sexta-feira, 8 de maio de 2015

Brasil já pode importar café do Peru em operação inédita




Getty Images
Café
Café: publicação da instrução gerou protestos de representantes do setor produtivo no Brasil
 
Roberto Samora, da REUTERS

São Paulo - O Brasil, maior produtor e exportador global de café, já pode importar grãos do Peru, em uma operação inédita muito aguardada pela indústria local, ansiosa para realizar "blends" que possam concorrer com o produto industrializado importado, disse nesta sexta-feira um representante da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

A liberação para importações de café em grão pelo Brasil foi dada após a publicação da Instrução Normativa número 6, que aprovou requisitos fitossanitários para compras do produto da variedade arábica produzido no Peru.

"Dessa forma, a importação do Peru está legalmente autorizada, sem nenhum obstáculo", afirmou o diretor-executivo da Abic, Nathan Herszkowicz.

A instrução publicada em 30 de abril, sobre a Análise de Risco de Pragas (ARP), é a conclusão de um processo para autorização de compras do produto de um determinado país.
"No caso do café, o que sempre impediu a importação foi a inexistência da ARP aprovada. Sem a ARP aprovada, a importação não é autorizada", explicou Herszkowicz.

Mas a publicação da instrução gerou protestos de representantes do setor produtivo no Brasil.

"O Conselho Nacional do Café (CNC) entende como inaceitável e inconcebível a autorização para se importar café arábica do Peru, justamente no período da entrada de safra do Brasil...", disse o CNC que representa os produtores em nota nesta sexta-feira.

O CNC afirmou ainda que encaminhou nesta semana ofícios à ministra da Agricultura, Kátia Abreu, e à presidente da República, Dilma Rousseff, solicitando a imediata suspensão da aprovação de requisitos fitossanitários para importação de café produzido no Peru. Até esta sexta-feira, o governo não havia se manifestado.
 

Indústria vê oportunidade


Segundo o diretor da Abic, já houve algumas iniciativas no passado para o Brasil importar café em grão de várias origens, mas elas acabaram não prosperando, ou porque a ARP não era aprovada ou porque a vigência da análise de risco foi cancelada.

"A importação de café em grão cru sempre foi motivo de discussão bastante ampla, entre setores que não desejam importação, basicamente setores ligados à cafeicultura, e uma parte da indústria...", disse ele.

Segundo Herszkowicz, o Brasil importa café industrializado e moído de todas as origens, e inclusive o café em cápsula é isento de imposto de importação, afetando a indústria nacional, que tem produto similar.

"Sem acesso a matéria-prima de qualidade, a indústria brasileira não tem como competir com outras", afirmou o diretor-executivo da Abic, acrescentando que a abertura para importar do Peru pode ser um primeiro passo.

De acordo com ele, a indústria tem interesse em importar para fazer "blends" diferenciados, que o consumidor brasileiro "aprove e goste", mas ainda assim a maior parte da "mistura" comercializada seria constituída por cafés brasileiros.

Para o dirigente da Abic, é difícil dizer se o café do Peru tem uma qualidade que o do Brasil não tenha. Mas ele acrescentou que, para a indústria, não se trata somente dessa questão.

"O consumidor não consome apenas por qualidade, mas muitas vezes pelo marketing associado a cafés diferenciados, sem dúvida um café de uma origem estrangeira representa um marketing bom."
Herszkowicz defendeu que outras eventuais liberações de importações de cafés de outras origens sejam feitas de forma a não prejudicar o cafeicultor brasileiro.

Importação de soja pela China cai após protestos no Brasil


Divulgação via Fotos Públicas
Grãos de soja em uma fazenda do Paraná
Grãos de soja: as processadoras chinesas estão aumentando gradualmente a produção neste mês
 
Da REUTERS

Pequim - A China importou 5,31 milhões de toneladas de soja em abril, uma queda de 18,3 por cento ante o mesmo mês de 2014, depois de um protesto de caminhoneiros entre o final de fevereiro e o início de março no Brasil, o maior exportador mundial, o que atrasou os envios ao país asiático.

"A greve reduziu o estoque de farelo de soja no mercado interno, com os processadores operando a uma baixa capacidade", disse Li Lifeng, analista da indústria.

As processadoras chinesas estão aumentando gradualmente a produção neste mês, após grandes recebimentos de soja da América do Sul, disse Li.

