terça-feira, 12 de julho de 2016

Actis compra fatia de sócios na Atlantic Energias Renováveis





Thinckstock
Energia renovável: usina eólica
Energia renovável: a Atlantic possui 250 megawatts em usinas em operação e mais 402 megawatts em construção
 
Da REUTERS


São Paulo - O fundo britânico Actis passou a deter 100 por cento da Atlantic Energias Renováveis, empresa que investe em parques eólicos e pequenas hidrelétricas, ao comprar a participação de dois parceiros no negócio, informou a companhia em nota nesta terça-feira.

Antes com 60 por cento na Atlantic, a Actis comprou uma fatia de 24 por cento na empresa detida pela Pattac Participações e mais 16 por cento detidos pela Servinoga. Os valores da transação não foram revelados.
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A Atlantic possui 250 megawatts em usinas em operação e mais 402 megawatts em construção, com perspectivas de conclusão de todos os empreendimentos até o segundo trimestre de 2018.

A maior parte dos parques é de energia eólica, com uma pequena participação de pequenas hidrelétricas no portfólio.

O primeiro investimento do fundo Actis na Atlantic foi realizado em setembro de 2013, quando o portfólio da empresa somava 220 megawatts contratados.

"Estamos satisfeitos por ampliar nosso compromisso com o maior mercado de energia elétrica da América Latina", afirmou em nota o co-head de energia da Actis, Michael Till.

Azul e Airbus vão instalar centro de treinamento no Brasil




Eric Cabanis/AFP
Airbus A320Neo decola em 25 de setembro de 2014 em Blagnac, na França
Airbus A320Neo: simulador em Campinas será administrado pela Airbus e utilizado para treinamento de pilotos da Azul
 
Victor Aguiar, do Estadão Conteúdo


São Paulo - A Azul Linhas Aéreas anunciou nesta terça-feira, 12, um acordo com a Airbus que prevê a instalação de um simulador da aeronave A320Neo em Campinas (SP). O novo equipamento será administrado pela Airbus e utilizado para o treinamento dos pilotos da Azul.

Em comunicado, a empresa brasileira informa que a parceria contempla 12 anos de serviços de treinamento, devendo ser iniciados até o fim deste ano. A Azul ainda afirma que, durante o período, estão previstas mais de 70 mil horas de treinamento.
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"A Azul também contará com a Airbus no fornecimento de serviços de reparo e substituição de componentes para manutenção de toda a sua frota de aeronaves Airbus", diz a empresa aérea brasileira.

"Com isso, a Azul passará a contar com uma garantida disponibilidade de peças em suas principais bases de atuação". Esse segundo contrato também terá duração de 12 anos.

A Azul conta hoje com cinco aeronaves Airbus A330-200. Ainda neste ano, serão entregues à empresa seis unidades do Airbus A320Neo - essas aeronaves fazem parte de um total de 63 aviões da família A320Neo que integrarão a frota da Azul de forma gradativa até 2023.

"Seremos um grande operador de aeronaves Airbus, já que receberemos mais de 60 unidades da família A320neo nos próximos anos. O fato de termos o fabricante dentro de nossa unidade de treinamentos é essencial para garantirmos uma sólida formação e uma alta performance de nossos Tripulantes", diz, em nota, o presidente da Azul, Antonoaldo Neves.

Renda do brasileiro tem segunda pior queda do século: 9,4%




Dado Galdieri/Bloomberg
Crianças brincam com estilingues em lago nos subúrbios de Teresina, no Piauí
Crianças brincam com estilingues em lago nos subúrbios de Teresina, no Piauí
São Paulo - A renda per capita do brasileiro deve acumular uma queda de 9,4% no período entre 2014 e 2016, de acordo com cálculo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV).

É o segundo pior resultado desde o início do século passado. A última queda sustentada da renda havia sido em 1998 e 1999, de 3% acumulados.
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"Assusta a magnitude dessa queda. Precisamos crescer ‘devagar e sempre', continuamente, e nossa dificuldade é que damos passos pra frente e pra trás. Ainda somos um país jovem e para ter um PIB per capita comparável ao de países ricos precisaria continuar no ritmo, mas essa década tem se mostrado um retrocesso", diz Silvia Matos, economista responsável pelo estudo.

