quarta-feira, 13 de julho de 2016

Citibank confirma fechamento de conta na Venezuela





Munshi Ahmed/Bloomberg
Agência do banco Citibank, do Citigroup, em Cingapura
Citibank: o presidente, Nicolás Maduro, denunciou na véspera um "boicote financeiro", dizendo que o Citibank havia notificado "sem aviso" o fechamento da conta
Da AFP


O banco americano Citibank confirmou nesta terça-feira sua decisão de fechar uma conta usada pelo Banco Central da Venezuela (BCV) para fazer seus pagamentos internacionais.

"Após uma avaliação periódica de gestão de risco na Venezuela, o Citi decidiu encerrar (as atividades) como banco correspondente e interromper o serviço de certas contas no país", informou o Citibank em comunicado.
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"Essa decisão não é um reflexo de nosso compromisso com um país ao qual temos servido por quase cem anos", acrescentou o banco.

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, denunciou na véspera um "boicote financeiro", dizendo que o Citibank havia notificado "sem aviso" o fechamento da conta.

O banco respondeu a crítica, ressaltando que valoriza o "diálogo com o governo do presidente" e que espera "atender suas preocupações no interesse de continuar servindo" seus clientes.

Por esse tipo de conta, a instituição financeira pode realizar transferências e aceitar depósitos em nome de outra instituição financeira, geralmente localizada em outro país.

Segundo Maduro, através desta conta a Venezuela paga "em 24 horas todos os débitos (...) nos Estados Unidos e no mundo".

Maduro denunciou que por trás deste complô está o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama.

O chefe de Estado afirma que a Venezuela enfrenta um "boicote financeiro" que impede o acesso do país ao financiamento internacional.

O líder venezuelano lembrou que ao caso do Citibank se soma à paralisação das operações da fábrica do grupo americano Kimberly-Clark na Venezuela, que suspendeu a produção de papel higiênico, fraldas e outros elementos alegando deterioração das condições econômicas.

"Vocês acreditam que conseguirão nos deter ativando um boicote financeiro? Não, senhores, a Venezuela não será detida por ninguém. Com ou sem Citibank vamos seguir adiante. Com ou sem Kimberly a Venezuela vai em frente".


"Ninguém empresta a fundo perdido", diz presidente da Latam





Camila Alves/Endeavor
Claudia Sender, presidente da TAM Linhas Aéreas, em palestra no CEO Summit São Paulo
Claudia Sender: presidente da Latam no Brasil afirmou que aporte da Qatar traz tranquilidade e liquidez para a empresa
 
Marina Gazzoni, do Estadão Conteúdo


São Paulo - O aporte de US$ 613 milhões feito pela Qatar Airways na Latam dá tranquilidade e liquidez para a empresa em um momento desafiador para o setor aéreo brasileiro, afirma a presidente da Latam no Brasil, Claudia Sender.

Ela ressalta, no entanto, que o reforço financeiro não reduz a necessidade de a companhia seguir com seu plano para recuperar a rentabilidade das operações.

Assim como suas concorrentes, a Latam está reduzindo frota e cortando voos no Brasil para se ajustar à uma demanda mais fraca em meio à crise. Leia a seguir os trechos da entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo":
 
Por que a Latam fez essa operação com a Qatar Airways?
Foi um aporte importante para a Latam. Primeiro, pelo prêmio oferecido. E, segundo, porque acreditamos que é o momento de reforçar o caixa. Apesar de acreditarmos que o pior da crise já passou, toda a região ainda tem um desafio macroeconômico bastante interessante pela frente. Essas incertezas impactam a nossa indústria e temos compromissos de capital com frota bastante elevados no futuro.
 
Esse dinheiro tem destinação?
Não. Esse capital vem mesmo para reforçar caixa em momento de incerteza na região.
 
O Brasil ainda tem limite de capital estrangeiro para aéreas. Como isso foi equacionado?
A Qatar entra no capital da Latam (que tem sede no Chile). A TAM SA, que reúne as operações do Brasil, fica com sua estrutura societária inalterada.
 
A Latam precisa de mais capital ou esse aporte é suficiente?
Esse capital nos dá uma situação de liquidez no longo prazo, mas não diminui o tamanho do desafio que temos no Brasil de retomar a rentabilidade de operações. Ninguém empresta capital a fundo perdido. Tivemos prejuízo de R$ 1,2 bilhão no ano passado no Brasil e este ano está caminhando para algo igual ou pior. Precisamos, sim, enfrentar o que torna a aviação brasileira menos competitiva para voltarmos a ter rentabilidade.
 
