

 

O Alibaba recebeu uma advertência da agência de qualidade de produtos da China, que pediu que o grupo prestasse mais atenção na procedência das mercadorias ofertadas em seus sites.

Além disso, a companhia de Jack Ma recebeu acusações de vendas que podem ter sido feitas apenas para inflar o faturamento e aumentar o volume de vendas do grupo chinês.

Para recuperar a confiança nos produtos chineses, a empresa está investindo em segurança digital. Segundo Pamela, ela trabalha ao lado de grandes marcas, como Burberry, Louis Vuitton, Nike, entre outras, para identificar o comércio de produtos falsos.

Centenas de pessoas também foram contratadas para identificar e retirar do site vendedores que falsificam suas vendas.

Porém, combater esses atos criminosos “é uma batalha sem fim”, diz Pamela.

Investimentos em Mobile

 

Depois do IPO histórico, ano passado, a empresa acelerou seus investimentos. As últimas aquisições do grupo de Jack Ma apontam um caminho: a empresa aposta no mundo mobile.

O investimento de US$ 200 milhões no Snapchat e a compra de parte de uma fabricante chinesa de smartphones são alguns dos exemplos.

Ela também possui um aplicativo de mensagens e um de streaming de televisão. De acordo com Pamela, esses investimentos visam aumentar o tempo de permanência do consumidor no ambiente do grupo Alibaba.

A estratégia é investir nas maneiras pelas quais o consumidor interage com a marca. “Queremos que a pessoa permaneça mais tempo no nosso ambiente, para se tornar um consumidor em potencial”, afirma a executiva.

Levy nega ser difícil trabalhar com Dilma: "Não é verdade"


REUTERS/Paulo Whitaker
Joaquim Levy
O ministro da Fazenda Joaquim Levy
São Paulo - Diante de centenas de empresários reunidos em São Paulo, o ministro Joaquim Levy recebeu um "voto de confiança" e disse que "vai precisar dele" para conversar no Congresso.

No almoço-debate organizado pelo LIDE (Grupo de Líderes Empresariais) no hotel Grand Hyatt, o ministro disse que "o que nós temos de fazer agora não é algo que o governo possa fazer sozinho em Brasília. É um trabalho de toda a sociedade e de todos os poderes.” 

Levy também comentou a polêmica de sua frase sobre a presidente Dilma Rousseff, que na sua visão foi "quase um truísmo".

Ele disse que era uma escolha focar na primeira parte ("o desejo genuíno da presidente de endireitar as coisas") ou na segunda ("o fato de que nem tudo acontece como a gente gostaria").

Quando o mediador João Dória Jr. disse, mais cedo, que "não era fácil ser ministro de Dilma", Levy rebateu: "Não é verdade!". Depois, na coletiva, o ministro negou qualquer divergência com a presidente.

Levy partiu do evento direto para Brasília, onde terá uma reunião no fim da tarde com Renan Calheiros, presidente do Senado. O ministro tem se engajado pessoalmente nas negociações com o Legislativo para aprovar o ajuste e evitar a criação de novas despesas.


Ajuste e crescimento


O evento em São Paulo serviu para Levy delinear o caminho das pedras do ajuste fiscal e da retomada do crescimento.

Ele destacou que a reorientação da política econômica é uma resposta também ao ambiente externo, diante do fim do super ciclo das commodities e das políticas anti-crise nos países desenvolvidos: "O cenário mudou. Nossa capacidade de fazer anti-cíclico se esgotou." 

No curto prazo, Levy citou como medidas necessárias voltar ao realismo tarifário, trazer as despesas correntes para o nível de 2013, rever gastos (“aquilo que se faz em qualquer empresa de tempos em tempos”) e aumentar a receita para evitar perda de controle da dívida pública.

Isso inclui também reverter parte das desonerações da folha de pagamento: “É o que a Lei de Responsabilidade Fiscal manda (...) mas não criamos nenhum imposto e tomara que a gente não precise".