A queda atual só perde para o período entre 1981 e 1983, quando o PIB per capita caiu 12,4%. Também houveram quedas fortes entre 1987 e 1992 e nos anos 30:

Veja na tabela (os números pré-1947 são das estimativas mais usadas):

Período Queda acumulada do PIB per capita
1907-1908 -7,5%
1914-1916 -7,6%
1929-1931 -7,9%
1981-1983 -12,4%
1987-1992 -7,7%
1998-1999 -3%
2014-2016 -9,4%

A vantagem é que hoje o país conta com proteção social muito maior do que naquelas épocas, o que ameniza o impacto sobre os mais pobres:

"Não havia os beneficios sociais e programas de transferência de renda que vieram com a Constituição de 1988. Hoje nós temos uma rede muito mais ampla do que no passado", diz Silvia.
 

Mercado de trabalho e desigualdade


Essa rede é importante, mas não suficiente, já que o mercado de trabalho foi o maior responsável pelos ganhos fortes experimentados pelo brasileiro no boom anterior.

Uma análise do período entre 2001 e 2012 pelo Banco Mundial mostra que o crescimento econômico foi responsável por dois terços da queda da pobreza, e que a renda do trabalho, especialmente nos estratos mais baixos, foi a principal força.

Essa dinâmica acabou. De acordo com um relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil terá o pior resultado de emprego em 2016 entre 43 países.

A previsão é que nossa taxa de desemprego, que estava em 8,5% no final de 2015, salte para 11,3% no final de 2016.

Isso vem piorando a a distribuição de renda, segundo estudo de Rodolfo Hoffmann, professor da Universidade de São Paulo (USP).

Com base na Pnad Contínua do IBGE, ele viu que a proporção de pessoas com renda de até R$ 600,00 aumentou de 22,5% para 26,3% e o índice de Gini, que mede a desigualdade, subiu 3,5% interrompendo a tendência de queda desde 1995.

Um outro estudo também com base na PNAD, feito pelo Bradesco, verificou que a crise empurrou 3,7 milhões de brasileiros de volta para fora da classe C só entre janeiro e novembro de 2015.

Não está descartado que a classe C volte a representar menos de metade da população brasileira, o que aconteceu em 2010.
 

Perspectivas


Silvia diz que como a população cresce cerca de 0,8% por ano, o PIB precisaria crescer pelo menos nessa taxa em 2017 apenas para interromper a queda na renda per capita. O último Boletim Focus prevê 1% para o ano que vem.

"Não quisemos fazer os ajustes necessários dos excessos depois da crise financeira, e quando se adia fica muito mais custoso. Foi muito crédito a custo elevado que virou endividamento e agora estamos pagando a conta", diz ela.

Mesmo que a recessão seja interrompida, poucos esperam uma recuperação vigorosa como aconteceu depois de várias quedas no passado. Dessa vez, houve muita destruição de capital e tanto famílias quanto governos estão muito alavancados. 

"Havia no passado formas de acomodar esse aumento de gastos, mas todos os atalhos foram utilizados. Agora, a sociedade não quer nem mais impostos nem mais inflação, então tem que cortar despesas, o que é mais difícil, porque muitas são constitucionais", diz Silvia.

Sem aprovação do teto de gastos proposto pelo governo, o rombo fiscal pode dobrar em 4 anos, segundo estimativa do Senado. Mas como os 40% mais pobres tem apenas 10% do PIB, dá para mexer em muitas despesas sem prejudicá-los.

"Queremos um estado de bem estar social mas temos que focar em quem precisa. Hoje, temos pessoas de renda média e alta recebendo benefícios sociais", diz Silvia.


sexta-feira, 8 de julho de 2016

Empregado pode ser demitido por justa causa durante licença médica

Quebra de confiança




Caso fique comprovada a quebra de confiança entre as partes, a empresa pode demitir o trabalhador por justa causa mesmo se ele estiver afastado e recebendo auxílio-doença. Esse é o entendimento da Subseção 1 Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho (SDI-1), que reformou decisões anteriores e acolheu recurso da Caixa Econômica Federal contra um bancário.