O que muda com a Qatar do ponto de vista operacional?
O acordo prevê que a Qatar terá um assento no conselho da Latam. Todo o resto, como integração de malhas e algum tipo de sinergia operacional, vamos olhar a partir de agora. Até este momento falávamos de um aporte de capital. 


As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Sócios de Belo Monte aprovam aporte de R$300 mi, diz fonte





Regina Santos/ Norte Energia/Fotos Públicas
Obras da usina de Belo Monte, no Pará
Obras da usina de Belo Monte: participação no aporte será proporcional à fatia de cada sócio no empreendimento, diz fonte 

Da REUTERS


Rio de Janeiro - Os sócios do consórcio responsável pela usina hidrelétrica de Belo Monte concordaram em fazer um aporte de 300 milhões de reais no projeto, disse nesta terça-feira uma fonte com conhecimento direto do assunto.

A participação no aporte será proporcional à fatia de cada sócio no empreendimento. "O aporte total será de 300 milhões de reais e será rateado pela participação de cada um lá em Belo Monte", disse a fonte sob condição de anonimato.
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As empresas do grupo Eletrobras detêm juntas cerca de 50 por cento de Belo Monte. Outros sócios no empreendimento incluem Light, Cemig, Neoenergia, Vale, Sinobrás, J. Malucelli e os fundos de pensão Petros e Funcef (Caixa Econômica Federal). "O aporte de todo mundo foi aprovado e será feito por agora. Nos próximos dias", frisou a fonte.

O aporte de capital foi decidido diante da dificuldade de obtenção de um empréstimo junto ao BNDES, com o banco exigindo mais garantias.

Com a menor demanda por energia, o consórcio estaria com dificuldades para vender o excedente de energia no mercado livre, condição para liberação do empréstimo de aproximadamente 2 bilhões de reais, segundo a fonte.

Receita do Casino cai 7% para 9,9 bilhões de euros




Ludo29880/Creative Commons
Fachada do supermercado Casino, na França
Casino: só na América Latina, vendas do grupo caíram 11% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano passado


Paris - A rede varejista francesa Casino, controladora do Grupo Pão de Açúcar (GPA) no Brasil, informou hoje que registrou queda anual de 7% na receita do segundo trimestre, a 9,97 bilhões de euros (US$ 11,03 bilhões).

Segundo o Casino, o resultado na América Latina foi prejudicado pela desvalorização de moedas locais em relação ao euro e o da França, por condições climáticas ruins, greves e diminuição no fluxo de turistas.
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Apenas na América Latina, as vendas caíram 11% na comparação anual do trimestre, a 3,5 bilhões de euros. Na França, houve aumento apenas marginal de 0,1% na receita, a 4,72 bilhões de euros, indicando forte desaceleração ante o ganho de 2,8% observado no primeiro trimestre.

Desconsiderando-se o impacto de flutuações cambiais e de fusões e aquisições, porém, a receita total do Casino cresceu 3,8%, com avanço de 12% na América Latina.

Por volta das 6h05 (de Brasília), as ações do Casino tinham alta moderada de 0,4% na Bolsa de Paris.


Fonte: Dow Jones Newswires.

Gerdau tem derrota em disputa tributária bilionária





Germano Luders/Exame
5 - Gerdau
Gerdau: a votação no Carf empatou em 5 a 5 e a questão foi decidida pelo chamado "voto de qualidade" do presidente do Conselho, Carlos Alberto Barreto 

 
 
Brasília - O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) decidiu nesta quarta-feira contra a Gerdau em quatro casos que tratam de questionamentos tributários que são estimados no mercado em quase 4 bilhões de reais.

O questionamento refere-se ao ágio de operações de rearranjo societário interno do grupo Gerdau, que o Carf entendeu que não são passíveis de abatimento de Imposto de Renda e Contribuição Social para Lucro Líquido (CSLL). A decisão não reconheceu que a Gerdau teria direito aos benefícios fiscais alegados.

O advogado da Gerdau Plinio Marafon, que acompanhou a votação no Carf, disse que a empresa vai recorrer. "A tendência é apresentar um embargo (no próprio Carf) e ir à Justiça", disse Marafon.

A votação no Carf empatou em 5 a 5 e a questão foi decidida pelo chamado "voto de qualidade" do presidente do Conselho, Carlos Alberto Barreto.

Analistas do JPMorgan estimaram mais cedo o montante envolvido nessas ações da Gerdau no Carf em 3,7 bilhões de reais. Questionado a respeito, Marafon não contestou o número.