No médio e no longo prazo, o ministro citou reformas na tributação e na poupança e ampliação da participação do setor privado em concessões, entre outras iniciativas:  “Para sermos competitivos, temos que ser mais produtivos. E perdemos produtividade nos últimos anos”. 

Ele também disse que o câmbio desvalorizado abre novas oportunidades para a produção: “Vamos ver mais industrias atendendo a demanda interna, o que não se vê há muito tempo”.

Levy também reconheceu os riscos: não prosseguir no ajuste, perder o grau de investimento, criar novas despesas sem previsão de receita e colocar novas restrições à concorrência.

“Se evitarmos esses riscos, temos certeza que rapidamente passaremos dessa parte de ajuste e entraremos em um novo período de crescimento muito significativo”, disse o ministro.

BNDES lucra R$ 8,594 bilhões em 2014




Vanderlei Almeida/AFP
Prédio do BNDES no Rio de Janeiro
BNDES: auditoria fez a ressalva de que o valor está aumentado em R$ 1,6 bilhão
Vinicius Neder, do Estadão Conteúdo
 
Rio - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) registrou lucro líquido de R$ 8,594 bilhões em 2014, alta de 5,4% em relação a 2013, mas a KPMG, auditoria independente que aprovou o balanço financeiro, fez a ressalva de que o valor está aumentado em R$ 1,6 bilhão.
Os dados estão em relatório publicado na edição desta segunda-feira, 30, do Diário Oficial da União (DOU).

As ressalvas da KPMG se devem ao registro de perdas de R$ 2,6 bilhões com a participação societária do banco na Petrobras. 

O BNDES diz no relatório sobre o investimento na Petrobras: "em 31 de dezembro de 2014, seu valor de mercado, apurado com base na cotação das ações em bolsa de valores, apresentava desvalorização em relação ao respectivo custo de aquisição".

Assim, a administração do BNDES estimou os R$ 2,6 bilhões como "perda permanente", mas não abateu o total do valor de seu lucro, valendo-se de uma brecha aberta pela Resolução 4.175, editada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) em dezembro de 2012. 

A resolução isenta o BNDES de fazer a baixa contábil em ações transferidas pela União "para aumento de capital", permitindo que seja feita somente quando os papéis forem vendidos. Pelas regras contábeis, todo o valor das perdas deveria ser reduzido do lucro.

Segundo o relatório publicado hoje, "parcela da perda de R$ 2,6 bilhões por redução ao valor recuperável, no montante de R$ 1,0 bilhão líquido dos efeitos tributários, foi reconhecida no resultado do exercício de 2014 e R$ 1,6 bilhão, líquido dos efeitos tributários, relativo às ações abrangidas por essa resolução, foi mantido no Patrimônio Líquido na conta de ajuste de avaliação patrimonial".

Diante disso, a KPMG registrou a ressalva de que "o lucro líquido individual e consolidado do semestre e exercício findos em 31 de dezembro de 2014, está aumentado em R$ 1,6 bilhão, líquido de efeitos tributários".

Além disso, os auditores independentes fizeram a ressalva de que a perda de R$ 2,6 bilhões foi determinada pelo BNDES por intermédio de "avaliação econômico-financeira" e, devido "à falta de divulgação, pelo emissor das ações, de demonstrações financeiras revisadas ou auditadas", não foi possível "obter evidência de auditoria apropriada e suficiente para algumas premissas utilizadas".
O ativo total do BNDES encerrou o ano em R$ 877,219 bilhões. A carteira de participações societárias, administrada pela BNDESPar, alcançou R$ 63,360 bilhões, queda de 27,8% em relação a 2013. 

O banco de fomento detém 17,24% de participação no capital da Petrobras. Essa fatia encerrou 2014 valendo R$ R$ 22,483 bilhões, queda de 40,4% em relação aos R$ 37,725 bilhões de 2013 e um tombo de 44,2% ante o valor de setembro do ano passado (R$ 40,310). Com a queda do patrimônio, o Índice de Basileia do BNDES recuou para 15,9% em 2014, ante 18,7% em dezembro de 2013, ainda dentro dos limites definidos pelo Banco Central (BC).