O funcionário, na reclamação trabalhista, afirmou que recebeu auxílio-doença do INSS de setembro de 1996 até outubro de 1997. Em junho de 1997, disse que a Caixa tentou dispensá-lo por justa causa, mas ele não assinou a demissão, alegando que seu contrato de trabalho estava suspenso. Na ação, pediu que qualquer ato administrativo ou judicial contra ele fosse suspenso.

A versão da Caixa foi a de que a justa causa se deu porque o bancário teria infringido artigos do seu regulamento interno, uma vez que se comprovou a prática de má conduta, desídia no desempenho das funções, indisciplina, ato lesivo da honra e ofensas físicas contra superiores.

Segundo testemunhas, o bancário acusou três empregados de outras agências de desviar valores de sua conta corrente, mas não citou nomes nem provas, apenas sua lotação. Também confirmaram insubordinação, constantes atritos com a chefia, isolamento do grupo, recusa em assumir novas atribuições e executar ou assumir tarefas não atribuídas a ele.

Vencida nas instâncias anteriores, a Caixa interpôs embargos ao TST. O relator, ministro Lelio Bentes Corrêa, aliou-se à corrente doutrinária que admite a justa causa no curso do auxílio-doença, mas com efeitos somente após o término da licença. Prevaleceu, porém, a divergência aberta pelo ministro Renato de Lacerda Paiva.

Segundo Paiva, a suspensão do contrato de trabalho desobriga o empregador apenas das verbas decorrentes diretamente da prestação de serviços, mas mantém o pagamento das verbas acessórias.

Assim, entendeu que seria incoerente reconhecer a justa causa, mas obrigar o empregador a continuar pagando as obrigações acessórias. "Comprovada a justa causa, a suspensão do contrato de trabalho não se revela como motivo capaz de impedir a rescisão de imediato", afirmou.

A decisão foi por maioria, vencidos os ministros Lelio Bentes Corrêa, Aloysio Corrêa da Veiga, Guilherme Caputo Bastos, Augusto César Leite de Carvalho, Hugo Carlos Scheuermann e Alexandre Agra Belmonte. Com informações da Assessoria de Imprensa do TST.


Processo RR-4895000-38.2002.5.04.0900

 http://www.conjur.com.br/2016-jul-07/empregado-demitido-justa-causa-durante-licenca-medica

Temer planeja ir à China em setembro para discutir comércio




Getty Images
Bandeira China e Brasil
China e Brasil: ministro do Comércio também pediu que país asiático flexibilize a exigência de tratamento de contêineres brasileiros devido ao zika vírus


O presidente em exercício Michel Temer planeja ir à China em setembro para assinar documento de cooperação de comércio e serviços. Em visita ao país para participar do encontro de ministros de Comércio do G20, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Marcos Pereira, tratou da viagem com o ministro de Comércio chinês, Gao Hucheng. 

Segundo o Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Hucheng confirmou ao ministro a preparação para receber Temer.
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Marcos Pereira discutiu com o ministro chinês também a aceleração da assinatura do contrato de compra de dez aeronaves da Embraer e a autorização de importação das 18 unidades restantes no contrato para aquisição de 40 aeronaves assinado em 2014, com previsão de entrega entre 2018 e 2021.

Ele pediu ainda que o país asiático flexibilize a exigência de tratamento de contêineres brasileiros devido ao zika vírus. Segundo o ministro, as sanções penalizam empresários brasileiros.

O encontro de ministros de Comércio do G20 ocorre de amanhã (9) a domingo (10). Na agenda de Pereira, também estão previstos encontros bilaterais e visitas a empresas chinesas no setor de tecnologia e informação.

Até o momento, além do ministro de Comércio chinês, Marcos Pereira se reuniu com os ministros da Produção da Argentina, Francisco Cabrera; do Comércio Exterior e Cooperação dos Países Baixos, Liliane Ploumen e com a comissária de Comércio da União Europeia, Cecilia Malmstrom.

A viagem do presidente em exercício ocorrerá caso o impedimento da presidenta afastada, Dilma Rousseff, torne-se definitivo após o julgamento final pelo plenário do Senado previsto para o fim de agosto.