As importações mensais de soja de maio a julho deverão a subir acentuadamente, para entre 6,5 milhões e 7,5 milhões de toneladas, disse um operador sênior.
O país é maior importador de soja do mundo, respondendo por mais de 60 por cento do volume negociado no mundo.

As expectativas de grandes importações têm pressionado os preços do farelo de soja e do óleo de soja no país.

As importações chinesas nos primeiros quatro meses do ano recuaram 4,1 por cento, para 20,94 milhões de toneladas, de acordo com dados divulgados pela Administração Geral das Alfândegas.

Economia colaborativa: dividir ao invés de acumular


Michel Téo Sin
Gustavo Benke
Gustavo Benke, fotógrafo: compartilhar casa e oferecer trabalho em troca de serviços de outras pessoas rende uma economia de 2.900 reais.
 
Alexandra Gonsalez, da VOCÊ S/A


O fotógrafo paranaense Gustavo Benke, de 28 anos, é uma referência entre os amigos quando o assunto é desapego e capacidade de compartilhar. Sua casa, na capital paranaense, está sempre de portas abertas para acolher parentes, amigos e amigos de amigos, pelo tempo que precisar.

No local, que comporta até dez pessoas, basta colaborar nas despesas e ajudar na manutenção para viver em um estilo comunitário com direito a Wi-Fi. Há dois anos, ao ingressar na faculdade de música em Florianópolis, o fotógrafo decidiu replicar seu estilo de vida na casa que aluga na praia do Campeche.

Esse compartilhamento do espaço acaba beneficiando a todos — os hóspedes, que economizam com a estadia, e Gustavo, que recebe ajuda nas despesas. “As pessoas veem a maneira como eu cuido do espaço, e se sentem inspiradas a cuidar também, então muita gente deixa sua contribuição — uma hortinha, uma pintura, uma varrida na casa e por aí vai”, diz ele, que também tem o hábito de trocar seu trabalho de fotógrafo pelos bens ou serviços de que necessita.

Gustavo representa um movimento que já vem sendo descrito como a principal tendência econômica do século 21 — a chamada economia colaborativa. Ao conectar desconhecidos com interesses e necessidades comuns, redes sociais e aplicativos facilitam o compartilhamento e a troca de serviços e objetos numa escala sem precedentes.
Por essa razão, há quem atribua à economia colaborativa o poder de reduzir o desperdício, aumentar a eficiência no uso dos recursos naturais, combater o consumismo e até reduzir a desigualdade social no mundo. Ainda é preciso observar se o movimento realmente será capaz de cumprir toda essa agenda.

Mas não resta dúvida, por enquanto, do poder da economia colaborativa de fomentar negócios baseados no compartilhamento. Prova disso é que a plataforma Airbnb — de oferta de cômodos vagos e imóveis para locação por temporada — tem hoje um valor de mercado superior ao de grandes grupos hoteleiros, como o Hyatt. Só em 2014, os empreendimentos colaborativos movimentaram mais de 110 bilhões de dólares em todo o mundo, segundo a revista Forbes.

Hoje, é possível economizar e lucrar com esse movimento fazendo bicos nas horas vagas, compartilhando veículos, a casa ou espaços de trabalho e trocando objetos, como livros e roupas. 

Sem falar na possibilidade de viabilizar projetos individuais, como a publicação de um livro ou a gravação de um filme, via financiamento coletivo. 

Para Nicolau Reinhard, especialista em tecnologia da informação da Fundação Instituto de Administração da USP, um dos pontos mais favoráveis à disseminação da economia colaborativa é ser um modelo vantajoso tanto para quem oferece quanto para quem contrata um serviço. 

“Eliminamos os intermediários e os custos de uma estrutura formal de comércio”, diz Nicolau.
 Este, aliás, é o conceito por trás das redes de financiamento coletivo Eco Rede Social, voltada para projetos de sustentabilidade, e Eco do Bem, para projetos culturais, criadas pela publicitária Izabella Ceccato, de 38 anos, de São Paulo. A inspiração veio de uma experiência vivida em 2012, quando Izabella passou seis meses na Inglaterra numa comunidade do Transition Town Movement, iniciativa que incentiva a transformação das cidades em modelos sustentáveis.

Izabella aprendeu a abrir mão do carro e hoje só usa carona compartilhada ou transporte público, além de ter desistido de gastar fortunas na renovação do guarda-roupa — é frequentadora assídua de bazares de troca. Só em janeiro, ela economizou cerca de 2 000 reais em roupas, sapatos e acessórios novos graças ao intercâmbio de peças entre as frequentadoras. “Meu grande aprendizado com o compartilhamento é que não precisamos comprar tantas coisas para viver bem, com conforto”, diz Izabella. 
 