As ações da Gerdau chegaram a cair 6 por cento logo após a decisão, mas às 13h58 devolviam parte das perdas, recuando 3,2 por cento, enquanto o Ibovespa mostrava desvalorização de 0,5 por cento.

Os analistas do JPMorgan afirmaram em nota a clientes que boa parte do efeito da derrota da empresa no Carf "já estava precificada" pelo mercado. Os analistas citaram ainda que seguem com recomendação "overweight" (acima da média do mercado) para as ações da empresa diante de "melhores perspectivas dentre os nomes de aço no Brasil".

O julgamento ocorreu em meio às investigações da Polícia Federal sobre um suposto esquema de propina no Carf para beneficiar empresas, incluindo a Gerdau, com decisões favoráveis.


terça-feira, 12 de julho de 2016

Uninter arruma a casa após fusão Kroton-Estácio





UberImages/Thinkstock
Educação à distância
Educação à distância: consolidação ocorre em um momento de forte crescimento na participação do EAD no mercado de ensino brasileiro
 
Juliana Schincariol, da REUTERS


Rio de Janeiro - A paranaense Uninter, segunda maior companhia de ensino a distância no Brasil, está se preparando para enfrentar nos próximos meses o resultado da fusão das duas maiores empresas de ensino superior privado do país e tem buscado parcerias que dêem fôlego financeiro para empresa buscar aquisições em um mercado mais concentrado.

A companhia conta hoje com 170 mil alunos de ensino a distância e 450 polos, detendo fatia de 9,1 por cento do mercado de EAD no Brasil.
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Apesar de ser segunda maior no setor, a empresa já estava distante dos 561 mil alunos EAD da Kroton antes do anúncio da compra pela empresa da Estácio, que tem 164 mil estudantes no segmento.

A consolidação ocorre em um momento de forte crescimento na participação do EAD no mercado de ensino brasileiro. Segundo dados da consultoria Hoper Educação, a fatia do ensino superior a distância no Brasil passou de 1,3 por cento em 2003 para 17,1 por cento em 2014.

Para os próximos anos até 2018, a estimativa da consultoria é de crescimento entre 10 e 15 por cento do EAD.

"Com este grande bloco que está se formando (Kroton-Estácio), tenho consciência de que vou ter que me organizar para formar um bloco também. Quero concorrer com ele, não ser engolido", disse à Reuters o presidente da Uninter, Wilson Picler.

"Enquanto isso, estou pondo a casa em ordem, me preparando para minha vez de jogar", disse o executivo, acrescentando que a companhia tem se focado em realizar um forte corte de custos e em aumentar as margens de lucro.

"Quando os deveres de casa estiverem feitos, será o momento de conversar com possíveis 'players' (participantes do mercado) para a gente formar mais um grupo", disse Picler.

Além da área de EAD, a Uninter tem 5,5 mil estudantes em ensino presencial. Também faz parte do grupo uma editora de educação superior, a InterSaberes, com mais de 500 títulos no catálogo, que também atende a concorrência.

Na sexta-feira, o Conselho de Administração da Estácio aceitou a proposta de compra pela Kroton, em um negócio avaliado em 5,5 bilhões de reais, o que reforçará a dominância da Kroton sobre o setor, ao formar uma empresa com cerca de 1,6 milhão de estudantes presenciais e EAD.

Questionado sobre eventuais ofertas recebidas pela Uninter diante da consolidação do setor de ensino, Picler disse que nos últimos anos já recebeu muitas propostas de outros grupos de ensino e fundos de investimentos, mas recusou.

"Recebi uma proposta (no ano passado) que passava de 1 bilhão de reais, de um grande player. O passo não foi dado porque eu percebi que o pessoal (interessados na Uninter) estava muito alavancado no Fies", disse o executivo sem revelar o grupo que fez a oferta.

A proposta oferecia um preço por aluno de 5.882 reais, enquanto na transação com a Estácio, que vai envolver uma troca de ações e um pagamento em dividendos, o valor por aluno é de 9.357 reais.

O objetivo de Picler é ter ações da Uninter listadas na Bovespa, o que espera acontecer por volta de 2019.

"Precisamos fazer algumas aquisições estratégicas para ganhar mais corpo para entrar no mercado", disse.

Antes disso, até 2018, ele estima atingir um valor de mercado de 2 bilhões de reais ante nível de 1,5 bilhão calculado pela empresa atualmente.