O que a Danone ganha com a pegada orgânica da WhiteWave





Divulgação
Iogurte Activia, da Danone
Danone: com aquisição, francesa vai dobrar o tamanho de seu negócio na América do Norte
 
 
 
São Paulo - Ao anunciar a compra bilionária da WhiteWave, na quinta-feira (7), a Danone deixou claro o seu objetivo: criar uma líder global que ofereça "opções de comida e bebida saudáveis" aos consumidores.

Mas, além de se consolidar nesse mercado, a francesa também vai dobrar o tamanho de seu negócio nos Estados Unidos – um movimento significativo, já que enfrenta turbulências em mercados importantes como Brasil e Rússia.
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A WhiteWave produz lácteos orgânicos e é forte também no ramo de alimentos de base vegetal alternativos ao leite e ao iogurte.

Seu portfólio inclui "leites", sobremesas e sorvetes feitos à base de soja, amêndoas, aveia, e coco, por exemplo. Também abrange snacks, shakes e suplementos veganos, sem qualquer tipo de proteína animal.

Entre suas marcas mais conhecidas, estão a Silk, So Delicius, Alpro e Vega.

Junto com ela, a Danone vai diversificar seu portfólio e as fontes de receita. No ano passado, metade das vendas da empresa, que somaram 22,4 bilhões de euros, vieram de produtos lácteos frescos.

"(O acordo) vai nos permitir melhorar o perfil de crescimento da Danone e reforçar nossa capacidade de resistência, por meio de uma plataforma mais ampla na América do Norte", disse em nota o presidente do grupo, Emmanuel Faber.

Concluído o negócio, a participação da unidade norte-americana nos negócios totais da Danone, que hoje é de 12%, subirá para 22%.

A transação dará origem a uma das 15 maiores companhias de alimentos e bebidas dos Estados Unidos, líder no nicho de laticínios refrigerados, de acordo com comunicado.

"A Danone é uma empresa única, com capacidades que vão possibilitar que WhiteWave chegar à sua próxima fase de crescimento", pontuou o CEO e presidente do conselho da americana, Gregg Engles.
 

Atalho


Com a crescente busca dos consumidores por alimentos saudáveis e o avanço da concorrência de marcas pequenas, que trabalham com ingredientes "mais naturais", nos Estados Unidos, a Danone e outras grandes fabricantes de lácteos recorreram ao uso de leite orgânico em alguns produtos, segundo o The New York Times.

Porém, para que o leite tenha essa certificação, as vacas produtoras precisam consumir apenas plantas e grãos sem agrotóxicos, o que encarece a produção.

A General Mills, por exemplo, fechou acordo com uma grande cooperativa para ajudar alguns de seus fornecedores a converter terras de agricultura tradicional em orgânica, processo que leva cerca de três anos.

A própria Danone também já tinha tomado medidas para melhorar a qualidade, fixando o preço do leite para alguns fazendeiros parceiros, em troca de que eles garantissem o bem-estar dos animais e adotassem práticas "verdes".

Agora, a empresa resolveu "pegar um atalho" e integrar a seus ativos uma organização com sistema orgânico já consolidado.
 

O negócio


Pelo combinado, a Danone pagará 56,25 dólares por cada ação da WhiteWave, em dinheiro, o que deixa o valor da fabricante em cerca de 12,5 bilhões de reais, incluindo as dívidas.

É a maior aquisição da Danone em quase 10 anos e a primeira sob o comando de Faber, que assumiu a presidência em setembro de 2014.

A operação ainda precisa ser aprovada pelos acionistas da WhiteWave e por órgãos regulatórios. A finalização é esperada para até o fim do ano.

A combinação dos negócios deve gerar sinergias em torno de 300 milhões de dólares até 2020 e acrescer os ganhos da Danone em mais de 10% no primeiro ano após sua conclusão.

O faturamento da WhiteWave foi de 4 bilhões de dólares no ano passado. Ela tem cerca de 5.300 funcionários – a Danone emprega aproximadamente 100.000 pessoas no mundo todo.


BTG vai assumir Banif no Brasil, afirma jornal português




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Banif: BTG Pactual vai fazer uma joint venture com portugueses para gerir operações no Brasil
Josette Goulart, do Estadão Conteúdo

São Paulo - O banco BTG Pactual vai gerir o banco Banif Brasil, segundo informou nesta quinta-feira, 7, o jornal português Econòmico.