Fonte de renda


Em São Paulo, o designer Wolf Menke, de 33 anos, é um dos que fazem do compartilhamento não só uma ferramenta para economizar mas também uma fonte de renda.

Em 2013, ele criou o espaço de coworking House of Work, na badalada Vila Madalena, bairro da capital paulista conhecido por sua efervescência cultural. No ano passado, após recuperar o investimento, Wolf decidiu deixar o emprego de diretor de arte de uma agência publicitária para abrir seu segundo espaço de compartilhamento, a House of Food, o primeiro restaurante coworking do Brasil.

Com uma cozinha industrial totalmente equipada, bem como equipe de garçons e ajudantes, ele loca o espaço para chefs pelo prazo de um dia ou de uma semana. O cozinheiro só leva os ingredientes e vende as refeições que produzir. O hoje empreendedor não se arrepende da transição profissional. 
“Passei a utilizar os recursos e a minha criatividade de maneira mais produtiva”, diz Wolf.

Agora, ele acaba de comprar uma terceira casa na região e se prepara para abrir a House of Learning, espaço de coworking para aulas e palestras. Por causa de um projeto da criação de um House of Work em favelas, Wolf foi selecionado pelo Yunus Negócios Sociais, incubadora e aceleradora de negócios com sustentabilidade financeira e potencial de impacto social, fundada pelo Nobel da Paz Muhammad Yunus. 
 

Aos poucos


Mesmo quem não planeja empunhar a bandeira da economia colaborativa em tempo integral pode lucrar ou pelo menos poupar ao incluir algum hábito de compartilhamento na rotina. São inúmeras as possibilidades proporcionadas por plataformas colaborativas para quem quer economizar, faturar com bicos nas horas vagas ou até empreender (veja lista de sites e apps). Colocar na ponta do lápis o tamanho da economia que pode ser feita com o compartilhamento pode ser um bom incentivo para começar. 

Porém, quem quer ganhar dinheiro com o compartilhamento deve dispor de uma boa dose de desapego para dividir quartos, casas, carros, espaços de trabalho, roupas e tempo (veja quadros). “É possível viajar, ter mobilidade, um negócio e ainda ganhar qualidade de vida com o compartilhamento”, diz Izabella. “Mas realizações só acontecem para quem está aberto a fazer diferente”, afirma.
 

Conheça os prós e contras de cada tipo de compartilhamento e avalie se você realmente estaria preparado para a troca de alguns tipos de bens e serviços
 

Transporte – quem quer compartilhar o próprio carro deve estar disposto a ser pontual e a levar na esportiva situações como encontrar pequenos arranhões no veículo. Se você é o tipo de pessoa que coloca apelido carinhoso no carro e não deixa o sobrinho de dois anos comer biscoito lá dentro, talvez não seja uma boa ideia.

O lado positivo aparece em situações inusitadas. “No Natal, um usuário deixou um panetone e um bilhete carinhoso em agradecimento pelo carro, algo que nunca aconteceria numa locadora convencional”, diz Clayton Guimarães, da Fleety, plataforma que permite compartilhar seu carro ou alugar o de outra pessoa por dia ou por hora.
 
Hospedagem – quem compartilha um quarto da casa ou o sofá definitivamente não pode ter o hábito de ver TV na sala só de cuecas ou entrar no cômodo onde está o hóspede para pegar um livro às 3h da manhã. Se você valoriza demais a privacidade, pode ficar desconfortável em ter alguém estranho usando seu chuveiro e abrindo a geladeira.

A mesma regra vale para o aluguel de um imóvel ocioso – é preciso ter jogo de cintura para lidar com situações como louça quebrada ou o guarda-sol fora do lugar habitual.
 
Animais de estimação -- quem abre a casa para receber um bichinho, precisa gostar mesmo de animais e ter o espaço preparada para a estadia dos peludos – como dizer para o dono que o bichano fraturou a pata porque sua janela não tem tela de proteção? Outra dica é receber animais do porte certo para você e seu local.

Uma senhora de 70 anos pode dar conta de um poodle, mas não irá passear com um rottweiler, por mais dócil que ele seja. Para evitar roubadas, preencha sua ficha da forma mais completa, deixando claro o tipo de hóspede que pretende receber: cães, gatos, pássaros, tamanho e raça.
 