Em abril, a Uninter fez uma emissão de debêntures - de valor não relevado - subscrita pela Kinea Investimentos, empresa do Itaú Unibanco, que passou a ter um assento no Conselho da empresa.


Fundo americano Catterton negocia compra do St Marche






Divulgação
Imagem do supermercado St Marche do condomínio Habitarte
St Marche: compra pelo fundo americano incluiria o Empório Santa Maria e a participação de 40% no Eataly
 
Mônica Scaramuzzo, do Estadão Conteúdo


São Paulo - O fundo americano Catterton está em negociações avançadas para a compra do controle da rede varejista St Marche, voltada para classes A e B, apurou o jornal O Estado de S. Paulo.

O negócio incluirá o Empório Santa Maria e a participação de 40% dos acionistas do grupo no Eataly, segundo fontes.
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A expectativa é de que o fundo americano assuma boa parte das dívidas do St Marche, estimadas em cerca de R$ 230 milhões, e fique com até 70% do negócio, que hoje estão nas mãos de cinco investidores brasileiros. Também está previsto um pagamento em dinheiro.

Os outros 30% pertencem ao fundo Laço Managment, family office do investidor americano Malone Mitchell, que deverá manter a participação atual na rede, segundo fontes do mercado financeiro.

Os cinco acionistas brasileiros, entre eles, Bernardo Ouro Preto e Victor Leal (com fatias mais relevantes) e Rodrigo Luna, deverão ser diluídos, mas poderão voltar a comprar até 20% de participação nos próximos anos.

Desde 2015, os sócios do grupo St Marche buscam um investidor para o negócio. O que estava dificultando o avanço das conversas era a complexa composição acionária da varejista.

Fundado em 2002, o grupo St Marche tem 18 unidades. Os principais acionistas das cinco primeiras lojas do grupo são Ouro Preto e Leal. Outros investidores foram entrando no negócio para bancar a expansão, entre eles a Laço Management. "Nem todos têm participações iguais em todas as lojas. 

Essa questão dificultou um acordo", disse outra fonte do mercado financeiro.

A expectativa é de que, com a entrada do novo investidor, a estrutura acionária seja unificada, disseram duas fontes do mercado financeiro. O grupo fatura cerca de R$ 350 milhões.

O banco Itaú BBA está com o mandato de venda do St Marche. Procurados, o banco e a rede varejista não quiseram comentar o assunto. O fundo Catterton e Laço Management não retornaram os pedidos de entrevista.
 

Estreia


O jornal apurou que executivos do Catterton estiveram semana passada no Brasil. Caso o negócio se concretize, será a estreia do fundo no País.

"Eles estão animados e acreditam que, apesar da crise econômica, há espaço para o varejo de alimentos voltado para as classes A e B retomar o crescimento no médio prazo", diz uma fonte do setor financeiro.

Nos EUA, o fundo Catterton tem investimentos em cerca de 100 marcas, com atuação no varejo de alimentos e bebidas, restaurantes e bens de consumo.

Pessoas que estiveram com os executivos desse fundo disseram que eles estão dispostos a olhar outros negócios no Brasil - dentro da área de varejo, incluindo o setor de eletroeletrônicos, que passa por dificuldades.

A rede St Marche foi oferecida a investidores estratégicos no Brasil - entre eles, Carrefour, Grupo Pão de Açúcar e Península, braço de investimentos da família de Abilio Diniz, segundo fontes.

"O problema é que investidores estratégicos não viam possibilidade de retorno no negócio", disse uma fonte. Segundo essa fonte, para o Carrefour, o St Marche, com atuação em São Paulo e Grande São Paulo, é considerado mais elitista.

Para o Pão de Açúcar, por exemplo, era concorrente direto e, neste momento, o grupo tem apostado mais em multicanais e no atacarejo.
 

Baixo desempenho


Fontes de mercado afirmaram ao jornal que o desempenho da rede Eataly estaria muito abaixo do esperado pelos acionistas e que os sócios brasileiros poderiam se desfazer do negócio.

A previsão era trazer a rede ao Brasil em 2014, mas a loja só foi inaugurada no ano seguinte.

"Há espaço para modelos como o Eataly no Brasil, mas a rede entrou no País em um momento delicado da economia brasileira. A localização (na Av. Presidente Juscelino Kubitschek, no Itaim) não é de alta circulação de pedestres, o que limita as vendas", disse uma pessoa familiarizada com o assunto.

Com a crise, a venda de alimentos frescos e de produtos importados foi fraca - o portfólio foi revisto e muitos produtos desapareceram das gôndolas.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.