De acordo com o periódico, os Conselhos de Administração do Banif e da Oitante, empresa que assumiu parte do banco em Portugal, assinaram acordos com o BTG para formar uma joint venture em que o banco assume num primeiro momento a gestão da instituição e mais tarde poderá comprar os ativos brasileiros do Banif, incluindo o banco de investimentos.
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O banco BTG Pactual não quis comentar o assunto. A instituição, há menos de um ano, passou por um período turbulento, com saída de dezenas de bilhões de reais dos fundos e do banco, depois que o ex-controlador, André Esteves, foi preso no âmbito da Operação Lava Jato.

De lá para cá, o BTG vendeu uma série de ativos para fazer caixa e também pagar o Fundo Garantidor de Crédito (FGC), de quem tomou emprestado cerca de R$ 5,5 bilhões para manter sua liquidez no período de corrida ao banco.

Algumas fontes próximas ao banco se mostraram surpresas com a notícia da joint venture.

O comentário no mercado financeiro foi o de que esse tipo de negócio tem o perfil de André Esteves, que teve que deixar o controle da instituição mas voltou ao banco neste ano depois que teve sua prisão revogada, sem reassumir, no entanto, o cargo de presidente.

Esteves comprou diversos bancos problemáticos no passado, como o Pan, e também alguns como o Bamerindus para aproveitar créditos fiscais e recuperar créditos podres.

Fontes também informam que as contingências do Banif Brasil seriam da ordem de R$ 500 milhões, que envolvem dezenas de ações judiciais com créditos sendo questionados por fundos de pensão e clientes em geral, que acusam o banco de ter desviado seus patrimônios ou feito operações irregulares no mercado imobiliário.

Além disso, o banco tem discussões tributárias em andamento na Justiça.

O banco no Brasil era considerado bastante problemático pelos portugueses. De acordo com o Econòmico, em Portugal, o ex-presidente, Jorge Tomé, disse em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que a operação no Brasil "foi explosiva" e que "o Banif Brasil é um filme de terror".

O administrador atual do banco indicado pelo governo de Portugal, António Varela, disse que as operações do Brasil eram desastrosas. "Não se tratava de má gestão ou simples incompetência. Havia todas as indicações de que se tratavam de atos criminosos."

O Banif chegou a ser citado em algumas investigações da Lava Jato. Um dos pagamentos feitos a Renato Duque, então executivo da Petrobras, teria saído de uma conta do Banif.

O braço brasileiro teria gerado entre 2012 e 2015 perdas de 267 milhões de euros. Há cerca de dois anos, na tentativa de melhorar a gestão, uma nova diretoria assumiu o banco no Brasil. Nesta quinta-feira, 7, não foram encontrados para comentar a notícia.

De acordo com dados do Banco Central brasileiro, a instituição teve um prejuízo de cerca de R$ 4 milhões no primeiro trimestre deste ano. Mas em 2015 gerou um lucro de R$ 75 milhões. O total de ativos era de R$ 891 milhões e os depósitos de R$ 400 milhões.
 

Portugal


De acordo com histórico apresentado pelo Banco de Portugal, em 2013, o Banif recebeu uma ajuda do Estado de 1,1 bilhão de euros. Em 2014, não houve o pagamento de uma tranche ao Estado.

A Comissão Europeia começou a investigar a legalidade do auxílio estatal e então o banco entrou em processo de venda. Em dezembro, o Santander Totta comprou a atividade bancária do Banif, o que não incluiu os ativos brasileiros.

Os ativos problemáticos ficaram nas mãos de um Fundo de Resolução, pertencente ao Estado, que assumiu o banco para preservar a poupança dos correntistas.

Pela resolução Banif, o Banif Brasil ficou na parte "podre" do Banif que é gerido por Miguel Alçada. Mas algumas participações foram parar no veículo Oitante (que foi criado pelo governo português para gerir alguns ativos).

Em função disso, foram assinados dois acordos (um do Banif e outro da Oitante) com o BTG Pactual, segundo o Econômico.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.