Coworking – sua mesa parece uma praia pós-tsunami? Você não vive sem suas plantas, bichinhos e porta-retratos espalhados ao redor do mouse? Talvez compartilhar um espaço de trabalho não seja a sua. Para isso, organização e respeito com o colega são fundamentais. Não vale espalhar seu material na baia ao lado, nem berrar ao telefone.

Pontualidade é outro detalhe importante: se você contratou os serviços do hub por seis horas, é deselegante ficar mais três horas por lá sem acertar as contas no final. Uma das vantagens, por outro lado, é o networking que esse tipo de experiência proporciona. “É interessante se relacionar com os profissionais que estão no local durante um café ou almoço”, diz Samy Dana, economista da FGV.

Para elas, nem o céu é o limite




Martin Rose/Getty Images
Fábrica da Airbus, na Alemanha
Funcionária do Grupo Airbus: a empresa lançou uma rede unificada de negócios para ajudar no desenvolvimento das mulheres.
 
Nataly Pugliesi, da VOCÊ S/A


O Grupo Airbus acaba de lançar uma rede unificada de negócios, a Balance for Business, com foco no desenvolvimento das mulheres.

A iniciativa, que contou com a presença do Chief Executive Officer (CEO) do Grupo, Tom Enders, no lançamento em Toulouse, tem como principal objetivo melhorar o equilíbrio de gênero e estimular o reconhecimento e o desenvolvimento de mulheres em todo o Grupo.

“Queremos reunir homens e mulheres que enxergam no equilíbrio de gênero no local de trabalho um meio de enriquecer a nossa cultura empresarial e aumentar o desempenho e a competitividade da empresa”, disse Thierry Baril, Diretor de Recursos Humanos do Grupo Airbus.

"Balance for Business” será administrado por um Conselho composto por seis funcionários de todo o Grupo, que serão responsáveis pela gestão de projetos de negócios executados em uma base voluntária, e por coordenar as atividades da rede. A rede será supervisionada pelo Comitê Diretor de Diversidade e Inclusão do Grupo.
No final de 2014, as mulheres representavam 17% da força de trabalho do Grupo Airbus, que trabalha de forma proativa com escolas e instituições para aumentar as oportunidades e encorajar as mulheres a descobrirem o mundo da engenharia aeronáutica.

Conta de luz chega a subir até 85% em um ano


Dado Galdieri/Bloomberg
Operário instalando cabos em um poste de energia elétrica em Santa Teresa, no Rio de Janeiro
Operário instalando cabos em um poste de energia elétrica em Santa Teresa, no Rio de Janeiro


São Paulo - A inflação de março foi a maior em 12 anos graças a um aumento de 22% nas tarifas da energia elétrica.

Em abril, o item cedeu - e o IPCA também - mas o acumulado mostra que os consumidores estão pagando bem mais pela luz.

O aumento nos últimos 12 meses chega a 85% em Curitiba e 72% em São Paulo, com média de 59,93% nas 13 áreas metropolitanas monitoradas pelo IBGE. A menor alta é em Salvador: 36%.

E a conta ainda pode continuar aumentando: nesta semana, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) propôs um aumento de 15,16% a partir do dia 4 de julho, no que será a quarta revisão tarifária da companhia

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Veja na tabela:
Região Alta em 2015 Alta nos últimos 12 meses
Curitiba 49,81% 85,51%
São Paulo 47,93% 72,03%
Porto Alegre 45,96% 71,89%
Goiânia 41,76% 65,16%
Campo Grande 40,12% 52,37%
Belo Horizonte 38,48% 41,05%
Rio de Janeiro 36,61% 54,24%
Brasília 35,82% 56,68%
Fortaleza 30,37% 47,95%
Vitória 26,34% 65,10%
Salvador 18,31% 36,04%
Belém 16,21% 52,05%
Recife 13,87% 36,55%
Brasil 38,12% 59,93%

A Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace), que representa grupos como Alcoa, Gerdau, Braskem, Vale e Votorantim, acaba de entrar na Justiça contra a cobrança de um dos encargos embutidos na conta, a Contribuição de Desenvolvimento Energético (CDE).

De acordo com relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) no final de abril, as dificuldades vividas pelo setor elétrico nos últimos anos possuem "estreita relação" com deficiências da atuação governamental no setor.

O TCU nota que a Medida Provisória 579, que antecipou a renovação das concessões de energia elétrica em geração e transmissão, não teve os efeitos esperados e permitiu apenas uma redução inicial e provisória dos preços de energia.

