Germano Luders/Exame
Gerdau: a votação no Carf empatou em 5 a 5 e a questão foi decidida pelo
chamado "voto de qualidade" do presidente do Conselho, Carlos Alberto
Barreto
Brasília - O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) decidiu nesta quarta-feira contra a Gerdau em quatro casos que tratam de questionamentos tributários que são estimados no mercado em quase 4 bilhões de reais.
O questionamento refere-se ao ágio de operações de rearranjo societário
interno do grupo Gerdau, que o Carf entendeu que não são passíveis de
abatimento de Imposto de Renda e Contribuição Social para Lucro Líquido
(CSLL). A decisão não reconheceu que a Gerdau teria direito aos
benefícios fiscais alegados.
O advogado da Gerdau Plinio Marafon, que acompanhou a votação no Carf,
disse que a empresa vai recorrer. "A tendência é apresentar um embargo
(no próprio Carf) e ir à Justiça", disse Marafon.
A votação no Carf empatou em 5 a 5 e a questão foi decidida pelo chamado
"voto de qualidade" do presidente do Conselho, Carlos Alberto Barreto.
Analistas do JPMorgan estimaram mais cedo o montante envolvido nessas
ações da Gerdau no Carf em 3,7 bilhões de reais. Questionado a respeito,
Marafon não contestou o número.
As ações da Gerdau chegaram a cair 6 por cento logo após a decisão, mas
às 13h58 devolviam parte das perdas, recuando 3,2 por cento, enquanto o
Ibovespa mostrava desvalorização de 0,5 por cento.
Os analistas do JPMorgan afirmaram em nota a clientes que boa parte do
efeito da derrota da empresa no Carf "já estava precificada" pelo
mercado. Os analistas citaram ainda que seguem com recomendação
"overweight" (acima da média do mercado) para as ações da empresa diante
de "melhores perspectivas dentre os nomes de aço no Brasil".
O julgamento ocorreu em meio às investigações da Polícia Federal sobre
um suposto esquema de propina no Carf para beneficiar empresas,
incluindo a Gerdau, com decisões favoráveis.
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