Aproximadamente um terço da energia nova a ser gerada por projetos previstos para o intervalo de 2015 a 2020 está em empreendimentos paralisados ou com obras não iniciadas.

A recessão econômica ajudou a causar uma queda de 4,1% no consumo em abril, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).



quinta-feira, 7 de maio de 2015

Menos atrativa, poupança tem pior abril da história


Carla Gottgens / Bloomberg
Cofre de porquinho
Poupança: é a pior captação para o mês desde o início da série histórica do BC, em 1995
 
Mariana Branco, da AGÊNCIA BRASIL

Brasília - O Banco Central (BC) informou hoje (7) que os brasileiros retiraram R$ 5,85 bilhões a mais do que depositaram na caderneta de poupança em abril.

Trata-se da pior captação para o mês desde o início da série histórica do BC, em 1995. Antes, o recorde correspondia a abril de 2003, quando a captação da poupança ficou negativa em US$ 2,196 bilhões.

Em março, a poupança já havia registrado retirada líquida de US$ 11,44 bilhões, a pior para todos os meses desde o início da série histórica.

A caderneta vem sofrendo desfalques porque as famílias estão apertadas com o endividamento e a inflação elevada. Além disso, com os juros básicos mais altos, ela perde atratividade como investimento.
No mês passado, os saques na poupança somaram R$ 156,36 bilhões, superando os depósitos, que ficaram em R$ 150,5 bilhões. O valor total nas contas ficou em R$ 648,3 bilhões.

O volume dos rendimentos creditados nas cadernetas dos investidores alcançou R$ 3,869 bilhões. Do saldo das cadernetas de poupança em abril, R$ 510,116 bilhões pertencem ao Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos (SBPE) e R$ 138,192 bilhões à poupança rural.

Pela regra atual, quando a taxa Selic está maior que 8,5% ao ano, a poupança rende 0,5% ao mês mais a Taxa Referencial (TR). Essa fórmula está em vigor desde o fim de agosto de 2013, quando a Selic ultrapassou o patamar de 8,5%.

Quando os juros básicos da economia estão iguais ou inferiores a 8,5% ao ano, a caderneta rende 70% da taxa Selic mais a TR.

Pão de Açúcar expande compras online com entrega em lojas


Getty Images
Comércio eletrônico
Comércio eletrônico: objetivo é ampliar as vendas tanto dos sites como das lojas físicas
 
Da REUTERS


São Paulo - O Grupo Pão de Açúcar quer expandir no Brasil um modelo aplicado no exterior pelo controlador Casino, com compra de produtos pela internet, por meio dos sites da Cnova, e retirada nas lojas físicas do grupo.

O objetivo é ampliar as vendas tanto dos sites como das lojas físicas, pois o sistema encurta o prazo de entrega, mas o grupo não informou meta de aumento de receitas.

O GPA dobrou o número de lojas das bandeiras Pão de Açúcar e Extra com o sistema denominado "click and collect". No fim de 2014, 106 lojas tinham esse sistema, e hoje são 212, localizadas em São Paulo e Rio de Janeiro.

A expectativa é expandir o projeto para todo o país.
Segundo Peter Estermann, vice-presidente de infraestrutura e desenvolvimento estratégico do Grupo Pão de Açúcar, a vantagem para o cliente é que os sites dos supermercados têm sortimento de produtos mais vasto do que as lojas físicas, e a entrega ocorre mais rapidamente quando é feita na loja.

De acordo com o executivo, a entrega pelo comércio eletrônico pode levar até dez dias dependendo do produto, enquanto no sistema "click and collect" o produto pode ser retirado no dia seguinte.

"A integração do mundo físico com o mundo eletrônico é um diferencial competitivo. Nesses momentos de dificuldade, ter a possibilidade de oferecer experiências de compra distintas é vantagem", declarou Estermann.

Atualmente as marcas Pão de Açúcar e Extra têm mil pontos de venda. Ele disse que a expansão "velocidade será igual à do primeiro trimestre", quando a companhia dobrou o número de pontos de venda do sistema na comparação anual.

"Fizemos uma pesquisa que mostrou que 50 por cento dos clientes do mundo eletrônico aproveitam para fazer outra compra na loja quando retiram o produto", disse.

O sistema é adotado em mais de 18 mil pontos de vendas do Casino na França, disse o GPA.
Segundo Estermann, os produtos mais comprados nos sites do Pão de Açúcar e do Extra via "click and connect" são mais leves, como smartphones, além de produtos bazar e material de cozinha.